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Pecados da mocidade

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A transferência da nossa responsabilidade, quanto a algumas atitudes que tomamos, a outras pessoas, não passa de uma fuga ao reconhecimento de que Deus nos fez capazes de querer e recusar, dizer sim e dizer não.

Houve um tempo em que Davi se achou em grande con­fusão. Parecia-lhe não mais compreender os caminhos do Senhor. Já não conhecia suas veredas. Então ele fez uma meditação e encontrou a cau­sa de tantos conflitos emocio­nais. Verificou a existência de resquícios pecaminosos oriundos de sua juventude e que não foram totalmente confessados, perdoados e apagados. E achava mesmo que essas atitudes longínquas afloravam diante de Deus como dívidas a saldar. “Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande”, SI 25.11.

Ele podia lembrar-se das suas façanhas menos puras e de seus hábitos menos sadios, de suas palavras incorretas e suas atitudes não apropria­das. Viveu com essa moléstia espiritual durante toda sua vida, porque ninguém lhe pe­dira conta dos seus atos. Seus guias espirituais talvez fos­sem maleáveis e não lhe impusessem uma correção digna daqueles a quem Deus procu­ra. Quem sabe teria ele muito a confessar, quando o profeta o escolhera para reinar e não o fizera devido às circunstâncias da época, do local, da si­tuação. Com isso o tempo foi passando e ele até se esqueceu de suas desobediências. Agora, entretanto, elas se lhe afloravam e causavam dissa­bor. Noites inteiras, insone, meditando, sofrendo, dese­jando o perdão, desejando confessar. Seus ossos “secan­do como em sequidão de es­tio”.

Os jovens, em todo tempo, atribuem suas façanhas re­preensíveis à faixa etária que atravessam, procurando exi­mir-se com a desculpa de que não passam de “coisas da mo­cidade”. Pelo clamor do rei Davi. na sua idade avançada podemos notar que essas coi­sas da mocidade acompa­nham o homem durante sua vida, causando-lhe, quando menos espera, uma angústia desmedida, pela lembrança do mal que, embora pratica­do há muitos anos, não aban­dona sua mente, seu coração e sua vida.

Os noticiários estão reple­tos de casos de roubos, assal­tos e assassinatos cometidos por jovens e crianças, o que nos faz pensar de que modo adquiriram armas e adestra­mento para cometerem tais aventuras perigosas e isso, por vezes, com sucesso abso­luto. O número de mocinhas entregues à devassidão e dos homossexuais de tenra idade que infestam cidades intei­ras, transforma-se numa agravante insofismável para a juventude. Os vícios de maior e menor porte, como cigarros, bebida e tóxico, abrangem enorme agrupa­mento de crianças e jovens numa nefasta promissão de grandes infortúnios.

As nossas igrejas encon­tram certa dificuldade em convencer aos jovens crentes, cuja índole não foi totalmente convertida, de que algumas de suas atitudes muito se parecem com a desses desbragados, desenfreados e indomá­veis e que a vida para Deus requer um esforço maior pela pureza e pela santidade, e que eles – e somente eles, pela oração e autodeterminação, podem livrar-se dos maus costumes que o mundo, pela influência do diabo, procura manter em suas vidas. Inclu­sive com a desculpa de que “são coisas da mocidade”.

Convencionou-se ainda, atribuir esses desregramentos à pressão econômica e à atua­ção da sociedade, como se por influência do meio, estivesse alguém obrigado a cometer, desatinos. Mas a Primeira Ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher declarou que “é preciso exorcizar a idéia de que se fazemos algo errado, não é nossa culpa, mas da sociedade que nos cer­ca”. Isso quer dizer que nin­guém está obrigado a repetir os atos maus dos outros, nem a cair no mesmo buraco onde tantos pereceram. Todos nós fomos dotados de uma lógica pessoal, o bom senso, que nos faz reconhecer quando esta­mos no bom ou no mau cami­nho. Esse reconhecimento é o primeiro passo para evitarmos os erros alheios. Embora a super-propaganda do mal lhe dê um caráter de potência acima de nossas forças para vencê-Io, todavia a responsa­bilidade moral de nossos atos não pode ser atribuída a ou­tra pessoa.

A Bíblia está repleta de homens que viveram em eras críticas, quando grassava a mais horripilante impiedade e que, entretanto, conserva­ram incólumes seu caráter e sua conduta. Enoque, Noé, Daniel são exemplos muito conhecidos de moral ilibada, de comportamento austero “no meio de uma geração corrompida”. Jó alcançou testemunho de Deus e Natanael ouviu de Jesus a maior declaração de sua integrida­de. O crente que se coloca à disposição do Evangelho de Jesus Cristo terá força para reprimir as forças exteriores.

Alguns jovens crentes são dominados por ninharias mundanas que nem os incré­dulos dão muito valor, como deixar crescer o cabelo, fre­qüentar praias e jogar futebol, quando deveriam estar no serviço ativo da evangeli­zação. Outros trazem para a igreja as indumentárias há muito abandonadas pelos “artistas” que lhes deram origem e os ritmos que a própria música popular já aboliu. E afirmam que isto é uma con­tingência da época, à qual não se podem furtar.

Mas a nossa opinião é de que o jovem pode vencer. João na sua primeira carta acredita que há, como sempre houve em todas as épocas e em todos os lugares, jovens que são fortes porque têm ne­les a Palavra de Deus e vence­ram o maligno. Temos visto entre a nossa mocidade, rapa­zes e moças que vivem isentos do pecado, isentos do munda­nismo, isentos da corrupção. Nobres, operosos, fervorosos. Se há outros que persistem em palmilhar o caminho da desobediência aos ditames da Escritura, transformando a igreja numa sucursal do mun­do, não é que não possam vencer o mal. É porque prefe­rem ser vencidos por ele. E serão, no dizer de São Paulo, inescusáveis.

 

Extraído

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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