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E.B.D

Instruções sobre o comportamento na igreja

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 136 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 07 – 13 de agosto de 2023

TEXTO PRINCIPAL

 “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (I Co 6.12)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – l Tm 1.3
Cuidando da doutrina
Terça-feira – I Tm 1.5
O amor fraterno
Quarta-feira – I Tm 1.18
Militando a boa milícia
Quinta-feira – I Co 6.1-11
O litígio entre os irmãos
Sexta-feira – Hb 12.23
A “universal assembleia e igreja dos primogênitos”
Sábado – I Co 6.20
Glorificando a Deus com o nosso corpo

TEXTO BÍBLICO

I Timóteo 3

14 Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa.
15 Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.
16 E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória.

INTRODUÇÃO

Na lição deste domingo, estudaremos os três últimos versículos do capítulo 3 da Primeira Carta de Paulo a Timóteo. Apesar de ser um trecho pequeno, tem riquíssimo conteúdo. Nele Paulo expressa o seu desejo de rever Timóteo, possivelmente na própria Éfeso: fala do relevante papel da Igreja como coluna e firmeza da verdade; e trata do mistério da piedade, que é a sublime revelação de Cristo, o Filho de Deus encarnado, ressurreto e glorificado. Refletiremos a respeito do conteúdo da verdadeira mensagem cristocêntrica e os perigos de um evangelho político ou moral, denominado evangelho social. São faces diferentes de um mesmo problema. Manter a essencialidade bíblica da pregação é um grande desafio para a Igreja em todos os tempos.

I – O PROPÓSITO DE PAULO

1- Uma palavra pessoal. Com a expressão “escrevo-te estas coisas”, Paulo volta a dar um tom bem pessoal ao seu texto, principalmente ao dizer que esperava ir ao encontro de Timóteo “bem depressa” (I Tm 3.14). Isso mostra que Paulo pretendia retornar da Macedônia (Europa) para a Ásia Menor (atuaL Turquia) a fim de reencontrar seu amigo e fiel cooperador. Como já estudamos, Paulo escreveu sua Primeira Carta a Timóteo durante a viagem que fez depois de seu primeiro aprisionamento em Roma, quando visitou Creta (onde deixou Tito – Tt 1.5) e algumas cidades da Ásia Menor, como Mileto (II Tm 4.20), e possivelmente a própria Éfeso. De Mileto, seguiu para Trôade, rumo à Macedônia (Filipos, Tessalônica e Beréia), região de onde escreveu a Primeira Carta a Timóteo (I Tm 1.3).
2- Mudança de planos. No versículo 13 do capítulo 4 Paulo também expressa seu desejo de encontrar-se novamente com Timóteo. Mas não há nenhuma evidência de que tenha havido seu retorno para a Ásia Menor. Escrevendo a Tito algum tempo depois, o apóstolo informa que pretendia passar o inverno em Nicópolis (Tt 3.12), na costa ocidental da Grécia, ainda mais distante de Éfeso. O mais provável é que, saindo da Ásia Menor pela cidade de Trôade (II Tm 4.13). Paulo tenha visitado a Macedônia, descido a Corinto, na Acaia, e, de lá, seguido para Nicópolis, onde provavelmente foi preso e levado à Roma. Assim como qualquer um de nós, Paulo também fazia planos, mas ele havia entregado a sua vida totalmente à direção de Deus, o que incluiu sofrimentos e o próprio martírio (At 9.6,15,16; 20.22-24). Fazer a vontade de Deus é sem pre o melhor (Sl 18.30-34).
3- “Mas, se tardar”. Ao mesmo tempo em que esperava logo rever Timóteo, Paulo cogitava que sua viagem pudesse demorar. Assim, enviou por carta suas instruções. O apóstolo se mostrou precavido e diligente, fazendo o melhor uso possível do principal meio de comunicação da época. Timóteo ficou devidamente suprido de orientações pastorais complementares àquelas que havia recebido pessoalmente (I Tm 3). Quando usados sabiamente, os meios de comunicação são uma bênção. Eles podem nos edificar individualmente e a toda a igreja. 

II – À IGREJA DO DEUS VIVO

1- “Com o convém andar”. A construção gramatical utilizada por Paulo nos permite entender que o ensino não era somente para Timóteo, mas para todos os crentes de Éfeso e, via de consequência, para os cristãos de todos os tempos, pois visava a “igreja do Deus vivo”. São instruções quanto ao comportamento de todos que são chamados para pertencer à família de Deus na Nova Aliança.
2- Casa de Deus. O sentido aqui não é físico. Paulo não está referindo-se ao templo como um edifício, mas ao corpo místico de Cristo, a Igreja, formada pela reunião de todos os santos, os quais são templo do Espírito Santo, habitação permanente de Deus (I Co 3.16; 6.19: II Co 6.16). É a “universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos no céu” (Hb 12.23). Jesus anunciou aos discípulos a edificação de sua Igreja (Mt 16.18), usando um termo grego bem conhecido na época: ekklesis, formado de eh, “para fora de”, e klesis, “chamado”. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, tem o sentido literal de “reunião de um povo, por convocação”. É para esse povo, portanto, que são dirigidas as instruções paulinas. Onde quer que nos reunamos, precisamos nos comportar de acordo com a Palavra de Deus.
3- O Deus vivo. A expressão “igreja do Deus vivo” contrasta com os inúmeros templos dos deuses pagãos da época, ídolos mortos que não podiam esboçar nenhuma reação ao culto que recebiam. Ali mesmo, em Éfeso, muitos haviam se convertido a Cristo, abandonando os seus ídolos, o que causou grande alvoroço na cidade (At 19.1-20). Hoje, igualmente, precisamos ter fé e convicção de que estamos servindo a um Deus vivo. Não podemos perder a poderosa presença de Deus em nossa vida, individual e coletivamente. Precisamos orar fervorosamente (At 4.31) e dedicar tempo nos exercitando em piedade ou devoção, o que inclui a prática de disciplinas espirituais que nos levem a conhecer e amar cada vez mais a Deus (I T m 47,8).

III – O MISTÉRIO DA PIEDADE

1- Coluna da verdade. Mais que um sentido geral, a verdade aqui tem um sentido fundamental e específico, que é o “mistério da piedade”. Esse “mistério” ou razão de nossa devoção é Cristo, a Palavra encarnada, em torno de quem estão escondidos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl 2.2,3). Para proclamar essa verdade, os líderes de Éfeso precisariam ter uma firme estrutura moral e espiritual, por isso as qualificações apresentadas por Paulo eram fundamentais, o enfraquecimento da liderança compromete a mensagem. Há um risco enorme de se tentar reduzir o evangelho a uma pregação de moral pública, enquanto as qualificações individuais vão sendo desprezadas. Em “tempos trabalhosos” (II Tm 3.1), não são poucos os que estão reduzindo o “evangelho” à defesa de pautas públicas. Uma pregação aparentemente espiritual, mas bem afastada da mensagem cristocêntrica.
2- Verdade libertadora. A única mensagem libertadora é o evangelho bíblico completo, que expõe o “mistério da piedade”: encarnação, morte, ressurreição e glorificação de Cristo, e seu poder regenerador, justificador e redentivo eterno. Esta mensagem (e somente ela!) tem o poder de libertar o homem e dar-lhe força interior para vencer suas próprias inclinações pecaminosas, afastando-o de toda a imoralidade e mundanismo (I Co 2.1-5).
Uma pregação moral, portanto, é como atacar as consequências de um problema, deixando inatingível a causa. Isso é o que tem sido feito com parte da pregação evangélica, fazendo dela um discurso político, na vã esperança de transformação da sociedade. O problema da humanidade, afinal de contas, não é primariamente coletivo, mas individual. Não existe libertação da sociedade se os indivíduos permanecem presos em seus delitos e pecados (Ef 2.1-5). Homens imorais jamais construirão uma sociedade moralmente sadia,
O verdadeiro evangelho, portanto, apresenta a Cristo, o Homem perfeito, único que tem o poder de libertar, perdoando os pecados e produzindo uma profunda transformação do caráter. É a obra da regeneração, pela qual se inicia um processo progressivo e permanente, que é o crescimento em santificação (Hb 12.14). Somente a graça de Deus nos faz alcançar virtudes espirituais com o domínio próprio, fruto do Espírito (Ef 5.22).
3- O conteúdo da mensagem. As igrejas da Europa e dos Estados Unidos da América vivem trágicos resultados de um processo de declínio da pregação. Isso, infelizmente, se projeta no Brasil, com as facetas próprias de um país tropical e continental, altamente eclético no campo evangélico. Há também um movimento de psicologização, pela inserção de conteúdos motivacionais e de autoajuda, como a Teologia do Coaching.
No campo pentecostal, há movimentos sem solidez bíblica e doutrinária. Por isso, rapidamente caem em descrédito, gerando frieza, incredulidade e apostasia (Mt 7.21-23; 18.6). Como “coluna e firmeza” da verdade, a igreja deve sustentar a proclamação do “mistério da piedade”, que Paulo expressou através do trecho de um hino bem conhecido dos crentes primitivos: “Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (I Tm 3.16).
Em poucas palavras, uma profunda mensagem cristológica. Apresenta a Cristo, o Filho de Deus que se fez carne, morreu e ressuscitou como prova de sua vitória sobre o pecado, a morte e o inferno (Jo 1,14; Cl 2.12-15; Ap 1.18). Sua vida e ressurreição, assim como sua ascensão aos céus foi testemunhada pelos anjos (Lc 2.10; At 1.9-11). Seu nome tem sido pregado aos gentios, e crido por incontáveis pessoas em todas as épocas e lugares, as quais esperam vê-lo glorificado (I Jo 3.2,3).
4- Buscando o equilíbrio. Ao tratar da centralidade do Evangelho, que é Cristo, não podemos imaginar que não devemos estudar muitos outros importantes temas da vida cristã, também contidos nas Escrituras. O ensino de Paulo visa ensinar “como convém andar” e isso deve ser feito com equilíbrio. O segredo do equilíbrio é ter Cristo sempre no centro de todas as coisas, interpretando e aplicando os ensinos relativos a todas as áreas da vida. Nosso foco central deve ser a glorificação de nosso Senhor e Salvador: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas: glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36). 

CONCLUSÃO

Em tempos tão trabalhosos, com tantos fundamentos destruídos, é imperativo que, como Igreja, cumpramos nosso papel de defesa e proclamação da verdade, que é Cristo e seu Evangelho pleno. Para essa importante missão, precisamos manter um comportamento apropriado, cumprindo fielmente a Palavra de Deus. Isso não é possível com as nossas próprias forças, mas a graça de Deus nos capacita.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

 

 

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