Adultos - Betel
Oséias – O amor de Deus e a chamada ao arrependimento
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 182 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 02 – 09 de julho de 2023
TEXTO ÁUREO
“Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocausto” Oséias 6.6
VERDADE APLICADA
a mensagem de Oséias aponta para o imensurável amor de Deus que o moveu a enviar Jesus Cristo para salvar pecador e fazê-lo membro da família de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Oséias 1
1- Palavra do Senhor, que foi dita a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
2- O princípio da palavra do Senhor por Oséias; disse, pois, o Senhor a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.
3- E foi, e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.
Oséias 11
4- Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Os 4
A malícia do povo de Israel e Judá.
Terça-feira – Os 5
A exortação ao arrependimento.
Quarta-feira – Os 9
O pecado de Israel e a sua consequência.
Quinta-feira – Os 11
A ingratidão de Israel.
Sexta-feira – Os 12
A controvérsia do Senhor com Judá e Israel.
Sábado – Os 13
O pecado de Israel e o seu castigo.
INTRODUÇÃO
A mensagem de Oséias era centrada na quebra da aliança do povo de Israel com Deus. Sua vida pessoal era uma ilustração pedagógica do amor de Deus e da infidelidade de Seu povo.
I – O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
Em um período de apostasia, onde a adoração aos deuses de outros povos pagãos configurava uma quebra da Aliança do povo de Israel com Deus, o profeta Oséias foi chamado para pregar a mensagem de infidelidade (Os 8.1). Dessa forma, o povo foi chamado ao arrependimento e a voltar-se para Deus (Os 12.6).
- Conhecendo um pouco mais o profeta. A narrativa bíblica não traz muitas informações sobre os antecessores de Oséias, a não ser que seu ministério foi exercido nos reinados de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias (reis de Judá) e de Jeroboão II (rei de Israel) (Os 1.1). Foi contemporâneo do profeta Isaías e, possivelmente, também dos profetas Amós e Miquéias. Seu ministério prosseguiu por um período de aproximadamente 40 anos ou mais, contudo não há consenso entre os comentaristas. Ele viveu numa época de turbulência na política interna e no cenário internacional.
- O engano do culto a Baal. O capítulo dois narra a metáfora do marido que ama uma esposa infiel, para ilustrar e exortar o povo de Israel sobre o adultério que cometiam ao adorarem outros deuses. Em sua mensagem, o profeta busca comprovar que a prosperidade que Israel experimentou foi um presente de Deus, o Senhor da Aliança (Os 2.10-11,14). No capítulo três, o profeta narra sua experiência em que Deus o manda se casar com uma mulher adúltera. Essa narrativa do profeta com a metáfora do seu casamento simboliza o conflito entre a adoração ao Deus de Israel e as práticas da religião cananéia, particularmente o culto a Baal (Os 2.8).
- As consequências da infidelidade de Israel. Oséias buscava entender as causas que traziam sofrimento ao povo e descobriu na apostasia deles a razão de todas as mazelas que enfrentavam. Eles haviam se afastado de Deus, o Criador de todas as coisas, que os acompanhou e não os desamparou em toda a sua jornada desde os seus pais até aquele momento. O profeta, totalmente engajado em sua realidade social, política e religiosa, buscava alertar seu povo para o perigo do engano de seus líderes religiosos. Por isso, sua mensagem foi uma dura crítica à sociedade, que usava a religião como pano de fundo para atender seus próprios interesses (Os 12.2)
II – OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
A interpretação dos acontecimentos na vida pessoal de Oséias tem causado extensas discussões no meio dos intérpretes e estudiosos das Escrituras sobre a literalidade ou alegoria do texto. O drama familiar do profeta deve ser compreendido com o literal ou alegórico?
- O casamento de Oséias: o retrato da infidelidade de Israel. A peculiaridade do livro de Oséias reside no fato de que Deus usa o casamento e a infidelidade como figuras antagônicas para denunciar a infidelidade de Seu povo. O adultério não deve estar presente em nenhum relacionamento, ainda mais em um relacionamento baseado no amor e na aliança. Quando a vida espiritual é marcada pela infidelidade a Deus, todos os outros relacionamentos, certamente, estão em risco. A decadência espiritual precede a decadência moral.
- Os filhos de Oséias e as mensagens de Deus. Os três filhos de Gomer e Oséias traziam em seus nomes mensagens de Deus para o povo: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami. Propositalmente, a mensagem contida nos nomes revelava o crescente descontentamento de Deus para com o Seu povo, mas, também, transmitiam esperança, amor, restauração e renovação.
Jezreel(Os 1.4). Significa “Deus semeia”. Também era o nome da cidade onde Jezabel, a idólatra sanguinária, foi morta (II Rs 9.30-37; 10.1 -11). Este nome evocava juízo, Jezreel: onde Deus julgou os idólatras. A menção do nome do menino ensinava às pessoas sobre o juízo iminente de Deus;
Lo-Ruama (Os 1.6). Significa “Não compaixão”. A menção do nome da menina ensinava que a compaixão de Deus tem limite. Deus julgaria Seu povo como se fosse uma nação idólatra, sem compaixão;
Lo-Ami (Os 1.8). Significa “Não meu povo”. Este era o filho mais novo. Juntando os três significados, a mensagem é a seguinte: Deus julgaria Israel como uma nação idólatra e sem compaixão, porque não era mais Seu povo. - O drama pessoal do profeta. Como já vimos, Deus escolheu a história triste e peculiar de Oséias, a fim de revelar o Seu coração e manifestar o Seu amor. A história do casamento de Oséias não é aquela que os livros e os filmes mostram sem qualquer problema real. A vida do profeta, além de ilustrar a infidelidade do povo para com Deus, também traz à tona o drama de muitos casamentos que estão em toda parte, inclusive nos arraiais do povo de Deus. Como dito anteriormente, a decadência espiritual precede a decadência moral e isso tem acometido muitas famílias, onde os filhos são os mais prejudicados quando a infidelidade nas relações chega aos lares.
III – OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
A história do profeta Oséias nos ensina sobre os limites do amor e o que está para além de suas fronteiras. Faz-nos pensar sobre até onde é possível amar alguém. Oséias ilustra uma metáfora do que é o verdadeiro amor, um amor que supera as expectativas humanas, um amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (I Co 13.7).
- O extraordinário amor de Deus. Apesar de tanta infidelidade, idolatria, violência, ainda depois de conscientemente rejeitarem a Deus, o chamado amoroso de Deus se fez ouvir através da mensagem do profeta: “Converte-te, ó Israel, ao Senhor, teu Deus; porque, pelos teus pecados, tens caído.” (Os 14.1). Havia um futuro de prosperidade reservado para os remanescentes fiéis após o exílio. O Senhor prometeu perdão, renovar Sua Aliança e derramar bênçãos abundantes (Os 1.10-11; 2.1-23; 14.1-7). São promessas que apontam para a vinda de Jesus Cristo, que estabeleceu uma Nova Aliança, e um futuro no qual o povo de Israel, ao se arrepender, será chamado “filhos do Deus vivo” (Os 1.10) e desfrutarão das maravilhosas bênçãos de Deus juntamente com os gentios que se arrependerem (Rm 9.22-33).
- Um chamado ao arrependimento. O livro de Oseias relata uma história de amor com detalhes constrangedores, que passam longe de uma relação baseada verdadeiramente no amor e no compromisso. Com base nisso, faz clamores agonizantes e cheios de angústia ao reino de Israel, diante da sua situação de terrível apostasia. A dor do profeta ilustra a dor do próprio Deus. Assim como o profeta ansiava trazer de volta sua esposa adúltera, livrando-a da degradação moral e do pecado, da mesma forma Deus ansiava trazer para junto de si o povo de Israel (Os 14.1-2).
- O desafio de amar outra vez. O resgate de Gomer representa o resgate de sangue que Deus faria por Seu povo, e, consequentemente, por todos nós pecadores. A dolorosa experiência de Oséias ilustra o amor de Deus, disposto a perdoar um povo que não queria ser perdoado. A ordem dada ao profeta muda o curso da história daqueles que se encontram afastados e perdidos em seus delitos e pecados (Os 3.1). Quando alguém se afasta de Deus, perde claramente a sensibilidade de amar o outro, considerar o outro, honrar o outro, reconciliar-se de verdade com o outro. O pecado afeta o relacionamento com Deus e, em detrimento disso, também o relacionamento com o próximo.
CONCLUSÃO
O amor de Oséias por sua mulher infiel é com o o amor de Deus pelo pecador (Rm 5.8), Um amor incompreensível e imensurável aos olhos humanos (Ef 3.18-19), mas que alcançou pecadores que não mereciam tal graça e que, hoje, podem viver e testemunhar desse amor todos os dias.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel