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E.B.D

Morrer para viver – Abrindo mão do “EU” para seguir a Cristo

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 78 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 01 – 03 de julho de 2022

TEXTO PRINCIPAL

 “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Rm 14.8)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Rm 5.8
O amor de Deus já está provado
Terça-feira – Gl 5.13
Nossa liberdade não nos autoriza a viver no pecado
Quarta-feira – Ef 2.5
Um dia já fomos escravos do pecado
Quinta-feira – I Co 15.26
A derrota da morte
Sexta-feira – Cl 2.14
Nossa dívida foi cancelada
Sábado – At 17.30
O perdão do tempo da ignorância

TEXTO BÍBLICO

Romanos 6.

1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

INTRODUÇÃO

Seguir a Jesus não é um processo automático, mecânico e irrefletido. É uma decisão cotidiana e consciente que tomamos debaixo da operação do Espírito Santo em nossas vidas. É nesta perspectiva que devemos pensar nosso relacionamento com Cristo, como uma dádiva celeste que nos foi amorosamente concedida. Que jamais venhamos nos esquecer de que somos filhos amados, gerados pela graça do Pai para a realização de boas obras.

I – A VIDA NOVA QUE RECEBEMOS

1- A graça que nos faz mudar de vida. O argumento de Paulo aos Romanos a respeito da operação da graça e nossa resposta a ela é irrefutável. O apóstolo dos gentios lembra àqueles irmãos que tudo o que eles necessitavam para alcançar a bênção da salvação já havia sido conquistado por Jesus na cruz do Calvário (Rm 5.6-10). Agora, diante dessa maravilhosa constatação do amor de Deus que já está demonstrado, como devemos responder? Menosprezando, vulgarizando a graça salvadora que nos foi concedida por meio de uma vida arrogantemente marcada pelo pecado (Rm 6.1)?

A resposta de Paulo é incisiva: JAMAIS! Quem teve acesso à maravilhosa mensagem do Evangelho e é consciente do sacrifício salvífico de Cristo em favor de toda a humanidade (Jo 3.16), tem o dever espiritual e moral de viver conforme a dignidade que o Reino de Deus exige dos seus súditos (Cl 1.10). Nunca devemos proceder como um fariseu legalista, acreditando que a salvação vem por algum tipo de artifício humano (Mt 23.5-7; Cl 2.20-23). E também nunca viver como um libertino, considerando a graça que liberta como um “salvo-conduto”, um “passaporte” para uma vida inconsequente e pecaminosa (Gl 5.13).

2- O batismo como imagem pública de nossa decisão interior. Para o crente, o batismo não é um mero ato religioso ou rito de passagem. O ato público de submergir-se nas águas batismais indica nossa convicção pessoal de salvação por meio de uma identificação com o Cristo que morreu por amor a nós. Desta maneira, constitui-se a analogia do batismo para um discípulo de Jesus: assim como a morte do Mestre decretou a garantia de nossa vitória final sobre o pecado (Cl 2.12-15), também nós, por meio do batismo, anunciamos ao mundo que já não mais nos identificamos com as obras das trevas (Rm 13.12), pois morremos para elas, e que, de agora em diante, vivemos exclusivamente para a glória do Cristo ressuscitado (I Pe 2.24).

3- Nossa associação com Jesus de Nazaré deve ser significativa. Vivemos em uma sociedade onde muitas pessoas são egoístas. Não podemos generalizar, mas na atualidade há muitos interessados nas riquezas associadas ao Cristo (Jo 12.5,6), mas poucos dispostos a irem a todos os limites por amor ao Salvador (Fp 3.8). Quem não se associar com a cruz de Cristo, jamais experimentará a plenitude do Reino (Mt 10.38,39). 

II – LIVRES DO PECADO, ESCRAVOS DE CRISTO

1- Vivendo como livres e não como escravos do pecado. A imagem que Paulo utiliza para tratar a respeito do nosso novo estado em Cristo deriva da prática da libertação de escravos no mundo romano. Havia um ritual jurídico nesse processo, e uma questão importante que se deve destacar dessa analogia paulina, é que, para um romano, a escravidão era uma
espécie de “morte social”. Na verdade, seria uma ação de benevolência do senhor, já que o escravizado era um cativo de guerra ou alguém com uma dívida impagável e a morte física seria seu destino. Sem qualquer direito, o escravo era reduzido a uma “coisa”, uma propriedade de seu senhor. Era assim que vivíamos debaixo da opressão do Diabo, mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.5).

A libertação do escravo era um “renascimento social”, ou seja, uma vez liberto, o ex-escravo adquiria um conjunto de direitos que reestabeleciam sua dignidade pessoal na sociedade, pondo-o em outro status. É assim que Paulo, escrevendo aos irmãos que congregavam na capital do mundo antigo, apresenta-lhes a poderosa transformação que a salvação de Cristo produz sobre os salvos (II Co 5.17; Gl 6.15). Somos renascidos, filhos novamente gerados, libertos das amarras da iniquidade através do poderoso amor de Deus (Jo 3.7; I Pe 1.23; 2.2).

2- A queda do jugo da morte. A consequência inevitável e insuperável do pecado é a morte (Rm 6.23). Era sob essa dominação que a humanidade vivia até a ressurreição gloriosa de Jesus de Nazaré. Como magistralmente Paulo anuncia em I Coríntios 15.26, a morte foi o último inimigo a ser aniquilado por Cristo, agora, devemos descansar confiadamente no amor do Salvador (I Co 15.54-57). Tudo foi pago, toda dívida foi cancelada (Cl 2.14), a tarefa humanamente impossível de ser realizada foi finalizada no Calvário (Jo 19.30). Hoje podemos viver como libertos, de cabeças erguidas, não em sinal de petulância ou autoconfiança, mas olhando para os céus com o máximo sentimento de gratidão ao nosso maravilhoso Redentor (Lc 21.28; Hb 12.2).

3- Não temos mais medo. Existe uma estratégia muito comum das hostes infernais: lançar em rosto aquilo que fizemos de errado e deplorável no tempo de nossa escravidão espiritual (Ap 12.10). O que o Diabo quer com esse tipo de tática é nos tornar inseguros com relação ao impacto da salvação em nossa trajetória. Todavia, Paulo nos esclarece que já não pesa sobre nós nenhum tipo de acusação espiritual por aquilo que fizemos no passado (At 17.30). Essa é a verdadeira manifestação do perdão, diferente do que acontecia com os escravos libertos na Roma antiga, os quais ainda deveriam considerar seus antigos senhores patronos, com certos laços e vínculos. Com a salvação alcançamos a ruptura total com as cadeias da morte e nos tornamos herdeiros da vida eterna.

III – JÁ POSSO VIVER, POIS NASCI DE NOVO

1- Discernindo a obra de Cristo por nós. Paulo é bastante claro ao afirmar que o reconhecimento do sacrifício vicário de Jesus por nós é fundamental para o estabelecimento de uma vida cristã genuína (Rm 6.11). É simplesmente incompatível a consciência plena do amor de Deus com uma existência dominada pela prática deliberada do pecado, ou seja, é impossível conhecer verdadeiramente a Jesus e ainda permanecer num estilo de vida dominado pelos impulsos carnais (Ef 2.3). Quem opta por viver assim, age como se desejasse, mais uma vez, crucificar a Cristo (Hb 6.6).

Devemos viver como mortos para o pecado (Rm 8.10), mas triunfantemente vivos para o Senhor (Gl 2.20). Dessa forma, somos convocados a adotar um padrão de vida excelente, uma prática cotidiana que espelhe o caráter de Deus revelado no coração de todo aquele que nasceu de novo, bem como as consequências práticas da presença do Espírito Santo (Gl 5.22). Como podemos perceber, a exortação paulina está devidamente alinhada com o discurso de Jesus (Mt 16.24-26).

2- O fim do império do pecado. Paulo era alguém oriundo de uma dupla formação cultural – hebraica e romana – por isso, conhecia várias perspectivas, do que era um governo tirano em suas várias formas de ação e elaboração do mal. Partindo dessa visão, o apóstolo anuncia aos seus amigos de Roma que para eles já não existem mais quaisquer laços de subordinação à tirania do pecado (Rm 6.12). A morte do Redentor nos deu uma esperança que instaura um novo Reino, não terreno, humano ou político (Jo 18.36), mas poderoso em amor, graça e misericórdia (Rm 14.17).

Se já não somos mais escravos do pecado, é urgente que vivamos como dignos representantes do majestoso governo do Cristo ressurreto (II Co 5.20). Quem está assentado no trono de seu coração? Que não seja o pecado nem seu “eu” inflado, convertido em ídolo do egoísmo. Entronize o Rei da glória (Sl 24.7-10; Rm 5.17,21).

3- Uma vida consagrada a Deus. Se Cristo reina em nós, como devemos viver, de que maneira devemos nos portar em meio à uma geração perversa? O apóstolo nos responde que, uma vez libertos da iniquidade, devemos andar de modo santo e irrepreensível (Rm 6.13,14). Esse padrão de comprometimento com os valores do Evangelho, com os princípios da graça, se confronta diretamente com o modelo de pseudo evangelho que testemunhamos no mundo atual. Para atrair os jovens, muitos têm relativizado as exigências de pureza e santidade que o Evangelho exige (I Ts 4.5-7). O anúncio da graça não pode se confundir com uma degradação espiritual e moral dos valores do Reino. O amor de Deus é grande, mas a porta continua estreita e o caminho ainda é apertado (Mt 7.13). Chamar para a santidade não significa depreciar a graça (Hb 10.29). 

CONCLUSÃO

Seguir o Mestre é a própria razão de ser de nossa espiritualidade. Na sociedade decadente em que vivemos, as pessoas estão sempre em busca de seu ego, de suas ambições carnais, do pecado. É urgente uma guinada da humanidade em direção a Cristo. Ele morreu e ressuscitou para nos libertar do jugo do pecado.

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

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