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Fugindo da aparência do bem

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Tempos difíceis, duas palavras que definem perfeitamente os nossos dias. Quando alguma voz se levanta alertando para que não permitamos a entrada do mundo na Igreja, muitas vezes soa repetitiva e até rotineira. Mas os perigos deste momento parecem ser mais intensos e invisíveis do que as modas sensuais, o exibicionismo, a desobediência secreta e tantas outras formas de se imitar os comportamentos e costumes mundanos.

As artimanhas estão constantemente à nossa volta e cairemos nelas se não estivermos atentos, se não nos conservarmos em oração e em sintonia com o círculo divino de retidão, paz e alegria celestiais. A “aparência do mal” ( I Ts 5.22 ) de que fala a Bíblia Sagrada é multiforme, está mais próxima de nós do que pensamos e, em alguns casos, que possamos sequer dar um passo em fuga. Falsos ensinamentos, doutrinas diabólicas e novas formas de conduta cristã eclodem em cada canto mesmo em igrejas, conferências e muitos dos que são chamados crentes estão sendo por elas atraídos.

Entre as novidades, há aquilo que podemos chamar de “mal travestido de aparência do bem”. Refiro-me a órgãos da imprensa intitulados evangélicos que até produzem material de boa qualidade, reportagens, artigos e assuntos importantes, mas que apresentam um conteúdo, muitas vezes mostrado pela ótica liberal de ver e viver no mundo hodierno. Estes periódicos apresentam formas elegantes, justificáveis e arriscadas de fusão com o mundo, aquele mesmo mundo de que nos fala o apóstolo João em suas cartas ( I Jo 2.10 ).

Bloco de crentes?

Que mal poderia haver, por exemplo, no fato de alguns “cristãos” formarem bloco carnavalesco, com nomes curiosos de “Unidos na Videira” ou “Cara de Leão”, e saírem sambando na avenida “hinos-enredo”? Não seria prático denominar isto de “fazer-se de tolo para ganhar os tolos”, como Paulo, ou, por que não, de “estratégia agressiva” de evangelismo? Não é interessante saber que temos irmãos jogando nas equipes mais importantes da Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol? São os famosos “atletas de Cristo”, aquele que olhando para o céu agradecem a Deus por marcarem um gol.

Na área musical, os músicos e cantores “profissionais”, intitulados evangélicos, são muitas vezes “incompreendidos” em suas igrejas e comunidades cristãs. Para estes não há problema um crente ganhar a vida cantando músicas populares, apresentando-se em boates e outras casas noturnas de entretenimento. Há “crentes” participando de novelas sob o pretexto de que são testemunhas e luz nas trevas nos bastidores da televisão. E justificam: “Afinal, profissão é profissão”.

Evangelho insuficiente

Não é nossa intenção denegrir imagem, julgar ou condenar quem quer que seja. Porém, temos a dizer que, quaisquer argumentos que procuram justificar a associação da igreja com o mundo acaba pondo em risco os verdadeiros ideais cristãos. Acreditamos que as formas de levar o Evangelho ao homem perdido são as mais variadas. Porém, quando uma estratégia falha na aplicação total da verdade Bíblica, fazendo concessões e compensações ao modo de vida dos pecados anteriores, estamos diante de um evangelho insuficiente; um evangelho fácil, com resquícios do antigo estilo de vida; um evangelho aparentemente real que apenas remenda pano velho; um evangelho insosso, misturado.

Impossibilitado de derrotar o povo de Israel por meio de maldições, Balaque não hesitou em executar o plano satânico e calculista de Balaão de fazer com que os israelitas desobedecessem a Deus comendo alimentos sacrificados aos ídolos e possuindo as mulheres moabitas (Nm 31.16;25.1). Não poderia haver melhor paralelo em relação ao que ocorre em nosso tempo. Pelos séculos, o inimigo da Igreja trabalhou de forma truculenta levando cristãos às fogueiras, arenas e toda a sorte de perseguições. Percebendo que este tipo de ação só fazia a obra crescer e expandir-se pelo mundo, mudou sua tática.

Dessa forma, conforme os exemplos apresentados, a “operação conselho de Balaão” é algo para o que devemos vigiar. Não há meias palavras para definir tudo quanto está sendo proposto aos crentes nestes últimos dias: jeitinhos sutis, formas justificáveis e elegantes de fazer amizade com o mundo e suas concupiscências. Ninguém se engane: incautos serão arrastados, a fé de muitos esfriará, consciências serão cauterizadas, fiéis apostatarão. Essas coisas inviavelmente afastam o povo cada vez mais da presença de Deus.

Conselhos práticos

Glorificamos ao Deus Todo-Poderoso que tem posto um limite para o mal e reservou 7 mil varões que não dobraram os seus joelhos diante de Baal ( l Rs 19.18 ). O Senhor adverte à Igreja de Cristo contra os conselhos de Balaão (Ap 2.14): não se conformar com este mundo, mas transformá-Io pela renovação de vosso entendimento (Rm 12.2).

Portanto, meu amado irmão, não adote as práticas mundanas. O mundo passa e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (l Jo 2.17). Fuja da aparência do mal e não coloque coisas más diante dos seus olhos (SI 101.3). Resista o Diabo e ele fugirá (Tg 4.7). Deixe todo embaraço que tão de perto rodeia e corra para o alvo, olhando para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2). Encha sua mente de tudo o que é bom e agradável (Fp 4.8). Ouça a voz do Espírito Santo a clamar que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, obedecendo a espíritos enganadores e a ensinamentos de demônios (I Tm 4.1). Esteja atento quanto ao surgimento dos falsos profetas e doutores, que introduzirão heresias (l Pd 2.1,2). Nunca esqueça que Deus o separou para pertencer a um povo especial, zeloso e de boas obras (Tt 2.14). Vivemos numa época em que se cumpre as seguintes palavras proféticas: Quem é mau continue a fazer o mal, e quem é santo e dedicado a Deus continue assim (Ap 22.11).

No que tange à nossa conduta enquanto peregrinos nesta Terra, temos o mapa legível na Bíblia Sagrada (lPd 2.11). Dos exemplos dos patriarcas aos ensinamentos apostólicos, o cristão sincero sabe como se desviar do mal e a quem deve servir. O que temos aprendido, como temos aprendido e de quem temos aprendido é um detalhe importante que não devemos esquecer. Se as ondas que regularmente aparecem à nossa volta seguem um caminho oposto a nossa meta melhor é agradar, incondicionalmente, a Deus.

Um dia viveremos eternamente ao lado do Senhor, portanto, precisamos estar em permanente vigilância e oração. Seria trágico se, ao invés de não nos conformar com o mundo, fôssemos atraídos pelo pecado e acabássemos com a consciência cauterizada. Permaneçamos, entretanto, sob a orientação do apóstolo Paulo a Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado”, II Tm 3.14.

 

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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