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Paulo responde questões a respeito do casamento

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 23– 2º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 11– 13 de junho de 2021

TEXTO DO DIA

“Mas, se não pode conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (I Co 7.9).

AGENDA DE LEITURA

Segunda-feira – Gn 2.24

Deixar pai e mãe

Terça-feira – Mt 19.6

O homem não deve separar o que Deus uniu

Quarta-feira – Mt 19.9

Jesus fala a respeito das condições do divórcio

Quinta-feira – Mt 19.11-12

Nem todos receberam o dom do celibato

Sexta-feira – Rm 7.1-3

Morto marido, a mulher está livre para se casar novamente

Sábado – Hb 13.4

Venerado seja o matrimônio

SINTESE

O casamento deve ser no Senhor, bem planejado e realizado de forma segura para amenizar as dificuldades de uma vida a dois.

TEXTO BÍBLICO

I Coríntios 7.1-14

1 Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher.

2 Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.

3 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.

4 A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.

5 Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.

6 Digo, porém, isso como que por permissão e não por mandamento.

7 Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra.

8 Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu.

9 Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.

10 Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.

11 Se. porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

12 Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.

13 E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.

14 Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos seriam imundos; mas, agora, são santos.

INTRODUÇÃO

Os membros da igreja em Corinto tinham muitas dúvidas a respeito de várias coisas, inclusive a respeito do casamento e da castidade. Graças ao questionamento deles, nós temos registrados no Cânon Bíblico várias orientações sobre o assunto. Paulo recomenda o casamento como um projeto de Deus e algo bom. Entretanto, ele inclui algumas regras para que o matrimônio seja benéfico para vida espiritual do casal e das famílias envolvidas.

I – O CASAMENTO É BOM

1. O relacionamento sexual é para o casamento heterossexual e monogâmico (v.1). A igreja em Corinto havia se tornado uma das maiores daquela região e os padrões morais dos novos convertidos eram bem diferentes do estilo de vida das outras pessoas que moravam na cidade. Por isso, surgem algumas dúvidas acerca do casamento que precisavam ser esclarecidas pelo apóstolo, o que ele fazia por meio das cartas. Naquele tempo surgiram na igreja ensinamentos com tendências gnósticas, que consideravam o corpo mau e o espírito bom. Tal pensamento provocava dois tipos de comportamento:

a) Fazer o que bem entender com o próprio corpo, uma vez que a crença era de que o espírito não seria afetado;

b) Mortificar os desejos do corpo, uma vez que a crença era de que o corpo era matéria má. Portanto, os dois extremos eram ruins. Paulo estava respondendo a um questionamento da igreja em relação ao segundo comportamento: O cristão pode se abster do relacionamento sexual no casamento?

2. Paulo recomenda o casamento (vv. 2, 6-9). Ele afirma que “bom seria que o homem não tocasse em mulher”. Ele defende tal ideia, pois a Igreja do Senhor estava no início e havia urgência na pregação do Evangelho, o que muitas vezes exigia uma dedicação exclusiva. No entanto, ele pondera de uma forma mais ampla e complementa a sua resposta: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”. A promiscuidade em Corinto era tão intensa que só o fato de uma moça se identificar como moradora da cidade já seria motivo para considerá-la prostituta.

O apóstolo cita a prostituição na cidade como um perigo para os que queriam ficar solteiros e para os casais que estavam se abstendo do relacionamento sexual. Ele reconhecia que poucas pessoas teriam disposição necessária para manter inativa sua capacidade sexual. Então, Paulo recomenda o casamento e o relacionamento sexual dos cônjuges visando à procriação e o prazer de ambos.

3. A prática da abstinência sexual e do celibato é para solteiros. Alguns membros da igreja, incluindo os casados, começaram a utilizar a abstinência sexual como forma de controle dos desejos sexuais. Isso se tornou um grande problema, pois não se imagina um casamento em que um dos cônjuges vê o relacionamento sexual como algo desprezível, enquanto o outro o vê como algo essencial e necessário.

Paulo responde aos questionamentos afirmando que tanto o casamento como o celibato eram opções legítimas para o cristão. O celibato deve ser visto como o dom divino, mas para os que querem permanecer solteiros ou viúvos. A decisão deveria ser consciente e ter por base a paz e a obediência a Deus. Quanto aos casados, ele adverte contra os sacrifícios tolos, que não agregam nada à vida espiritual, baseados em crenças humanas e contrárias ao Evangelho.

II – A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. O ideal original do casamento (v.10,11). O ideal é que o casal se una, constitua uma família e seja feliz para sempre (Gn 2.24; Mt 19.6). Paulo é categórico ao afirmar: “Aos casados, mando”. Ele apresenta o casamento cristão como um contrato indissolúvel. Nos Evangelhos, Jesus trata sobre a dissolução do casamento por causa de prostituição com o uma exceção (Mt 19.3-10). Nosso Senhor abordou o assunto quando questionado pelos fariseus adeptos das ideias da escola do rabino Hilel, que defendiam o direito de o marido dar carta de divórcio por qualquer motivo.

Ao ser questionado sobre essa liberalidade, Jesus afirma que ela surgiu devido à dureza do coração do homem. Era uma forma de proteção, pois se repudiada pelo marido, a mulher não poderia mais se casar e, assim, ficaria exposta à miséria e à prostituição. Já aos coríntios, Paulo falava para um público onde a prostituição era aceita pela maioria.

2. Casamento com descrente antes da conversão (vv.12-16). A exceção de Paulo para o divórcio é no caso em que apenas um dos cônjuges se converte ao cristianismo, o que não era comum entre os judeus e os costumes greco-romanos, onde se supunha que a família (casa) tivesse religião única. No entanto, mesmo na exceção existia regra a ser seguida, ou seja, isso seria possível somente se o casal não conseguisse viver pacificamente sua diversidade religiosa. Paulo orienta ao cônjuge cristão a preservação do casamento, caso o cônjuge não cristão concorde com sua decisão por Cristo (vv.12-14).

No sentido inverso do judaísmo, que defendia que a impureza manchava as coisas puras, o apóstolo defende que o cônjuge cristão santifica o cônjuge não cristão. Todavia, ele aconselha o divórcio caso o descrente queira se separar (vv.15,16; 27, 28, 39).

3. O divórcio não faz parte do plano original de Deus. Os coríntios precisavam de instruções específicas a respeito do casamento e do divórcio, pois estavam vivendo em uma sociedade de padrões morais contrários às Escrituras Sagradas. Jesus deixou bem claro que no plano original de Deus para a família não havia espaço para o divórcio. Ele mostrou que o divórcio foi permitido devido à dureza do coração dos homens: “I…] Pela dureza do vosso coração vos deixou ele escrito esse mandamento […]” (Mc 10.5). Paulo era um homem de Deus, um apóstolo que conhecia bem os ensinos do Mestre, por isso advertiu aos coríntios quanto à permanência no casamento afirmando que: “Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher” (7.27).

III – O CASAMENTO NÃO DEVE SER USADO COMO FUGA

1. O casamento não pode ser usado como fuga para a solidão. O casamento não é garantia de ausência de solidão. Existem casais aparentemente “bem casados” e que um dos cônjuges ou os dois vivem solitários. Para a felicidade do casal deve existir boa intimidade emocional entre eles. Os solteiros e viúvos devem ter isso em mente ao planejar um casamento. Há pessoas que se sentem solitárias em sua família e criam expectativas de resolver esse problema com o casamento.

Ela corre o risco de apenas reproduzir o ambiente de convivência atual. Por isso, durante o namoro e o noivado o crente deve ter certeza de que a outra pessoa é capaz de ampará-lo em todos os momentos que precisar. Para um relacionamento permanente é necessário se sentir seguro de que haverá possibilidades de um bom diálogo nos momentos de maior fragilidade. A indiferença é o pior dos comportamentos para um casal.

2. O casamento não pode ser usado como fuga da tentação sexual. Quando Paulo afirma que “por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada um a tenha o seu próprio marido” (v.2) e diz aos solteiros e as viúvas “se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (v.9), ele não diz displicentemente. O casamento não é uma decisão a ser tomada de qualquer maneira, e a escolha deve ser bem feita e o momento deve ser bem adequado. Os jovens e os viúvos devem tomar a decisão pelo casamento somente após ter segurança de que é a melhor decisão a ser tomada e não por ter dificuldades com a tentação sexual. O casamento é para ser feliz e fazer o outro feliz. O casamento também não é garantia de plena satisfação sexual. Por isso, a recomendação de Paulo em I Coríntios 7.3-5, dentre outras. Dependendo da situação, Paulo afirma que é melhor ficar solteiro celibatário.

3. O casamento não pode ser usado como fuga das dificuldades da vida. A vida tem suas dificuldades, angústias e sofrimentos e varia de pessoa para pessoa (Jo 16.33). Algumas pessoas vêem no casamento uma oportunidade de fugir de alguns desses problemas. Todavia, essa não é a melhor forma de entrar em um casamento. As pesquisas a respeito dos motivos na escolha do cônjuge apontam dentre as principais motivações a transgeracionalidade, a busca por similaridades ou por complementaridades. Por transgeracionalidade nos referimos aos modelos aprendidos na família de origem e no ambiente sociocultural. Por busca de similaridades, as características pessoais na pessoa escolhida no sentido de reforçar suas imagens.

Por busca de complementaridade, o que se pretende é a satisfação com­pleta de sua necessidade, uma projeção no parceiro de determinados aspectos com deficiência na própria personalidade. De forma geral, essas motivações não são excludentes e as pessoas priorizam as características que lhe são mais importantes. Para o cristão, os princípios gerados a partir do Evangelho devem ser priorizados e ajustados às principais motivações.

CONCLUSÃO

Na lição de hoje ficou evidente que o casamento é bom e abençoado por Deus, e que o celibato é somente para as pessoas que têm o dom de permanecer neste estado. O princípio original do casamento é pela adoração até que a morte separa os cônjuges, todavia, devido a dureza do coração muitos casais não chegam até o final juntos. Por isso o casamento não pode ser usado para fugir da Solidão, da Tentação sexual ou das dificuldades da vida, ele deve ser bem planejado e deve ser feito segundo a vontade do Senhor.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

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