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Adultos - Betel

Os dons de Cristo para a unidade do corpo

Publicado

em

EDIÇÃO: 99 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 09 – 28 de novembro de 2021

TEXTO ÁUREO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” Efésios 4.11

VERDADE APLICADA

Os dons ministeriais foram distribuídos pelo Senhor visando o aperfeiçoamento dos santos para edificação da Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Efésios 4

7- Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8- Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
12- Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13- Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14- Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – At 13.1
Profetas e doutores em Antioquia.

Terça-feira – At 14.4-14
A pregação do Evangelho em várias cidades.

Quarta-feira – I Co 12.28
O propósito de Deus na igreja.

Quinta-feira – Ef 4.1-16
A unidade da fé.

Sexta-feira – I Tm 3.1-5
Os deveres dos bispos e diáconos.

Sábado – II Tm 1.11-14
Exortação à firmeza e constância no ministério.

INTRODUÇÃO

As riquezas da graça contemplam os variados dons ministeriais concedidos pelo Senhor, por intermédio do Espírito Santo, à Sua Igreja. Esses dons foram dados para que cada membro seja aperfeiçoado, visando a edificação do corpo até que cheguemos “à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.11-13).

I – OS DONS CONCEDIDOS PELA GRAÇA DIVINA

Por Sua graça, Deus tem concedido a cada cristão, membro de Seu Corpo, a capacidade para manter a normalidade que o corpo necessita para sustentar-se e manter o ritmo de suas atividades.

  1. A graça concedida para a manutenção da unidade. Ao falar da “graça”, o apóstolo nos informa acerca das funções específicas que nos são confiadas quando recebemos o dom de Cristo, onde Ele, por sua “graça”, nos capacita para as diferentes funções e trabalhos a desempenhar na igreja e no mundo (Ef 4.7). O termo usado aqui não faz referência a uma habilidade natural, o dom, no sentido cristão, é uma concessão sobrenatural de Deus a nós, tanto para dar sentido à nossas vidas quanto para melhorar o universo em que vivemos. Na esfera espiritual, cada cristão possui pelo menos um dom espiritual (I Co 12.1-12). O dom é uma aptidão divinamente concedida, uma poderosa ferramenta para o serviço a Deus e aos outros cristãos de modo a glorificar a Cristo e a edificar o Corpo.
  2. O fundamento da unidade e dos dons. Paulo ensina que os dons são concedidos por Cristo por meio do Espírito Santo (Ef 4.8-10). Lemos aqui que Cristo, subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Paulo faz referência ao Salmo 68.18, que fala acerca do triunfo de Deus, representado pela volta da Arca da Aliança ao seu santuário original após a derrota dos inimigos de Israel. De igual modo, Jesus Cristo triunfou na batalha contra o império do mal. Paulo traça aqui a imagem de um conquistador militar levando seus cativos e dividindo os espólios com seus seguidores. O relato é uma declaração profética sobre a vitória de Cristo no Calvário e Sua ascensão. Cristo, conquistando o Seu lugar no céu, deu dons à Igreja.
  3. A vitória de Cristo no Calvário. Paulo diz que aquele mesmo Cristo que “desceu” é também o mesmo que “subiu”, e que, antes de subir para dar dons aos homens, Ele desceu às mais baixas profundezas da terra (Ef 4.9-10). Paulo nos revela a dimensão exata dos fatos ocorridos entre a morte e a ressurreição de Cristo. Ele “desceu” antes de “subir”, desceu de Sua posição de glória para se fazer carne e entrar num total estado de humilhação para nos salvar; desceu da altura do céu ao abismo deste mundo, desceu para as profundezas da humilhação quando veio à terra (Fp 2.5-11).

Mesmo tendo “descido às partes mais baixas da terra” e enfrentado a morte e passado pela sepultura, contudo não ficou nas regiões inferiores, mas subiu e foi exaltado. Tal fato revela que Ele é supremo sobre todos os poderes, tanto nos céus como na terra (Cl 1.16), como disse Francis Foulkes, que, também, acrescentou que este texto – Efésios 4.9 – está indicando que “tudo o que existe está sujeito a Ele, e não há nenhum lugar ou ordem de existência onde Sua presença não se possa conhecer ou sentir”.

II – DONS: PRODUZIR A UNIDADE DO CORPO

Veremos agora como era a estrutura da Igreja Primitiva e como era administrada. Paulo nos diz que o mesmo Senhor Jesus Cristo, ascendido, glorificado, concedeu diferentes habilidades espirituais (dons) aos membros de Sua Igreja (Ef 4.11).

  1. Apóstolos e profetas. Os “apóstolos” tinham autoridade em toda a Igreja. Eles constituíam um pequeno grupo, mas com um chamado muito significativo: foram chamados a testemunhar a Cristo, e eram testemunhas oculares do Cristo ressuscitado. Sua missão era instruir os crentes nas verdades da Evangelho que Cristo lhes havia confiado (Mt 28.18-20). Seus ensinamentos deram substância à fé dos primeiros crentes, contribuindo assim para a formação do corpo doutrinário da Igreja. Os profetas eram porta-vozes do Senhor (não confundir com o dom de profecia). Eram pessoas que anunciavam a Palavra de Deus plenamente movidos pelo Espírito Santo, cooperando, assim, para edificação da Igreja (At 13.1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Também atuavam na exortação, edificação e consolando a Igreja de Cristo (At 15.32).
  2. Evangelistas. O dom de evangelista consistia em proclamar as boas novas da salvação onde quer que o Espírito os enviasse, depois, reunidas, as almas que respondiam à mensagem eram agrupadas em pequenas comunidades ou igrejas. O trabalho deveria continuar até que grupos autônomos fossem estabelecidos com seus próprios pastores ou anciãos, após isso, continuavam seguindo para novas regiões que ainda não haviam recebido a mensagem da salvação. Eles eram desconhecidos que apresentavam o Senhor Jesus por onde passavam, e os sinais e maravilhas que operavam pela fé, faziam com que grande número de pessoas cresse e se convertesse ao Senhor (At 11.20-21; Ef 4.11; II Tm 4.5). O trabalho do evangelista poderia ser comparado com o dos missionários de nossa atualidade.
  3. Pastores e mestres. Os pastores e os mestres eram dons distintos na Igreja Primitiva. Em nossos dias o ministério pastoral tem sido confundido com o de mestre, porque ambos estão muito próximos na ministração do ensino cristão. O pastor do rebanho de Deus é o homem que leva em seu coração ao povo de Deus, que o alimenta com a verdade, que vai em sua busca quando se extravia, que o defende contra tudo o que pode ferir ou destruir sua fé (Jo 10.11-14; Hb 13.7, 17). A imprensa foi inventada quatorze séculos depois dessa época e os mestres tinham a incumbência de transmitir oralmente os relatos da vida de Jesus. Eles tinham a responsabilidade tremenda de ser os depositários do relato evangélico. A eles devemos o fato de que a história de Jesus tenha se perpetuado na Igreja (Ef 4.11).

III – A RAZÃO E O OBJETIVO DOS DONS MINISTERIAIS

Existe uma razão pela qual Cristo nos deu dons e nos capacitou espiritualmente. Ele dotou aqueles que são chamados para que edifiquem Seu Corpo, a Igreja. Ele nos quer aperfeiçoados, edificados e crescendo com maturidade (Ef 4.11-16).

  1. O aperfeiçoamento dos santos. O que o apóstolo realmente quer dizer com isso é que os santos sejam colocados em condições adequadas para liderar, conduzir, cuidar e instruir o Corpo de Cristo. Ele concedeu alguns em particular, para que treinem os outros membros, para que todos os santos sejam treinados para algum aspecto do trabalho, dentro do ministério, o que resultará no crescimento do Corpo. Paulo fala no aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, a palavra usada para serviço é diaconia e a ideia principal do termo é a de serviço prático (Ef 4.12; Tg 1.22-23). O trabalho da Igreja não consiste somente na pregação e no ensino, mas também no serviço prático, e isso não envolve apenas os ministros, é um dever que deve englobar a todos.
  2. A edificação do corpo. A principal função pela qual esses dons foram dados à igreja é para que a fé cristã possa ser desenvolvida na vida de cada membro, para que seja esclarecido não apenas sobre a pessoa de Cristo, mas também sobre sua obra. Para que os membros não sejam inconstantes, e enganados pela astúcia inimiga, devem estar fundamentados na verdade e equipados adequadamente para que iniciem um novo caminho sustentados nas verdades de Deus, o que leva tanto ao crescimento espiritual, quanto numérico (Ef 4.15-16). Paulo fala sobre os benefícios do conhecimento da Escritura: a unidade da fé; o conhecimento do Filho de Deus; desenvolvimento pleno do cristão; a medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13). Tudo isso acontece quando a verdade é ensinada em amor.
  3. O crescimento com maturidade. Depois de nos revelar acerca dos objetivos do crescimento do Corpo de Cristo, agora o apóstolo nos alerta em relação àquelas coisas que podem impedir a edificação e o crescimento saudável: os enganos dos falsos mestres, a deturpação da verdade e a falta de amor (Ef 4.14-16). Nas congregações sempre houve membros que deveriam ser protegidos, alguns por sua ingenuidade e outros por sua imaturidade. Quando o apóstolo nos diz: “Para que não sejamos meninos inconstantes” (Ef 4.14ª), ele está nos advertindo contra a imaturidade. O crescimento do crente é essencial para alcançar a maturidade, o nível espiritual no qual não estaremos mais vulneráveis, porque estaremos fundamentados na verdade de Deus; portanto, é responsabilidade de cada membro, em particular, buscar a cada dia crescer e avançar no conhecimento de Deus e Sua Palavra.

CONCLUSÃO

A verdade revelada no Evangelho de Cristo, unida ao mais sublime dos sentimentos, que é o amor, são os pilares essenciais pelos quais a Igreja, o Corpo, pelo poder do Espírito Santo, se eleva e cresce em tudo, naquele que é a cabeça, Jesus Cristo [Ef 4.15].

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

 

Fonte: Editora Betel

 

 

 

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