E.B.D
Para que creiais que Jesus é o filho de Deus
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 64 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 13 – 27 de março de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20.31)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Jo 20 .1-10
A ressurreição
Terça-feira – Jo 20.11-19
Jesus aparece a Maria Madalena
Quarta-feira – Lc 24 27-32
No caminho de Emaús
Quinta-feira – Jo 20.19-23
Jesus aparece aos onze
Sexta-feira – Jo 20.24,25
A incredulidade de Tomé
Sábado – Jo 20.29
Bem-aventurados os que não viram e creram
TEXTO BÍBLICO
João 20.26-31
26 E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!
27 Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
28 Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu. e Deus meu!
29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!
30 Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.
31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
INTRODUÇÃO
Hoje faremos a conclusão de nosso tema baseado no Evangelho de João, enfocando sua importância para a desconstrução das heresias e a solidificação da fé no Filho de Deus
I – A INCREDULIDADE DE TOMÉ
1- A exigência de evidências. O texto de João que nos apresenta o propósito de seu Evangelho começa com a narrativa da aparição de Jesus aos discípulos e a incredulidade de Tomé. Este queria provas cabais da ressurreição do Mestre, rejeitando o testemunho daqueles que já haviam estado com Ele (Jo 20.25). Não será por evidências ou argumentos filosóficos que as pessoas serão salvas, mas pela pregação do Evangelho no poder do Espírito Santo, único que pode nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-10).
2- A rejeição do testemunho. A reação de Tomé foi muito incisiva, rejeitando o testemunho dado pelos demais discípulos, que, jubilosos, lhe anunciaram terem visto o Senhor. Além de considerar insuficiente o testemunho de seus irmãos, a expressão de Tomé demonstra verdadeira resistência à narrativa que lhe foi apresentada, pois considerava ser necessário não apenas ver Jesus, mas examinarem detalhes o seu corpo (Jo 20.25). Imagine se para crer na ressurreição fosse necessário todo esse processo? A dureza do coração humano somente pode ser rompida pela ação poderosa do Espírito Santo. Apesar da exigência de Tomé ter sido incomum em relação aos demais discípulos, fato é que nenhum deles creu na ressurreição antes de ter visto Jesus, mesmo o vendo alguns duvidaram (Mt 28.16,17). Somente a revelação de Jesus, o Cristo Ressurreto, abrindo-lhes as Escrituras, pode romper o véu da incredulidade, fazendo com que os discípulos cressem na ressurreição. Isso fez Ele falando aos que iam para Emaús (Lc 24.27-32) e aos onze, quando lhes apareceu (Lc 24.44-48)
3- No poder do Espírito. Como vimos, nenhuma narrativa de encontro com o Jesus ressuscitado produziu, por si só, fé no coração dos que a ouviram, pois todos apresentaram a exigência de vê-lo, como ocorreu com os próprios discípulos que andaram todo o tempo com o Mestre. O entendimento de todos estava obscurecido e não poderia ser aberto á fé sem a operação de uma revelação sobrenatural. Como subiria para o Pai e a mensagem da ressurreição precisaria ser pregada pelos discípulos, Jesus os advertiu para que ficassem em Jerusalém, até que do alto recebessem poder para testemunhar (Lc 24,49), Como os discípulos não criam neles mesmos, ou seja, no testemunho de uns para os outros, quem mais creria se testemunhasse sem o poder do Espírito Santo? É por isso que Jesus lhes ordenou que ficassem em Jerusalém, para receberem a virtude celestial, que lhes capacitaria a testemunhar não apenas em Jerusalém, mas em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).
II – INCREDULIDADE E HERESIAS
1- Nos dias de João. A incredulidade é um solo fértil para o surgimento de heresias. Quando não se obtém, pela fé, o entendimento das verdades espirituais, buscam-se explicações espúrias, no afã de negar e atacar a verdade cuja revelação não foi alcançada. Já nas primeiras décadas da Igreja Primitiva surgiram diversas heresias que visavam perturbar a fé cristã. Os apóstolos se puseram a refutar esses falsos ensinos, como lemos principalmente nos escritos de Paulo e de João (I Tm 4.1-5; I Jo 4.1-13). Nos dias do apostolado de João em Éfeso, entre três e quatro décadas após os sinóticos, surgiu a necessidade de combater um movimento herético altamente pernicioso, que começava a florescer e que iria causar muitos males à fé cristã, especialmente até o quarto século: o gnosticismo.
2- O que é gnosticismo? Os gnósticos interpretavam as Escrituras sob forte influência da filosofia, além de distorcer a Palavra de Deus, mais tarde produziram diversos escritos apócrifos, preparados para fundamentar suas crenças. Assim, o gnosticismo caracterizava-se como um movimento filosófico-religioso de índole sincretista. Pregava a existência de um dualismo, situando o bem e o mal como duas forças divinas, em constante oposição. O espírito seria perfeitamente bom, enquanto a matéria terminantemente má, criada por um deus imperfeito. A salvação seria a libertação das amarras da matéria, do corpo, através da gnosis, um conhecimento especial, elevado. Por isso o gnosticismo era uma espécie de “culto de mistérios”, Para os gnósticos, esse “deus mal” que criou a matéria seria o Deus do Antigo Testamento, que não seria o Deus Supremo, mas apenas uma emanação imperfeita dEle. Quanto a Jesus, seria outra emanação divina; o iluminador enviado ao mundo, não em carne, mas em espírito, para trazer o conhecimento especial que seria necessário para a pretendida libertação do mundo material e suas imperfeições.
III – FÉ NO FILHO DE DEUS
1- Jesus é o Cristo. O Jesus que haviam visto e tocado era o Verbo que estava com Deus no princípio relatado por Moisés em Gênesis 1.1. Mais que isso, naquele princípio Ele já era Deus; preexistente, eterno, incriado; Criador de todas as coisas. Por isso João enfatiza que seus escritos tinham como finalidade levar seus leitores a crerem que Jesus, o Mestre da Galileia, é o Cristo, o Filho de Deus.
2- Crer para ter vida eterna. A fé perfeita em Jesus consiste na certeza de que Ele é o Filho de Deus que se encarnou para redimir a humanidade perdida (Rm 3.23- 25). Não podemos nos contentar com qualquer revelação de Jesus que seja inferior a esta verdade plena. Precisamos compreender sua missão salvífica e não confundi-la com qualquer outra expressão religiosa. No panteão do presente século muitos pretendem situar Jesus apenas como mais uma opção no mercado da espiritualidade. Crendo no Jesus das Escrituras, temos vida em seu nome — e vida para sempre.
3- Extraordinária revelação. Quão extraordinária é a revelação obtida por João, que viu em Jesus os sinais do Deus Eterno, e assim nos registrou para nós. Em João, o Jesus nascido de mulher é o Verbo Eterno, que o Pai enviaria ao mundo na plenitude dos tempos para manifestar a Graça Salvadora (Gl 4.4).
CONCLUSÃO
Ao encerrarmos este trimestre, tributemos nossa gratidão ao Deus Eterno que, pelo Espírito Santo, dirigiu todo o processo de registro das verdades por Ele relevadas, necessárias para nossa eterna salvação. Tributemos graças, também, por ter Ele dirigido os pais da Igreja para refutarem os escritos apócrifos e reunir, no cânon sagrado, os livros verdadeiramente inspirados, como o Evangelho de João, o Evangelho do Filho de Deus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD