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O crente é diferente

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A vida do crente sempre ofereceu motivos de sobra para o mundo estranhá-lo, seja por seu comportamento diferenciado ou por suas afirmações verbais a respeito da certeza de salvação eterna. Não é à toa que as pessoas se indignam quando um crente se diz “salvo”. Também é surpreendente o “incômodo” que a presença de uma pessoa fiel a Jesus causa nos ambientes que freqüenta. Se um grupo costuma falar obscenidades, se cala ou muda de assunto à chegada de um crente, mesmo que este não diga palavra alguma. Por que isso ocorre?

Primeiramente, creio que isso acontece, em geral, por causa das perspectivas que o cristianismo oferece. Cristo oferece a base mais sólida para a dignidade humana. Como fomos criados à imagem e semelhança de Deus, refletimos o caráter da Fonte do universo e temos um destino eterno (Gn 1.27). Entendemos que não há hierarquia espiritual para chegarmos a Deus, pois todos somos iguais perante Ele e merecemos ser tratados com dignidade. Cristo também oferece senso de significado e propósito, pois somos de Deus, Nele existimos e nos movemos, para Ele vivemos e Ele mesmo habita em nós, pois somos “templo do Espírito Santo” (At 17.28 e l Co 6.19).

Como Jesus é fiel e nos afirmou que somos salvos se cremos em seu nome, temos, por isso, um forte senso de segurança sobre o nosso destino final, pois Ele também prometeu que viria nos buscar para estarmos para sempre na sua presença (Jo 14.3; Ts 4 17).

Em segundo lugar, isso ocorre por causa do que Cristo espera de nós e de como em função disso respondemos aos seus ensinamentos. Para tomarmos apenas um exemplo. Jesus espera que cada crente seja “sal da terra e luz do mundo”. Ele disse aos discípulos: “Vós sois…”, Mt 5.13. Isto é algo de que não se pode fugir, pois faz parte da natureza do crente. A ordem colocada por Jesus, de que o crente é primeiro o sal e depois a luz, tem uma razão de ser. O sal fala do que somos. A luz, do que fazemos. Uma coisa sem a outra é a sua própria negativa.

Como o sal é diferente do material sobre o qual é aplicado, o crente em Jesus tem de ser diferente das pessoas do mundo. Como uma pequena quantidade de sal faz uma enorme diferença, um único crente também pode fazê-lo. O mundo é essencialmente pecaminoso e mau, semelhante a um pedaço de carne que tende à putrefação. Assim, a ação do sal é ser um anticéptico, transmissor de vida, saúde e preservação, como impedimento da atuação dos agentes que favorecem a putrefação. Além disso, o sal dá sabor.

O primeiro efeito da luz é dissipar as trevas. Assim, a presença do crente faz as pessoas tomarem consciência das trevas espirituais em que se encontram. A luz também explica as causas das trevas. O crente, ao viver como luz, deixa patente o quanto as pessoas estão distantes e alienadas de Deus. Assim como a luz é inevitável, o crente, por viver uma vida diferente, não pode deixar de ser notado (Mt 5.14).

Se alguém se diz crente, mas não age como sal e luz, então é mais provável que não seja crente. Tentar inverter as coisas, tentar ser primeiro luz sem ser sal, isto é, pregar sem viver, dá na mesma situação que alguém disse a um certo cristão nominal “O que vives fala tão alto que não consigo ouvir o que dizes”.

 

Extraído

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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