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Adultos - Betel

O pietismo – Reavivando o coração através da devoção pessoal

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 263 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 05 – 02 de fevereiro de 2025

TEXTO ÁUREO

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”, I Timóteo 4.16

VERDADE APLICADA

Devemos nos manter dependentes da ação do Espírito para que a Sua chama não se apague em nossa vida até que Cristo venha.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Habacuque 3

1 Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto.
2 Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.
3 Deus veio de Temã, e o Santo, do monte de Parã. (Selá) A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4 E o seu resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5 Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Is 11.2
O espírito de sabedoria e de entendimento.
Terça-feira – Mt 28.19
A missão evangelizadora da Igreja.
Quarta-feira – Mt 28.20
A missão de ensinador da Igreja.
Quinta-feira – Mc 16.15-20
A Igreja e a evangelização.
Sexta-feira – At 2.1-4
A Igreja cheia do Espírito Santo.
Sábado – I Ts 4.7
Deus nos chamou para a santificação.

INTRODUÇÃO

O pietismo teve uma influência abrangente, principalmente no pentecostalismo nos Estados Unidos e na Escandinávia, com foco maior na Suécia e na Noruega. Essa influência está presente também nas raízes teológicas das Assembleias de Deus no Brasil.

I – O SURGIMENTO DO PIETISMO

A história da Igreja foi marcada pelo surgimento de novos movimentos, que transformaram as sociedades. Dentre esses movimentos, podemos ressaltar o pietismo, que surgiu nos fins do século XVII como resposta ao autoritarismo da igreja oficial luterana.

  1. As ideias da reforma pietista. O enfraquecimento religioso, a frouxidão moral e as permanentes disputas teológicas entre os luteranos e os calvinistas fez com que surgisse um novo movimento de renovação, que logo ficou conhecido como pietismo. Esse movimento religioso originou-se no luteranismo, que estimava as experiências individuais. Para o pietismo, a vida piedosa deveria ser refletida em todas as ações do cristão. O movimento defendia a renovação da piedade com base em um retorno subjetivo e individual ao estudo da Bíblia e à oração.
  2. O Resgate da Reforma.O movimento pietista buscava promover uma espiritualidade mais profunda e pessoal, enfatizando a importância da experiência individual com Deus. Ele procurava superar divisões e hierarquias dentro da sociedade e da igreja, promovendo uma comunhão universal entre os crentes. Essa abordagem visava unir as pessoas em torno de valores espirituais e éticos, independente de suas origens sociais ou de seu status.
  3. O pai do pietismo. Philipp Jakob Spener (1635-1705), teólogo luterano alemão, denunciou os abusos na igreja e a falta de conhecimento bíblico dos crentes em sua obra Pia Desideria, de 1675. Nela, Spener propunha um programa abrangente de Reforma para a Igreja Luterana. Assim iniciou-se o movimento pietista, que defendia um intenso aperfeiçoamento da piedade na essência luterana. Predominava em sua teologia a priorização das Escrituras em lugar dos credos, a procura da santificação, a defesa da doutrina que tem a Bíblia como a única referência de fé, o conhecimento religioso aprofundado e a preocupação com o desenvolvimento espiritual.

II – A CONVOCAÇÃO PARA UMA SEGUNDA REFORMA

Em 1675, Spener publicou o livro intitulado Pia Desideria (“Desejos Piedosos”), cujo título deu origem ao termo “pietista’. A obra é composta por três partes, nas quais expõe o pensamento do movimento, que desejava reparar a vida da Igreja. Assim, Spener procurou fazer uma avaliação das condições da igreja Luterana e a convocou para uma segunda Reforma.

