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Habacuque: A fé como forma de vida

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 34– 3º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 09 – 29 de agosto de 2021

TEXTO DO DIA

“Então, o SENHOR me respondeu e disse Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que está correndo passa. Eis que a sua alma se incha, não é reta nele: mas o justo, pela sua fé viverá” (Hc 2.2.4)

AGENDA DE LEITURA

Segunda-feira – Rm 5.1
O cristão é justificado pela fé

Terça-feira – GL 3.11
Ninguém é justificado diante de Deus pelas obras, mas pela fé

Quarta-feira – Rm 11.20
O cristão se mantém firme pela f

Quinta-feira – Hb 11.6
Sem fé é impossível agradar a Deus

Sexta-feira – SL 73.28
A confiança do cristão está em Deus

Sábado – Rm 1.17
Em Cristo se descobre a justiça de Deus de fé em fé

SINTESE

A fé é o fundamento da vida cristã. Devemos confiar em Deus mesmo quando aparentemente as peças não se encaixam, pois Ele está no controle de todas as coisas.

TEXTO BÍBLICO

Habacuque 2

1- Sobre a minha guarda estarei e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei para ver o que fala comigo e o que eu responderei, quando ou for arguido

2- Então o SENHOR me respondeu disse: Escreve a visão e toma-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.

INTRODUÇÃO

Em seu livro. Habacuque abre seu coração, expondo a Deus suas percepções e incompreensões Durante este diálogo, uma grande descoberta teológica acontece: “A fé como forma de vida na relação do crente com Deus”. Uma fé que jamais foi confrontada não passa de fantasia, pois a fé é provada real e verdadeiramente nos conflitos da vida

I – HABACUQUE

1. Sua vida. Não temos muitas informações a respeito da vida de Habacuque, tudo o que sabemos sobre ele é por dedução. Seu nome, cujo significado é abraço, aparece duas vezes em toda a Bíblia, exclusivamente no seu livro (Hc 1.1; 3.1). Não temos informações sobre sua cidade de origem, sua profissão e sua filiação. A literatura rabínica apoiava a ideia que ele fosse de origem sacerdotal considerando que o texto bíblico apresenta-o diretamente como profeta inferimos que ele fosse um profeta formado e reconhecido que estudou na escola de profetas um estabelecimento formal (Hc 1.1).

O mesmo se aplica a Ageu e Zacarias (Ag 1.1. Zc 1.1). O texto de Habacuque 3.19 também parece apresentar o profeta como um levita oficial qualificado para participar do cântico litúrgico no Templo de Jerusalém. O pós-escrito da oração de Habacuque foi destinado ao cantor-mor (mestre de música) e certamente será aplicada ao coro dos levitas, sendo também acompanhado com instrumentos de corda.

2. Data do livro. O profeta não cita nomes de reis. Sem essa referência histórica fica difícil especificar uma data. Ao ler o livro encontramos algumas informações que nos levam a propor por dedução uma possível data Ele parece surpreso ao saber que Deus levantará a Babilônia (os caldeus) para subjugar Judá. Sabemos que o livro foi escrito um pouco antes da primeira invasão da Babilônia em Jerusalém no ano 605 aC.

3. Estrutura e mensagem do livro. A profecia de Habacuque foi um peso para Judá, termo que indica uma sentença pesada entregue por meio de profecia (Hc 1.1). O oráculo lhe foi revelado em forma de visão. Seu livro tem três capítulos e contém pelo menos três formas literárias diferentes diálogo (Hc 1.2-2.5); “ais proféticos” (Hc 2.6-20) e louvor (Hc 3). O Livro é um diálogo, uma profecia ou até mesmo um poema. Foi escrito no hebraico mais puro e sua mensagem está cheia de metáforas inusitadas e comparações (Hc 1.8,11,14,15; 2.5.11.14,16,17; 3.6,8-11).

O primeiro capítulo denuncia o estado de apostasia da nação e a resposta de Deus aos questionamentos de Habacuque (Hc 1.1-27). O segundo capítulo apresenta uma resposta mais detalhada de Deus sobre seus planos e desígnios diante de novos questionamentos apresentados pelo profeta (Hc 2.1-20). O terceiro capítulo é uma oração de louvor que destaca a importância da fé (Hc 3.1-19).

II – A CRISE DO PROFETA

1. A maldade de Jerusalém. O profeta demonstra inconformidade com o pecado que crescia vertiginosamente entre seu povo. A violência, os atos de crueldade e a injustiça permeavam a vida pública e privada de Judá (Hc 1.3). Para o profeta, aquela situação era insuportável. Como Deus poderia ver tudo aquilo e não fazer nada? (Hc .2). Todo aquele antro de perversidade aumentava a demanda das contendas e litígios. Os tribunais estavam cheios de problemas a serem resolvidos. Contudo, a lei estava sendo manuseada de forma escusa e o juízo estava sendo pervertido (Hc 1.4).

A lei era o dispositivo legal para garantir a ordem pública e os direitos dos cidadãos, mas como o sistema judiciário de Judá estava corrompido a injustiça prevalecia. Os anciãos aceitavam suborno e as testemunhas locais mentiam. O indefeso que aguardava o emprego da justiça ficava frustrado. O profeta questionou como Deus poderia tolerar tudo aquilo e não intervir. Quando vemos uma injustiça somos levados a recorrer a Deus. Às vezes, entramos em crise neste processo. Não somos tão diferentes de Habacuque. É difícil lidar com a injustiça e a sensação de impunidade.

2. O questionamento do profeta. Seria este questionamento uma murmuração perversa? Cremos que não! A murmuração tem o propósito de deteriorar a imagem de Deus, colocando em dúvida. Seu caráter perfeito Habacuque faz o contrário, apela para a justiça divina no propósito de zelar pela imagem do Altíssimo. Ele podia não entender o agir de Deus, contudo, posteriormente comprovou sua confiança inabalável nas ações divinas por mais contraditórias e paradoxais que pudessem parecer aos seus próprios olhos (Hc 2.4). Seus questionamentos apenas revelaram suas limitações face aos caminhos inescrutáveis de Deus.

É interessante como o texto bíblico faz questão de mostrar as vulnerabilidades e incompreensões de Habacuque. Deste modo, fica claro que a origem de sua proclamação não tinha como fonte a sua mentalidade perspicaz mas a própria revelação de Deus. Como Habacuque temos liberdade para apresentar a Deus nossas dúvidas e questionamentos. O que Deus espera de nós em nossa oração não são palavras rebuscadas, ditas de forma mecânica, mas um diálogo sincero com Ele (Mt 6.6,7).

3. A resposta de Deus. Deus responde aos questionamentos do profeta dizendo que colocaria um fim na maldade de Judá suscitando a Babilônia para castigar o seu povo (Hc 15-11). Na Bíblia o silêncio divino é sempre precedido por um grande feito os caldeus representavam a solução divina para aquela situação (Hc 1.6). Durante muito tempo os erros de Judá ficaram sem castigo, porém o juízo estava sendo instaurado (Hc 1.7). O profeta demonstrou não entender a ação divina, pois como poderia Deus usar uma maldade maior (Babilônia) para punir uma maldade menor (Judá)? A Crise instaurou no seu interior (Hc 1.13).

III – A FÉ COMO FORMA DE VIDA

1. Aguardando uma nova resposta. O profeta ficou aterrorizado ao conhecer os planos de Deus e questionou como Deus poderia estar decidido em punir o seu povo por intermédio de uma nação idólatra. Ao saber do plano divino, ele entrou em crise se assustando com o Juízo que viria. Para Habacuque, o povo de Judá não era tão mal quanto a nação executora do juízo (os ímpios babilônios). Então, como poderia Deus fazer vistas grossas aos pecados da Babilônia para simplesmente castigar os pecados de Judá? (Hc 1.13).

O profeta entrou em um ciclo de questionamentos por não conseguir entender os planos de Deus. Será que a Babilônia continuaria tendo sucesso com seus empreendimentos militares apanhando os povos com a sua rede ou Deus colocaria um fim naquela situação? (Hc 1.17). Confiante na nova resposta divina, ele se preparou para ser arguido por Deus. O profeta permanece vigilante no afã de ouvir a voz do Senhor, cumprindo com eficácia a função de um profeta.

2. A nova resposta de Deus. O juízo sobre a Babilônia viria no tempo determinado por Deus (Hc 2.3). O profeta deveria esperar independente do tempo, porque no momento certo a visão se cumpriria. A nação ímpia fracassaria (Hc 2.4) Seu sucesso seria aparente mas logo cairia. O justo não deve se guiar pelas causas aparentes antes deve viver pela fé (Rm 5.1: Gl 3.11). No fim, aquele que for fiel sempre emergirá vitorioso porque Deus é justo. Ele fez questão de mostrar para o profeta que conhecia os pecados da Babilônia pois eles embriagavam-se com o vinho eram soberbos e possuíam uma sede insaciável por conquistas (Hc 2.5).

Consideravam-se superiores às demais nações. Movidos por este complexo de superioridade mostravam-se insaciáveis em suas conquistas espalhando a morte e a tragédia por todos os lados, Deus sabia de tudo isto e no momento certo trataria com eles o desafio do profeta era crer na mensagem e esperar sua realização.

3. O triunfo da fé. O profeta exaltou ao Senhor evidenciando sua gratidão pela revelação dos planos de Deus para Judá e Babilônia. Demonstrou temor e expectativa (Hc 3.2). Clamou com ímpeto pedindo que Deus avive a sua obra Avivar não é utilizado como sinônimo de “reavivar”, ou que Deus faça o que já fez no passado, o sentido do texto é para Deus “preservar a vida” por meio de uma cora ativa e intensa ao longo do tempo. Em sua oração, o profeta apresenta traços característicos de uma te sólida e um respeito profundo pela soberania de Deus ao afirmar que no dia da angústia confiará no Senhor, pois em breve os babilônios também experimentariam o juízo divino (Hc 3.16).

A lição do livro de Habacuque é que o justo deve viver pela fé (Hc 2.4). Ele professa com muita determinação sua profunda fé em Deus a despeito de todo o sofrimento que suportaria com a aplicação do juízo sobre Judá Quando uma nação era julgada pelos seus pecados, ímpios e justos sofrem Habacuque estava se preparando para o pior. Apesar dos sombrios prognósticos futuros, o profeta diz que descansará em Deus pois ele compreendeu que a te do crente deve ser mais forte do que as circunstâncias (Hc 3.17-19).

CONCLUSÃO

O justo vive pela fé (Hc 2.4). A declaração de Habacuque tornou-se a pedra fundamental da justificação pela fé na teologia paulina e, na Idade Média, com Lutero, representou a confissão essencial da Reforma Reforma Protestante.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

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