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Adultos - Betel

Humildade, o alicerce da felicidade cristã

Publicado

em

EDIÇÃO: 130 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 02 – 10 de julho de 2022

TEXTO ÁUREO

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5.3

VERDADE APLICADA

Humildade é reconhecer que nada somos ou temos e que dependemos inteiramente de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Provérbios 16

  1. O alto caminho dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.
  2. A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.
  3. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos do que repartir o despojo com os soberbos.
  4. O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no Senhor será bem-aventurado.
  5. O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Sl 32.1-2
A felicidade do homem perdoado.
Terça-feira – Sl 144.15
Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor
Quarta-feira – Mt 5.8
Bem-aventurados os limpos de coração
Quinta-feira – Jo 13.1-15
Jesus lava os pés dos discípulos.
Sexta-feira – Fp 2.4-8
Exortação à humildade.
Sábado – Ap 21.4
Deus limpará toda lágrima.

INTRODUÇÃO

Logo no início do Sermão da Montanha, Jesus nos fala sobre as bem-aventuranças (Mt 5.3, 12). O termo usado para a palavra bem-aventurança se refere a uma profunda alegria da alma humana.

I – A FELICIDADE DE ACORDO COM A VISÃO DE DEUS

A primeira bem-aventurança ensinada por Jesus fala acerca da humildade. O pobre de espírito aqui é aquele que nada possui e que vive numa absoluta dependência.

  1. O que pode ser a felicidade para algumas pessoas? A psicologia ensina que a felicidade é o estado emocional de uma pessoa feliz; é a sensação de bem-estar e satisfação que experimentamos quando atingimos nossos objetivos, desejos e propósitos; é um momento duradouro de satisfação, onde não há necessidades urgentes nem sofrimentos atormentadores. Para muitos, a felicidade é um estado subjetivo, cada pessoa experimenta de uma maneira diferente; ela pode ser causada por coisas ou situações diferentes, dependendo do significado que cada pessoa dá a elas. Por fim, a felicidade pode ser um estado duradouro, mas também pode expirar. A felicidade pode significar muitas coisas, desde a conquista de algo, a um estado de paz. Para Deus, a pessoa feliz é a que reconhece que nada tem e que em tudo depende de Sua graça (Mt 5.3).
  2. O que é a felicidade segundo a Bíblia? A felicidade segundo a Bíblia está determinada pela existência da relação com Deus por meio da fé e da obediência que se tenha aos Seus mandamentos. Então a felicidade é vista como um presente dado por Deus a seus filhos (Sl 144.15). Isso não ignora que existam pessoas que temporariamente gozem das coisas desta vida, que vivam de festas, que tenham suas necessidades físicas e emocionais satisfeitas, mas isso não significa que são felizes. Então, como alcançamos a felicidade com Deus? Experimentando o perdão (I Jo 1.9). Não se pode ser feliz com o terrível peso da culpa sobre os ombros, mesmo que se tenha tudo ou se esteja cercado por fama e prazer. O homem precisa do perdão de Deus para ser feliz (Sl 32.1-2).
  3. Onde podemos encontrar a felicidade? A felicidade na Bíblia é realmente vista como um paradoxo, como uma aparente contradição ao senso comum (Mt 5.44-48). O que uma pessoa deve ter para ser feliz? A resposta típica que encontraríamos é que os felizes são aqueles que têm dinheiro, posses, amor por um cônjuge, conquistas, ou ausência de dívidas. No entanto, nem todo mundo tem essas coisas e nem mesmo aqueles que as têm podem se dizer realmente felizes. Outros, talvez, mais profundos, dirão que a felicidade está na família ou talvez que a felicidade esteja em boa atitude diante de cada circunstância da vida. Existem muitos lugares em que o ser humano pode se sentir feliz, mas não há outro lugar como ao lado de Deus. Sua presença é o lugar de maior felicidade, porque nela existe paz aceitação, amor e liberdade (Sl 65.4; 84.4-5). Então Ele se torna o meio e o objetivo final de nossa felicidade.

II – O QUE É UM POBRE DE ESPÍRITO?

Jesus chama de felizes aqueles que são pobres de espírito, mas afinal o que é ser pobre de espírito segundo as Escrituras? Vejamos a seguir:

  1. O pobre é o humilde que confia em Deus. As bem-aventuranças foram originalmente pronunciadas em aramaico. Os judeus usavam a palavra “pobre” com um sentido muito especial. Designava uma pessoa sem poder, prestígio ou influência. Alguém que, por não possuir nenhum recurso terrestre, coloca toda sua esperança e confiança em Deus. Para os hebreus, o “pobre” é o “humilde” que põe toda sua confiança em Deus. É nesse mesmo sentido que em vários salmos o “pobre” é apresentado como o homem humilde e impossibilitado, que colocou sua esperança e confiança em Deus (Sl 9.18; 34.6; 68.10; 72.4; 107.41; 132.15). Segundo Barclay: “O homem bendito e feliz é aquele que tomou consciência de sua total necessidade, e que depositou em Deus toda sua confiança”.
  2. O pobre é aquele que está vazio de si mesmo. Ao dizer bem-aventurados os pobres de espírito, Jesus estava confrontando a forma incorreta do ensinamento dos fariseus e mestres da lei. Os fariseus eram orgulhosos ao extremo, se consideravam justos, de que nada necessitavam. Antes de reprová-los, Jesus lhes falou acerca da verdadeira justiça que vem de Deus, e eles a recusaram. A expressão “pobre de espírito” está em oposição ao orgulho espiritual e se destina a eles e seus seguidores. O Dr. John Dwight Pentecost diz que a pessoa que se caracteriza por orgulho espiritual não receberá de Deus coisa alguma; a bênção de Deus não pode descer sobre ela, porque o orgulho não serve de alicerce para a justiça. O orgulho espiritual não é demonstração de santidade, mas de pecaminosidade; sendo assim, jamais pode produzir felicidade.

3. O pobre é plenamente dependente de Deus. A palavra “humilde”, empregada por Jesus em Mateus 5.3, é a mesma palavra que é traduzida por “mendigo” em Lucas 16.20-22. “Humilde e mendigo” derivam de uma raiz que significa “abaixar-se ou encolher-se”. Ela se refere não simplesmente àqueles para quem a vida é uma luta, mas aos homens que são constrangidos à mais abjeta mendicância porque eles não têm absolutamente nada. Era muito humilhante ao indivíduo confessar que nada tinha, e que por isso dependia de outrem. O convite é para não confiarmos em nada dentro de nós, é para nos esvaziarmos de tudo e ficarmos tão dependentes quanto um miserável que está debaixo de uma ponte, e tem apenas o dia como a certeza de um novo amanhã. Somos convidados a ser vazios a esse ponto.

III – Jesus, nosso maior exemplo de humildade

A humildade na vida de Jesus sempre foi e sempre será o nosso maior exemplo. Ele desceu do Seu trono real, se esvaziou completamente e se fez um de nós, tudo isso para nos ensinar o caminho da comunhão com o Pai (Fp 2.7).

  1. Jesus se esvaziou. Indiscutivelmente, humildade é a ausência de orgulho. É uma característica de sujeitos modestos, que não se sentem mais importantes ou melhores que os outros, independentemente de quão longe eles chegaram na vida. Humildade não é um conceito, é um comportamento, um modo de ser, um modo de vida. A humildade é uma das virtudes mais nobres do espírito humano. Os seres que não têm humildade carecem da base essencial para o progresso certo. As mais belas qualidades sem humildade representam o mesmo que um corpo que não tem alma. Ao vir a esse mundo para efetuar a nossa salvação, Jesus não somente abandonou a realeza celestial, Ele teve que esvaziar-se, teve que descer até as mais baixas profundezas da terra, fez isso por pessoas que até hoje ainda o ignoram (Ef 4.9; Fp 2.4-8).
  2. Jesus lavou os pés de Seus discípulos. Jesus não somente ensinou acerca da humildade, Sua vida a espelhava. Ele é o melhor e perfeito exemplo. Uma das grandes lições Ele nos deu quando, diante de Seus discípulos, tirou Sua capa de mestre, e começou a lavar os pés empoeirados e sujos de cada um deles, até mesmo os pés de Judas Ele lavou (Jo 13.1-5). Ali Ele estava nos dando uma aula prática de humildade. Ele era o maior de todos, mas aquele ato dizia que todos ali eram preciosos e iguais para Ele. Lavar os pés era a tarefa do menor de todos, essa não era Sua tarefa, mas Ele fez isso para demonstrar que Seus discípulos deveriam seguir o exemplo do Mestre e Senhor (Jo 13.14-15).
  3. Jesus nos deixou um legado de humildade. Se lermos os evangelhos com atenção, podemos compreender muito claramente que em Jesus, Deus não é apresentado como Aquele que iria de imediato libertar do jugo romano e restabelecer o reino davídico, como pensavam os israelitas e como eles esperavam que seu enviado fosse. Em Jesus, Deus revela o padrão da cidadania do reino espiritual que estava chegando para que pudéssemos nos espelhar (Mt 11.29; Jo 13.14-15). A bênção de Deus, segundo Jesus, não era para os que reclamavam seus direitos de superioridade espiritual, as riquezas dos céus se oferecem somente para aqueles que sabem que dependem inteiramente de Deus. No Reino de Deus ninguém passa a frente da fila por ser melhor que o outro. As bênçãos de Deus não se conquistam por um esforço pessoal, ou por merecimento, elas só podem ser recebidas por graça.

CONCLUSÃO

A primeira bem-aventurança apresenta o caminho da felicidade: a humildade. É sobre essa qualidade que todas as demais se apoiam. A felicidade começa na humildade (Pv 18.12).

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

 

 

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