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Adultos - CPAD

Ciúme, o mal que prejudica a família

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 573 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 03 – 16 de abril de 2023

TEXTO ÁUREO

“Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa”. (Tg 3.16)

VERDADE PRÁTICA

O ciúme é uma obra da carne e só o fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins dessa emoção.

LEITURA DIÁRIA

Segunda-feira – Pv 6.34
O ciúme desperta a fúria das pessoas
Terça-feira – I Co 3.3
Onde há ciúme há carnalidade
Quarta-feira – Mc 15.10
Pessoas perseguiram Jesus por causa do ciúme
Quinta-feira – Gl 5.25
Rejeitando o ciúme de maneira convicta
Sexta-feira – Fp 4.8; Pv 4.23
Protegendo a mente e o coração do ciúme
Sábado – I Co 13.4
O antídoto do perfeito entendimento do amor

LEITURA BÍBLICA

Gênesis 37.1-4,11,18,23,24,28

1 – E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
2 – Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai,
3 – E Israel amava a José mais do que todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4 – Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.

11 – Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.
18 – E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele, para 0 matarem.

23 – E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiram a José a sua túnica, a túnica de várias cores que trazia.
24 – E tomaram-no e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.

28 – Passando, pois, os mercadores midianitas; tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.

INTRODUÇÃO

A história dos filhos de Jacó não só é comovente, mas dramática. José, filho amado do patriarca, foi alvo do ciúme dos seus irmãos. É verdade que Jacó tinha certa preferência por ele. Por isso, tornou-se uma pessoa de confiança do velho pai. José delatava todas as más ações de seus irmãos para o patriarca da família. Por esse motivo, eles o viam como um delator e merecedor das hostilidades deles. A lição de hoje não tem o objetivo de tratar dos aspectos gerais da história de José, mas enfatizar essa relação de conflito dentro da família de Jacó. Vejamos as consequências para uma família em que a inveja e o ciúme estão presentes.

I – A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS

1- A preferência de Jacó. Em Gênesis 37, lemos que “Jacó amava a José mais do que a todos os seus filhos” (Gn 37.3). É possível que o patriarca, tenha percebido que havia algo especial em relação a José. Entretanto, independentemente de ser o filho da sua velhice, José era um dos muitos filhos que ele havia gerado. Naturalmente, quando são conscientes do seu papel paterno e materno dentro do lar, os pais percebem as diferenças de personalidade e de temperamento de cada um dos filhos. Por isso, é preciso muita atenção no relacionamento com eles. Na lição 2, estudamos a respeito do problema que foi gerado pela predileção de Isaque e Rebeca entre Esaú e Jacó. Aqui, na história de José, veremos que a predileção de Jacó produziu o ciúme e a inveja entre os irmãos, as consequências graves dessa prática dentro da família.
2- O ciúme em meio à preferência. Jacó não mediu as consequências ao presentear seu filho José com “uma capa de várias cores” numa clara atitude de preferência. Isso provocou ciúmes nos demais filhos, os quais entenderam que o pai não lhes dava o devido valor. Ora, José era o décimo primeiro filho de Jacó, e quando os mais velhos se sentiram alijados do amor do pai, encheram-se de fúria. Eles viam que esse traje especial significava o favoritismo da parte do pai e, por isso, “aborreceram-no” (v.4).
3- A inveja não permite compreender os desígnios de Deus. Além desse presente do pai a José, também havia os sonhos de José que o colocavam sempre em superioridade em relação aos seus irmãos. O sonho dos molhos de trigo e o sonho dos corpos celestes que se inclinavam diante de José (vv.5-9), quando contado para seus irmãos, fizeram com que eles entendessem que José agia com arrogância e despeito em relação a eles e, por isso, o rejeitavam. Os sonhos tinham um caráter profético, mas seus irmãos entenderam como uma atitude presunçosa da parte de José. Não podiam enxergar o que aconteceria alguns anos depois, quando José tornou-se governador do Egito (Gn 41.41-43).

II – O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITOS

1- A túnica: o símbolo do desprezo. A vestimenta tradicional do povo antigo tinha, no máximo, duas cores, feita de fios de linho grosso. A “túnica colorida” de José o colocava em posição de destaque em relação aos outros filhos (Gn 37.3). Isso corroborava o sentimento de predileção de Jacó por José. O ciúme derivado dessa má atitude do patriarca promoveu tristes consequências na família de Jacó.
2- Ciúme: o agente do conflito familiar. Os irmãos de José sentiam -se ignorados pelo pai. Por outro lado, em razão de desfrutar do favoritismo do pai, José agiu com inexperiência, imaturidade e arrogância. Seus irmãos, com o orgulho ferido por causa da preferência paterna por José, não aceitavam sequer ouvir o filho preferido de Jacó. Por isso, encheram-se de rancor e ódio, desejando até mesmo acabar com a vida do irmão.
O ciúme é uma emoção que tem origem no egoísmo. É como uma infecção que se espalha no corpo doente. A inveja, o rancor e o ódio, geralmente, têm no ciúme o nascedouro, como o sábio Salomão declarou: “[…] o ciúme desperta o furor […]” (Pv 6.34). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo mostra que tudo 0 que provoca contenda e dissenções tem como origem a carne (I Co 3.3). O ciúme é uma obra da carne.
3- A extensão do ciúme. Na presente lição, analisamos o ciúme na relação entre os irmãos, mas ele está presente em muitas outras relações. O ciúme pode trazer problemas para a vida conjugal, amizades sinceras e relacionamento profissional, etc. Geralmente, onde o ciúme está presente existe mais desprazer e desgosto do que felicidade. No ambiente onde o ciúme domina, sobram desconfiança, insegurança, controle e posse. Embora todas as pessoas tenham ciúme, pois trata-se de uma emoção humana, a linha entre o ciúme controlado e o descontrolado é muito tênue.

III – OS MALES DO CIÚME

1- O ciúme pode causar tragédias familiares. Não são poucas as notícias de tragédias conjugais em que o ciúme é a causa. Não são poucos os casos em que pessoas prejudicam as outras por causa do ciúme. Não foi diferente no tempo de Jesus, em que a casta sacerdotal ficou enciumada e invejosa por causa da extensão do ministério terreno do nosso Salvador (Mc 15.10).
2- O ciúme entre os santos de Deus. Se, de maneira geral, o ciúme obsessivo surge da parte de um dos cônjuges, terminando quase sempre em violência, separação e ofensas mútuas, infelizmente, entre os santos de Deus, o ciúme também pode minar as relações de pessoas que outrora eram próximas. Assim, por ciúmes, se calunia, difama e ofende o irmão em Cristo ou um colega de ministério. Que o Espírito Santo guarde os nossos corações, de modo que produzam o fruto do amor, e “ não sejamos cobiçosos de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (G15.25).
3- Vencendo o ciúme. Em primeiro lugar é preciso alimentar a mente com as coisas de Deus (Fp 4.8). O que pensam os e o que está em nosso coração determinam as nossas ações (Pv 4.23). Em segundo lugar, é muito importante saber se a emoção do ciúme está impactando e comprometendo a qualidade de vida. Se a constatação for afirmativa, é importante procurar a ajuda pastoral que, com base na Palavra, aconselhar com sabedoria. E, finalmente, considere com muita atenção o que o apóstolo Paulo ensinou a respeito do amor: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece” (I Co 13.4). A Palavra de Deus ainda é o melhor antídoto para tratar as emoções negativas.

CONCLUSÃO

O ardor emocional denominado “ciúme” deve ser impedido de prosseguir seu caminho de destruição moral, física e espiritual. O apóstolo Paulo aconselha-nos a que andemos dignamente e evitemos contendas e ciúmes (Rm 13.13). O único modo de deter 0 poder destrutivo do ciúme é desenvolver o “fruto do Espírito” (G1 5.22). Este desenvolve a nossa alma para a prática das virtudes cristãs e, ao mesmo tempo, enfraquece as emoções humanas provenientes dos vícios da alma.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista CPAD

 

 

 

 

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