E.B.D
O quinto sinal – Jesus anda sobre o mar
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 59 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 08 – 20 de fevereiro de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e temeram. Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais.” (Jo 6.19,20)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Jo 6.18
Quando o mar se levanta
Terça-feira – Jo 6.19
Medo em meio à adversidade
Quarta-feira – Jo 6.20
“Não temais”
Quinta-feira – Jo 6.24
Quando Jesus entra no barco
Sexta-feira – Sl 121.1,2
De onde vem o nosso socorro
Sábado – SI 121.7
Deus nos guarda
TEXTO BÍBLICO
João 5.16-21
16 E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar.
17 E, entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles.
18 E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava.
19 E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e temeram.
20 Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais.
21 Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.
INTRODUÇÃO
Dentre os propósitos de Cristo em seu ministério, estava o treinamento dos discípulos, Isso acontecia através da criação de oportunidades que gerassem experiências de fé. Nesta lição refletiremos a esse respeito, considerando, inclusive, como é importante que reconheçamos nossa fragilidade diante do poder de Deus, que não encontra quaisquer limites ou barreiras. Na sequência do estudo dos sinais selecionados por João, esse se destaca como mais uma contundente demonstração de sua divindade: Jesus andando sobre as águas mostra seu poder como Criador, com absoluto controle sobre todas as coisas, incluindo a criação e seus fenômenos, como uma tempestade em alto mar. Por isso podemos ter segurança nEle em meio aos maiores perigos da vida.
I – O MAR SE LEVANTOU
- A cronologia dos fatos.Pela narrativa feita por João, Mateus e Marcos, entendemos que a travessia do mar da Galileia foi iniciada na tarde do mesmo dia da primeira multiplicação dos pães. De Tiberíades Jesus ordenou aos discípulos que navegassem para o outro lado do lago, em direção a Cafarnaum, enquanto Ele foi orar. A travessia demandava um tempo considerável, principalmente pelas condições primitivas das embarcações. Naquela tarde e noite os discípulos já haviam navegado “uns vinte e cinco ou trinta estádios” (Jo 6.19), ou seja, uns 4,5 ou 5,4 km. Com ventos contrários, isso representava longas horas. Quando Jesus foi ao encontro dos discípulos já havia passado das 3h da manhã. Mateus registra que era já a quarta vigília da noite (Mt 14.25). Portanto, já estavam no mar havia aproximadamente 12h.
- A impetuosidade das ondas.Os discípulos se viram diante de uma situação frente a qual eram totalmente impotentes. O mar da Galileia, por sua grande extensão (20 km) e ventos inesperados, sujeitava os navegantes a fortes tempestades. No caso dos discípulos, João conta que “um grande vento assoprava” (Jo 6.18). Conforme Mateus, o barco estava “açoitado pelas ondas” (Mt 14.24). Foi naquelas pavorosas circunstâncias que Jesus apareceu “andando sobre o mar” (Jo 6.19). O Mestre se revelou como soberano que, mesmo diante de qualquer tempestade, jamais perde o controle da situação, a ponto de andar sobre as águas. O quadro é justamente esse: do ponto de vista físico e humano, havia uma tragédia iminente; a instabilidade era reinante. Do ponto de vista divino, contudo, havia plena segurança e estabilidade. Jesus apareceu, soberano, andando sobre as águas.
- Um fantasma?A relevância desse sinal também se vê na reação dos discípulos quando veem Jesus. Marcos registra que eles “pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos” (Mc 6.49). É de se imaginar que os discípulos não cogitassem que Jesus fosse tão poderoso a ponto de andar sobre as águas, mesmo sendo autor dos milagres que já haviam testemunhado. Como poderia não ser afetado pela impetuosidade das ondas ou qualquer força da natureza? Eles ainda não tinham uma compreensão exata de sua divindade e poder. É de se imaginar também qual seria a origem da crença que expressaram, ao imaginarem que seria um fantasma. Isso não tinha relação alguma com toda a revelação escriturística já disponível aos judeus! Precisamos ter cuidado com todo tipo de crendice. Nossa compreensão das realidades espirituais deve ter sempre uma fonte única e segura: a Palavra de Deus.
II – O PROCESSO DA REVELAÇÃO DE JESUS
- “Sou eu; não temais”. Quando os discípulos, assustados e com medo, pensaram estar diante de um “fantasma”, Jesus se identificou: “Sou eu; não temais” (Jo 6.20). João relata o momento em que o recebem no barco, mas Mateus dá uma informação precedente. Pedro manifestou dúvida se realmente era Jesus: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas” (Mt 14.28), Jesus o chama e ele, descendo do barco, começa andar sobre as águas. Sentindo o vento forte, teve medo e começa a afundar. Clama por Jesus, que lhe estende a mão e o segura (Mt 14.31).
