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Da circuncisão e dos alimentos sacrificados a ídolos
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 24– 2º Trimestre – Ano: 2021- Editora: CPAD
LIÇÃO – 12 – 20 de junho de 2021
TEXTO DO DIA
“Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos Ídolos, sabendo que todos temos ciência. A ciência incha mas o amor edifica.” (I Co 8.1)
AGENDA DE LEITURA
Segunda-feira – Lv 12.1-3
Deus ordena a circuncisão no Antigo Testamento
Terça-feira – Dt 10.16
A circuncisão que agrada a Deus
Quarta-feira – Jr 4.4
A circuncisão do coração
Quinta-feira – At 15.29
“Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos”
Sexta-feira – I Co 8.9
Que não venhamos escandalizar ninguém
Sábado – I Co 8.4
Só há um Deus
SINTESE
O que salva o ser humano não são hipóteses religiosas, mas a fé no sacrifício Vicário de Cristo Jesus
TEXTO BÍBLICO
I Coríntios 7
18 É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado, É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide.
19 A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.
I Coríntios 8
2 E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele.
4 Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus, senão um só.
5 Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores).
INTRODUÇÃO
Na igreja em Corinto havia alguns judeus convertidos em Jesus Cristo. Alguns deles eram influentes e não tinham ainda regras e costumes do judaísmo. Muitos desses costumes contrariavam a mensagem do Evangelho. Por isso, o embate entre os judeus convertidos a Jesus e o apóstolo Paulo foi constante durante todo o seu ministério. Na lição desta semana veremos dois assuntos que se destacam entre os Coríntios que haviam deixado judaísmo: a circuncisão e os alimentos sacrificados aos Ídolos.
I – A CIRCUNCISÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. A circuncisão teve sua origem em Abraão. A circuncisão é a remoção do prepúcio, uma pele que cobre o órgão sexual masculino. Deus estabeleceu a circuncisão como um sinal para sua aliança com o patriarca Abraão. O Senhor prometeu que faria de Abraão uma grande nação (Gn 12.1-3; 17.2,10-14). A partir dele, todos os seus descendentes, do sexo masculino, deveriam fazer a circuncisão como um sinal externo e visível da aliança com Deus. O ritual da circuncisão deveria ser realizado no oitavo dia de vida e simbolizava a inserção do indivíduo no povo eleito pelo Senhor, segundo a promessa feita a Abraão.
A desobediência a essa ordenança divina resultaria na expulsão da comunidade, e isso poderia significar vagar pelo deserto, ser transformado em escravo e até mesmo morrer. A circuncisão também tinha uma função em relação à saúde do homem e da mulher, considerando as condições de vida dentro de um ambiente nômade, como a de Abraão e seus descendentes.
2. A circuncisão passou a ser um ritual obrigatório na Lei de Moisés. A prática da circuncisão, iniciada por Abraão, com o tempo passou a ser um requisito obrigatório na Lei Mosaica (Lv 12. 2,3). A não observância dessa regra poderia ser punida com a morte. Sua importância também era evidenciada com a obrigatoriedade de ser feita no oitavo dia, mesmo que coincidisse com o dia de sábado. No Novo Testamento, Paulo mostra aos coríntios a importância da “circuncisão espiritual”, alcançada mediante a fé em Jesus Cristo. Todavia, o Pentateuco (Dt 10.16; 30.6) e os profetas do Antigo Testamento, com o em Jeremias, já davam destaque a circuncisão do coração, não feita pela mão do homem (Jr 44; Jr 9.25).
3. A lei e a circuncisão não libertaram o povo judeu da escravidão do pecado. Os judeus se achavam superiores aos gentios por serem herdeiros da promessa feita por Deus a Abraão e por serem os receptores da Lei. Eles mantinham sua identidade e exclusivismo por meio do ritual da circuncisão, que apenas aumentava mais a arrogância e a hipocrisia. Eles buscavam a Deus, mas de maneira equivocada. Os rituais e as práticas de purificação e pretensa santificação não foram suficientes para alcançarem a tão sonhada justificação diante de Deus. A justificação do homem se dá mediante a fé no Filho de Deus.
II – A CIRCUNCISÃO E O CRISTIANISMO
1. O concílio de Jerusalém deliberou a respeito da questão da circuncisão. A expansão do Evangelho para os territórios gentílicos por meio da evangelização fez com que muitos conflitos com relação à circuncisão surgissem. O assunto se tornou tão incômodo que por volta dos anos 50 d. C. foi realizado um concílio em Jerusalém com a participação de Paulo, Barnabé e alguns apoiadores da igreja em Antioquia, juntamente com os apóstolos e anciãos da igreja em Jerusalém (At 15.1-29; G l 2.1-10).
O concílio teve como principal atribuição definir o que deveria ser observado pelos cristãos gentílicos e quais seriam as práticas exclusivas dos judeus. A decisão foi de que a circuncisão seria observada somente pelos judeus. Todavia, infelizmente o concílio não extinguiu os conflitos entre os judeus convertidos e os cristãos gentílicos.
2. Na igreja em Corinto não se deveria fazer distinção entre circuncisos e incircuncisos (I Co 7.18). Paulo demonstra em algumas de suas cartas, em especial em Romanos, que Abraão não foi justificado por meio da circuncisão, mas sim pela sua fé no Todo-Poderoso. Ele afirma que tanto os judeus quanto os cristãos são descendentes espirituais de Abraão. Então, aos coríntios ele orienta: Quem está circuncidado, continue circuncidado; quem não está circuncidado, continue incircunciso. Ele deixa bem claro que a circuncisão é apenas um sinal externo para os judeus e não implica diretamente a salvação.
3. A verdadeira circuncisão é a do coração. Os judeus ensinavam, mas não praticavam a Lei. Portanto, de nada valeria um sinal externo se as práticas não condiziam com o que ensinavam. Paulo afirma que a verdadeira circuncisão é a que ocorre no interior do ser humano, em seu coração, que só pode ser realizada pelo Senhor (Rm 2.25-29). Entretanto, isso não significa que o exterior não é importante, mas sim que a verdadeira transformação deve acontecer de dentro para fora.
III – ALIMENTOS SACRIFICADOS AOS ÍDOLOS
1. Os “açougues” em Corinto nos dias de Paulo. No primeiro século, os mercados da cidade de Corinto vendiam as sobras das carnes dos animais que eram sacrificados aos ídolos nos templos pagãos. Comprar nesses açougues era uma rotina normal na cidade, não era problema para os seus habitantes, com exceção da comunidade judaica. Naquela época aconteciam também algumas festas nos pátios dos templos dos ídolos dos quais todas as pessoas podiam participar livremente (8.10). Em Corinto, para uma grande maioria, essa era praticamente quase a única oportunidade de comer carne.
2. Comprar carne sacrificada aos ídolos? Com a chegada do Evangelho na cidade de Corinto, as práticas idólatras, como a compra de carne que foi sacrificada aos ídolos e que eram vendidas nos açougues, começou a gerar conflitos entre os crentes. Alguns membros continuaram comprando esses açougues e comendo essas carnes sem preocupação, enquanto outros, influenciados pela crença judaica que tinha certa influência nas comunidades cristãs, deixaram de comprar desses açougues por serem carnes sacrificadas aos ídolos.
Comer alimentos sacrificados aos ídolos também foi um dos principais assuntos, junto com a circuncisão, na assembleia que aconteceu em Jerusalém (At 15.22-29). Para os cristãos de origem judaica, comer carne sacrificada aos ídolos era ser semelhante ao que fazia os sacrifícios. Essa foi uma das questões levadas pelos irmãos até Paulo, solicitando a orientação dele a respeito de como deveriam proceder.
3. Orientações e conselhos a respeito de alimentos sacrificados aos ídolos. Paulo traz duas orientações importantes aos crentes de Corinto quanto às coisas sacrificadas aos ídolos: A primeira orientação era para os crentes mais maduros e que não acreditavam em outros deuses além do único Deus Criador. Para estes ele recomenda que continuem no mesmo procedimento de sempre: Vá e compre o que tiver no mercado (8.4-6). A segunda orientação é para aqueles crentes mais fracos, que acreditam em um único Deus, mas na prática temem os falsos deuses.
Porém, o mais importante é o fato de que Paulo recomenda que a nossa “liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos” (v.g). Ele é bem enfático ao afirmar: “Pelo que, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerá carne, para que meu irmão não se escandalize”. Os crentes maduros deveriam evitar comer a carne oferecida aos ídolos se isso fosse prejudicar de alguma forma a fé, a consciência dos irmãos mais fracos.
CONCLUSÃO
Na lição de hoje vimos que há vários conflitos entre os convertidos de Jesus Cristo e os crentes Gentios de Coríntios. Quanto à circuncisão, Paulo é bem claro em suas orientações: cada um fique como está, pois a circuncisão Não faça de um ritual externo com significado para os judeus. Quanto à carne sacrificada a ídolos, ele esclarece que os ídolos nada são e que só existe um Deus, mas para evitar conflitos entre os irmãos, não se comece a carne sacrificada e que eram vendidas no mercado da cidade.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD