Adultos - CPAD
Sendo a igreja do Deus vivo
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 595 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 12 – 17 de setembro de 2023
TEXTO ÁUREO
“Grande é este mistério; digo-o , porém , a respeito de Cristo e da igreja”. (Ef 5.32)
VERDADE PRÁTICA
A Noiva de Cristo não pode ser mundana, pois ela é a guardiã da verdade revelada e suas vestes devem se manter imaculadas para as Bodas do Cordeiro.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Dn 4.2 5 ; At 17.24
Deus é um ser pessoal que intervém no curso da história
Terça-feira – Mt 5.13,14
Se a verdade for corrompida, deixamos de ser o sal da terra e a luz do mundo
Quarta-feira – Hb 13.12
A santificação da Igreja é um a obra do Calvário
Quinta-feira – Ap 19.7-9
A Igreja “ santa e imaculada” terá acesso às Bodas do Cordeiro
Sexta-feira – II Tm 4.2
Zelando, vivendo e propagando a mensagem bíblica com fidelidade
Sábado – Jd 1.3
Batalhando pela fé que foi entregue aos santos
LEITURA BÍBLICA
I Timóteo 3.14-16; Efésios 5.25-27,32
I Timóteo 3
14 – Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa,
15 – mas, se tardar; para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.
16 – E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória.
Efésios 5
25 – Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
26 – para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 – para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
32 – Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
INTRODUÇÃO
Os efeitos do mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser pautada pelos valores da fé cristã (II Tm 3.1-5). Infelizmente, ela não está imune a influências nocivas da sociedade (II Pe 2.1). Nesta oportunidade, vamos abordar a natureza da igreja, seu relacionamento com Cristo e as armas que impedem a mundanização da Igreja local. A proposta é chamar atenção para o papel da Igreja do Deus vivo, como coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15).
I – A NATUREZA DA IGREJA DO DEUS VIVO
- A casa do Deus vivo.Paulo orienta Timóteo a como “andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (I Tm 3.15a). A expressão “casa de Deus” foi emprestada do Antigo Testamento, onde o termo frequente é “casa do Senhor” (I Rs 3.1; I Cr 22.11). O uso original da expressão refere-se ao Templo, mas o complemento “que é a igreja do Deus vivo” inclui o conjunto de membros da igreja. O apóstolo ainda usa os vocábulos “domésticos da fé” (Gl 6.10); “família de Deus” (Ef 2.19); “corpo de Cristo” (I Co 12.27); e “templo de Deus” (I Co 3.16). A sentença “Deus vivo” enfatiza o verdadeiro Deus em contraste com os ídolos mortos (I Co 8.4; II Co 6.16; I Ts 1.9), fazendo alusão à doutrina bíblica de que Deus é um ser pessoal, distinto da Criação e que, ao mesmo tempo, se relaciona com a criatura, atuando na história humana (Dn 4.25; At 17.24).
- A coluna e firmeza da verdade. A Bíblia assegura que a Igreja do Deus vivo é “a coluna e firmeza da verdade” (I Tm 3.15b). Nessa metáfora, a Igreja é o fundamento que sustenta a verdade, ou seja, significa que foi instituída como guardiã da verdade por Deus revelada (II Tm 1.13,14). Essa verdade é o Evangelho de Cristo, as Boas-Novas de salvação e suas imutáveis doutrinas (Gl 2.5; Ef 1.13; Cl 1.5). Portanto, é responsabilidade da Igreja propagar, testemunhar e defender a verdade do Evangelho (Mt 28.20; Jo 18.37; Jd 1.3). Desse modo, no zelo pela verdade, os líderes da igreja devem ser irrepreensíveis e capazes de repudiar os falsos mestres e suas heresias (I Tm 3.1-13). Se a verdade do Evangelho for corrompida, então, a igreja deixa de ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14).
- O mistério da piedade.A verdade do Evangelho é personificada em Cristo (Jo 14.6). Nessa concepção, o apóstolo Paulo diz: “grande é o mistério da piedade” (I Tm 3.16a). Devemos, aqui, ter atenção para as palavras “mistério” e “piedade”. A primeira sinaliza que a verdade do Evangelho foi revelada aos santos (Cl 1.26); a segunda retrata a base do cristianismo que é a fé cristã. Na sequência, o apóstolo sintetiza tudo isso com a expressão “o mistério da piedade”, o Evangelho revelado, a fé cristã estabelecida no seguinte evento: Cristo “que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (I Tm 3.16). Assim, a Igreja é a fiel portadora dessa verdade (II Co 2.17).
II – CRISTO E O RELACIONAMENTO COM A IGREJA
- Santificação e pureza. Paulo ensina que Cristo morreu pela Igreja: “para que a santificasse, tendo a purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5.26-ARA). O texto mostra que, na regeneração, Cristo nos purifica do pecado (I Co 6.11; Tt 3.5) e que, no propósito do calvário, estava inclusa a nossa santificação (I Ts 4.16; Hb 13.12). A expressão “a lavagem da água” é usada de forma figurada, simboliza a Palavra de Deus que opera uma limpeza espiritual (Jo 15.3). Nesse sentido, Cristo orou: “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Ora, sabemos que a Santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se para a volta do Senhor (I Pe 1.15; Hb 12.14). Esse processo é contínuo até a glorificação final no dia de Cristo (Rm 6.22; 8.30; Fp 3.21).
- Gloriosa e irrepreensível. A santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mais santa e irrepreensível” (Ef 5.27). A Escritura compara a relação de Cristo com a Igreja, com a do marido com a esposa (II Co 11.2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial (Ap 21.2,9). Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo a santifica para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (II Ts 2.13). A ausência de “mácula” e de “ruga” significa sem mancha alguma de ordem moral ou espiritual. Vestida nesse grau de pureza, somente a igreja “santa e imaculada” terá acesso à ceia das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Acerca disso, Cristo advertiu não ser possível entrar nas bodas sem a devida veste nupcial (Mt 22.11-13).
III – AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO
- O zelo pela verdade.Enfatizamos que a verdade bíblica é absoluta e imutável (Lc 21.33; Jo 17.17), ou seja, o Evangelho de Cristo é a única verdade (Jo 14.6). Nesse caso, a igreja é a “fiel depositária” dessa verdade (I Tm 3.15). E, por isso, os salvos em Cristo são despenseiros da mensagem da redenção (I Pe 4.10). Para ilustrar essa responsabilidade, levemos em conta o uso que Jesus fez de símbolos que remontam à responsabilidade espiritual: “os dois servos” (Mt 24.45-51); “os talentos” (Mt 25.14-30); “o servo vigilante” (Lc 12.35-38); “o mordomo infiel” (Lc 16.1-13); e “as dez minas” (Lc 19.12-26). Todas essas parábolas trazem a imagem da responsabilidade que cada salvo deve ter enquanto espera o Senhor da Igreja voltar. Esse compromisso é inegociável, pois espera-se que o salvo cumpra o seu dever com irrestrita lealdade. Assim, a Igreja deve zelar pela verdade das Escrituras, viver e propagar a mensagem bíblica com fidelidade (II Tm 4.2).
- O ensino da verdade.Deus constituiu líderes para o aperfeiçoamento e edificação da Igreja (Ef 4.11,12). Portanto, o líder deve estar apto para ensinar (I Tm 3.2). Isso refere-se à capacidade de compreender as Escrituras, defender a ortodoxia e refutar as heresias (Tt 1.9). Desse modo, um líder vocacionado não cede ao liberalismo teológico, ecumenismo e sincretismo religioso (II Co 2.17; II Tm 4.3,4). Logo, a verdade bíblica deve ocupar a primazia na igreja (I Tm 4.13; II Tm 2.15). Não por acaso, na tese 54, Lutero ensinou que ofendemos a Palavra de Deus quando no sermão não há tempo para o estudo da Bíblia, ou seja, quando a exposição da Bíblia não é o cerne da pregação. Não ensinar as Escrituras, relativizar suas doutrinas ou fazer concessões ao pecado equivale fazer a igreja refém do mundanismo. Portanto, somente a verdade de Deus é capaz de libertar o pecador (Jo 8.32).
CONCLUSÃO
Diante dos ataques de desconstrução da fé, a Igreja do Deus vivo precisa ser vigilante (I Co 16.13). Ela é a guardiã da única verdade que liberta (Jo 8.36). A mensagem da cruz não pode ser ressignificada. Cristo morreu e ressuscitou por amor à Igreja e a requer santa, pura e irrepreensível (Ef 5.27). Portanto, a Noiva de Cristo não pode macular suas vestes. Seu papel abarca o ensino e a defesa com todo o zelo da integridade da verdade revelada (I Tm 4.16).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD