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Igreja – Agente Transformador da Sociedade
Jesus vivia de acordo com os costumes e tradições da sociedade judaica. Ainda criança, foi levado, certa vez, por seus pais a Jerusalém por ocasião da Páscoa. Quando adulto frequentava a sinagoga, pagava impostos e, sempre que convidado, participava de eventos sociais. Foi numa festa de casamento que realizou o seu primeiro milagre. Em seu estilo de vida simples e modesto, vivia como um homem do povo, embora fosse o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Foi em meio às pessoas que Ele transformou a sociedade e o mundo. Pregava, ensinava, curava os enfermos, libertava os oprimidos pelo demônio e compadecia-se dos que tinham fome. Ele cumpriu a sua missão de tal forma que ficou conhecido como o “amigo de pecadores” (Mt 11.19).
Como Igreja de Deus, temos uma missão a cumprir junto à sociedade como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nossa missão é transformá-la através do poder do Evangelho de Cristo.
A IGREJA E A SOCIEDADE
O que é uma sociedade? O dicionário Houaiss define sociedade como “agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração, cidadania e fraternização mútuas”. Deus não criou o homem para que vivesse isolado. Por isso constituiu a família (Gn 1.28), a célula básica da sociedade e da nação. A partir da família de Adão e Eva, os seres humanos começaram a formar outros agrupamentos sociais mais complexos. Sem a família a sociedade desaparece.
O Senhor Jesus, ao vir a este mundo nasceu em uma família. Verdadeiro homem e verdadeiro Deus, conviveu numa sociedade imperfeita e pecadora, a fim de transformá-la através das boas novas de salvação.
Jesus e a sociedade. Desde a infância, Jesus sabia como agir e interagir numa sociedade organizada (Lc 2.52). Ele era amorosamente amistoso (Lc 2.39-51). Relacionava-se inclusive com os desprezados e marginalizados. Sua pregação e ensino eram inclusivos: alcançava os leprosos, os oprimidos pelo Diabo, cego, coxos, etc (Mt 4.1 5-17; Lc 7.21,22).
Ao contrário dos escribas e fariseus, Jesus não se importava de estar na companhia de publicanos e pecadores (Mc 2.15,16). Antes, investiu seu tempo nas pessoas que realmente dEle precisavam e desejavam ouvir a sua mensagem, pois segundo afirmou, “não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12b). Sigamos o exemplo do nosso Mestre!
A Igreja na sociedade. A Igreja de Cristo é como um farol em meio à escuridão deste mundo, por isto seus membros devem ter uma conduta ilibada (Fp 2.15). Caso contrário, não terão a credibilidade necessária ao pregar a Palavra de Deus. A Igreja do Senhor não deve ser insensível diante dos sofrimentos e mazelas que infelicitam a sociedade. Nossa obrigação é estender as mãos aos necessitados (1 Jo 3.17).
Sabemos que algumas medidas têm de ser tomadas pelo poder público para que os sofrimentos sociais sejam minorados. Todavia, a igreja local pode e deve contribuir, realizando campanhas como, por exemplo, alfabetização de adultos, exames preventivos, socorro às vítimas de tragédias e catástrofes, etc. Contribuamos, pois, com ações que cooperem para melhorar a sociedade, demonstrando, na prática, o amor de Cristo e a eficácia completa do Evangelho (1 Tm 6.5).
A IGREJA E A PROTEÇÃO SOCIAL
Através da oração. Um recurso eficaz e poderoso para abençoar e proteger a nação é a intercessão do povo de Deus. A Igreja é exortada a orar por todos os homens, indistintamente, bem como pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1-8), a fim de termos uma vida tranquila e sossegada (v.2). Clamemos a Deus em favor da nação, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16b).
Por intermédio dos conselhos divinos. A Palavra de Deus revela que os reis tementes ao Senhor recebiam conselhos e orientações dos profetas (2 Cr 20.14-18; Is 37.1-7). Os mensageiros do Senhor exerciam uma função social muito importante: denunciavam as injustiças sociais e os pecados do povo e dos governantes (Jr 2.12,13,19; 25.3-7; Ml 1.1-2.17).
Hoje há chefes de Estado que também procuram conselhos de pastores. Clamemos a Deus para que levante homens autênticos para que falem ousadamente a sua Palavra. Sim, homens irrepreensíveis, a fim de aconselharem e confrontarem os pecados da nação (Mc 6.17,18).
Por meio dos valores cristãos. Quem não gostaria de viver numa sociedade cujas políticas públicas fossem justas e equânimes? No Decálogo (Êֺx 20) e no Sermão da Montanha (Mt 5-7), encontramos os fundamentos para se edificar uma nação mais justa e igualitária. Se a sociedade pautar o seu modo de viver pelos princípios estabelecidos por Deus nas Escrituras Sagradas, não mais assistiremos a sua degradação ética, moral e espiritual. Carecemos desesperadamente destes fundamentos. Tais princípios e valores vêm rareando na família, na sociedade e no Estado. Que jamais venham a faltar na igreja. Tais princípios são atemporais e servem como um escudo à nação.
A IGREJA E A ASSISTÊNCIA À SOCIEDADE
A evangelização. Evangelizando, a igreja muda o cenário da sociedade, na qual acha-se estabelecida. Cabe-nos igualmente minimizar o sofrimento alheio (1 Jo 3.18; Tg 2.14-18), manifestando o amor de Deus através de ações concretas. Dediquemo-nos, pois, a socorrer os enfermos, viciados em drogas, órfãos, viúvas e idosos desamparados. Em seu ministério, o Senhor Jesus ajudava a todos. Ele é o Servo de Jeová (ls 53.4; Lc 22.27; Fp 2.7). Paulo também muito se preocupava com os necessitados (1 Co 11.1).
A ação social. Sem dúvida, a evangelização é a suprema missão da Igreja de Cristo. Todavia, devemos conscientizar-nos de que a ação social também faz parte da tarefa que nos confiou o Senhor (Mt 28.19,20; Tg 1.26,27). Por acaso não agiam assim o Senhor Jesus e os apóstolos?
Restaurando a sociedade. A degradação dos valores familiares, as drogas, a criminalidade e outros sintomas igualmente maléficos evidenciam o caos em que vive a sociedade. Cabe a Igreja de Cristo, portanto, lutar contra tais coisas. Através da Palavra de Deus, condenemos a prostituição, a pedofilia, o aborto, a corrupção, etc. Não nos conformemos com a filosofia deste mundo (Rm 12.2), pois a Igreja do Senhor é “a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15).
CONCLUSÃO
Como servos de Deus, somos agentes de sua graça salvadora para evangelizar, fazer missões e mostrar a todos, na prática, o nosso amor (GI 6.10). É tempo de oferecer à sociedade tanto o Pão que desceu do céu, Jesus Cristo, como o pão que brota da terra. O mesmo Senhor que ordenou:
“Ide e pregai” também recomendou: “Dai-lhe vós de comer”. Através da Bíblia Sagrada, influenciemos e transformemos a sociedade, para que o nome de Cristo seja glorificado entre os homens.
Postado por: Pb. Ademilson Braga