E.B.D
Balaão – Quando Deus diz não
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 69 – 2º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 05 – 01 de maio de 2022
TEXTO PRINCIPAL
Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como denunciarei, quando o SENHOR não detesta? (Nm 23.8)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Nm 22.9
Balaão sabe que é Deus quem fala
Terça-feira – Nm 22.19
Um homem de negócios
Quarta-feira – Nm 22.12
A advertência divina
Quinta-feira – Nm 23.4
Um sacrifício para o Senhor
Sexta-feira – Nm 23.26 Um coração ambicioso
Sábado – Ap 2.14
Laçando tropeços para o povo de Deus
TEXTO BÍBLICO
Números 22
1- Depois partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe, dessa banda do Jordão de Jericó
2- Viu, pois, filho de Zipor tudo que Israel fizera aos amorreus
3-E Moabe temeu muito diante deste povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel;
4- Pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas.
5- Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito: eis que cobre a face da terra, e parado está defronte de mim.
6- Vem pois agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; para ver se o poderei ferir, e o lançarei fora da terra: porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.
7- Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas suas mãos: e chegaram a Balaão, e lhe disseram as palavras de Balaque.
8- E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar: então os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão.
9- E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são estes homens que estão contigo?
10- E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, m os enviou dizendo :
11- Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra: vem agora, amaldiçoa-mo; porventura poderei pelejar contra ele, e o lançarei fora.
12- Então disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é.
INTRODUÇÃO
Uma das maiores tentações que cercam as pessoas que conhecem a Deus é, justamente, tentar resolver o que o Senhor disse, seja para fazer alguma coisa, seja para deixar de fazê-la. A vontade do Altíssimo pode impulsionar pessoas para obediência, mas quando essa vontade confronta o que desejamos, como reagimos? Não raro, o anseio por conseguir mais bens materiais, posições ou fama nos leva a querer impor para Deus a nossa vontade. A ambição pode nos fazer ignorar as orientações expressas do Eterno levando-nos a lugares onde Ele jamais planejou que estivéssemos. Nesta lição, veremos o quanto a tentação pelo dinheiro levou um homem chamado Balaão a contrair orientações divinas, como ele contornou a situação para desobedecer a Deus e o custo da sua desobediência. Por fim, veremos o custo de se desafiar a Deus quando ele nos dá orientações claras e diretas.
I – UM HOMEM QUE OUVIU A VOZ DE DEUS
1- Um homem que ouvia a voz de Deus (Nm 22.8-12). Balaão é descrito na Bíblia como o homem que ouviu a voz de Deus. Moisés não entra em detalhes sobre a fé de Balaão, nem como ele começou a ouvir ao todo poderoso, muito menos se balão tinha por hábito desobedecer ao que Deus ele dizia, mas deixa Claro que ele não apenas ouviu ao pai Celeste, mas soube também distinguir que o Senhor estava falando com ele. Então, aqui é importante: Quando somos tentados, não basta ouvir a voz de Deus. Veremos que é preciso ouvir e obedecer ao que Deus está falando. O Senhor não se nega a falar conosco. Hoje temos a sua palavra escrita, onde os princípios gerais para a comunhão com ele já estão apresentados.
Temos também a resposta do Altíssimo quando usamos, e podemos não somente ouvir a sua voz nos orientando, mas igualmente nos direcionando em situações nas quais ele mesmo está nos dirigindo (Jr 33.3). Deus também fala conosco de diferentes maneiras: por intermédio dos seus servos e por meio dos dons espirituais que são bíblicos e válidos para os nossos dias pois foram dados à igreja para edificação dos santos. Esses dons não têm data de validade no Novo Testamento, nem se sujeitam ao pensamento de algumas pessoas que entendem terem sido extintos no primeiro século da era cristã. Mas de nada adiantaria todas essas formas do Criador falar conosco, se decidirmos que ouvir e obedecer ao que ele diz não é necessário.
2- Um homem diante de um negócio (Nm 22.6-18). Balaão entra na história Sagrada durante a caminhada do Povo em direção à Terra Prometida. Midianitas e moabitas se uniram em torno de uma causa à qual julgaram ser um problema em comum: o acampamento dos israelitas nas campinas de Moabe (Nm 22.1-3). É certo que a multidão de hebreus deixou os moabitas assustados, pois os filhos de Abraão eram numerosos. Talvez fosse mais fácil, para os inimigos do Povo de Deus, se cercarem de forças espirituais que pudessem dar fim àquele povo poupando, desta forma, uma possível guerra e a perda de moabitas. Dessa forma, os midianitas e moabitas enviam representantes para falarem com Balaão.
3- Povo bendito é. Após receber os representantes dos dois reinos, Balaão consultou ao Senhor. Ao que parece, ele não tinha conhecimento de que os hebreus contavam com a proteção de Deus. O Eterno sabia o que estava acontecendo, mas se dirigiu a Balaão e perguntou quem eram os homens que estavam com ele. Deus deixou que ele explicasse quem eram e o que estavam fazendo, e de forma objetiva deixou claro a Balaão que ele não deveria entrar naquele negócio: “[…] Não irás com eles, nem amaldiçoarás este povo, porquanto bendito é” (Nm 22.12). É curioso o fato de que Deus considera seu povo um povo Bendito. O mesmo povo que murmurou contra Ele, que se rebelou contra Moisés, foi considerado vendido pelo próprio Senhor.
É provável que isso se deva não apenas porque o Todo-Poderoso trata com seu povo de forma amorosa, mas também que somente ele pode julgar os seus. Ele não permitiria que seu próprio povo fosse alvo de alguma maldição. Na prática, foi essa lição que Balaão não aprendeu. Ele até entendeu, em um momento Inicial, que não deveria agir de forma contrária ao que Deus orientou: “Então, Balaão levantou-se pela manhã e disse aos Príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco” (Nm 22.13). Mas logo ele sucumbiria à constância dos apelos daqueles povos.
II – INSISTINDO NO ERRO
1- Obedecendo a Deus, mas com o coração ambicioso (Nm 23.26). Podemos ver que Balaão em um primeiro momento vira obedeceu a Deus: “E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque e disseram: Balaão, recusou vir conosco” (Nm 22.14). Entretanto, o rei dos moabitas não se deu por vencido. Ele insiste com Balaão, a fim de conseguir o seu objetivo: “Assim diz Balaque filho de Zipor, rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei e farei tudo o que me disseres; vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo” (Nm 22.16.17). Aquela era uma oferta tentadora: o rei disposto a premiar o homem apenas para que ele lançasse pragas contra o povo.
2- O Senhor abriu a boca da jumenta (Nm 22.21-30). Advertido por Deus a não dar prosseguimento ao seu plano, Balaão passa por uma experiência sem precedentes, ouvir um animal falando. A jumenta com a qual ele costumava viajar conversa com Balaão. Em nossos dias, é comum pessoas de serem, de forma jocosa, que se Deus usou a mula para falar com Balaão, pode usar qualquer outra pessoa também. Ocorre que a Bíblia não diz que Deus ‘usou’ a mula para falar com Balaão. A palavra de Deus é enfática e deixa claro que Deus falou aos pais de diversas maneiras, pelos profetas (Hb 1.1). A mesma Bíblia diz que Deus abriu a boca do animal e ele questionou Balaão por ter apanhado. A partir desse ‘diálogo’ o Senhor abriu os olhos de Balaão, e ele viu o anjo do Senhor. O anjo, sim, tratou com Balaão.
3- A insistência que mina a resistência (Nm 22.21). Apesar de ter resistido, inicialmente, aos convites recebidos com a promessa de uma recompensa financeira, no final Balaão acabou cedendo. Mesmo Deus permitindo que ele fosse com os mensageiros, o Senhor deixou claro que ele só falasse o que o Eterno ordenaria. Isso Balaão obedeceu. Tendo chegado onde estava Balaque, Balaão foi há três lugares diferentes: Quiriate-Huzote, Pisga, Peor, e em todos esses lugares suas palavras foram dirigidas por Deus que abençoou seu povo. Apesar dessas experiências, Balaão ainda estava desejoso de ser honrado, remunerado para que Israel fosse punido de alguma forma.
III – QUANDO A AMBIÇÃO VENCE O DISCERNIMENTO
1- Mudar de lugar não muda o que Deus disse. É curioso o fato de que o homem sem Deus, pode desprezar a revelação divina, tende a adquirir crendices que irão nortear suas ações e sua fé. Balaque conduziu Balaão para mais de uma localidade, imaginando que, de alguma forma, conseguiria fazer com que um deus pudesse inspirar o vidente a lançar pragas contra os hebreus. Porém em Quiriate-Huzote, a palavra de Deus foi: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). Em Pisga é dito: “Deus não é homem, para que se minta: nem filho de homem, para que se arrependa; porventura diria ele e não o faria?” (Nm 23.19). Em Peor a palavra foi: “Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas as tuas moradas Israel” (Nm 24.5).
2- A Insistência no erro. A palavra de Deus nos diz que em Quiriate-Huzote, “o senhor pôs a palavra na boca de Balaão” (Nm 23.5). Em Pisga, ”encontrando-se o Senhor com Balaão, pôs uma palavra na sua boca” (Nm 23.16). E em Peor, “veio sobre ele o Espírito de Deus” (Nm 24.2). Com todas essas intervenções sobrenaturais, como Balaão continua insistindo no erro? Parece-nos que, ao perceber que Deus não mudou seu posicionamento, Balaão deixou de tentar amaldiçoar o povo de Deus por meio de imprecações. Mas ele não desistiu de receber a sua recompensa Prometida pelos moabitas e midianitas. Quando se pôs a ir com os mensageiros de Balaque, Balaão ouviu do anjo de Deus: “Eis que sai para ser teu adversário, por enquanto teu caminho é perverso Diante de Mim” (Nm 22.32). Essa fala, por si, deveria ter convencido Balaão, mas ele não foi suficiente para mover o coração daquele homem ambicioso.
3- Lançando tropeço. O Vidente ensinou Balaque ‘a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comesse dos sacrifícios da idolatria e se prostituissem’ (Ap 2.14). Dessa forma Deus se tornaria o opositor do seu povo, por causa dos pecados cometidos. Se tentar amaldiçoar o povo de Deus não deu certo, com certeza apelar para a carnalidade dos filhos de Israel trouxe a recompensa que Balaão buscava. Mulheres orientadas a desviar os israelitas pela sedução, conduzindo-os a idolatria e a prostituição, causando a morte de 24 mil pessoas por meio de uma praga em forma de juízo divino (Nm 25.9).
CONCLUSÃO
Balaão começou sua história com uma pessoa que ouviu a Deus, mas se tornou depois um Mercenário. A tentação de fazer a nossa própria Vontade sempre terá seu preço. Balaão poderia ter entrado para a história como um personagem que aprendeu a ser fiel a Deus, passou a ser conhecido como vidente maligno, cujo conselho matou a ele e outras milhares de pessoas.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD