E.B.D
O sétimo sinal – Jesus ressuscita Lázaro
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 62 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 11 – 13 de março de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” (Jo 11.25)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Jo 11.4
Enfermidade que não é para morte
Terça-feira – Jo 11.5
Jesus amava Lázaro e sua família
Quarta-feira – Jo 11.11
Lázaro foi despertado do sono
Quinta-feira – Jo 11.17
Jesus nunca chega atrasado
Sexta-feira – Jo 11.25
Jesus, ressurreição e vida
Sábado – Jo 11.39
“Tirai a pedra”
TEXTO BÍBLICO
João 11
1 Estava, então, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
3 Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
4 E Jesus, ouvindo isso, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.
14 Então, Jesus disse-lhes abertamente: Lázaro está morto.
17 Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.
40 Disse-Lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
41 Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido.
43 E tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora.
44 E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: desligai-o e deixai-o ir.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje vamos refletir a respeito de um aspecto fundamental de nossa fé no Deus a quem servimos: a segurança de que Ele sempre tem o controle de todas as coisas. Não há circunstância alguma que pegue Deus de surpresa ou que limite seu poder. Seja qual for a origem ou a extensão do dano ou qualquer tipo de mal, nada escapa ao controle soberano do Criador.
I – A ALDEIA DE BETÂNIA
1- Sua posição geográfica. A pequena aldeia de Betânia é citada várias vezes nos Evangelhos (Mt 21.17; Lc 19.29: Jo 11.1; 12.1). É bem provável que essas citações não correspondam a todas as vezes que Jesus ali esteve. Mas os registros que temos são suficientes para que entendamos quão estratégico foi aquele lugar. É como quando viajamos para uma cidade grande e preferimos nos hospedar em seus arredores, em um lugar discreto, evitando os tumultos da metrópole.
2- Estrategicamente escondida. Jesus fez isso algumas vezes em relação a Betânia, há apenas 2,7 km de Jerusalém (“quase quinze estádios” cf. Jo 11.18). Bastava sair da cidade antiga, cruzar o Vale de Cedrom e passar para o lado oriental do Monte das Oliveiras, onde estava Betânia, como que estrategicamente escondida.
3- Saindo da agitação. Betânia era um lugar por vezes escolhido por Jesus para sair da agitação da movimentada Jerusalém. Essas viagens a Betânia levaram Jesus a ter um relacionamento muito terno com os irmãos Lázaro, Marta e Maria. Eles o recebiam em sua casa, dedicando-lhe serviço, tempo e atenção. Especialmente Maria, que se assentava aos pés de Jesus e ouvia sua Palavra (Lc 10.39).
II – O MILAGRE DA RESSURREIÇÃO
1- Para a glória de Deus. A expressão “glória de Deus” tem um lugar central nesse texto. Jesus disse aos discípulos que a enfermidade era “para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11.4). Quando Marta hesitou diante da ordem de tirar a pedra do sepulcro, Jesus ressaltou justamente esse propósito (Jo 11.40). Esse milagre, portanto, seria mais um evidente sinal de sua divindade. Embora já tivesse registrado tantos outros, João precisava incluir esse, que mostra o poder de Cristo sobre esse terrível inimigo: a morte.
2- Defunto ou Lázaro? Quando alguém morre não faz mais sentido chamá-lo pelo nome porque não há comunicação alguma entre vivos e mortos. Não quer dizer que deixemos de considerar o ente querido e tê-lo em lembrança, inclusive com saudades. Acontece que, com a morte, cessa completamente a possibilidade de comunicação, pois o espírito e a alma já estão fora do corpo. Com Jesus é diferente. Ele não fala com defuntos. Enquanto nós perdemos toda a comunicação com quem morre — porque estamos, por enquanto, presos a esse mundo material e físico —, para Deus a única mudança é que os que já morreram deixaram essa habitação terrena, mas continuam a existir, como alma e espírito, podendo ouvir plenamente sua voz. Falando aos saduceus sobre a ressurreição, Jesus afirmou: “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para ele vivem todos” (Lc 20,38).
É por isso que Jesus, como Filho de Deus, nunca fala “defunto”, mas sempre “Lázaro”: “Lázaro, vem para fora” (Jo 11.43). A ressurreição de Lázaro, portanto, é um chamado pessoal de volta à vida. Jesus chamou Lázaro, ressuscitando-o. Mesmo depois dessa declaração, o narrador continua a referir-se ao defunto: “E o defunto saiu” (Jo 11.44). O mesmo acontece na narrativa da ressurreição do filho da viúva de Naim. Todos se referiam ao defunto, mas Jesus disse: “Jovem, eu te digo: Levanta-te” (Lc 7.14).
3- A ressurreição no presente. Marta demonstrou profundo conhecimento teológico em sua conversa com Jesus. Falou claramente da ressurreição do Último Dia (Jo 11.24), além de ter confessado sua fé em Cristo, “o Filho de Deus que havia de vir ao mundo” (Jo 11.27), mas não demonstrou crer que Ele poderia operar milagre de ressurreição no presente. Esse é um exemplo de como nossa compreensão teológica, por mais profunda que seja, ainda pode apresentar grandes limitações espirituais. O texto é claro ao dizer que quando Jesus viu Maria chorar, “moveu-se muito em espírito” e também chorou (Jo 11.33-35). Foi também de Maria a disposição de levar Jesus até a sepultura de Lázaro (Jo 11.34). A lição espiritual que extraímos é: conhecimento teológico é importante, mas sem quebrantamento não se alcança o coração de Deus (Sl 5117). Maria alcançou esse quebramento porque tirava tempo para ficar aos pés de Jesus (Lc 10.39; Jo 12.3)
III – A SOBERANIA DE DEUS
1- Acaso ou propósito. O estudo das Escrituras nos faz entender que Deus não fez e nada faz por acaso. Sempre tem um propósito perfeito em todas as coisas. Mesmo o homem deixando seus caminhos, Ele busca atraí-lo através de seus atos soberanos, cabendo a nós responder a esse chamado. Quando nos rendemos inteiramente a Deus passamos a experimentar sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.1,2). Alcançamos, então, o verdadeiro propósito de nossas vidas (Ef 1.3-6).
2- Vivendo os propósitos de Deus. Viver os propósitos de Deus não nos isenta de sofrimentos enquanto estivermos nessa vida terrena. Se o amarmos, tudo contribuirá para o nosso bem (Rm 8.28). Lázaro, amigo de Jesus, estava enfermo, e era plenamente possível que o Mestre chegasse a Betânia a tempo de curá-lo. Ou poderia curá-lo de onde estava, como fez com o filho do oficial do rei, que morava em Cafarnaum. Entretanto, a enfermidade de Lázaro e sua morte tinham um propósito claro e definido: glorificar o Filho de Deus.
3- O soberano intervém. Com Lázaro morto e sepultado, havia quatro dias, não se via possibilidade de qualquer intervenção de Jesus para reverter o quadro: “Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”, disse Marta (Jo 11.39). Isso nos fala do risco que corremos neste mundo frio e incrédulo, onde vai se esvaindo a fé em um Deus que intervém na vida humana (Lc 18.8). Esse é o secularismo, que cresce a cada dia, como um sinal dos últimos tempos (Mt 24.36-39; Lc 17.27-29). Não é incomum ouvir cristãos que já não creem em um Deus que faz milagres e que quer dirigir nossa vida por inteiro. Um exemplo disso é a descrença no interesse de Deus em questões vitais como casamento e geração de filhos. Se Deus não está interessado em assuntos tão relevantes, terá algum interesse em nos dirigir em nossos estudos ou profissão? Deus quer que toda nossa vida seja para sua glória (I Co 10.31). Ele se interessa por nós por inteiro e espera de nós uma entrega total: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37.5).
CONCLUSÃO
A ressurreição de Lázaro foi uma clara oportunidade de Jesus revelar aos judeus seu poder sobre a morte. Estava próximo o dia da consumação de seu ministério terreno, com sua morte e triunfo pessoal sobre esse terrível inimigo, a fim de que agora nós também, tenhamos nEle a vida eterna. A morte não poderá nos deter. Temos vitória assegurada por Cristo Jesus (I Co 15).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD