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Adultos - Betel

Vale e deserto: lugares de propósitos, desafios e vitórias

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EDIÇÃO: 79 – 3º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 01 – 04 de julho de 2021

TEXTO ÁUREO

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” Salmo 23.4

VERDADE APLICADA

Na caminhada cristã, os vales e desertos contribuem no processo de aperfeiçoamento na vida dos que perseveram em Cristo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ezequiel 37

1. Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,

2. E me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos.

3. E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes.

4. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.

5. E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Gn 21.15-19
A provisão de Deus na vida de Agar e Ismael.

Terça-feira – Gn 26.1-33
A providência de Deus na vida de Isaque.

Quarta-feira – I Sm 17
Deus dá a Davi a vitória na peleja contra Golias.

Quinta-feira – II Cr 20.1-30
Deus dá a Josafá a vitória sobre seus inimigos.

Sexta-feira – Sl 84.1-7
A felicidade em habitar no santuário de Deus.

Sábado – Ez 37.1-14
A visão de um vale de ossos secos.

INTRODUÇÃO

A Bíblia nos ensina que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Mesmo passando por momentos difíceis, precisamos entender que Deus é Soberano e tem o controle de todas as coisas.

I- OS PROPÓSITOS DA PROVAÇÃO

Todos nós encaramos momentos difíceis ao longo da vida. No entanto, é preciso estar sensível, espiritualmente falando, ao propósito de Deus em nos proporcionar esses momentos de provação.

1. Um lugar de provação. Segundo o dicionário, vale é uma extensão longa e baixa de terra que fica entre colinas ou montanhas. Em diversos textos bíblicos, a expressão vale indica provações, situações de conflito, lugar de dificuldades, entre outros. O profeta Ezequiel vivenciou literalmente a dinâmica do ‘vale’. O profeta foi deportado para a Babilônia (II Rs 24.10-16), sofreu a perda trágica de sua esposa e não pôde vivenciar o luto (Ez 24.15-17). Com isso o profeta perdeu seus bens mais valiosos, foi desterrado, ficou viúvo, viu sua nação deteriorando até o desmoronamento final com a última deportação, podendo ser, assim como a nação irmã (o Reino do Norte), completamente extinta.

É nesse interim que o profeta teve uma experiência sobrenatural no ‘vale’ de ossos secos. Deus conhece a nossa estrutura e não nos provará além das nossas forças (I Co 10.13). O vale é um lugar onde estamos a sós com Deus, mais quebrantados, contritos e sensíveis à Palavra de Deus. É no vale que Deus se revela e nos mostra quem somos, como estamos e trabalha em nós o que precisa ser trabalhado.

2. Um lugar de fé. Ao conduzir Ezequiel ao vale de ossos secos, Deus estava exercitando a fé do profeta. A experiência do cativeiro foi um golpe aterrador tanto para a nação, quanto para o homem de Deus. Mesmo que o vale de ossos secos não fosse algo literal, mas, sim, uma visão sobrenatural, ele expressava a trágica situação espiritual do povo. No entanto, Deus faz o impossível e mostra o Seu poder para mudar a triste realidade e, assim, reavivar a esperança da nação. Na boca do profeta não poderia haver incredulidade, murmuração ou tristeza, mas, sim, a fé na ação poderosa do Espírito de Deus (Ez 37.3-5).

O profeta é desafiado a ter fé para, então, profetizar. Portanto, ter fé deve resultar em atitude de fé, pois a fé sem obras é morta (Tg 2.26). Ezequiel creu, profetizou conforme a ordem do Senhor e o resultado foi poderoso (Ez 37.7-10). Não podemos passar a vida inteira proclamando aos céus as impossibilidades da terra. Devemos, sim, proclamar na terra a realidade dos céus. Nada é impossível para Deus (Lc 1.37). Tudo o que temos a fazer é crer no Seu agir (Hb 11.6).

3. Um lugar de transformação. Deus mostrou ao profeta Ezequiel Seu poder para transformar e mudar toda e qualquer circunstância. O que era um vale de ossos secos, tornou-se em um exército grande em extremo (Ez 37.10). Outro personagem que passa pelo “vale” e foi transformado é o patriarca Jacó, quando de sua experiência com Deus na passagem do Jaboque.

Foi tão impactante que teve seu nome mudado de Jacó (usurpador), para Israel (Gn 32.22-30). O vale é um lugar de encontro com Deus. Quando vivenciamos este encontro, então somos transformados. Nossa vida espiritual está marcada por esse encontro, o encontro com o Jesus Cristo ressuscitado. Nossa transformação está pautada nesse encontro real com o Cristo vivo.

II- OS DESAFIOS DO VALE E DESERTO

Não é fácil passar por momentos difíceis. No entanto, os vales e desertos têm lições espirituais profundas, que são capazes de mudar para sempre nossas vidas.

1. Um lugar de providência. Isaque é um personagem bíblico que se destaca por sua fé, perseverança e obediência a Deus. Quando o Senhor lhe apareceu, havia fome na terra e muita escassez (Gn 26.1-6). Deus lhe fez uma grande promessa, Isaque seguiu Seus preceitos e prosperou. Ele se tornou muito rico. Por ser o único que prosperava em uma terra de fome, foi invejado por todos, inclusive, pelo rei Abimeleque (Gn 26.12-16). Obrigado a sair do local, Isaque foi para o vale de Gerar. No entanto, foi no vale que ele cavou e encontrou um poço de águas vivas. Mesmo estando no vale, o Senhor Deus o abençoou (Gn 26.17-18). É preciso entender que os desafios do vale não nos impedem de desfrutar da providência de Deus.

2. Um lugar de provisão. Outro personagem bíblico que merece destaque é Agar. Por pensar que o Senhor a tinha impedido de gerar, Sara, mulher de Abraão, fez uma proposta ao seu marido: deitar-se com Agar, sua criada egípcia, e gerar um filho (Gn16.1-3). Quando soube que estava grávida, Agar começou a fazer pouco caso da sua senhora. Com o nascimento de Ismael e o passar dos anos, a convivência com Sara se tornou insuportável. Assim, Abraão a despediu, para que andasse errante pelo deserto (Gn 21.14). No entanto, no deserto, Deus abriu os olhos de Agar para ver um poço. Ela tinha em mãos apenas um odre vazio, mas Deus lhe fez ver um poço, algo além do que necessitava. No deserto existem poços. Que Deus abra os nossos olhos para ver a Sua provisão (Gn 21.15-19).

3. Um lugar de passagem. O salmo 84 nos ensina que aquele que busca forças em Deus, e nEle confia de todo o coração, ao passar pelo vale, faz dele uma fonte (Sl 84.5-6). Os vales existem e é preciso compreender que ninguém está isento de passar pelo vale. No entanto, o salmista afirma que o vale é lugar de passagem, não de morte ou estagnação. A nossa segurança de que não ficaremos no vale está em Deus. Ele prometeu estar conosco sempre [Mt 28.20], seja qual for a circunstância (Is 43.2). Ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não temeremos mal algum, pois Ele está conosco [Sl 23.4], caminhando do nosso lado e nos dando segurança.

III- AS VITÓRIAS NO VALE E DESERTO

Os vales e desertos da vida são oportunidades que temos de buscar e adorar a Deus, de se autoconhecer e de sermos forjados para batalhas maiores.

1. Um lugar de buscar e adorar a Deus. Josafá, rei de Judá, certo dia, recebeu um aviso: uma grande multidão resolveu vir à peleja contra ele (II Cr 20.1-2). Para ele, era impossível a vitória. Temendo, buscou ao Senhor e decretou um jejum nacional (II Cr 20.3-13). Então, Deus levantou um profeta no meio da congregação, dizendo que não temessem porque Deus pelejaria por eles (II Cr 20.14-17). Ao ouvir a voz de Deus, o povo O adorou. Josafá creu no Senhor e colocou cantores, que marchavam à frente do exército, adorando a Deus. Enquanto louvavam ao Senhor, Deus entrou em ação, pois os inimigos mataram-se uns aos outros. A vitória e os despojos foram tão grandes que o local onde eles se reuniram para louvar ao Senhor se chamou Vale de Beraca – Vale da Bênção (II Cr 20.18-30).

2. Um lugar de autoconhecimento. O texto de Deuteronômio 8.2 nos ensina o motivo pelo qual Deus nos conduz até os vales e desertos da vida: “para saber o que estava no teu coração”. Será que Deus não sabe o que há em nossos corações? Sim, Ele sabe, mas nós não. Os momentos difíceis são uma oportunidade de fazermos um autoexame e de reconhecer o que está errado em nossas vidas (Sl 51.3-7). Ao fazer essa autoanálise, é possível que tenhamos que confessar a Deus pecados e falhas e Ele, com muito zelo, nos cura, purifica e nos faz seguir adiante (I Jo 1.9).

3. Um lugar de forjar servos. Antes de enfrentar Golias e se tornar um herói nacional, Davi era um moço inexperiente na guerra e desconhecido de todos (I Sm 17.33]. No entanto, Davi era um jovem de grande força e coragem, pois havia lutado, e matado, um leão e um urso (I Sm 17.34-36); confiava integralmente no poder de Deus (I Sm 17.37); e sabia que Deus que lhe daria vitória, pois a afronta de Golias não tinha sido contra ele ou a nação, mas contra o Deus vivo (I Sm 17.37, 45-47).

Enquanto Davi apascentava e cuidava de ovelhas, suas batalhas diárias estavam lhe forjando para momentos mais difíceis. A luta entre Davi e Golias ocorreu no vale, mas a guerra era do Senhor (I Sm 17.47). As nossas vitórias nas provações não são para engrandecer o nosso nome, mas, sim, para glorificar o Senhor dos Exércitos, o nosso Deus.

CONCLUSÃO

Os momentos difíceis de nossas vidas não devem ser encarados com pessimismo. Deus sempre se manifesta e tem algo a nos revelar em cada um deles. Para entender os propósitos, viver os desafios e alcançar as vitórias no vale e deserto, é preciso estar sensível à voz do Espírito Santo de Deus.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

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