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E.B.D

O problema dos falsos mestres

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 131 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 02 – 09 de julho de 2023

TEXTO PRINCIPAL

 “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina.” (I Tm 1.3)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – At 20.29
Lobos cruéis
Terça-feira – I Tm 1.3
Advertência contra as falsas doutrinas
Quarta-feira – I Tm 1.7
Ensinando o que não sabem
Quinta-feira – I Tm 6.3-5
A ganância dos falsos mestres
Sexta-feira – Mt 26.41
É preciso vigilância
Sábado – I Tm 4.1-5
Apostasia nos últimos tempos

TEXTO BÍBLICO

I Timóteo 1

8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente.
9 Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os Ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas.
10 Para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina.
11 Conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado.

INTRODUÇÃO

A história da Igreja sempre foi marcada pela investida de falsos mestres, que buscam deturpar a mensagem do Evangelho e ameaçar o progresso espiritual dos cristãos. Desde os primeiros séculos, muitos heresiarcas fizeram verdadeiras cruzadas contra as verdades centrais das Escrituras. Por isso, zelar pelo correto ensino bíblico é fundamental para a preservação da verdadeira fé cristã. Como vimos na lição anterior, sete anos antes Paulo já havia advertido aos anciãos de Éfeso de que “lobos cruéis” surgiriam para atacar o rebanho (At 20.29). Quando ele visita a cidade após sua primeira prisão em Roma, constata que isso havia ocorrido e delega a Timóteo a tarefa de ficar em Éfeso para refutar os falsos ensinos e transmitir a correta doutrina.

I – CUIDANDO DA DOUTRINA

1- O que é doutrina? É o conjunto de preceitos fundamentais que compõem um sistema religioso, filosófico, político, social ou econômico. No campo das religiões, cada uma tem a sua doutrina, os dogmas ou conjunto de crenças. O Cristianismo tem suas doutrinas fundamentadas na Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé e prática (II Tm 314-17). O Novo Testamento usa dois termos gregos para doutrina: didache didaskalia, ambos com dois sentidos: o ato de ensinar e o conteúdo do ensino (Mt 7.28; Mc 4.2: Rm 16.17; I Tm 4.13,16; Tt 1.9; 2,1).
A boa doutrina, ou a “sã doutrina” (I Tm 1.10; Tt 2.1), é o ensino correto (ortodoxo), de acordo com as Escrituras, fruto de uma exegese que considera o que realmente está no texto, seguindo o método histórico e gramatical. Busca, portanto, a intenção do autor sagrado, que escreveu inspirado pelo Espírito Santo (II Pe 1,20,21). Não se orienta por pensamentos, sentimentos ou desejos do leitor, que, como destinatário do texto, deve crer nas Escrituras como infalível, completa e inerrante Palavra de Deus, amoldando-se a ela e aplicando-a em seu viver (Sl 119.9; Rm 12.2).
2- O lugar da experiência espiritual. Nós, pentecostais, valorizamos a experiência espiritual. Ela nos auxilia na compreensão do que está registrado nas Escrituras à medida que experimentamos o mesmo que viveram os personagens do texto sagrado, como de Atos dos Apóstolos, por exemplo Cremos, portanto, que podemos viver, hoje, o que os crentes primitivos viveram há quase dois mil anos (At 2.14,41-47)- Não interpretamos a Bíblia segundo nossas experiências, mas as submetemos ao escrutínio das Escrituras, validando-as ou não conforme a autoridade da Palavra de Deus (Jo 10.35; II Tm 3.16; II Pe 1.21). Assim, podemos nos manter livres de qualquer desvio teológico ou doutrinário e ter uma vida cristã sadia, desfrutando de uma vida espiritual verdadeira e equilibrada.
3- “Outra doutrina”. Não sabemos ao certo que doutrina estranha estava sendo ensinada em Éfeso. O segredo para a preservação da boa doutrina é refutar qualquer ensino que lhe seja contrário. Por isso, bastava a Timóteo não permitir que fosse ensinada outra doutrina” (I Tm 1.3). Conforme o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, “a expressão ‘outra doutrina vem do grego heteros e significa ‘estranha’, ‘falsificada’, ‘diferente’”. Podemos considerar, então, que m ais importante de que estudar todo o universo de doutrinas estranhas é conhecer, com profundidade, a correta doutrina bíblica, o que nos permitirá, por consequência, identificar com clareza qualquer outro ensino contrário. Quem conhece bem o que é verdadeiro não tem dificuldade para discernir o que é falso. 

II – A MISSÃO DE TIMÓTEO

1- Um delegado apostólico. Timóteo foi deixado em Éfeso como uma espécie de “delegado apostólico”, representante de Paulo com uma missão pastoral específica. Entende-se que é por isso que apesar de ser uma carta dirigida diretamente a Timóteo, o apóstolo abre a epístola enfatizando suas credenciais ministeriais, com o “apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa” (I Tm 1.1) e identificando Timóteo como seu “verdadeiro filho na fé” (v.2). Assim, a carta serviria não apenas para Timóteo, mas, também, para a igreja local, a quem seria dado a conhecer o seu conteúdo. Isso reforçaria a autoridade espiritual do jovem pastor, notadamente diante de sua juventude e certa timidez e da possibilidade de resistência ao seu ensino, pela confrontação dos desvios doutrinários (I Tm 4.11,12; 6.3-5).
2- Os falsos mestres. Éfeso era a principal cidade da Ásia Menor. Como cidade portuária, era um agitado centro econômico na época, o que também fazia dela um lugar de grande ebulição religiosa, cultural e filosófica. Era grande o paganismo em Éfeso, cidade da conhecida deusa Diana (Ártemis), cujo templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo. O culto a Diana dava muito lucro para os efésios (At 19.24-28). Mais de cinquenta outros deuses e deusas eram adorados em Éfeso. Com o já assinalado, Paulo não se preocupou em identificar quem seria os falsos mestres e quais, exatamente, as heresias que difundiam na igreja de Éfeso. Isso se deve, também, ao fato de que Timóteo já era conhecedor da realidade espiritual local, como se extrai da expressão paulina “Como te roguei […] que ficasses em Éfeso, para […]” (I Tm 1.3), Claro está que Paulo e seu cooperador já tinham conversado acerca dos problemas daquela igreja.
3- Heresias infiltradas. Dois movimentos ocorreram em Éfeso para a infiltração de heresias na igreja: o primeiro, a entrada de “lobos cruéis”; o segundo, o surgimento de falsos mestres dentre os próprios presbíteros locais. Isso está claro na advertência feita por Paulo sete anos antes (At 20.29,30) e continua sendo um perigo para qualquer igreja:
(1) abrir-se para a entrada de líderes cujas convicções de fé não sejam suficientemente conhecidas e
(2) fomentar o surgimento de ensinadores ou pregadores neófitos (I Tm 3.2,6).
Em Éfeso, esses falsos mestres estavam ensinando doutrinas estranhas, preocupados com fábulas (mitos) e genealogias judaicas intermináveis, que produziam infrutíferas discussões. Com o seu orgulho, causavam divisões. Agiam em busca de popularidade (1.7) e eram gananciosos (6.3-5). Na pretensão de serem doutores da lei, estabeleciam confusão e mistura entre elementos judaicos e cristãos (1.6,7), descambando para o ascetismo, como a proibição de casamento e abstinência a determinados alimentos (4.3).
Há, também, indícios de uma certa inclinação gnóstica, ainda que incipiente, pela expressão “falsamente chamada ciência” (6.20). Timóteo é exortado a “conservar a fé e a boa consciência”, para o que é fundamental dedicar-se a uma vida de piedade e santificação, a qual inclui, necessariamente, o estudo devocional da Palavra de Deus, além da vigilância e da oração constantes (Mt 26.41; I Tm 4 8-16). Isso sempre foi um grande desafio para todo cristão, principalmente agora em tempos pós-modernos, de uma vida tão frenética e de tanta perversidade (II Tm 3.1-5). Contudo, não podemos desfalecer (Lc 18.1-8), mas perseverar sempre (Rm 12.12; Cl 4.2).

CONCLUSÃO

O problema dos falsos Mestres foi o desprezo ao verdadeiro propósito das escrituras, que a gerar em nós um coração puro e cheio de amor, uma boa consciência e uma verdadeira fé. Que tenhamos a cada dia um autêntico crescimento espiritual, longe de toda disputa e farisaísmo. Cheio de amor de Deus e da Alegria do Espírito Santo, cultivando uma vida de comunhão diária com o nosso Salvador e Senhor.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

 

 

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