Adultos - Betel
Um novo templo e a restauração do culto
EDIÇÃO: 114– 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 11 – 13 de março de 2022
TEXTO ÁUREO
“E disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver…” Ezequiel 40.4a
VERDADE APLICADA
O relacionamento com Deus deve refletir em um viver de adoração integral, atentando às diretrizes da Palavra de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ezequiel 43
1- Então me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente.
2- E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
3- E o aspecto da visão que vi era como o da visão que eu tinha visto quando vim destruir a cidade; e eram as visões como a que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto.
4- E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta, cuja face está para o lado do oriente.
10- Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para que se envergonhe das suas maldades; sirva-lhe ela de modelo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Êx 25.8
Deus está no meio do Seu povo.
Terça-feira – Dt 12.11
Um local para ali fazer habitar o seu nome.
Quarta-feira – II Cr 7.1-3
A glória do Senhor encheu a “casa do Senhor”.
Quinta-feira – Ez 43.6-12
O Senhor fala do interior do templo.
Sexta-feira – 1Tm 2.5
Jesus, único Mediador entre Deus e os homens.
Sábado – Hb 9.15
Jesus, Mediador da Nova Aliança.
INTRODUÇÃO
A restauração do Templo e do culto sinalizam o interesse de Deus em relacionamento com Seu povo e o Seu chamado ao serviço, conforme as Suas instruções, com dedicação, reverência e temor, para a glória dEle.
I – UM SANTUÁRIO NO MEIO DO POVO
Antes de abordarmos a visão de Ezequiel sobre a restauração do Templo, é oportuno refletirmos acerca da relevância da presença de um santuário na história do povo de Israel, desde a saída do Egito até o início do cativeiro babilônico. Tal percurso na história bíblica contribuirá para melhor compreendermos o impacto da mensagem de Ezequiel sobre os cativos.
- A ordem divina para fazer um santuário. Quando Israel saiu do Egito sob o comando de Moisés, o povo ficou acampado no deserto do Sinai, defronte do monte (Êx 19.1-3). No monte, Moisés recebeu de Deus leis, estatutos e mandamentos para o povo de Israel. Deus estava assim instruindo o Seu povo para os dias de peregrinação no deserto e quando estivesse estabelecido na terra de Canaã (Lv 18.1-4). Dentre tantos mandamentos, haviam aqueles que se relacionavam com o santuário: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). Santuário, no hebraico, significa “lugar santo ou sagrado”. Também chamado de Tabernáculo (Êx 25.9). Portanto, talvez a maior lição transmitida com a construção do santuário era: Deus está no meio do Seu povo.
- O Templo construído por Salomão. O rei Davi tinha proposto edificar um Templo dedicado ao Senhor Deus, porém não lhe foi permitido. O seu filho, que lhe sucederia no trono edificaria uma casa ao Nome do Senhor (II Sm 7.12-13). Assim, Salomão edificou casa ao Senhor (I Rs 6.2; II Cr 3.1). Após a oração dedicatória para o templo, desceu fogo do céu e a glória do Senhor encheu a “casa do Senhor” (II Cr 7.1-3], como também tinha enchido o tabernáculo (Êx 40.34-35). É significativo notarmos que, logo após a inauguração do Templo, Deus adverte que o povo não poderia se desviar dos estatutos e mandamentos para que não fossem tirados da terra de Canaã e o Templo destruído (IICr 7.19-22).
- A destruição do Templo. “E queimaram a casa de Deus” (II Cr 36.19; Jr 52.13-23). Não apenas a Salomão, mas ao longo da monarquia em Judá, Deus alertou, por intermédio de Seus profetas, sobre a necessidade do povo se arrepender e se converter ao Senhor, porém não deram ouvidos (IICr 36.11-16). R. K. Harrison escreveu sobre a obra de Jeremias nos tempos que antecederam a destruição do Templo: “(…) ele denunciou a adoração no Templo e a adoração ritualista, em favor do monoteísmo ético implícito na religião mosaica tradicional. (…) atacou com grande vigor algumas das instituições e personagens respeitáveis de seus dias, incluindo os sacerdotes do Templo (Jr 26.8-13)”.
II – A VISÃO DO NOVO TEMPLO
Os capítulos 40-44 de Ezequiel registram em detalhes a estrutura do Templo em Jerusalém, o retorno da glória do Senhor ao Templo e o serviço sacerdotal. Neste tópico serão enfatizados somente dois assuntos: estrutura do Templo e serviço sacerdotal. Nesta lição serão destacados somente alguns detalhes, visando contribuir na busca da compreensão destas visões dentro da mensagem do Livro de Ezequiel e extrairmos algumas reflexões que nos conduzam a uma crescente edificação em Cristo Jesus.
- Um novo tempo é vislumbrado. É importante conectar o início de Ezequiel 40.1-2 com Ezequiel 37.26-28. Neste último texto há três referências que lembram Templo: “meu santuário” (v. 26, 28) e “meu tabernáculo” (v. 27). Assim, é como se Ezequiel 40 expandisse o texto final do capítulo 37. Ele é levado à terra de Israel e vê um Templo (Ez 40.5). Ele viu um Templo no “princípio do ano” (Ez 40.1). Se for considerado, como alguns comentaristas (Comentário Histórico-Cultural da Bíblia e F.F. Bruce) o mês de nisã, trata-se do período da Páscoa. Se o for o mês de tisri, trata-se do Dia da Expiação (Taylor e Champlin). Seja como for, são duas datas com enorme significado para os judeus, podendo, assim, a visão ser associada com a esperança de um novo tempo para o povo do Senhor. Tempo de restauração e celebração.
- A lei do Templo. No início da visão o profeta recebeu a ordem para estar bem atento (“põe no teu coração”) a tudo que ele veria e ouviria, pois, depois, deveria anunciar tudo a Israel (Ez 40.4). O povo de Israel seria exortado a também prestar muita atenção ao que Ezequiel estaria transmitindo e explicando acerca do Templo e guardar toda a estrutura do edifício, bem como as leis e regulamentos (Ez 43.10-12). Champlin: “A lei que governa o templo ideal incluía a providência de sua separação do profano. O templo foi construído para ser um lugar santo e dedicado a Yahweh, a fim de que o povo também pudesse tornar-se santo como o povo de Deus, separado das nações pagãs”.
- Revelações sobre o exercício sacerdotal no Templo. Após a visão focar a estrutura do templo, agora se volta para os detalhes referentes às pessoas, serviços e culto no mesmo (Ez 43.13 – 46). São várias instruções referentes à atuação dos sacerdotes e levitas, bem como as ofertas e sacrifícios, lembrando as leis registradas nos livros de Êxodo e Levítico. É pertinente lembrar que antes da destruição da estrutura física do templo, muitos que tinham a responsabilidade de conduzir os serviços no templo já tinham se corrompido (Jr 5.30-31; 8.10-11; 20.1-6; Ez 22.26). Por isso, “a lei da casa” (Ez 43.12) incluiu, também, instruções quanto à atuação dos mesmos (Ez 43.19, 27; 44.9-31). Os serviços e culto no templo também deveriam ser norteados pelo princípio da santidade.
III – AVISOS E ENSINO PARA A IGREJA
Neste tópico serão enfatizadas algumas lições aplicáveis à Igreja, a partir do exposto acima, considerando que encontramos no Novo Testamento a informação de que há nas Escrituras Sagradas (na época, o Antigo Testamento) ensino e aviso (Rm 15.4; I Co 10.11). Os princípios da ordem, cuidado, santidade, reverência, instruções para execução do serviço religioso, e tantos outros são plenamente aplicáveis à vida e atividade da Igreja.
- Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote. Ao refletirmos sobre os sacerdotes do Antigo Testamento, homens falhos e mortais, em conjunto com a revelação do Novo Testamento, aprendemos que Jesus Cristo é Nosso grande sumo sacerdote, sem pecado (Hb 4.14), perpétuo (Hb 7.24), intercede (Hb 7.25), ofereceu um único e perfeito sacrifício (Hb 9.12, 28; 10.12), Mediador da Nova Aliança (Hb 9.15). Na Nova Aliança, não há uma classe sacerdotal exclusiva. Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5). Todos os que estão em Cristo Jesus são constituídos sacerdócio santo (I Pe 2.5, 9), que oferece sacrifícios espirituais.
- Servir com reverência e piedade. Quando lemos acerca dos limites estabelecidos por Deus quanto ao acesso ao Tabernáculo e Templo; e comparamos com o véu do templo que se rasgou no momento da crucificação de Cristo (Mt 27.51) e o chamado para nos achegarmos com confiança ao trono da graça (Hb 4.16), parece que hoje não há restrições no relacionamento com Deus. Contudo, é preciso cuidado, atenção, respeito e temor da parte dos discípulos de Cristo, como nos orienta Hebreus 12.28 – além de ter que ser agradável. E o versículo seguinte apresenta o motivo para todo esse cuidado: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor”.
- Procurar cumprir bem o ministério. O texto de Ezequiel 44.10-31 traz instruções detalhadas das responsabilidades dos levitas e sacerdotes, incluindo vestes e outros mandamentos que norteiam o comportamento dos sacerdotes. Em um templo restaurado, os serviços ali executados deveriam ser com cuidado, atenção e observando as diretrizes divinas. E hoje, na Nova Aliança? Os ministros (obreiros) da Igreja também precisam exercer o ministério com cuidado, atenção e observando o que diz o Novo Testamento acerca dos mesmos? Notemos a exortação de Paulo para Arquipo: “Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras” (Cl 4.17). Ou seja, “procure cumprir bem a tarefa que você recebeu” (NTLH). Se esforce e faça o seu melhor, atentando para o serviço e as orientações bíblicas.
CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos desperte para cultivarmos um relacionamento com Deus e servi-Lo, conforme a Sua vontade, todo o tempo que nos resta nesta terra, até que Jesus Cristo volte e assim estaremos para sempre desfrutando da presença de Deus e servindo-O, como revelado em Apocalipse 21-22.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel