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Quem, quando e como ungir
“Qualquer irmão pode ungir? Pode-se ungir objetos ou qualquer parte do corpo? Deve-se beber o óleo, ao invés de ser ungido?”
Antigamente, o azeite era aplicado depois do banho (Rt 3.3 e Ez 16.9), nas feridas (Lc 10.34), nos cadáveres após a lavagem do corpo (Mc 16.1), nos cativos libertos (Lc 28.15), na cabeça (SI 23.5) e nos pés (Lc 7.38).
No Antigo Testamento, além dos propósitos descritos, a unção adquiriu uma relevância distintivamente religiosa. Ungir com óleo separava determinadas pessoas e objetos, dedicando-os ao serviço divino. Havia na legislação (Ex 30.22-33 e 40.10-11) óleos que eram usados para dedicar o tabernáculo, seus móveis e seus vasos, assim como os membros da classe sacerdotal de Levi que deviam ali servir. Eventualmente há menções à unção dos profetas ( I Rs 19.6 e SI 105.15), porém o maior número diz respeito à unção dos reis ( lSm 10.1; 16.13 ). Até os utensílios de guerra passavam por consagração (IISm 1.21 e Is 21.5).
Na história da Igreja, era de se esperar que um tão grande número de referências à unção nas Escrituras exercesse um impacto sobre os cristãos ao longo de sua existência.
As igrejas protestantes reconhecem a unção exclusivamente com respeito à cura física. Outros segmentos mais recentes, compostos pelos neopentecostais, têm procurado difundir a ampla e irrestrita utilização de procedimentos apresentados no Antigo Testamento, ungindo a tudo e a todos, sob o pretexto de transmissão de virtudes espirituais.
Esse processo de mistificação do cristianismo afasta-nos da base de que “Cristo é suficiente e bastante” para tudo que necessitamos. Paulo exortou aos colossenses acerca dos perigos tanto da filosofia, do dogmatismo e do lagalismo, quanto do misticismo (Cl l e 2).
Conforme Amos 6.6 a corrupção generalizada distorceu a intenção original da unção, fazendo crer que mais importante do que a vida interior era a repetição do ritual com o óleo mais excelente. E é exatamente aí que reside o perigo da substituição da espiritualidade dinâmica e transformadora pelo ritualismo repetitivo e sem vida.
A supervalorização de rituais serve apenas aos interesses de quem quer manipular o fiel para multiplicar os resultados da instituição que o impõe. A realidade é que nestes rituais não há qualquer possibilidade de elevação de alma em busca do sagrado.
Em Tiago 5.14-16, o apóstolo orienta sobre a doença física e instrui sobre o direito do fiel em receber a oração, seguida de unção efetuada pelo presbítero, e demonstra que a ênfase recai sobre a oração motivada pela fé, fazendo-nos compreender que a unção aqui pode possuir um caráter estimulante desta fé, não possuindo o azeite em si mesmo qualquer graça espiritual ou “mágica” para operar a cura. Também deixou claro que há enfermidades que não se afastam senão após confissão de pecados. Mas, por outro lado, reconhece que nem sempre a enfermidade é de raiz pecaminosa, conforme indica a expressão “se houver cometido pecados” do verso 15.
E imperativo salvaguardar a espiritualidade desprovida de artifícios que encantam e impressionam os sentidos físicos, pelo tato, visão e até paladar (procedimentos em que o azeite é ingerido e outras aberrações), mas não afetam a vida espiritual.
A ênfase por rituais de unção indiscriminada, além do preceituado em Tiago, atende a interesses de retornar ao período pré-reformado da Igreja, lançando-a na obscuridade advinda da ignorância dos fieis e da volúpia de dirigentes. As ADs, segundo a Bíblia, continuam recomendando: unção apenas pelos enfermos, sobre a testa e não no local da doença, seguida da oração da fé, para restauração da saúde física; e unção realizada apenas pelos condutores espirituais do rebanho de Deus, ou seus presbíteros e pastores-auxiliares, quando autorizados.
Postado por: Pb. Ademilson Braga
heraldo
16 de abril de 2016 at 15:11
gostaria de saber se uma pessoa pode ungir ele msm sendo ele evangelico se ele tem chamado de Deus em sua vida e que aigreja aonde ele congrega munca o separa ele pra a obra de Deus e ainda segura ele dentro da igreja pra que ele nao evangeliza as pessoas. se ele tem chamado e ja foi confinado ele pode abrir seu proprio ministerio ainda nao sendo ungido.