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E.B.D

Um coração protegido

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 198 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 03 – 20 de outubro de 2024

TEXTO PRINCIPAL

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.” (Pv 4.23)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Dt 6.5
O coração como disposição interior
Terça-feira – Js 23.14
O coração, lugar em que se processa o pensamento
Quarta-feira – Dt 28.47
O coração como lugar em que residem as emoções
Quinta-feira – Fp 4.8
Guarde os pensamentos
Sexta-feira – I Co 13.13
Guarde o amor
Sábado – Mt 5.1-12
A verdadeira felicidade do coração

TEXTO BÍBLICO

Provérbios 4

20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; as minhas razões inclina o teu ouvido,
21 Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração,
22 Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo,
23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.

INTRODUÇÃO

Nesta Lição, abordaremos o conceito bíblico de coração e como podemos protegê-Lo. Estudaremos a amplitude do termo com o objetivo de responder como podemos atender ao apelo desta lição: proteger o coração.

I – O CONCEITO BÍBLICO DE CORAÇÃO

1- Compreendendo Provérbios 4. No capítulo 4, a sabedoria aparece como primazia em que o pai procura transmiti-la ao filho (vv. 1-9), a escolha entre dois caminhos (vv.10-19) e o apelo à pureza do coração (vv. 20-21). Nesta lição, nos deteremos na última seção (vv. 20-27). Nela, as expressões “coração”, “guardar”, “olhem diretamente” e “bem-ordenados” se destacam. Na lição anterior, mencionamos a amplitude da palavra coração. Aqui, aprofundaremos mais o conceito bíblico do termo e veremos o quanto ele se mostra relevante para nós que vivemos numa sociedade de muitos desafios que podem nos desequilibrar interiormente.
2- O coração. A palavra hebraica que aparece para coração em Provérbios 4 é lebhobh, Essa palavra traz um significado amplo que engloba coração, mente e ser interior. Ela descreve a disposição interior da pessoa (Dt 6.S; I Sm 16.5; II Cr 15.15); o lugar onde se processa o pensamento de uma pessoa (Js 23.14; I Rs 8.18; Is 6.10), o local em que reside as emoções do ser humano (Dt 28,47, Js 2.11, Sl. 13.21). Do ponto de vista bíblico, é o coração que move a vontade e as ações das pessoas, isto é, a saída da vida (Pv 4.23). Então, podemos dizer que, na Bíblia, o coração ganha uma amplitude na relação entre pensamento, emoção/sentimento e vontade/ação. Não por acaso, o Senhor Jesus disse: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15,19). Por isso, devemos proteger o centro da nossa vida: o coração. Para isso, é preciso proteger o pensamento, as emoções, os sentimentos e a vontade que formam o conceito bíblico de coração. 

II – PROTEGENDO O PENSAMENTO

1- O pensamento bíblico. O sábio inicia o versículo 20 fazendo um pedido: “atenta para as minhas palavras, as minhas razões inclina o teu ouvido”, O versículo 21 exorta: “guarda-as no meio do teu coração”. Tanto a palavra “atenta” quanto a palavra “guarda” denotam uma atividade que abrange o processo racional do pensamento. É preciso pensar, ponderar, prestar atenção para o que está sendo ensinado. Esse trabalho de processar o pensamento tem a ver com selecionar o que será o centro da atenção de seu pensamento. Esse trabalho é tão importante, pois o que pensamos inevitavelmente gerará sentimentos e emoções. Isso está muito claro no texto de Filipenses 4.8. Saber escolher o que vamos pensar e o trabalho da inteligência, do intelecto. Deus nos dotou de intelecto para escolher o bem, o caminho da vida. Logo, a Bíblia e a fé cristã não anulam o intelecto, mas o direcionam segundo a ação do Espírito Santo (Jo 14.26; 16.8).
2- Pensamento protegido. Ora, como proteger o pensamento? Essa era uma preocupação dos cristãos primitivos e dos cristãos dos primeiros séculos. Para trilhar uma vida de santidade é preciso proteger o pensamento (Mt 15.19; Fp 4.8,9). E a melhor maneira de fazer isso é a disciplina da meditação bíblica. Atentar e guardar a Palavra de Deus passa pela leitura, reflexão e memorização do texto bíblico. Esse é o processo que fecha o ciclo da meditação bíblica. Dessa forma, um valor eterno ou um conceito que o texto bíblico ensina passa a dominar o nosso pensamento, Assim, quanto mais os valores divinos dominarem o nosso pensamento, mais as nossas emoções, sentimentos e vontade serão influenciados por eles. O contrário também é verdadeiro: quanto mais os valores dos instintos humanos dominarem os nossos pensamentos, mais as nossas emoções, nossos sentimentos e nossa vontade serão dominados por eles (Tg 1.14,15; 3.13-16).

III – PROTEGENDO OS SENTIMENTOS E AS EMOÇÕES

1- Emoções e sentimentos. O versículo 22 mostra que a sabedoria é vida e saúde para o corpo; o versículo 24 descreve a sabedoria que traz a retidão a boca e virtude aos lábios. O livro de Provérbios mostra que as palavras da nossa boca e a saúde do nosso corpo têm a ver com o equilíbrio entre as nossas emoções e sentimentos. Mas qual seria a diferença entre eles? A emoção é um estado mental intenso, explosivo e de pouca duração que provoca impacto em nosso comportamento, manifestando-se como: ira, tristeza, medo, desprezo, alegria etc. Já o sentimento é um estado mental menos intenso e menos explosivo, porém, suave e duradouro, que se manifesta como: amor, gratidão, compaixão, felicidade, decepção, solidão etc. Assim, um dos maiores desafios para que as nossas emoções não desequilibrem e cultivar sentimentos ou virtudes que a Palavra de Deus denomina como Fruto do Espírito. Não se trata de uma obra meramente humana, mas desenvolvida pelo Espírito Santo de Deus em nós (Gl 5.22).
2- Emoções e sentimentos protegidos. As emoções não são más. Elas cumprem um papel muito importante para a nossa autopreservação, O problema é que se elas se desequilibrarem, toda a vida também se desequilibra, Então, o medo vira pânico; a tristeza vira depressão: a ira vira cólera. Logo, o pecado jaz em nossa porta (Gn 4.6,7), Do ponto de vista bíblico, a melhor forma de equilibrar as nossas emoções, ou de protegê-las, e cultivando sentimentos virtuosos cuja porta de entrada e o amor (I Co 13.13; Gl 5.22,23). Portanto, somos chamados a cultivar a mansidão, a bondade, a paciência, ou seja, pensando em tudo o que é puro, justo, amável e bom (Fp 4.8), Assim, nosso coração estará protegido.

IV – PROTEGENDO A VONTADE

1- A vontade e as saídas da vida. O versículo z3 diz que devemos guardar o coração porque dele procedem as saídas da vida. Isso significa que o que falamos e fazemos são consequência do que cultivamos no coração. Nossa boca falará o que está em nosso coração; nossos olhos olharão de acordo com o que está no coração; nossos passos serão bem-ordenados ou mal-ordenados de acordo com o que está no coração (Pv 4.24-27). Do coração, emerge a nossa vontade. Da vontade, geramos a ação. Nossa vontade e ação serão boas se o nosso pensamento e sentimentos forem bons.
2- Vontade protegida. Romanos 8 nos ensina que a inclinação do Espírito e vida e paz (Rm 8.6) e os que são guiados pelo Espírito Santo são verdadeiramente filhos de Deus (Rm 8.14), Dessa maneira, o Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus, nos leva a desejar fazer tudo o que glorifica o Senhor Jesus (Jo 16.13,14). Então, desejando as coisas do Espírito, podemos falar das coisas do Espírito e fazer as coisas do Espírito, Nossa vontade estará alinhada a vontade do Espírito Santo. Tudo está no coração, começando pelo pensamento, passando pelo sentimento e chegando à vontade. Que nosso “espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis” (I Ts 5.23). 

CONCLUSÃO

É muito significativo quando, no Novo Testamento, o Senhor nos ordena: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração” (Mc 12,30). E como se o Senhor estivesse faltando. ame ao Senhor com todo o seu pensamento, sentimento e vontade Que essas faculdades humanas estejam plenamente coerentes entre si para amá-lo, Quando isso acontecer, nossos pensamentos, alinhados com o Reino, ordenarão os nossos desejos que perpassarão a nossa vontade, manifestando-se em nosso comportamento, Assim, a sabedoria estará internalizada dentro de nós e o nosso coração estará protegido (Pv 4.23).

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

 

 

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