Adultos - Betel
Os cuidados com a intenção do coração
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 134 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 06 – 07 de agosto de 2022
TEXTO ÁUREO
“Sobre tudo o que deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.” Provérbios 4.23
VERDADE APLICADA
Devemos cuidar bem de nosso interior, não permitindo que nosso coração seja a sede de sentimentos avessos à vontade de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mateus 5
21- Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22- Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.
44- Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45- Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
LEITURAS COMPLEMENTARESSegunda-feira – Sl 14.1
A corrupção do homem.
Terça-feira – Mt 5.17-48
O cumprimento da lei e dos profetas.
Quarta-feira – Rm 12.9
O amor seja não fingido.
Quinta-feira – Ef 4.26
Irai-vos e não pequeis.
Sexta-feira – Fp 2.5-11
Exortação à humildade.
Sábado – Tg 1.20
A ira do homem não opera a justiça de Deus.
INTRODUÇÃO
Jesus apresenta exemplos de como as tradições e interpretações superficiais dos fariseus haviam corrompido os ensinos da lei e dos profetas.
I – AS ATITUDES DO CORAÇÃO HUMANO
Esta parte do Sermão da Montanha traz uma série de parágrafos acerca das exigências da lei. Em cada caso, Jesus corrige a artimanha, enquanto realça os princípios espirituais e morais do reino.
1. Combatendo a raiz do mal. A interpretação dada por Jesus não era nada comum naqueles dias. Para os escribas e fariseus, não cometer homicídio era cumprir de modo integral o sexto mandamento (Êx 20.13; Dt 5.17). Porém, Jesus foi além. Para Ele a proibição incluía pensamentos e palavras; a cólera, os insultos, e, também, o próprio homicídio. Aos olhos de Deus, o criminoso era tanto o que cometia o assassinato, quanto aquele que abrigava e alimentava ira contra o irmão; e o que cometia adultério era tão culpado quanto aquele que em seu coração abrigava pensamentos impuros (Mt 5.21-22). A questão não era a atitude externa, mas principalmente o que desejava o coração.
2. O autocontrole vence a ira. Todos somos capazes de sentir raiva ou indignação, isso é inevitável. Isso pode acontecer em qualquer situação. No entanto, devemos sempre vigiar e procurar conter essa perigosa paixão dentro de nós (Ef 4.26). John Stott disse: “Nem toda ira é maligna… e até mesmo os seres humanos pecadores podem, às vezes, sentir a ira justa. Contudo, sendo pecadores, devemos assegurar que até mesmo esta ira justa seja tardia em aparecer e rápida em desaparecer”. Aos olhos de Deus, aquele que se ira contra seu irmão, sem motivo, está sujeito a julgamento como se houvesse cometido homicídio (Mt 5.22ª). A justiça esperada dos filhos de Deus não consiste apenas em evitar o assassinato, mas em eliminar a ira de nossas relações pessoais.
3. O peso das palavras ofensivas. Jesus repudia dois tipos de atitudes. O primeiro caso era chamar o irmão de “Raca”, uma palavra que muda o sentido de acordo com o tom de voz (Mt 5.22). A ideia aqui é o desprezo. Chamar alguém de “Raca” era considerar como um idiota sem miolos, alguém imprestável e nulo. Este termo depreciativo era muito ofensivo porque eliminava a identidade da pessoa e a despojava do significado vinculado ao seu verdadeiro nome. O segundo caso era chamar de louco, “Morós”, termo usado para um retardado moral, o homem que vive de maneira imoral e, portanto, desejaria que não houvesse Deus (Sl 14.10. O primeiro caso deve ser entregue ao Sinédrio para julgamento; o segundo será réu do fogo do inferno (I Jo 3.15).
II – CONFRONTANDO AS IMPUREZAS DA ALMA
O sermão segue e Jesus destaca a importância de estarmos em paz com Deus e as pessoas; fala sobre o adultério e como deve ser a palavra de um servo cristão.
1. A oferta deixada no altar. Jesus mostra como é inútil ofertar a Deus quando não estamos em paz completa com os nossos semelhantes. Ele deixa claro que todas as vezes que abrigamos em nosso coração algum tipo de ressentimento, nossas ofertas não terão valor algum diante de Deus. O ponto central é pedir perdão, ficar livre de qualquer ressentimento e depois voltar e ofertar com paz no coração (Mt 5.23-24). É claro que nem sempre conseguiremos nos reconciliar com todos ou chegar a um acordo, mas, como filhos de Deus, devemos fazer a nossa parte, e sempre tentar, até mesmo quando somos ignorados (Rm 12.18).
2. A cobiça no coração e o adultério. É possível um homem olhar para uma mulher, admirar sua beleza e não ter pensamentos lascivos após isso. O homem que Jesus descreve olha para a mulher com o propósito de alimentar seus apetites sexuais interiores, como um substituto para o ato sexual em si (Mt 5.27-28). Não é uma situação acidental, mas um ato planejado. Isso vale tanto para o homem quanto para a mulher. A impureza sexual nasce dos desejos do coração e só existe uma maneira de evitar que o pecado possa ter ocasião em nossas vidas, crucificando a carne (Gl 5.16-24; I Jo 2.16).
3. Os juramentos. Sob as leis do Antigo Testamento era permitido que as pessoas fizessem juramento para provar uma afirmação ou promessa importante. Os juramentos ou votos ajudavam as pessoas a permanecerem fiéis aos seus compromissos (Lv 19.12; Nm 30.2). Porém, na época de Jesus, os fariseus usavam vários tipos de artifício para se esquivar da verdade, e o juramento era um deles (Mt 5.34-36). Jesus apresenta o modelo ideal de um servo de Deus. Aquele cujo caráter é tão confiável e verdadeiro que não precisa dar garantias de que sua palavra irá se cumprir, aquele que apenas um “sim” ou “não” é suficiente (Mt 5.37).
III – CONSTRUINDO PONTES
Jesus nos ensina de maneira prática como proceder diante das pressões inimigas. Seu objetivo é criar uma oportunidade para que o inimigo se converta à verdade do Reino de Deus.
1. Fugindo do ressentimento. A missionária cristã Amy Carmichael disse: “Nada que alguém nos faça pode causar-nos dano, a menos que nos submetamos a uma reação errada”. Não é exatamente o que alguém faz contra nós que nos prejudica, mas a maneira como reagimos diante delas (Mt 5.38-42). É evidente que não podemos controlar o que as pessoas fazem, mas como cristãos podemos controlar nossas reações. É natural revidarmos imediatamente quando somos ofendidos, às vezes, reagindo com um golpe ainda maior do que o recebido. Jesus nos ensina que devemos estar preparados para sofrer sem responder com vingança (Rm 12.17).
2. O amor pelos inimigos. Assim como Deus nos amou e nos reconciliou com Ele quando éramos ainda Seus inimigos, Ele espera que façamos da mesma forma (Rm 5.10). Jesus espera que vivamos nesse mundo em um nível bem mais elevado do que aqueles que não são cristãos. Nosso amor produz uma atmosfera de bênçãos que tanto aproxima, quanto torna mais fácil transformar os inimigos em amigos. Amar nossos inimigos é reproduzir em nós mesmos uma das características essências de nosso Criador (Mt 5.45). Jesus nos convida a sair do círculo daqueles com os quais nos identificamos para nos interessar pelos de fora e demonstrar uma afeição sobrenatural (Mt 5.46-47).
3. Sede perfeitos como o vosso Pai. O termo “perfeito”, usado em Mateus 5.48, vem da palavra grega “teleios”, que significa: fim, meta, propósito ou objetivo. Refere-se à nossa integridade e maturidade como filhos de Deus. William Barclay nos diz que esse termo destacava o homem quando alcançava a plenitude de sua estatura física, em oposição ao moço ou o menino que não está ainda desenvolvido. Uma coisa é “teleios” se ela realizar o propósito para a qual foi criada; um homem é “perfeito” se cumprir o propósito para o qual Deus o criou e enviou ao mundo.
CONCLUSÃO
As atitudes do coração são o adequado fundamento e fonte das ações externas. O coração devidamente enraizado em Jesus e edificado sobre Ele, produzirá bons frutos e resistirá às tempestades da vida (Mt 7.20, 25).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel