Adultos - Betel
O movimento de santidade – Buscando a perfeição cristã em vida
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EBD – Adultos – EDIÇÃO: 265 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 07 – 16 de fevereiro de 2025
TEXTO ÁUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28.19
VERDADE APLICADA
Mesmo após a experiência do batismo no Espírito Santo, o discípulo de Cristo deve perseverar em oração e vigilância no combate à frieza espiritual.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Atos 4
29 Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra,
30 enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus.
31 E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em
Atos 13
52 E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Lc 24.49
A promessa é para todos os crentes.
Terça-feira – At 1.8
A promessa do poder espiritual.
Quarta-feira – At 2.39
A promessa de Deus é extensiva.
Quinta-feira – Ef 5.18
Devemos nos encher do Espírito Santo.
Sexta-feira – II Tm 1.14
O Espírito Santo habita em nós.
Sábado – II Tm 2.21
O Espírito Santo produz santificação.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a influência do Movimento de Santidade e de outros movimentos avivalistas na preparação da Igreja para o derramamento do Espírito Santo, no início do século XX, e na formação da identidade teológica do Movimento Pentecostal.
I – OS ALICERCES DO MOVIMENTO DE SANTIDADE
Os teólogos pentecostais defendem que o Movimento de Santidade (Holiness Movement) herdou os alicerces das teologias pietista, puritana e metodista. Embora o movimento tenha surgido entre os metodistas americanos no século XIX para reavivar um aspecto que não estava mais sendo tão enfatizado: a santidade, ele não ficou limitado às igrejas metodistas, alcançando também outras denominações, como: a Congregacional, a Batista e a Episcopal.
1. A importância do Movimento de Santidade. Entre outras coisas, a teologia do Movimento de Santidade pregava a procura pela reforma espiritual da igreja; daí a importância de conhecer sua influência na formação da identidade teológica do Movimento Pentecostal. É possível ver que, em sua preparação inicial, o Movimento Pentecostal nos EUA bebeu de várias fontes, especialmente a partir da Reforma Protestante, o que inclui o Movimento de Santidade.
2. A origem do Movimento de Santidade. O Movimento de Santidade nasceu em meados do século XIX, nos EUA. Os metodistas queriam restaurar suas igrejas, por isso se voltaram para uma vida de santificação. Entre o que defendia o Movimento de Santidade, estava a santificação como uma providência divina para a vida cristã. A partir daí, as atividades voltadas para uma vida espiritual mais intensa e fervorosa no Espírito se tornaram uma característica permanente do cenário religioso norte-americano. A teologia do Movimento de Santidade tinha a atuação do Espírito Santo como fator principal para o cristão ser lavado de todo pecado, sendo capaz de viver uma vida de santidade, não tendo mais vontade de pecar.
3. O ensinamento da segunda bênção. O Movimento de Santidade visava gerar santidade no crente por meio de exercícios de transformação para uma vida bem avivada. Assim, eles procuravam reforçar a pregação da “segunda bênção” , ou seja, da doutrina Wesleyana da Perfeição Cristã. Essa doutrina ensinava a segunda obra distinta da justificação, conhecida também como “santificação plena, perfeito amor e pureza de coração”. Estudos apontam que o ensinamento da “segunda bênção” foi se difundindo ao longo do tempo.
II – O SURGIMENTO DE OUTROS MOVIMENTOS
Além do Movimento de Santidade, dois outros eventos avivalistas se destacam na história da Igreja no século XIX, a saber: O Movimento de Keswick e o trabalho de Edward Irwing, ambos na Inglaterra. Veremos dois aspectos desses movimentos que estão presentes também nos ensinamentos pentecostais: o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas como sinal do batismo no Espírito Santo e a atualidade dos dons espirituais.
1. O Movimento Keswick. O Movimento Vida Superior, por vezes mencionado como Movimento Keswick pelo fato de as reuniões terem sido realizadas no vilarejo de mesmo nome, no noroeste da Inglaterra. Ali, uma série de reuniões aconteceram a partir de 1875, como resultado de dois embates quanto à santidade bíblica: um em Oxford (1874) e outro em Brighton (1875), ambos também na Inglaterra. Os palestrantes de Keswick criam que o batismo com o Espírito Santo brotava em uma vida de triunfo ininterrupto, à qual eles titulavam de “vida superior”; ou seja, uma vida mais intensa ou mais altiva, diferenciada pela plenitude do Espírito.
2. O Movimento de Edward Irving. Edward Irving nasceu em Annan, Escócia, em 4 de agosto de 1792. O Movimento de Irving ensinava sobre os dons do Espírito Santo e a restauração do ministério apostólico. Os principais interesses de estudo deste movimento concentravam-se nas áreas da cristologia, pneumatologia e escatologia. Além de pregar uma série de sermões sobre o dom do Espírito Santo, Irwing procurava levar a congregação a participar de encontros de oração para buscar os dons espirituais. Tendo sido removido do pastoreio pelo presbitério, que não concordava com as manifestações do Espírito nos cultos, ele organizou a Igreja Católica Apostólica, seguido pela maior parte dos membros.
3. A expectativa de um novo Pentecoste. O estudo dos muitos movimentos de renovação da Igreja mostra que, no final do século XIX, tanto nos Estados Unidos quanto do outro lado do oceano Atlântico, havia entusiasmo e expectativa por um intenso derramamento do Espírito Santo em diferentes denominações. O assunto estava em muitas publicações, além de pregações, acampamentos e encontros serem organizados em torno do propósito de buscar mais de Deus. Assim, o cenário foi sendo preparado para a chegada do Movimento Pentecostal, no início do século XX. Que o Espírito Santo continue encontrando corações desejosos de receber mais do Senhor e nos ajude a permanecer atentos aos alertas bíblicos quanto aos últimos dias (Mt 24.12; II Tm 3.1).
III – OS PENTECOSTAIS E O MOVIMENTO DE SANTIDADE
Um grande despertar ocorreu após o Movimento de Santidade. A partir dele, a fala e a simbologia do Pentecostes neotestamentário começou a prosperar com mais frequência nas igrejas. Os pastores passaram a dar mais ênfase ao Pentecostes, como modelo dos avivamentos, e à relevância de buscar o vigor e o poder do cristianismo primitivo.
1. O desenvolvimento dos aspectos pentecostais. Uma análise detalhada do embasamento teológico dos movimentos aqui descritos é capaz de mostrar o aumento, em diferentes publicações e eventos, do uso de uma terminologia própria do discurso pentecostal. Segundo Dayton (2018): os desenvolvimentos teológicos (salvação, batismo no Espírito Santo, cura divina, escatologia) prepararam o palco para o surgimento do Pentecostalismo. Praticamente cada uma das alas do avivalismo, no final do século XIX, estava ensinando uma forma ou outra de todos os temas básicos do Pentecostalismo”.
2. A influência sobre o pentecostalismo estadunidense. Um nome que se destaca na história do Movimento Pentecostal do início do século XX é o de Charles Fox Parham (1873- 1929), pregador metodista com influência do Movimento de Santidade. É importante lembrarmos que Parham estava vivenciando um contexto de intenso desejo por uma vida mais santificada e capacitada para o evangelismo mundial. Na ânsia de se aprofundar mais no conhecimento e na experiência, como tantos outros em seu tempo, ele se esforçou para conhecer vários ministérios. Parham estava convicto de que havia restado um grande derramamento de poder para os cristãos da geração atual (HYATT, 2021, p.173). Ele passou a defender o argumento teológico de que as línguas são evidência inicial do batismo no Espírito Santo.
3. A influência na Rua Azusa. Em 1905, em Los Angeles, as Igrejas do Movimento de Santidade estavam vivenciando um grande renovo. Os crentes oravam intensamente por um derramamento do poder de Deus. Segundo Synan (2009, p. 67), o jornal Caminho da Fé publicou as palavras do pregador do Movimento, em novembro de 1905: “Los Angeles parece ser o lugar e o tempo, na mente de Deus, para a restauração da Igreja”. Em 1906, William Seymour, pastor de uma igreja do Movimento de Santidade em Houston, no Texas, recebeu o convite para pastorear uma igreja da santidade em Los Angeles. Em sua primeira pregação, baseada em Atos 2.4, ele ensinou o que aprendeu com Charles Fox Parham: “Falar em línguas é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo.
CONCLUSÃO
O Movimento Pentecostal do início do século XX traz algumas características dos movimentos de renovação da Igreja, como: a crença de que, à luz da Palavra, o Senhor deseja abençoar o Seu povo de maneira abundante; o anseio de receber mais de Deus; o interesse em viver em santidade; a consciência de que dependemos do poder do Espírito Santo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel