Adultos - CPAD
O zelo do apóstolo Paulo pela sã doutrina
EDIÇÃO: 503 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 11 – 12 de dezembro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Tem cuidado de ti mesmo e da dou trina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I Tm 4.16)
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo é a única instituição divina na terra que preserva e defende a să doutrina diante dos enganos e males das heresias.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Hb 6.1.2
Os princípios elementares da sã doutrina
Terça-feira – I Co 3.1-3
Os males das facções na igreja
Quarta-feira – II Jo 9
A desobediência à sã doutrina
Quinta-feira – I Co 5.1-13
A disciplina na igreja
Sexta-feira – I Co 10.23-32
Os limites da liberdade crista
Sábado – Mt 16.13-18
O fundamento da Igreja
LEITURA BÍBLICA
I Timóteo 6
3- Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade.
4- é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,
5- contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade. cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais.
6- Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
11- Mas tu, o homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
II Timóteo 3
14- Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15- E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16- Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.
17- para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
INTRODUÇÃO
Qual o fim do mandamento? Por que devemos zelar pela sã doutrina? Qual o ponto de equilíbrio da estudaremos nesta lição responderá essas questões que se mostram importantes para a nossa caminhada na vida cristã. Que o Espírito Santo o enriqueça na graça e no conhecimento.
I – ORTODOXIA VERSUS HETERODOXIA
- Dois termos técnicos importantes. Ortodoxia e heterodoxia são dois termos técnicos necessários à Teologia para compreender a distinção entre ensino correto e desvios quanto à doutrina bíblica. Esses termos nos ajudam a compreender a preocupação de Paulo com a invasão de heresias nas igrejas locais.
- Conceito de ortodoxia. Na língua grega do Novo Testamento, a palavra tem como prefixo orthos e significa “o que é direito, reto, certo” (I Tm 4.1,2). Então, a definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”. Na Teologia Cristã, o termo refere-se ao modelo bíblico das “sãs palavras” (II Tm 1.13). Logo, a Doutrina é Cristã é ortodoxa enquanto for coerente com o que Cristo e os apóstolos ensinaram.
- Conceito de heterodoxia. O prefixo da palavra heteros significa “diverso”. Assim, heterodoxia nos remete à “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabeleci dos”. Se a ortodoxia tem um só parecer, a heterodoxia implica várias opiniões a respeito de um mesmo objeto. Para o apóstolo Paulo, a Igreja deve manter a unidade doutrinária da fé e combater com veemência as “doutrinas de demônios” (I Tm 4.1). A Igreja deve ser, portanto, ortodoxa. Sua advertência é um antidoto para nós nos dias de hoje. Devemos, pois, fortalecer a unidade doutrinária em nossas igrejas.
II – A AMEAÇA DE CORRUPÇÃO DOUTRINÁRIA
- A advertência do apóstolo. Em I Timóteo, Paulo adverte acerca de “alguns que não ensinem outra doutrina” (1.3-grifo nosso). Aqui a palavra para “outra” é heteros, diverso. Por isso, Paulo se refere a “outra doutrina” como a que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo. Esse zelo para preservar a “sã doutrina” trazia um contexto de homens sem escrúpulos que não respeitavam os ensinos apostólicos. O apóstolo os identifica como “lobos cruéis” vesti dos de ovelhas que investiam contra o rebanho de Deus, não o perdoando (At 20.29.30).
- Quais eram os problemas de ordem doutrinária? As igrejas plantadas por Paulo e outros apóstolos, no primeiro século, sofreram com a infiltração de conceitos filosóficos pagãos e judaizantes na interpretação da doutrina apostólica. Nas igrejas como a de Corinto ou Éfeso, havia os que afirmavam crer no Evangelho, mas não renunciavam os costumes pagãos. Outros traziam uma bagagem religiosa do legalismo judaico, aliada ao gnosticismo (I Co 1.12). É lamentável que, hoje, haja os que defendem a banalização da graça de Deus para, em nome dela, viverem em licenciosidade; e os judaizantes que confundem a liturgia crista com a judaica, bem como a moral cristã com o legalismo judaico. A Igreja de Cristo pertence a um novo tempo e deve obedecer ao ensino do Novo Testamento.
- Fábulas e genealogias intermináveis (I Tm 1.4). No tempo de Paulo, havia os mestres falsos que propagavam fábulas e lendas da vida judaica como “culto aos anjos” (CL 2.18). Além de não possuírem conteúdo concreto, eles torciam o sentido da verdade apostólica. O apóstolo advertiu a Igreja quanto a essas coisas e as refutou com veemência (I Tm 1.3,4). Aqui, aprendemos que não podemos perder tempo com que relas infrutíferas. O conhecimento das Escrituras não é para ostentar vaidade pessoal ou capacidade do intelecto, mas para nos fazer caminhar com o coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida (I Tm 1.5).
III – A IGREJA COMO GUARDIA DA SÃ DOUTRINA
- A Igreja é “coluna e firmeza da verdade”. Em Timóteo, o apóstolo declarou que a Igreja sustenta a verdade (I Tm 3.15). Por conseguinte, diante das falsas crenças, a Igreja é coluna e firmeza da sã doutrina. Ela é a demonstração viva e santa da verdade revelada nas Escrituras. Por isso, a Igreja mantém e defende a sã doutrina contra todo o erro, oposição intelectual, filosófica e religiosa dos falsos mestres. Não podemos descuidar desse nosso papel.
- O objetivo do zelo pela sã doutrina. Qual seria o objetivo de zelar pela sã doutrina? Preservar o amor de um coração puro e de uma fé não fingida (I Tm 1.5). A finalidade da defesa da doutrina é o amor como prática sincera da fé em Cristo. O falso ensino e os falsos mestres geram contenda, dissensões e gangrenas na comunhão. Logo, não há cristianismo ortodoxo sem a prática do amor de um coração puro e de uma fé não fingida.
- A primazia do amor. O fim do mandamento é o amor (I Tm 1.5). Em 1 Timóteo, o amor aparece como um freio, um instrumento de equilíbrio no combate às falsas doutrinas. Na epistola paulina, o combate nunca é contra pessoas, mas contra as ideias que elas representam. O zelo do após tolo se dá justamente para impedir que o “espírito” dos falsos mestres se infiltrasse na Igreja. Nesse caso, o amor como fim do mandamento é o antidoto perfeito. Ora, o “amor de um coração puro” é um amor que procede de dentro para fora, não se tratando de mero sentimento. Nesse amor, o coração é santificado pelo Espírito Santo, gerando uma pureza interior; pois um coração sujo pelo pecado não pode agir amorosamente. Já um coração limpo diante de Deus recebe e vê as coisas espirituais com transparência. No amor não há lugar para imparcialidade, pois se cultiva uma “boa consciência”; nem lugar para a simulação, fingimento e hipocrisia, pois se cultiva uma “fé não fingida” (I Tm 1.5).
CONCLUSÃO
A Bíblia, a Palavra de Deus, é a fonte genuína para a doutrina cristã. Por isso, precisamos ser dedicados estudantes das Sagradas Escrituras a fim de que zelemos pela sã doutrina. Levemos em conta que a finalidade dela é o amor para, em Cristo, vivermos com um coração puro e uma fé não fingida. A exemplo de Paulo, somos chamados para zelar pelo ensino de Cristo a fim de edificar a Igreja do Senhor.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD