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O Amor a Deus e ao Próximo
Embora já tenhamos abordado o tema do amor em lição anterior, hoje trataremos desta questão sob outra perspectiva, afim de que possamos fazer uma auto-avaliação com o objetivo de refletir a respeito das seguintes questões: Será que amo de fato a Deus e ao próximo? Como tenho demonstrado este amor?I. O AMOR DIVINO
Deus é amor.
Essa é uma das declarações mais sublimes da Bíblia. O amor não é apenas um dos atributos de Deus; é a sua própria essência e natureza. O amor divino é totalmente diferente do humano, uma vez que é incondicional, imutável e perfeito. Ainda que o homem o ame menos ou mais, o amor de Deus não sofrerá alteração alguma, porque é da natureza dEle amar. Em tudo o que faz, seu amor é demonstrado. Até mesmo quando corrige, o Eterno o faz porque ama (Hb 12.6).
A partir dessa verdade, a Bíblia declara que é impossível alguém conhecer a Deus e não amar (1Jo 4.8). Ora, assim como um filho possui características de seu pai, nós, como filhos de um Deus que ama, naturalmente devemos amar como Ele amou (2 Pe 1.4; Jo 15.12). Do contrário, não seremos considerados seus filhos.
A manifestação do amor de Deus. já aprendemos que Deus é amor, porém, neste tópico iremos demonstrar que Ele apresenta provas desse amor. Uma das mais expressivas provas encontra-se descrita no texto áureo da Bíblia (Jo 3.16). O amor de Deus manifestou-se em Cristo, Seu Filho unigênito (v.9). A expressão “unigênito do Pai” assinala a singularidade de Jesus sobre todos os homens e seres celestiais. Sempre que o autor usa o termo “unigênito” realça esse caráter singular de Cristo, levando-nos a compreender a grandeza do amor de Deus ao oferecer Jesus para morrer por nós (Jo 1.14,18; 3.16,18), a fim de que pudéssemos obter a vida eterna, quando ainda éramos pecadores (Jo 3.14-16; Rm 5.8; 2 Co 5.21; Ef 5.1 ,2). Cristo é a materialização do amor divino. Jesus é a declaração de amor de Deus ao mundo (Tt 3.4). Para o homem, é impossível imaginar a grandeza, a largura, a altura e a profundidade desse amor. Em sua carta, o apóstolo faz questão de deixar claro que foi o próprio Deus quem tomou a iniciativa de nos amar e demonstrou isso enviando Jesus para perdão dos nossos pecados. Além disso, quando João afirma que Cristo morreu não somente pelos nossos pecados, mas também pelos de todo o mundo (1Jo 2.2), enfatiza a abrangência do seu sacrifício expiatório e a grandeza deste amor (Rm 5.8).
II. O AMOR COMO IDENTIDADE DO CRISTÃO
As palavras registradas por João (Jo 3.16) são retomadas no v.ll. No entanto, aqui, o apóstolo o faz de forma bem mais aplicada e pessoal. Ele avalia a grandeza do amor de Deus em dar o seu Filho para morrer em nosso lugar e nos encoraja a fazer o mesmo (1 Jo 3.16).
O dever de amar a todos. “Amados, se Deus assim nos amou…” (v.7a). João dirige-se à igreja com um tipo de tratamento comum entre ele e os irmãos (2.7; 3.2,21; 4.1,7,11). Contudo, a ênfase está no modo como Deus amou. A Bíblia nos encoraja a amarmos à maneira dEle, que entregou seu filho à morte por amor. Será que estaríamos dispostos a amar assim?
De acordo com as Sagradas Escrituras, não há alternativa para nós, pois está escrito que, como filhos de Deus, temos de agir como Ele (w.7,8). Além disso, não é apenas a forma de amar que João ensina, mas também a quem devemos amar. Se o Pai, o Deus Todo-Poderoso, o Criador, nos amou antes de ser amado por nós, muito mais nós, seres humanos, que já experimentamos tão maravilhoso amor, devemos amar ao nosso próximo, conforme nos ensina a Parábola do Bom Samaritano (Mc 10.29-37).
A identidade cristã. “E qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (v.7b). Essa é a identidade do seguidor de Cristo (Jo 15.35); somos o reflexo do amor divino para o mundo. Ao mencionar que ninguém viu a Deus, o apóstolo João reforça a necessidade que temos de amar ao próximo, para que o mundo possa experimentar do seu amor. A nova criatura é a luz que ilumina o mundo, e suas boas obras são motivo de os descrentes glorificarem ao Senhor (Mt 5.16).
Deus nos capacita a amar. “[..,] Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor” (v.12). Deus não é apenas o nosso exemplo de amor ao próximo (Jo 1.13.15), mas também aquele que nos capacita a amar mediante o Espírito Santo que em nós habita (Rm 5.5; 8.9; 2Co 1.22). Além disso, o amor de Deus é aperfeiçoado em nós, porque somos os seres nos quais Deus manifesta esse amor.
III. O AMOR E A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO
O capítulo 4 da 1 Epístola de João encerra-se ao apresentar algumas evidências daqueles que são filhos de Deus e, portanto, são salvos.
O amor ao Próximo. vv.12,13). Quando somos salvos, transformados por Deus e feitos seus filhos, passamos a ter seu amor dentro de nós. O ato de amar ao próximo é uma prova a nossa nova natureza e filiação. Aquele que já experimentou amor divino conseqüentemente ama o seu semelhante. É por isso que o apóstolo afirma com tanta segurança e certeza que quem não ama, não conhece a Deus!
A confissão de Jesus como Filho de Deus (v. 15). Aqueles que reconhecem que Jesus Cristo é o Filho de Deus, podem estar convictos de que são a habitação do Senhor. Tais pessoas só podem realizar essa confissão a partir do momento em que experimentaram o amor divino.
A confiança no amor de Deus (vv.16-18). O crente, que é morada do Espírito Santo de Deus (1Co 3.16,17; 6.19), cumpre seus mandamentos, é santo, tem comunhão com Deus, permanece nEle e ama o seu próximo. Enfim, confia plenamente no amor que o Eterno tem por si e na sua salvação em Cristo. Por isso, está seguro em relação à vida eterna:
CONCLUSÃO
Ao finalizar a lição deste domingo e o capítulo 4 da epístola, é imprescindível refletirmos a respeito da questão proposta no versículo 20: “Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” Logo, se você ama a Deus, ame ao próximo (v.21).
Postado por: Pb. Ademilson Braga