Connect with us

E.B.D

Libertos para viver em santidade

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 108 – 1º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 05 – 29 de janeiro de 2023

TEXTO PRINCIPAL

“Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (I Ts 4.7)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – I Pe 3-11
Aparte-se do mal
Terça-feira – I Pe 4.13
Participantes das aflições de Cristo
Quarta-feira – I Pe 1.15
Sede santos
Quinta-feira – I Pe 1.17
Deus julga as nossas obras
Sexta-feira – I Pe 1.22
Purificando a nossa alma
Sábado – I Pe 2.12
Tendo um viver honesto, santo

TEXTO BÍBLICO

I Pedro 1

13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo.
14 Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância.
15 Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.
16 Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo,
17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação.
18 Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais.
19 Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.
20 O qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós.
21 E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.

INTRODUÇÃO

Para refletir sobre a temática desta lição, faremos uma breve análise da Primeira Carta de Pedro, cujos destinatários são convidados a ser santos, assim como Deus é santo. A “manutenção” da santidade recebida na justificação e regeneração é exigida, pois para isso o cristão foi salvo. O preço do resgate para sua liberdade somente será eficaz enquanto viverem santidade.

I – O CONTEXTO DA PRIMEIRA CARTA DE PEDRO

1- Os destinatários da Primeira Carta. Eram pessoas, na sua maioria, estrangeiras e sem permissão para participar da vida pública, possuir terras e receber herança. Grande parte era composta de judeus da diáspora espalhados pelo mundo, escolhidos como povo exclusivo segundo a presciência de Deus Pai (I Pe 1.1,2).
2- Várias perseguições. Eles enfrentavam três tipos de perseguições:
a) pelos romanos – que os consideravam como um povo desprezível, supersticioso e pervertedor da moral e da ordem romana;
b) pelos judeus – que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos. Os judeus, em algumas situações, para manterem a boa relação de poder e política com os romanos, denunciavam os cristãos às autoridades romanas (At 1345-52; 14 2) e
c) pela própria população local – quer por motivos sociais (grande maioria pobres) ou pela diferença de práticas religiosas e políticas. Um povo desprezado pela sociedade e considerado como a escória, todavia foi esse povo que Deus escolheu para ser seu povo exclusivo (santo).
3- sofrimento. O problema do sofrimento é o tema central da Epístola. A Carta tem o propósito de encorajar os destinatários a manterem sua fé mesmo diante das adversidades e perseguições. Viver a situação deles e seguir as orientações bíblicas não é tão simples assim, exige muita disciplina e fé.

No entanto, o autor afirma que o sofrimento por causa da justiça (1 Pe 3.14) é a vontade e o projeto de Deus para aquela comunidade cristã (1 Pe 2.15) e motivo de alegria (1 Pe 412,13), a exemplo de Pedro e de Jesus. Era comum aos cristãos serem caluniados injustamente e o principal motivo para as calúnias era o estilo de vida separado da sociedade que eles tinham (1 Pe 4.3,4). Todavia, o autor coloca uma esperança na vida da igreja, pois afirma que o julgamento daqueles que não obedecessem ao evangelho de Deus seria terrível (1 Pe 417-19).

Dessa forma, cria-se a expectativa de que a libertação estava a caminho (1 Pe 5.9-11). Ser um povo alegre, em meio a tantas adversidades, somente é possível a pessoas que experimentam uma vida de santidade e de grande intimidade com Deus. 

II – A SANTIFICAÇÃO RECEBIDA NA JUSTIFICAÇÃO DEVE SER MANTIDA

1- Uma santidade que traz esperança (I Ts 4-17). O texto que estamos estudando (I Pe 1.13-21) faz parte de uma seção maior que fala sobre o novo status do cristão e suas consequências. Esta seção é construída por uma sequência de indicativos e imperativos, sendo que os primeiros servem como fundamentação para os imperativos. Após a indicação das bênçãos da salvação e o louvor prestado a Deus pela sua bondade e misericórdia em conceder sua graça, vemos os imperativos que alertam para o desenvolvimento de uma santidade continua e progressiva, que liberta o cristão da antiga vida de escravidão do pecado.

A justificação e regeneração que são acompanhadas da santificação inicial, devem levar o cristão salvo a uma conduta santa, contínua e progressiva. Esta é a santidade que liberta da vã maneira de viver e conduz à redenção definitiva (santificação final).

2- Deus é santo (I Pe 1.15,16). O intelecto limitado do ser humano não consegue entendera santidade de Deus na sua plenitude, pois esse entendimento transcende tudo o que lhe é possível conhecer e compreender. Dessa forma, a compreensão possível ao ser humano foi sendo revelada, ao longo da história, por meio da Palavra de Deus, registrada na Bíblia Sagrada, sendo a maior revelação por meio do seu próprio Filho encarnado (Hb 1.1-3). Assim, a melhor forma de entender a santidade de Deus é observando a vida e obra de Jesus.

A santidade faz parte da essência de Deus de forma que o distingue totalmente da criação, no sentido de perfeição. Todavia, essa distinção devido à sua transcendência não o torna inacessível, pois Ele também é imanente, ou seja, mesmo sendo santo na plenitude do termo, se comunica com as suas criaturas por amor e por misericórdia. Por isso, convida-as para também serem separadas, buscarem a pureza de uma vida santa, fazendo a diferença na sociedade.

3- Deus é o único juiz justo e imparcial (I Pe 1.17). A Santidade de Deus está diretamente relacionada com a sua própria justiça, em que Ele é o único juiz que julga de forma plenamente justa e julgará todos os seres humanos. O julgamento de Deus tem a garantia da justiça plena porque será de acordo com o seu padrão de santidade (Mt 721-23). Deus conhece todas as coisas, inclusive as intenções e motivações de cada pessoa, por isso Ele pode tomar decisões justas e imparciais.

O julgamento de Deus não tem somente o sentido escatológico. Ele constantemente, por meio do Espírito Santo e sua Palavra, esquadrinha o coração do ser humano para que haja consciência dos pecados cometidos, com vistas ao arrependimento, à mudança de comportamento e ao crescimento da vida em santidade.

III – A SANTIDADE QUE LIBERTA

1- O preço do resgate pela liberdade em Cristo (I Pe 1.18,19). O fundamento para a liberdade é o resgate. Esse processo de resgate de alguém que não tinha liberdade era muito comum na época da escrita dos livros bíblicos, A escravidão e a servidão eram práticas comuns havendo várias formas para uma pessoa se tornar um escravo. O escravo ficava submetido ao controle de outra pessoa e não tinha nenhuma liberdade para fazer uso de sua vontade ou tomar uma decisão.

Quem decidia por ele era seu dono. Isso ocorria porque o escravo não possuía recursos adequados para comprar sua liberdade, o que seria possível somente mediante a intervenção de um terceiro por meio do pagamento do resgate. No Novo Testamento esse fato é comparado com a posição do ser humano sem Deus.

A grande novidade do Evangelho é a apresentação de Cristo como o único que teria condições de pagar pelo resgate de toda humanidade, não com coisas corruptíveis, mas com seu sangue vertido na cruz (I Pe 1.18,19). Os destinatários da Carta não tinham recursos e ninguém para defendê-los nos tribunais romanos, mas no tribunal de Deus eles tinham um sublime advogado.

2- O cristão é resgatado para ser livre (I Pe 1.20). Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), surge na plenitude dos tempos, no momento exato planejado por Deus. O cristão é redimido, por meio do sacrifício de Cristo, para uma vida de santidade que liberta da escravidão do pecado.

Todavia, a liberdade que Cristo nos dá não é para fazermos o que quisermos, mas para viver uma vida genuinamente cristã, como parte da nova natureza, Paulo exortou os cristãos da igreja da Galácia por desprezarem o sacrifício de Cristo e confundir a justificação com a santificação contínua e progressiva, confiando nas obras de justiça, o que Paulo chama de “outro evangelho” (GL 1.6,9). A nova vida do regenerado o conduz na caminhada da santidade. O plano de Deus é tornar as pessoas íntegras e santas pelo seu amor.

3- A Libertação plena se dará somente com a glorificação. A Vida em Santidade, além da gratidão, é movida pela fé e pela esperança (I Pe 1.21). O autor aponta para a ressurreição de Cristo e sua glorificação. O pleno descanso eterno com Deus, após uma vida de santidade. A graça tem muito a oferecer, o tempo da graça é eterno, portanto, infinitamente maior do que o da escravidão do pecado e morte espiritual.

A participação na morte (justificação) e na ressurreição de Cristo (glorificação) faz-nos passar da morte para a vida. Uma vez justificado e participante do processo de santificação, o cristão já está no caminho da vida eterna com Deus. Por isso, a insistência do autor (I Pe 1.13-21) em exortar aquele povo sofrido a fim de manter a santidade adquirida na sua justificação e regeneração, com Liberdade em Cristo, reconhecendo o valor do resgate de suas almas. 

CONCLUSÃO

Aprendemos que Pedro, em sua primeira Carta, escreveu para pessoas que, na sua maioria, eram estrangeiras. Por isso, elas não dispunham de poder para participar da vida pública, possuir terras ou receber heranças. Todavia, sentiam alegria por participarem do sacrifício de Cristo, que pagou o resgate delas com algo mais valioso que toda a riqueza da terra. Elas foram libertas para viver em santidade apesar do sofrimento que enfrentavam em seus dias.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Compartilhe!
Clique aqui para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidos

Copyright © Seara de Cristo - Todos os direitos reservados