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Jesus, o Filho Eterno de Deus

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O propósito do autor da epístola

João inicia sua primeira epístola tratando de sua responsabilidade em solidificar a convicção de seus leitores a respeito da eternidade de Jesus Cristo, o Filho de Deus. A Igreja, naquela época, sofria o ataque direto dos gnósticos que, em síntese, pregavam que Jesus era mais um dos salvadores do ser humano, e que Ele apenas tinha algo divino em seu ser. Eles ainda ensinavam que, pelo fato de Jesus ter nascido neste mundo de corrupção, seria impossível Ele ser Deus perfeitamente e, portanto, eterno. Paulo já havia prevenido a igreja em Colossos contra essa heresia (CI 2.9; 1.19). João é enfático ao afirmar que o eterno Filho de Deus, nosso Salvador, veio a este mundo através do nascimento (l Jo 5.6; 4.1,2). Ele tornou-se humano, mas sem pecado e sem abrir mão da sua divindade (Mt 28.19), do seu poder (Mt 9.6), de sua onisciência (Mt 9.4) e do seu atributo de ser eterno (Rm 9.5).

João discorre sobre a eternidade de Jesus, reafirmando sua deidade e a vida eterna que Ele concede aos que lhe pertencem. Ele foi testemunha dos ensinos de Cristo (l Jo 1.1-4), teve comunhão pessoal com Jesus e, por isso, possui idoneidade suficiente para expressar-se sobre a vida plena e atemporal do Filho de Deus. O apóstolo do amor refere-se à vida de Cristo na eternidade, antes da criação dos “mundos” e de todas as coisas que neles existem, incluindo o homem (Jo 1.1-4,14; cf. Hb 11.3). Entretanto, é bom lembrar que, uma vez que todos somos feituras de suas mãos, Jesus transcende toda e qualquer consideração de tempo que alguém tente fazer a seu respeito. Ele está acima da vida física e espiritual (CI 1.16).

As palavras de João – “no princípio era o verbo” -, no início de seu Evangelho, referem-se a Cristo, que é a Palavra de Deus manifesta (Jo 1.1). Elas conduzem o leitor ao momento da criação, para que se certifique de que o Verbo divino não é somente distinto do que foi criado, mas o próprio Criador (Jo 1.3; Gn 1.1-31). João, ao dizer em sua primeira epístola, “O que era desde o princípio” (1.1), refere-se a Jesus Cristo que é desde o princípio (Jo 1.1; Gn 1.1; 1 Jo 2.7,13,14,24; 3.11). Em continuidade, ele diz: “o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1.1 ). Essa expressão reafirma que Jesus, o Deus Filho, veio em carne (Lc 2.10-12) e que nesta condição habitou entre nós; não só revelando o Pai (Jo 1.18; 14.9) e o seu amor, mas também oferecendo a sua vida (Jo 19.30) como única condição de salvar a todos quantos crêem em seu nome (Jo 1.12; Hb 9.26-28).

O que vimos com os nossos olhos (1.1). João demonstra ter sido atencioso em todos os momentos em que esteve com Jesus. Ao dizer: “o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado”, João dá ênfase ao fato de os discípulos terem convivido com Jesus fisicamente – experiência que o apóstolo Paulo não teve (no caminho de Damasco, quando Cristo lhe falou em meio a um resplendor de luz, Ele já havia retornado ao céu; At 9.3-6). Aqui João está afirmando que Jesus tinha um corpo físico tal qual profetizou Isaías (Is 53.3-7) e Davi (SI 22.14,17). Para os apóstolos de Jesus, foi um privilégio; para nós, que não o vimos, mas cremos, é uma bem­ aventurança (Jo 20.29).

O que ouvimos (1.3). João e os demais apóstolos presenciaram tudo o que Jesus realizou enquanto estiveram com Ele, porque foram convocados pelo Senhor, justamente a fim de que o vissem e ouvissem e depois testificassem, para o engrandecimento do Reino de Deus (Mt 28.18-20).
O que temos contemplado e as nossas mãos tocaram (1.1). O apóstolo investe a sua atenção ao usar todos os seus recursos para certificar seus leitores da presença física do Senhor entre os onze. Aqui pode estar incluído o momento em que Jesus apareceu-Ihes no cenáculo onde estavam reunidos, e convidou-os a tocá-lo e constatarem que, se Ele fosse apenas um espírito, não teria carne nem ossos. Para consolidar suas convicções, pediu-lhes o que comer e, recebendo, comeu (Lc 24.36-43; cf Jo 20.20-24).

Cristo – a vida se manifestou

Visto que no Verbo está a vida, Ele “se fez carne e habitou entre nós”, a fim de oferecer a vida eterna ao homem (Jo 1.14; 3.16). Quando João escreve que o Verbo se fez carne, está dizendo que Deus planejou e tornou realidade a encarnação do seu Eterno Filho para que, na condição de homem, vivesse entre nós (ls 7.14; Mt 1.23). Nessa forma, ao sacrificar-se, Jesus oferece a vida eterna aos que o aceitam como seu salvador (Jo 3.16), os quais, por isso, tornam-se participantes da natureza divina (Jo 15.4,5). João anuncia estas verdades chamando a atenção da Igreja para as obrigações concernentes ao que está recebendo, pois, ao tomar conhecimento de doutrinas tão essenciais para a vida cristã, nos tornamos responsáveis diante de Deus pela aceitação e observância destas (Jo 5.39; Lc 12.48).

Jesus eterno e atuante desde o princípio

No Antigo Testamento. Jesus sempre esteve presente e ativo antes e depois da sua vinda a este mundo como homem. Por Ele, todas as coisas foram criadas (Gn 1.26; CI 1.16.17; Rm 11.36). O Antigo Testamento relata algumas de suas aparições, em forma humana, antes mesmo da encarnação. A Abrão, Ele apareceu acompanhado de dois anjos nos carvalhais de Manre e ainda se alimentou (Gn 18.1-8); no vau de Jaboque mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.22-30) manifestou-se a Josué antes da destruição de Jericó (Js 5.13-15), e apareceu aos pais de Sansão (Jz 13.2-22).

No Novo Testamento, após sua morte redentora. A caminho de Damasco, Paulo teve a maior e melhor de todas as suas experiências com o Senhor Jesus, momento em que foi salvo e incumbido de levar o evangelho ao mundo inteiro (At 9.1-8). Quando o próprio João esteve em grande dificuldade na ilha de Patmos, o Senhor Jesus lhe apareceu para confortá-lo e lhe confiou revelações que, além de edificar-­lhe, ofereceram sustentação doutrinária à Igreja do Senhor (Ap 1.17 – 22.21). A variedade de registros a respeito da ressurreição de Cristo realizada pelos escritores do Novo Testamento é a mais evidente prova de que o Senhor Jesus está e permanecerá vivo eternamente.

Conclusão

O nascimento de Jesus, seu ministério, morte, sepultamento, ressurreição e ascensão, são as expressões máximas de sua perfeita humanidade e divindade. Sua onipresença em toda a história, sua indispensável estada, na forma humana, por um breve período no universo dos homens, e a direção da sua Igreja, são a prova de que Ele está conosco (Mt 28.20). Bem aventurados os que crêem assim.

 

 
Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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