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Adultos - Betel

Visões do afastamento e retorno da glória de Deus

Publicado

em

EDIÇÃO: 115 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 12 – 20 de março de 2022

TEXTO ÁUREO

“E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor encheu o templo.” Ezequiel 43.5

VERDADE APLICADA

Deus nos convoca a viver em santidade para que se cumpra em nós o propósito da nossa existência: relacionamento com Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ezequiel 11

22- Então os querubins elevaram as suas asas, e as rodas os acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles.
23- E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade.

Ezequiel 43

2- Eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
4- E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta, cuja face está para o lado do oriente.
5- E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor encheu o templo.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Êx 33.12-17
Moisés roga a Deus a Sua presença.
Terça-feira – Êx 33.18-23
Moisés roga a Deus que lhe mostre Sua glória.
Quarta-feira – Ez 8
As abominações no santuário.
Quinta-feira – Ez 11
O juízo de Deus contra os chefes do povo.
Sexta-feira – Ez 43
A restauração do templo: a glória do Senhor.
Sábado – Jo 1.14
A glória de Deus revelada em Jesus Cristo.

INTRODUÇÃO

O plano de Deus é habitar com o Seu povo. Para tanto, Deus revelou em Sua Palavra as diretrizes para nos aproximarmos dEle, aquilo que não lhe agrada e nos concede o Seu Espírito Santo para nos guiar e capacitar a viver agradavelmente diante do Senhor.

I – A GLÓRIA DE DEUS

Antes de refletirmos sobre as visões de Ezequiel do afastamento e retorno da glória de Deus em relação ao templo em Jerusalém, no presente tópico abordaremos sobre alguns dos significados da expressão “glória” no hebraico e grego; a glória de Deus revelada em Sua natureza; e revelada em Jesus Cristo (Rm 11.36; I Pe 4.11).

  1. Glória: alguns significados da expressão. Conforme Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Dicionário de James Strong, Dicionário VINE, entre outros, não há um único termo para expressar a ideia de “glória” na Bíblia. Assim, o contexto no qual a palavra está sendo usada é que determina a ideia que se deseja passar. Pois pode estar se referindo a seres humanos (Gn 45.13), à riqueza material (Et 5.11), a Deus (Êx 33.18; Ez 1.28). Alguns sentidos são: “aquilo que produz peso”; “aquilo que impõe”; “aquilo que produz consideração”. Vários textos no Antigo Testamento fazem menção da glória de Deus num contexto de junto com o Seu poder e a Sua santidade (Êx 14.4, 17; 15.11; Sl 29.2; Is 6.3). Também é comum a manifestação da glória associada ao tabernáculo e a templo (Êx 40.34; I Rs 8.11; Ez 9.3; 43.4).
  2. Revelada em Sua natureza. Após ter a garantia de que teria a presença divina (Êx 33.14-15), Moisés pediu para ver a glória de Deus (Êx 33.18). A resposta de Deus faz referência à bondade, misericórdia, compadecimento (Êx 33.19) Vide que quando o Senhor Deus se manifestou, há referências a nome e novamente às virtudes acima (Êx 34.5-8). Ou seja, como escreveu Tony Evans: “A glória de Deus pode ser melhor descrita como a manifestação visível de seus atributos, caráter e perfeição (…) Falando de outra maneira, nosso Deus é glorioso por natureza”.
  3. Revelada em Jesus Cristo. O Verbo (a Palavra, o Filho Unigênito) tornou-se carne (ser humano) e habitou (“tabernaculou”), viveu (morou entre nós), “e vimos a sua glória… cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Como descrito no tópico acima, quando Deus revelou Sua glória a Moisés, não foi somente em resplendor e nuvem, mas revelando o Seu caráter: “grande em beneficência e verdade” – amor e fidelidade) – Êxodo 34.6. Em João, a glória de Deus é revelada em Jesus – “cheio de graça e de verdade”. Manifestou Sua glória nos sinais (Jo 2.11) e em sofrimentos e crucificação (Jo 12.23-33; 13.31).

II – ABOMINAÇÕES DO POVO NO TEMPLO

Tendo uma visão panorâmica do que a Bíblia revela sobre a glória de Deus – atentando para a associação com a santidade de Deus – no presente tópico abordaremos as abominações cometidas pelo povo de Israel no templo, mesmo possuindo a revelação da Palavra de Deus, resultando no afastamento da glória de Deus (Ez 9.3). Tal reflexão deve contribuir para nos mantermos vigilantes e fiéis em todo o tempo.

  1. Ídolos e criatura acima do Criador. O Espírito de Deus levou Ezequiel em visão a Jerusalém até o Templo e ele vê “a imagem ciúmes” (Ez 8.3, 5). É possível que seja a imagem colocada por Manassés (II Rs 21.7). Apesar de ter sido removida posteriormente (II Cr 33.15), contudo parece que voltou (II Rs 23.6). Foi destruída por Josias e outra foi construída. Além da imagem, pinturas de répteis e animais em lugares escondidos do Templo (Ez 8.6-12). Visões que nos fazem lembrar sobre a possibilidade de, havendo ausência de ensino, firmeza e profundidade cristã, se adotar sincretismo religioso, ídolos secretos e estabelecer no culto a criatura acima do Criador (Rm 1.21-23; I Jo 5.21; Ap 22.15).
  2. Interesse pessoal e material acima de tudo. A seguir o profeta é levado para ver mulheres no templo do Senhor, mas “chorando por Tamuz” (Ez 8.14). Diversos comentaristas associam Tamuz a fertilidade e vegetação. Mais um exemplo de adoção de práticas pagãs em um templo edificado para adorar o Senhor Deus. São pessoas que estão mais interessadas em alcançar a satisfação de suas necessidades ou desejos, acima do autêntico relacionamento com Deus, que se expressa em adoração segundo a Sua vontade e em um viver de obediência aos Seus mandamentos (II Pe 2.13-14; Jd 4,12).
  3. Irreverência e indiferença. O profeta foi conduzido para o pátio interno e viu homens de costas para o templo e voltados para o oriente, adorando o sol (Ez 8.16). No tempo de Josias sacerdotes que queimavam incenso ao sol foram destituídos (II Rs 23.5). “De costas para o templo”, entre o pórtico e o altar, lembra postura de irreverência e indiferença. Estavam no templo, em uma área destinada somente a sacerdotes, mas não estavam adorando Àquele que tinha enchido aquele lugar com a Sua glória. Naquele lugar deveriam estar chorando e clamando ao Senhor por misericórdia (Jl 2.17).

III – AFASTAMENTO E RETORNO DA GLÓRIA DE DEUS

Tendo visto as abominações que estavam sendo praticadas no Templo, veremos que tais práticas resultaram no afastamento da glória de Deus. Porém, segundo o propósito divino, como visto na lição passada, Ezequiel também viu o retorno da glória de Deus ao Templo restaurado e ouviu uma voz: “…este é o lugar do meu trono e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre…” (Ez 43.7).

  1. Afastamento da glória de Deus. Interessante notarmos que o afastamento da glória do Senhor ocorre aos poucos. Daniel L. Block comentou: “Ao invés de sair das esferas de menor para as de maior santidade, a Glória divina parte das esferas de maior para as de menor santidade: sai do Santo dos Santos para o limiar da entrada do templo (9.3; 10.4); da entrada do templo à carruagem do trono, estacionada na entrada oriental do templo (10.18-19); do portão oriental para o meio da cidade; e do meio da cidade para os montes ao orienta da cidade (11.22-23)”. As iniquidades separam o homem do relacionamento com Deus (Is 59.1-2).
  2. O retorno da glória de Deus. Após a visão do novo templo (vide lição 11), “a glória do Deus de Israel” vem pelo caminho do oriente (Ez 43.2) – lembremos que o profeta já tinha visto que estava sobre o monte, “ao oriente da cidade” (Ez 11.23) – e entrou no Templo (43.4). Tal descrição lembra Êxodo 40.34; I Reis 8.11. Glorifiquemos ao Senhor, pois Ele continua interessado em operar restauração no relacionamento com todos os seres humanos (Sl 51.11-12; Ap 3.20). É significativo que o último livro da Bíblia, consequentemente antes da vinda de Jesus Cristo, registra que “nascerá o sol da justiça, e salvação trará” (Ml 4.2).
  3. Impacto e resultado no povo de Deus. Após enfatizar a estrutura do Templo (Ez 40-42) e a volta da glória de Deus (tópico anterior), agora a visão vai focar a conduta do povo e dos sacerdotes, considerando que Deus está no meio do Seu povo (Ez 43.7). A mensagem enfatiza lançar fora tudo que contamina (Ez 47.7-9). A lei do Templo está intimamente ligada à santificação (Ez 43.12). O ponto de partida é o altar (Ez 43.13). No tempo de Elias e de Manassés, o altar também precisou ser restaurado (I Rs 18.30; II Cr 33.16). Anos depois de Ezequiel, quando os primeiros judeus voltaram do cativeiro babilônico, ao chegarem em Jerusalém, iniciaram as ações, visando a restauração, pela edificação do altar do Deus de Israel (Ed 3.2). Podemos resumir algumas lições com as seguintes expressões: lançar fora o que contamina; priorizar a santificação; restaurar e manter o relacionamento com Deus.

CONCLUSÃO

Deus, em Sua soberania, decidiu revelar-nos a Sua glória e deseja habitar com Seu povo. Tal plano foi plenamente manifestado em Jesus, que veio ao mundo “cheio de graça e de verdade”. Assim, todos que estão unidos a Cristo recebem a graça necessária para um viver santo e agradável a Deus.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

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