  1. A decadência espiritual da Igreja Luterana. Apoiando-se na ideia de que a Igreja Luterana, em sua teologia, estava se afastando muito da realidade e da incumbência da Igreja, surgiu o movimento pietista. Esse movimento avivalista difundiu a fé protestante em muitas partes do mundo; pois, para os pietistas, a Igreja Luterana tinha adotado práticas não bíblicas. Isto é, a igreja passou a admitir algumas doutrinas e tradições que eram conflitantes com os princípios da Reforma Protestante.
  2. Conde Nicolau Ludwig Von Zinzendorf.O avivamento do movimento pietista ultrapassou as fronteiras e alcançou um grupo de exilados da Boêmia, cuja origem remonta à obra do pré-reformadores João Huss, martirizado em 1415. Em 1722, Zinzendorf convidou esse grupo para se estabelecer em uma de suas propriedades na Saxônia. Posteriormente, esses irmãos, por conta da origem, passaram a ser identificados como “moravianos’: Na verdade, é quase impraticável pensar numa missiologia ou teologia da missão sem considerar o papel do Conde Zinzendorf, apontado como a figura mais importante da história da espiritualidade cristã do século XVIII.
  3. A missiologia moraviana.Os morávios defendiam que divulgar os ensinamentos contidos no Evangelho aos perdidos é dever de toda a Igreja e não somente de determinada sociedade ou de alguns indivíduos. Esse pensamento levou o Conde Nicolau Ludwig Von Zinzendorf, ao assumir a liderança espiritual dos morávios, a transformar o grupo em um grande centro de preparação e envio de missionários, o que acabou influenciando muitos movimentos na Europa e no mundo. John Wesley foi um dos que foram influenciados por esse movimento.

III – NOSSAS RAÍZES TEOLÓGICAS

A identidade das raízes teológicas das Assembleias de Deus surgiu com o DNA dos movimentos de renovação e avivamento. Entre esses movimentos, temos o pietismo, considerado por alguns estudiosos como, depois da Reforma Protestante, o mais relevante na história do cristianismo.

  1. A influência pietista no avivamento norte-americano.Descortinando a História, podemos ver que, entre os grandes movimentos que inflamaram o avivamento norte-americano, na conjuntura do século XVII, destaca-se o pietismo. Esse movimento pregava que o homem interior deveria ser edificado, regenerado e equilibrado; para, assim, tornar-se um agente de mudança.
  2. A influência americana e escandinava no avivamento brasileiro. A história do pentecostalismo brasileiro passa pelo avivamento nos Estados Unidos, onde estavam os pioneiros suecos das Assembleias de Deus no Brasil, Vingren e Berg. Além deles, também exerceram influência no Brasil os missionários enviados pelos EUA e as diversas obras literárias doutrinárias aqui publicadas. Mesmo assim, talvez no início do século XX, a maior influência tenha sido do pietismo escandinavo (sueco-norueguês), que dava forte ênfase à vida espiritual. Para Gutierre Fernandes, no artigo As origens pietistas da Assembleia de Deus do Brasil, houve ainda outras heranças escandinavas, como: a forte ênfase na observação de usos e costumes, principalmente nas primeiras sete décadas do século XX; a prática de saudar com a “paz de Deus” ou a “paz do Senhor”; e a prática da confissão pública de pecados nos cultos de celebração da Ceia do Senhor.
  3. As marcas pietistas nas Assembleias de Deus. A partir dos registros de W. Walker (1981), é possível identificar várias características presentes nas raízes das Assembleias de Deus no Brasil, como:

(a) a importância do sentimento na experiência cristã;
(b) a participação dos leigos na edificação da vida cristã;
(c) a ênfase na atitude ascética com referência ao mundo;
(d) o grande interesse pela leitura da Bíblia;
(e) a ênfase na transformação espiritual; e
(f) o forte impulso missionário.
É preciso aproveitar a reflexão sobre este movimento impactante na história da Igreja para prosseguir clamando ao Senhor, buscando e ansiando mais do Senhor, do Seu amor e da Sua graça, como expressou o salmista: “Eu quero mais e mais de Cristo. Eu quero mais do Seu poder. Eu quero mais da sua presença. Eu quero mais do Seu viver”, Sl 42.1,2.

CONCLUSÃO

Que o estudo desta lição contribua para uma sincera e necessária reflexão sobre a vivência cristã. Como somos alertados nas Escrituras, à medida que se aproxima a vinda do Senhor, a frieza e a indiferença tendem a se intensificar, alcançando muitos corações e mentes (Mt 24.12; Ap 3.16-19). Que o Espírito Santo continue a aquecer o coração de cada membro do Corpo de Cristo: “Não extingais o Espírito”, I Ts 5.19.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

 

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