E.B.D
Quem segue a Cristo anda em fidelidade
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 84 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 07 – 14 de agosto de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” (II Tm 2.1)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Tg 4.8
Não tenha a mente dividida
Terça-feira – II Tm 1.7
Viva com coragem
Quarta-feira – I Co 9.24
Nossa carreira para a coroa eterna
Quinta-feira – Lc 9.23
A renúncia para quem quer seguir a Cristo
Sexta-feira – Pv 21.25
Não seja preguiçoso
Sábado – Mt 20.8
Nós somos mordomos do Rei
TEXTO BÍBLICO
II Timóteo 2.3-6
3 Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
4 Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
5 E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.
6 O Lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.
INTRODUÇÃO
Ao escrever sua última Carta para seu querido amigo, Timóteo, Paulo oferece uma série de orientações. Nesta lição, refletiremos a respeito da exigência da fidelidade como um dos pré-requisitos fundamentais de quem quer seguir a Jesus Cristo. Partindo de três metáforas importantes e recorrentes nas epístolas paulinas, o soldado, o atleta e o agricultor, aprenderemos sobre como vale a pena ser fiel a Cristo e aos valores do seu Reino.
I – FIEL COMO UM SOLDADO
1- Fidelidade como foco de vida. Oferecendo suas últimas orientações a seu amigo Timóteo, Paulo o incentiva a viver em fidelidade a Deus assim como um soldado alistado deve se dedicar exclusivamente às questões militares, Essa imagem era algo facilmente entendido naquele contexto histórico em que a participação militar era algo absolutamente natural. Nas sociedades daquela época, a vida social era o único universo existencial possível aos indivíduos e ir à guerra para lutar por sua terra e seus compatriotas era a coisa mais honrosa que alguém poderia fazer. Paulo então constrói uma analogia e diz a seu discípulo que, da mesma forma que um soldado não pode estar na guerra pensando em detalhes domésticos, como a colheita de uma plantação ou o ordenhar de um animal de sua fazenda, da mesma forma um cristão verdadeiro não pode ter a mente dividida (Tg 4.8), isto é, um coração instável (Tg 1.8).
É impossível servir a Deus e às forças do Inferno (Lc 16.13) Precisamos ser pessoas de vidas transformadas, por meio da operação do Espírito Santo em nossa mente como diz o apóstolo Paulo (Rm 12.1,2). Se na guerra todos os sentidos não estiverem cativos àquele ambiente, a derrota pode ser vexatória. É exatamente isso que o mesmo apóstolo diz, dessa vez escrevendo aos coríntios (I Co 14 8).
2- Fiel em meio aos sofrimentos. Ainda explorando essa figura do soldado, Paulo convida Timóteo a ser resiliente. A situação não era nada fácil: Paulo estava preso com forte expectativa de morte, o Império Romano massacrando os cristãos, falsos pregadores tentando desestabilizar a harmonia interna daquelas jovens igrejas. Diante desse quadro, a oração do velho apóstolo por seu amigo mais jovem é por fortalecimento (II Tm 2.1) e encorajamento. Ser fiel em tempos de bonança é algo muito fácil, até mesmo algo esperado, contudo, o desafio paulino lançado é para manter a integridade em tempos de adversidade (II Tm 2.3). Servir a Deus não é um convite a um passeio, mas uma convocação para uma guerra (Jo 16.33), na qual Ele mesmo, o Cristo, é o comandante na linha de frente dos exércitos celestiais.
3- Vivendo em fidelidade para agradar a Deus. A característica final da metáfora do soldado utilizada por Paulo, aponta para a finalidade da fidelidade exigida. Devemos ser sinceros diante de Deus, com o objetivo de agradar e honrar nosso Senhor. As guerras que lutamos são contra as estruturas do Inferno (Ef 6.12), e vencer o Maligno é nossa vocação como fiéis soldados de Cristo. Não devemos lutar por nossos próprios interesses ou em busca de honra própria, todas as nossas batalhas são a serviço do Mestre, para a glória dEle (I Co 10.33). Não somos dominados pelo medo e covardia (II Tm 1.7), ao contrário, a operação do Espírito Santo em nós nos impulsiona a viver de modo a glorificar ao Senhor em todos os momentos. Assim como os valentes do rei fizeram de tudo para agradar seu líder (II Sm 23.16), assim também devemos, cada um de nós, viver.
II – FIEL COMO UM ATLETA
1- Encarando a vida com a dedicação de um atleta. Trabalhando com outra imagem para tentar articular o conceito de Reino de Deus, Paulo compara a trajetória cristã como a vida de um atleta do mundo antigo (II Tm 2.5). É claro que ser atleta tem algumas características que permanecem a mesma independente do momento histórico, tais como: dedicação, abnegação, austeridade e seriedade. São qualidades como estas que inspiram o apóstolo a afirmar que devemos viver nossa vida espiritual num “patamar olímpico”. Utilizando a mesma imagem, ao escrever aos coríntios, o apóstolo nos lembra de que, diferente dos atletas terrenos, em nossa carreira todos poderemos ser coroados (I Co 9.24). Para alcançar tanto objetivos humanos quanto espirituais, devemos aprender a ter autocontrole (I Co 9.25), e por fim, tal qual o atleta que, a partir de uma consciência corporal estabelece seu próprio ritmo e objetivos (I Co 9.26), também devemos reconhecer que a vida é muito curta para perder tempo com inutilidades.
III – FIEL COMO UM AGRICULTOR
1- Vivendo no Reino com muito trabalho. Viver junto de Deus é maravilhoso, entretanto, isto não implica em uma vida de facilidades e despreocupações. Participar do Reino envolve muito trabalho e muitas responsabilidades, é claro que, para o preguiçoso, isso é péssimo, mas para quem deseja um compromisso sincero com o Altíssimo sempre será um enorme privilégio. Jesus é nosso padrão, assim como Ele se dedicou de modo irrestrito à sua missão (Jo 517), também devemos nos lançar em um esforço pessoal para cumprir as ordenanças do Mestre. A exortação de Provérbios 6.6 nunca foi tão atual como em nossos dias. Hoje testemunhamos muitas pessoas buscarem um “cristianismo descartável”. Gente que se reconhece como consumidor de um produto e que exige tratamento de primeira classe na igreja local. Estas mesmas pessoas são incapazes de servir ao próximo, nunca cooperam de forma direta onde congregam e acreditam que podem pagar para que outros trabalhem por eles. É urgente uma mudança de paradigma e uma transformação que lembre a todos de que nada mais somos do que escravos, servos, empregados e mordomos do Cristo (Mt 20.8).
2- O árduo trabalho no Reino de Deus. A metáfora do agricultor, a qual é amplamente utilizada nas Escrituras, ao se referir às nossas interações com o Reino, lembra-nos de que uma das maiores dificuldades para viver uma vida cristã sadia é conformar-se à Lógica da fé. Não há nada mais desafiador do que um plantio. O agricultor lança pequenas sementes em terra seca, as enterra antes que qualquer chuva caia, trabalha de modo dedicado agarrado na confiança de que aquilo que for necessário para sua plantação crescer, acontecerá. Tal qual um semeador de sonhos e futuros, devemos viver em completa entrega nas mãos do Senhor, sempre confiando que Ele fará o melhor para nossas vidas (Tg 5.7.8). Numa sociedade materialista como a nossa, sugerir que as pessoas vivam pela fé é um grande desafio. Contudo, não existe outra recomendação que possamos fazer àqueles que sonham com outra sociedade. Se quisermos colher um futuro diferente, o tempo de plantar é agora, afinal de contas esta é a categoria temporal na qual podemos fazer alguma coisa, já que passado e futuro estão para aquém e para além do nosso alcance.
3- Sempre haverá uma recompensa pela dedicação ao Reino. Paulo termina o uso da imagem do lavrador enunciando um dos valores de justiça do Reino: Deus, em seu amor e justiça, jamais permitirá que fiquemos sem o devido prêmio por nossas ações. Mesmo sabendo que não merecemos nada, Ele nos ama, e generosamente nos abençoa. Você não deve ser interesseiro, trabalhar para o Reino apenas ambicionando um prêmio. Todavia o Altíssimo nos presenteia, após cada missão, com dádivas celestiais, Alegre-se por isso, desde já, pois Ele é amoroso e cheio de compaixão.
CONCLUSÃO
A grandeza e a complexidade do Reino exigem uma correspondência à altura daqueles que se propõem a servi-lo. O foco de um soldado na guerra, a honradez de um atleta coroado e o merecimento de um dedicado agricultor, são acessíveis imagens que nos lembram dos valores do Reino.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD