Adolescente - CPAD
Vamos conhecer a 1ª Carta de João
EBD – Adolescentes – EDIÇÃO: 138 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 09 – 27 de agosto de 2023
TEXTO BÍBLICO
I João 2.14-17
DESTAQUE
Eu escrevo essas coisas a vocês que creem no Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna. I João 5.13
LEITURA DEVOCIONAL
Segunda-feira – Mc 12.29-34
Terça-feira – Mt 24.23,24
Quarta-feira – I Jo 2.1,2
Quinta-feira – II Ts 2.3,4
Sexta-feira – Tg 4.4-7
Sábado – I Jo 5.21
I. ABRINDO A CARTA
1- Você sabe quem escreveu essa Carta? A Carta, a princípio, é anônima. Isto porque seu autor escolheu não se identificar diretamente. Ele fez isso, possivelmente, por ser muito conhecido entre os leitores. Embora não assine a carta, o autor afirma ser um dos que se relacionavam com Jesus (I Jo 1.5). Com base em evidências externas e internas e tradição da igreja, o autor da epístola é João, o filho de Zebedeu e Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), o qual, após a morte de João Batista, seu mestre, foi chamado por Jesus para deixar as redes e se tomar seu discípulo (Mc 1.19,20). Ele é o mesmo autor do quarto evangelho, das outras duas cartas subsequentes e do Apocalipse.
2- Para quem a Carta foi escrita? Não há um destinatário específico. Entretanto, considerando que os últimos anos de vida do apóstolo João foram vividos na cidade de Éfeso, é provável que seu público alvo fossem os cristãos da Ásia Menor. Sua proximidade com esses irmãos era tão grande que se dirigia a eles com expressões afetuosas como “meus filhinhos” (I Jo 2.1,12,14; 3.7,18; 4.4; 5.21). Sabemos que os leitores da carta eram crentes de todas as idades que precisavam ser confirmados no amor, na vida e na verdade.
3- Afinal de contas, por que a Carta foi escrita? Escrita possivelmente da cidade de Éfeso, entre os anos 85 e 90, antes do exílio do apóstolo na ilha de Patmos, a Carta tinha pelo menos dois propósitos fundamentais: • Fortalecer os verdadeiros cristãos, conduzindo-os a uma compreensão mais profunda da fé e a uma confiança naquilo que eles já possuíam (I Jo 1.3; 5.13); • Combater os ensinos equivocados dos falsos mestres infiltrados na igreja (I Jo 2.18,19; 4.1). Assim, podemos perceber que seu propósito era, ao mesmo tempo, teórico e prático. Por essa razão, os ensinamentos e exortações contidos nessa carta são tão oportunos e necessários para nós hoje.
II. EM DEFESA DE CRISTO
A pessoa e a obra de Jesus Cristo, desde os tempos do Novo Testamento até os dias atuais, têm sido alvo de muitas incompreensões e mentiras. Há fortes indícios de que as congregações a quem João se dirige estavam sendo atacadas por um falso ensinamento, que negava a humanidade de Jesus. Tal ideia, provavelmente, derivava de uma escola de pensamento que os estudiosos identificam como “gnosticismo”. Esse termo é derivado da palavra grega gnosis, cujo significado é “conhecimento”.
Os gnósticos ensinavam uma espécie de salvação através do conhecimento místico e superior. Jesus e sua obra não eram suficientes para eles, pois acreditavam que era preciso algo mais. Os seus falsos ensinamentos se baseavam na premissa de que a matéria era essencialmente má e que somente o espírito era bom — ideia que não corresponde à verdade bíblica.
Os gnósticos consideravam que se a matéria era má, então, o Filho de Deus não poderia ter assumido um corpo humano de verdade. Assim, para eles, Jesus era apenas um espírito com aparência de ser humano. Razão pela qual, João os chama de inimigos de Cristo (I Jo 2.18). O apóstolo combate tais heresias de forma veemente (I Jo 2.22,23; 4.2,3). Assim como nós devemos fazer hoje, tendo cuidado, por exemplo, ao ouvir “pregações de redes sociais”, pois muitos influenciadores digitais são “simpatizantes” de Jesus e não servos verdadeiros.
Semelhantes aos hereges que João combateu, eles costumam destacar apenas um aspecto da vida de Jesus ou apenas uma parte do Evangelho. Para eles, Jesus é um ser iluminado, um exemplo a ser seguido, um mestre acima da média, um espírito evoluído etc. Mas nunca se esqueça de que para nós, Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele é o único Salvador, o verdadeiro Deus, Senhor dos senhores.
III. NÃO AMEM O MUNDO, AMEM A DEUS
João faz uma advertência aos seus leitores: “não amem o mundo, nem as coisas que há nele” (I Jo 2.15). Que mundo é esse que o apóstolo diz que não devemos amar? Certamente não é o mundo criado por Deus, no qual habitamos (Sl 24.1,2; At 17.24); muito menos a humanidade, que devemos amar e evangelizar (Jo 3.16; Mc 16.15). O mundo aqui referido é o sistema maligno e pecaminoso, sob a regência de Satanás (II Co 4.4; I Jo 5.19), que se manifesta em valores, ideologias e comportamentos opostos à vontade de Deus; um modelo de vida marcado por um sistema moralmente corrupto que apoia o aborto, as drogas, as múltiplas formas de violência, a discriminação, a ganância, o uso irresponsável dos recursos naturais, a mentira e o prazer a qualquer custo (I Jo 3.10). Esse sistema mundial de oposição à Deus se utiliza de três armadilhas para nos seduzir e derrubar:
Os maus desejos da natureza humana: um apelo para a vida e o prazer imediato, sem medir as consequências. Tais desejos impuros fluem de dentro para fora e se manifestam em pensamentos, palavras e ações (Mt 15.19,20);
A vontade de ter o que agrada aos olhos: trata-se do desejo intenso de adquirir bens materiais, que nasce da crença que a felicidade é encontrada nas coisas que se pode comprar com o dinheiro. Tal tentação começa a partir da cobiça do olhar humano (Gn 3.6; Sl 101.3);
O orgulho pelas coisas da vida: quando confiamos em nosso próprio poder e recursos e desprezamos a lei de Deus e a sua justiça (Pv 16.18; Lc 12.17-21). Deus nos livre dessas seduções! Nós, adolescentes cristãos, não podemos nos esquecer de que embora estejamos no mundo, não somos do mundo (Jo 17.13-16).
Como o navio está na água, mas a água não está dentro dele, caso contrário ele afundaria, assim também somos nós, pois vivemos nessa sociedade pecaminosa, mas o pecado não pode habitar em nosso coração.
As Escrituras nos ensinam a não sermos amigos do mundo (Tg 4.4) e a não nos conformarmos com o mundo (Rm 12.2), pois o amor ao mundo compromete o nosso amor a Deus. Não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24). Como cristãos, devemos viver na luz (I Jo 1.5-7), amar a Deus (I Jo 2.5) e a nossos irmãos (I Jo 2.10), bem como nos afastar do pecado (I Jo 5.18).
CONCLUSÃO
Hoje, vimos que Jesus não é um ser humano qualquer. Ele é o Deus que encarnou como ser humano para nos salvar. Qualquer tentativa de reduzi-lo a um aspecto da sua identidade é uma heresia, que deve ser combatida por nós. Jesus viveu aqui na Terra sendo plenamente Deus e plenamente homem. Amá-lo, servi-lo, obedecê-lo e adorá-lo são nossas mais inteligentes e espirituais escolhas.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD