Adultos - Betel
Os planos de Deus nos sonhos de José
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 178 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 11 – 11 de junho de 2023
TEXTO ÁUREO
“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Provérbios 14.30
VERDADE APLICADA
Não devemos compartilhar com qualquer pessoa as coisas que Deus tem revelado a nosso respeito.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gênesis 37
2- Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este mancebo com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.
3- E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4- Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Gn 39.21-23
Deus estava com José na prisão.
Terça-feira – Gn 42.21-24
Os irmãos de José reconhecem sua culpa.
Quarta-feira – Sl 105.7-21
Deus guardou o Seu pacto com os patriarcas.
Quinta-feira – Pv 4.23
Devemos guardar o nosso coração.
Sexta-feira – Is 41.8-11
Deus cuida dos Seus filhos.
Sábado – At 7.9-10
Deus era com José.
INTRODUÇÃO
Veremos na presente lição que o turbulento contexto familiar de José não foi capaz de corrompê-lo, destruí-lo e fazê-lo abandonar a fé no Deus Todo-Poderoso. O plano de Deus continua se desenvolvendo, mesmo lidando com seres humanos falhos, débeis e limitados.
I – JOSÉ: AMADO E ODIADO
Não devemos confundir o amor dos pais com o sentimento de afinidade por certos filhos. O amor tem a ver com a filiação. A afinidade tem a ver com relacionamento.
- O filho predileto. O primogênito era geralmente o filho querido do pai, por ser a expressão do seu vigor masculino. Mas, no caso da família de Jacó, o pai amava mais a José, que nasceu de Raquel, aquela que Jacó amou quando chegou a Harã. José era o primogênito de Raquel, quando Jacó já era mais avançado em idade (Gn 37.3). Esta predileção de Jacó por José lhe rendeu uma túnica colorida de presente e o ódio mortal pela inveja de seus irmãos (Gn 37.4). A Bíblia está cheia de histórias de como a manifestação da predileção de pais por seus filhos gera conflitos sérios entre os irmãos. Ainda que um pai ou mãe possa ter mais afinidade com determinado filho, deve ter muita sabedoria para não passar a ideia de que ama um mais que outro. Algo desnecessário, mas que revela bem o coração humano em sua necessidade de aceitação e como pode responder à rejeição.
- O irmão odiado. Os escritores da Bíblia não registraram apenas os aspectos pacíficos e positivos do contexto de vida daqueles que foram escolhidos por Deus no desenvolvimento de Seu plano de redenção. Há, também, ódio, inveja, problemas no relacionamento familiar, competição. Vemos que na família de Jacó, com a chegada dos filhos de diferentes mulheres, a harmonia ficou abalada (Gn 37.4). O relacionamento tornou-se um barril de pólvora. Tudo o que vinha de José agora era motivo de desprezo dos seus irmãos. Não tinha necessariamente a ver com alguma provocação de José. Ser o preferido do pai já era motivo para o ódio que passou só a aumentar dentro deles. José poderia até se perguntar: Por que me tratam assim? Mas nada que ele pudesse fazer poderia mudar isso. Sua existência é o próprio motivo do problema dos seus irmãos.
- Um sonho intimidador. José teve um sonho que veio a piorar ainda mais a situação. Imaturo para a vida e ingênuo em relação à maldade humana (Gn 37.2,14), contou o que viu (Gn 37.5). É possível que José, até este momento, não tivesse sabedoria para discernir o que Deus estava revelando para ele nos sonhos. Mas seus irmãos, sim. Já desconfiados sobre o futuro do clã, deduziram com rapidez o que aqueles sonhos poderiam significar. No sonho os feixes de trigos dos seus irmãos se dobravam diante do feixe de trigo de José, que estava em pé (Gn 37.7). Não há como saber se os irmãos de José interpretavam o sonho como sendo um desígnio de Deus. É mais provável que pensassem ser um desejo de José ser o líder da família. Esta revelação despretensiosa, porém, intimidadora, gerou mais antagonismo ainda.
II – SONHOS QUE PARECEM SE TORNAR PESADELOS
A infantilidade pode nos fazer determinar supersticiosamente a vida por sonhos bons e maus. Mas, para quem crê em Deus, sabe que a vida não é determinada por sonhos, mas por Deus.
- O sonho de José: desejo pessoal ou revelação de Deus? É muito comum e popular ouvir pregadores falando de todas as questões do sonho de José como se seus sonhos fossem desejos do seu coração. Desejos de viver e realizar coisas. A narrativa do texto bíblico não fala nem insinua nada disso. Pregadores chegam a usar frases de efeito baseado nesta ideia, dizendo: “Não desistam dos seus sonhos”. Mas a verdade é que os sonhos de José não eram fruto de ambição humana, mas, sim, revelação dos planos de Deus quanto ao futuro da família. E Jacó começa a considerar isso (Gn 37.9, 11). Eram planos de Deus que incluíam a vida de José e seus irmãos, que, conforme se percebe, inicialmente fizeram da sua vida um inferno.
- O medo da própria maldade. A preferência de Jacó por José mudou a relação dos seus irmãos com ele. Os dois sonhos que Deus concedeu a José e este contou aos seus irmãos tornaram a relação odiosa, ciumenta e perigosa. No seu segundo sonho, Deus está revelando que José alcançará grande destaque em relação à sua família (Gn 37.9-11). O problema não eram as ambições de José. Ele não as tinha. Mas as ambições dos seus irmãos. Pessoas que possuem uma ambição tóxica veem todo mundo como ameaça. Olham a todos com desconfiança esperando delas o mal que são capazes de fazer a outros. José estava experimentando oposição como resultado do ódio por parte dos próprios irmãos.
- A imprudência de demonstrar preferência entre os filhos. Jacó não consegue perceber como sua predileção explícita está pondo em risco a vida do seu preferido. Não percebe o ódio dos irmãos contra José e, por isso, o envia, sem saber, a uma emboscada que pode lhe custar a vida (Gn 37.12-14). Se Jacó tivesse neste caso a sensibilidade necessária, saberia que as coisas não estavam nada bem na sua família. A aparente harmonia externa não significa que tudo está bem. Todas as guerras exteriores começam no interior do coração (Tg 4.1-2). E os homens se tornaram muito bons em esconder o que sentem e como são por dentro. Tanto que às vezes conseguem enganar até a si mesmos.
III – PRESERVADO PELA MISERICÓRDIA
O coração humano é um abismo escuro de pecado capaz de esconder as maiores podridões da alma caída. Quando nasce algum sinal de piedade, podemos ter certeza de que Deus está por trás disso.
- Homicídio premeditado. José não precisou fazer nenhum tipo de provocação, de atitude aversiva ou atos que prejudicassem os seus irmãos. A inveja e o ódio dos seus irmãos já tornavam sua presença com vida insuportável (Gn 37.18). Os sonhos de José, e não mais a predileção de Jacó, eram o foco de revolta agora (Gn 37.19). O compartilhamento de tais piorou ainda mais a relação. Talvez chegassem a acreditar que, misticamente, matando o sonhador, matariam seu sonho. Ou seja, estava eliminando qualquer chance deste sonho maluco acontecer. Mas é mais provável que estavam simplesmente cegos pela inveja. Em seus corações José já estava morto. Então criam um plano (Gn 37.20).
- A misericórdia salvadora. Mesmo que a inveja pudesse também estar no coração de Rúben, ele não estava disposto a levar isso ao ponto de matar o próprio irmão (Gn 37.21). Sua atitude de misericórdia preservou a vida de José. Rúben sabe que, com Jacó, José estaria seguro (Gn 37.22). Mas o que vemos neste parêntese não é simplesmente a misericórdia de Rúben, irmão de José, mas de Deus em proteger-lhe a vida. Caso Deus deixasse o corrupto coração humano seguir seu plano, de fato, as intenções malignas se concretizariam em ações de destruição. Portanto, ainda que Deus não vá livrá-lo de sofrimentos por causa do que planeja para José, está decidido a preservar sua vida. A fala limitadora de Rúben nos faz lembrar de Deus falando a Satanás sobre Jó (Jó 1.12). Sermos escolhidos para os propósitos de Deus não significa que não sofreremos. Mas os limites do nosso sofrimento são sempre determinados por Deus.
- Um pai em luto. Ao invés de matar José, o lançam numa cova, e, por sugestão de Judá, o vendem a mercadores de Midiã que iam para o Egito (Gn 37.23-28). Mas eles ainda precisariam responder a Jacó que fim teve José. Eles não estão, porém, preocupados em magoar Jacó, seu pai. Estão preocupados em não levar a culpa. A inveja e o ódio eram mais poderosos do que o amor por seus pais. Mas embora José esteja vivo, Jacó sofre seu luto de forma inconsolada (Gn 37.31-36). Uma túnica ensopada de sangue foi o objeto dilacerador do coração de Jacó. Como a imaginação é poderosa. Quantas coisas horríveis Jacó pensou sobre como poderia ter sofrido seu predileto. Porém, Deus está conduzindo Seu plano na mais perfeita ordem e o que agora é luto, se transformará em júbilo e gratidão.
CONCLUSÃO
O estudo sobre a vida de José atesta a relevância de atentarmos para ações que devemos adotar visando construir um ambiente familiar saudável; a necessidade de perseverarmos no cultivo dos valores bíblicos mesmo num ambiente adverso; e a confiança de que Deus é poderoso para levar adiante o Seu perfeito e maravilhoso plano.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel