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Jesus Cristo e Missões nos Salmos

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EDIÇÃO: 15 – 2º Trimestre – Ano: 2020 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 02 – 12 de abril de 2020

TEXTO ÁUREO

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?“, Sl 22.1

VERDADE APLICADA

Os Salmos também testificam de acerca de Jesus Cristo, Sua obra e o plano divino de alcançar os povos para que todos O adorem.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Salmos 2

1. Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?

2. Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:

3. Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.

Salmos 22

27. Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.

Salmos 110

1. Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos salmos messiânicos e missionários, destacando a mensagem profética, o sofrimento, o triunfo de Cristo o e propósito de Deus para todos os povos.

I. PROFECIAS NOS SALMOS MESSIÂNICOS

O Salmo 2, escrito por Davi, conforme pode ser verificado em Atos 4.25, relata três profecias a respeito do Messias:

a) A revolta da nação e do povo contra o Ungido de Deus;

b) o triunfo do Filho de Deus;

c) o reinado do Filho de Deus sobre todas as nações.

1. A revolta do povo contra o Ungido de Deus.

O Salmo 2 começa com a seguinte indagação: “Por que se amotinam as gentes, e os povo imaginam coisas vãs?”. A palavra amotinar significa “enfurecer-se, revoltar-se”. Percebe-se, no contexto, que essa revolta é generalizada, independe da posição ou classe social do indivíduo. A revolta não será apenas dos povos, mas de reis e príncipes em conluio e são direcionadas ao Ungido de Deus. O termo “ungido” aponta profeticamente para Jesus, o Ungido de Deus [At 2.36; 18.28]. Várias passagens do Antigo Testamento que mencionam a unção são consideradas messiânicas por serem prenúncios de Cristo [Sl 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.24-26]. Portanto, Cristo enfrentaria uma forte oposição [Lc 13.14; At 4.27-28; 5.33]. No contexto atual, é notória a revolta de governos, grupos e comunidades contra Cristo. O ataque direto aos valores cristãos, a morte e a tortura de missionários cristãos são exemplos claros da revolta contra Cristo.

2. O triunfo do Filho de Deus.

Percebe-se que a revolta e conluio dos reis, príncipes, povos e nações, relatadas no Salmo 2.1-3, tinham por finalidade romper as ataduras do Messias. “Rompamos”, ou seja, removamos “ataduras e cordas”. Não querem o domínio e o poder sobre eles. Retrata aqueles que não se submetem ao senhorio de Jesus Cristo. Contudo, o texto informa que o conluio e revolta não subsistirão, pois o Messias triunfará. Vejamos:

a) os sábios e entendidos serão confundidos [ICo 1.20].

b) haverá triunfo sobre os arrogantes [Cl 2.15].

3. O reinado do Filho de Deus.

O decreto divino estabelece o reinado do Filho de Deus: Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão.” [Sl 2.8]. O decreto divino escorçado nos versos 7-9 profetisa o ofício real de Cristo. O exercício desse ofício por Cristo está mais detalhado no Novo Testamento: 1) Em relação ao Universo, Cristo passa a governar o mundo [Mt 25.31-32]. As nações serão reunidas em volta dEle [Mt 28.18; Hb 1.3]; 2) O Seu reinando é extensivo à Igreja, conforme podemos verificar em Efésios 1.22-23. Cristo, como Filho de Deus, assumiria a propriedade das nações, não apenas dos judeus, mas também dos gentios e os confins da Terra [Is 53.12; Ap 11.15]. Por fim, aqueles que não aceitarem o Messias sofrerão duro juízo [Sl 2.9].

II. O sofrimento do Messias

Encontramos também nos Salmos o sofrimento do Ungido do Senhor (Salmo 22), expresso de forma profética e tipológica. É também chamado de “Salmo da Cruz”. Esdras e Reginal escrevem que este Salmo “é citado pelo menos sete vezes no Novo Testamento, todas com referência a Jesus Cristo […].

1. Sujeição e abandono.

Cristo sujeitou-se a um dos piores sofrimentos: o abandono. Cristo no momento da crucificação, cita o Salmo 22: “E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz dizendo: Eli, Eli, lama sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” [Mt 27.46]. Cristo abre mão da Sua glória para aceitar a punição que deveria ser aplicada aos homens, pois o pecado faz separação entre Deus e o homem. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós [Gl 3.13].

2. Zombaria e desprezo.

Salmo 22.6 ressalta: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo”. Denota-se na presente passagem o completo esvaziamento de si, comprovando o que o apóstolo Paulo fala em Filipenses 2.6-7, quando Cristo assumiu a forma de servo. Como profetizou Isaías (NTLH): “…tão desfigurado que nem parecia um ser humano” [Is 52.14]. Foi ridicularizado pelos homens, conforme pode ser verificado por suas declarações em Marcos 10.33-34 e pela atitude de um dos ladrões que estavam na cruz [Lc 23.39].

3. O sofrimento não lhe impediu de cumprir a missão.

O verso 22 dá início a uma declaração pública de alguém que não deixará de anunciar e louvar o nome de Deus. O escritor aos Hebreus usa este verso para se referir a Jesus Cristo [Hb 2.11-12]. O sofrimento, o desprezo, as afrontas não conseguiram impedir o Ungido de Deus, Jesus Cristo, de cumprir Sua missão. Anúncio e louvor não serão abalados pelo sofrimento. “O trabalho da sua mão ele verá e ficará satisfeito” [Is 53.11]. Tão satisfeito que chama os que foram santificados de irmãos. Ainda que haja zombadores e escarnecedores, contudo também há santificados e irmãos.

III. O sacerdócio real e os salmos missionários

Estudadas as questões relativas as profecias, aos sofrimentos do Messias e Seu sacrifício, conforme o Salmo 2 e 22, cabe destacarmos alguns pontos frisados nos Salmos 67, 110 e 117.

1. Sacerdócio da ordem de Melquisedeque.

O Salmo 110.4 informa acerca de “um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”. Esse ponto também é tratado em Hebreus 5.6. De acordo com Matthew Henry: “Melquisedeque foi sacerdote no seu trono e, também, o é Cristo [Zc 6.13], rei de justiça e rei de paz. Melquisedeque não teve sucessor; nem Cristo o tem; o sacerdócio dele é imutável.”. O sacerdócio de Cristo é incorruptível, sem pecado, conforme podemos verificar em Hebreus 4.15. Sofreu tentações, mas não pecou e tendo cumprido a Sua obra, “foi recebido em cima no céu” [At 1.9-11].

2. Os Salmos missionários.

Após destacarmos os salmos diretamente relacionados a pessoa e características de Cristo, compete observarmos que o Salmo 67 e 117 estabelecem um dever missionário. Assim, o livro dos Salmos nos convoca não apenas para conhecermos a pessoa de Jesus Cristo e Sua obra, mas, por causa disso, clamarmos a Deus por misericórdia e bênçãos, sem, contudo, ignorarmos o propósito de Deus em abençoar todas as nações [Sl 67.2; 117.1] como revelado a Abraão [Gn 12.3]. O texto do Salmo 67.2 revela este propósito: “Para que”. O verso menciona caminho e salvação: vontade de Deus, o padrão divino para o nosso viver e a tão grande salvação. Há uma interessante sequência: somos abençoados para que a vontade de Deus e a Sua salvação também sejam conhecidas por todas as nações e, assim, o Senhor será adorado por todos os povos.

3. Que todos os povos louvem ao Senhor.

O Salmo 117, segundo Kidner e Champlin, faz parte do grupo de salmos identificado como “Salmos Hallel” (Louvor) – 113 a 118. O Salmo 117 é o menor de todos, contudo é um chamado universal: “todas as nações…todos os povos”. São dois os motivos apresentados: benignidade e verdade, ou misericórdia e fidelidade. A ênfase recai sobre o caráter de Deus e não nos feitos. Em um tempo de tanto destaque (às vezes até demasiado) quanto aos feitos humanos, é interessante refletirmos sobre o caráter, a essência: Deus é amor e fiel! O apóstolo Paulo citou este salmo ao discorrer sobre o fato de Cristo ter nos recebido, enfatizando os “gentios” [Rm 15.11].

CONCLUSÃO

Louvemos a Deus por Seu amor e fidelidade, bem como por Seu plano redentor executado por intermédio de Jesus Cristo, e cumpramos com fidelidade e no poder do Espírito Santo a missão de anunciarmos a salvação, até os confins da terra para a glória de Deus.



Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista Betel

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