- Medo e dúvida.Jesus abordou os discípulos com uma palavra de ânimo, diante do pavor que enfrentavam. Pedro pôs em dúvida sua identidade e pediu uma prova exclusiva, de ordem pessoal foi censurado por sua incredulidade. Aprendemos com isso que o reconhecimento de nossas fragilidades encontra conforto em Deus. Ele é nosso socorro bem presente na angústia (SL 46.1). O que não devemos fazer é duvidar de sua Palavra, como fez Pedro.
- O perigo da apostasia. As Escrituras e a História nos mostram exemplos de pessoas que exigiram provas da existência de Deus e de seu poder, não como fruto da necessidade de conhecê-lo, mas como expressão de resistente incredulidade e orgulho. Uma das fases da tentação de Cristo foi quando o Diabo o instou para que se lançasse do pináculo do Templo, exigindo que o Pai ordenasse aos anjos que o livrasse (Mt 4.6). Disse-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4.7).
III – TREINANDO OS DOZE APÓSTOLOS
- A ordem de Jesus.Mateus e Lucas trazem informações complementares das circunstâncias do sinal em estudo. Mateus diz que Jesus “ordenou” que os discípulos entrassem no barco e passassem para a outra banda do mar, enquanto despedia a multidão (Mt 14.22). Marcos usa uma expressão que revela mais incisividade: Jesus “obrigou os seus discípulos a subir para o barco” (Mc 6.45). Isso mostra que o propósito do Mestre era que os discípulos atravessassem, sozinhos, o mar da Galileia. Tanto Mateus quanto Marcos dizem que depois de despedir a multidão Jesus subiu ao monte para orar (Mt 14 23; Mc 6.46). Enquanto isso, os discípulos estavam no meio do mar, com o barco “açoitado pelas ondas” (Mt 14.24). Para os discípulos, o cenário era único, e desolador. Estavam enfrentando uma grande tempestade. Não são poucos os momentos em que vivemos experiências como essa, quando nada há de animador em nosso horizonte. Nossa perspectiva se torna absolutamente negativa. Devemos permanecer firmes, conservando a fé.
- Compreender ou obedecer? Em nosso relacionamento com Deus, sempre deve prevalecer a obediência, a despeito de nossa incompreensão. Os discípulos estavam sob ordem expressa de Jesus. Não estavam agindo por vontade própria. Mas isso não os isentou de enfrentar tão grande tempestade. Isso nos leva a refletir sobre a necessidade de sempre obedecer ao nosso Senhor e fazer sua vontade. Saul imaginou que poderia agradar a Deus fazendo sua própria vontade. Na guerra contra Amaleque, a ordem de Deus era que ferisse a todos e não poupasse nada, incluindo os animais (I Sm 151-3). O jovem rei decidiu poupar parte das ovelhas, vacas e cordeiros (v,9).
O argumento era oferecê-los a Deus em holocausto (vv. 20,21). Samuel o repreendeu por isso: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (v. 22). A rejeição da Palavra de Deus feita por Saul foi considerada como rebelião, e isso lhe custou muito caro: “Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (I Sm 15.23). Desse episódio tiramos uma lição muito importante: o valor da obediência para Deus.
- Fé e confiança. Nosso relacionamento com Deus precisa estar fundamentado na fé e confiança nEle, considerando todos os seus atributos. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). No contexto dessa afirmativa temos o exemplo de homens e mulheres que confiaram em Deus sem qualquer exigência; sem informação que lhes desse segurança. O exemplo mais eloquente é o de Abraão, que, “sendo chamado, obedeceu, indo para um Lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb 11.8). Abraão foi provado diversas vezes, culminando com a oferta de Isaque. O patriarca obedeceu e ofereceu o próprio filho, considerando que “Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (v. 18). Essa entrega revelou sua profunda confiança no Todo Poderoso (Gn 22.12). Deus sempre pede de nós renúncias e entregas, envolvendo diversas áreas de nossa vida. Confiar nEle e nos entregar é sempre o melhor. A abnegação faz parte da essência da vida cristã (Mt 16.24-28; Lc 9.23-26)
CONCLUSÃO
Servimos a um Deus gracioso e cheio de misericórdia, que sempre quer se relacionar conosco. Para isso, precisamos ter fé, As mesmas tempestades que expõem nossas fraquezas e nosso medo servem para nos aproximar de Jesus e nos fazer conhecê-lo melhor. Precisamos buscá-lo mais, numa atitude de profunda humildade, reconhecendo nossas limitações, Com Ele chegaremos à terra firme.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD