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Partidarismo na Igreja

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UMA IGREJA, QUATRO PARTIDOS (I CO 1.10-12)

Antes de exortar pastoralmente a igreja de Corinto, Paulo, com sabedoria, reconheceu e destacou as bênçãos divinas sobre aqueles irmãos e o que havia de bom entre eles: 1) Eram “santifica­dos em Cristo” (v.2); 2) Chamados “santos” (v.2); 3) Alvos “da graça de Deus” (v.4); 4) Enriquecidos espiritualmente na palavra e no conhecimento (v.5); 5) Tinham to­dos os dons espirituais concedidos pela graça de Deus (v.7); 6) Tinham a certeza da volta de Cristo (v.7).

O partido de Paulo: “Eu sou de Paulo” (v.12). O após­tolo foi o fundador da igreja em Corinto (At 18.8-11). Esse partido, composto principalmente por gentios, era o grupo dos “funda­dores”. Este grupo era formado pelos que se converteram através da pregação de Paulo, o “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13). Paulo jamais incentivou qualquer di­visão, pelo contrário, ensinava os crentes a amarem a todos, e a respeitarem a consciência dos mais fracos (I Co 8.10-13).
O partido de Apolo: “Eu sou de Apolo” (v. 12). Apolo era um servo de Deus, “eloquente e poderoso nas Escrituras” (At 18.24-28). Ele ministrou na cidade de Corinto depois da partida de Paulo para a Síria (At 18.18; 19.1). Era natural de Alexandria, Egito, um eficaz expositor das Sagradas Escrituras, e um fluente orador (At 18.28). O “grupo de Apolo” era formado pelos crentes elitistas, intelectuais, filósofos e sábios de Corinto (I Co 1.20­-23; 2.1-6; 3.18,19). Embora um partido se formasse em torno de seu nome, Apolo não apoiava qualquer facção na igreja local. Quando Paulo insiste para que ele vá a Corinto, Apolo não se apressa em atender aquela igreja, talvez com receio que sua presença estimulasse ainda mais as divisões (I Co 16.12).

O partido de Cefas: “Eu sou de Cefas” (v.12). Cefas era o nome de Pedro no aramaico (Jo 1.42). Não há qualquer registro de que este apóstolo tenha ido a Corinto, mas seu renome como um dos três discípulos mais chegados a Cristo (Mt 17.1; Mc 5.37), e “apóstolo dos judeus” (Gl 2.7,8) era conhecido por todos os cristãos. O “partido de Cefas”, o qual deu muito trabalho a Paulo, era composto por judeus legalistas. É possível que esses judeus tenham se convertido em Jerusalém, através da pregação do apóstolo Pedro, no dia de Pentecostes, e depois, formado na igreja local um grupo a favor da liderança deste apóstolo.

O partido de Cristo: “E eu de Cristo” (v.12). Este gru­po da igreja era exclusivista. Ele se considerava o único partido legítimo. Não se submetia a ne­nhum pastor humano. Só Cristo servia. Era, sem dúvida, o mais nocivo dos divididos. Contudo, essas facções estavam cometendo um grave pecado contra a unidade do Corpo de Cristo, a Igreja. Os de Paulo, liberais na doutrina e nos costumes cristãos, achavam que podiam exercer a liberdade em Cristo acima da lei do amor (I Co 13) – seu pecado era a libertinagem. Os de Cefas, lega­listas, erravam ao unir a lei com a graça (Jo 1.17; Rm 10.4; CI 2.14) – seu pecado era unir duas alianças distintas. Os de Apolo, intelectuais, com seu racionalis­mo filosófico, acreditavam que a lógica e a razão humanas eram tudo o que precisavam para en­tender as coisas do Espírito – seu pecado era aceitar as escolas de pensamento humano em vez do Espírito. Os de Cristo, exclusivis­tas, por causa do seu orgulho, carnal idade e imaturidade crôni­ca, não se submetiam a nenhuma liderança pastoral – seu pecado era a insubordinação. Esses mesmos pecados ainda hoje continuam a estragar e corromper os crentes e suas respectivas congregações: libertinagem, legalismo, exclusivismo, dependência da sabedoria e capacidade humanas. 

A igreja de Corínto estava dividida em quatro partidos: os de Paulo, os de Apolo, os de Pedro e os de Cristo. Por conseguinte, os liberais, os intelectuais, os lega­listas e os exclusivistas.

A IGREJA E A DIVERSIDADE DE SEUS MINISTÉRIOS (I CO 3.1-10)

Nossos ministérios ou servi­ços para Deus, na sua obra, devem ser interagentes e completivos; não rivais. Nesta passagem vere­mos, em resumo, alguns desses obreiros e seus ministérios.

Obreiro plantador de semente da Palavra (vv.6-8). Ele lida com a semente da Palavra de Deus (Lc 8.11), e ao mesmo tempo com os diferentes tipos de terrenos, que são os corações. humanos (Mt 13.1-8). Há sementes parecidas, mas não são do celeiro do Senhor.

Obreiro regador da planta (vv.6-8). Este cuida da plantinha com desvelo; água, adu­bo, limpeza, poda, higidez. Muitas plantas não vingam, nem crescem porque não houve regador.

O obreiro cooperador com os demais (v.9). Não se trata aqui de um mero ajudante ou auxiliar; mas de alguém devidamente capacitado e experiente, que trabalha com seus pares unin­do forças para maior rendimento do trabalho comum.

Obreiro edificador (v.l0). Edificar não é exatamen­te o mesmo que construir. No sentido estrito da palavra, edi­ficar é esmerar-se nos mínimos detalhes da obra. Nos materiais: referência, qualidade, procedên­cia, durabilidade, resistência. Na mão de obra: perícia, especiali­zação, prática. Na planta: exame, precisão, aprovação. Sempre que a Bíblia fala da Igreja do Senhor e de seus membros, o termo empregado é edificar e não sim­plesmente construir. Construir para exibir volume de trabalho é fácil, rápido e barato; edificar em qualquer sentido custa muito. As igrejas novas que de um dia para outro se agigantam, geralmente são simples construções, tem­porárias e aparentes. Edificação também tem a ver com acaba­mento, que é caro e demorado. A Palavra adverte: “Veja cada um como edifica” (v. 10).

Obreiro destruidor (v. 17). O texto refere-se espe­cificamente àquele que destrói o templo do seu corpo (que pertence ao Senhor), com fumo, bebida, drogas, glutonaria, trabalho sem descanso, sexo ilícito, etc. Todavia, a referência-geral à diversidade de trabalhadores na causa do Senhor perpassa todo o capítulo 3. Outras passagens que também tratam deste assunto são: Mt 9.37,38 (obreiro ceifador), e Jo 15.2 (o obreiro podador).

Um alerta profético (vv.12-15). O fundamento da Igreja é nosso Senhor Jesus Cristo (v. 11 ; Mt 16.18; 1 Pe 2.6). Contudo, Paulo, “como sábio arquiteto”, pôs o “fundamento”, mas outro “edifica sobre ele” (v. 10). De que forma pôs o fundamento? Pela inspiração divina ele continua­mente pregava e ensinava a Cristo, crucificado e ressurreto, como o perfeito e suficiente Salvador da humanidade. Sobre a edificação da Igreja e seu fundamento inabalável que é Cristo, o apóstolo do Senhor alerta: “Veja cada um como edifica sobre ele” (v. 10). Esta admoesta­ção é de caráter profético: “o Dia a declarará” (v. 13). Paulo refere-se à reunião dos santos no Tribunal de Cristo, que galardoará cada um “segundo o seu trabalho” (vv.8,14).
As obras reprovadas pelo justo Juiz não resistirão ao jul­gamento divino representado pelo fogo: madeira, feno, palha; enquanto as aprovadas resistirão ao juízo celestial: ouro, prata e pedras preciosas (v. 12). “Se a obra de alguém se queimar, so­frerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (v. 15). Entra hoje no trabalho do Senhor! O Senhor precisa de ti! Se tu não entrares, alguém fará teu trabalho, mas não como tu farias, por isso somos diferentes uns dos outros. “Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5; Êx 25.40).
CONCLUSÃO
O partidarismo divisionista na igreja enfraquece e combate a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3). Cada crente tem a sua parte na preservação da comunhão e da unidade cristãs. A vontade do Senhor Jesus é que, todos, sem exceção, cheguem à perfeição desta dádiva celeste.

 

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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