Trindade divina

“Qual a função específica das três Pessoas da Trindade?”.

Em tempos imemoriáveis, quando apenas existia o Deus Trino e Uno, as três Pessoas da Santíssima Trindade não tinham função específica. Com a criação do universo físico e espiritual e dos seres, e o aparecimento das coisas visíveis e invisíveis, o Pai, o Filho e o Espírito Santo passaram a se apresentar com funções específicas para distinguir a personalidade individual de cada um deles. Isso pode ser entendido pela mente natural.

Nesse caso, é evidente que a personalidade divina é expressa em atos pessoais e termos tais como “Eu” – o Filho (Jo 17.23); “Tu” – o Pai (Jo 17.18); e “Ele” – o Espírito Santo (Jo 16.8). Teologicamente, é quase que infinitamente impossível designar uma função específica para cada membro da divindade, visto que os três – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – são da mesma substância e iguais em essência, poder e glória, coexistindo interligados e inseparáveis em qualquer atitude e atos a Eles inerentes.

Aquilo que Deus é, Jesus e o Espírito Santo também são sem restrição alguma. O trabalho de Deus, do Filho e do Espírito Santo é cada qual, o trabalho de Deus. Porém, quando é necessário que cada Pessoa da divindade se apresente tendo função específica e individual, ocupando um lugar distinto em suas funções e atos, as Escrituras suavemente apontam para esta direção.

No pensamento cristão popular, divide-se a obra de Deus entre as três pessoas, dando uma tarefa específica a cada uma delas. Por exemplo: a Criação ao Pai, a Redenção ao Filho e a Regeneração ao Espírito Santo. Contudo, as Escrituras declaram que a obra da Criação é atribuída às três Pessoas.

Ela é atribuída ao Pai: “No princípio criou Deus os céus e a Terra”, Gn 1.1. Ela é atribuída ao Filho: “Porque é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele”, Cl 1.16. Ela também é atribuída ao Espírito Santo: “Pelo seu Espírito ornou os céus”, Jó 26.13; “Envias o teu Espírito e são criados, e assim renovas a face da Terra”, SI 104.30.

Assim, a Trindade Divina pode agir mutuamente no consentimento, separados na autoridade, distintos na individualidade e interligados na essência.

Postado por: Pb. Ademilson Braga