Adultos - CPAD
As sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo
EDIÇÃO: 532 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 01 – 03 de julho de 2022
TEXTO ÁUREO
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.” (I Tm 4.1)
VERDADE PRÁTICA
De forma sutil e sorrateira, o Diabo desfere ataques à Igreja. É preciso que cada crente saia ao combate com as armas espirituais dadas por Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Gn 37.5-7
Deus adverte pessoas e grupos
Terça-feira – Is 3.16-24
Deus adverte por meio de profetas
Quarta-feira – I Tm 4.1
A Apostasia dos últimos tempos
Quinta-feira – I Tm 4.1,3
O ataque nas esferas espiritual e social
Sexta-feira – I Tm 4.5
O poder da Palavra de Deus e da oração
Sábado – I Tm 4.7
O valor da piedade cristã
LEITURA BÍBLICA
I Timóteo 4
1 – Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios,
2 – pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,
3 – proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
4 – porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças,
5 – porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos a respeito dos diversos ataques contra a verdadeira Igreja. Isso acontece porque Satanás sempre se opôs ao povo de Deus, tanto na Antiga quanto na Nova Aliança. Fora do contexto bíblico, a Igreja sempre experimentou a oposição do Diabo. Nem sempre esses ataques acontecem da mesma forma, com a mesma metodologia ou a mesma intensidade. Contudo, o agente por trás desses ataques é sempre o mesmo: Satanás.
I – A IGREJA SOB ATAQUE
1- A sutileza do ataque. Um fato de fácil constatação é que a oposição sistematizada às verdades cristãs cresceram nas últimas décadas em escala exponencial. Se em anos passados as perseguições e conflitos bélicos eram os instrumentos usados, hoje isso acontece de forma muito mais sutil. Elas ocorrem, por exemplo, com a normalização de comportamentos e práticas contrárias à fé cristã.
2- O alerta para o povo de Deus. Um fato de fácil observação nas Escrituras é que Deus sempre manteve seu povo sob alerta. No Antigo Testamento, por exemplo, nada acontecia com o povo de Deus sem que fosse avisado. Os alertas e advertências sempre vinham. Isso pode ser visto tanto em relação a pessoas quanto a grupos (Gn 37.5-7; cf. 45.5-8; 18.17,18). Durante a monarquia esses avisos e advertências vieram de uma forma muito mais intensa através do ministério dos profetas (II Rs 6.8-12; Is 3.16-24; Ez 7.1-27; Dn 10.14). Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo escreveu sobre o grande alerta que o Espírito Santo dava à igreja: “[…] o Espírito expressamente diz […]” (I Tm 4.1). O advérbio grego retos, traduzido como “expressamente”, possui o sentido de “claramente”, “sem sombras de dúvidas”. O Espírito do Senhor, portanto, faz conhecido ao seu povo os perigos que o cercam.
3- A Igreja na reta final. A sutileza de Satanás ao atacar a Igreja de Cristo é um fato claramente revelado pelo Espírito Santo. Deus preveniu a Igreja de que isso aconteceria. Não há razão, portanto, para surpresas. Foi previsto e registrado nas Escrituras. Além desse fato, o Senhor também mostra que isso aconteceria nos “últimos tempos” (I Tm 4.1). A expressão “últimos tempos” é uma referência ao período compreendido como sendo a Era da Igreja. Nesse aspecto, o apóstolo Pedro disse que o derramamento do Espírito fazia parte dos eventos dos “últimos dias” (At 2.17); e, de forma semelhante, o apóstolo Paulo descreve como os homens se comportariam “nos últimos dias” (II Tm 3.1-7).
A precisão com que foram descritos esses sutis ataques de Satanás contra a Igreja, e não a referência a dia e hora, deveria servir de alerta máximo para nós. A profecia é bem clara e objetiva em descrever comportamentos, ações e práticas que marcariam esse tempo final. Se o apóstolo Paulo, que viveu há mais de dois mil anos, disse já vivenciar os últimos dias (I Co 10.11), o que a Igreja pode dizer dessa presente época? Não estaríamos na reta final? Na última volta da corrida?
II – A NATUREZA DO ATAQUE
1- O ataque é de natureza espiritual. Em sua exposição o apóstolo faz referência a “espíritos enganadores” e “demônios” (I Tm 4.1). Não há nenhuma dúvida que é uma referência aos espíritos maus, aqui também chamados de “demônios”. Isso revela a natureza dos agentes envolvidos nos ataques que são feitos à Igreja – Satanás e seus demônios. Os maiores inimigos da Igreja são seres sobrenaturais. Nesse sentido, podemos também dizer que a natureza desse ataque é espiritual. De fato, ao escrever aos efésios, o apóstolo Paulo diz que a nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades do mal (Ef 6.12).
2- O ataque é de natureza moral. Outra coisa a ser levada em conta sobre a natureza do ataque à Igreja, que revela a sutileza do Diabo: esse também é um ataque moral. O apóstolo faz referência a pessoas que se comportam de forma hipócrita e que também são mentirosas (I Tm 4.2). Esses comportamentos se encontram na esfera moral. Na verdade, a hipocrisia e a mentira são manifestações inversas das virtudes morais cristãs da autenticidade e da verdade. A operação do erro sempre trabalha com a falsidade e o engano. Paulo também demonstra a esfera moral desse ataque quando faz referência àqueles que têm “cauterizada a sua própria consciência”. O termo grego suneidesis, usado aqui para “consciência”, é uma referência à capacidade humana de julgar, de entender o certo e o errado. Em outras palavras, é a faculdade humana por meio da qual se distingue o que é moralmente bom ou ruim. Uma consciência “cauterizada” (gr. kausteriazo) significa dizer que ela se tornou insensível para julgar entre o certo e o errado.
III – AS ESFERAS DO ATAQUE
1- A esfera religiosa. É importante tratarmos aqui nas esferas que esse ataque ocorre. Em primeiro lugar, o apóstolo mostra que ele acontece na esfera religiosa. Acontece, portanto, na esfera da Igreja. Isso fica claro quando Paulo diz que “apostatarão alguns da fé” (I Tm 4.1). Não há dúvidas de que o apóstolo está se referindo a cristãos professos que sucumbiram ao ataque do Diabo. E o que é pior: agora estão a serviço dele. Aqui os principais inimigos do Evangelho vêm de dentro da própria igreja. Não é de admirar que as pessoas que mais causam danos e escândalos ao Evangelho sejam aquelas que já lutaram em suas trincheiras. Contudo, por alguma razão abandonaram a fé e se tornaram inimigo da Igreja. Certamente você conhece alguém assim.
2- A esfera social. Outra esfera do ataque de Satanás à Igreja é a social. Isso pode ser visto na expressão de Paulo: “proibindo o casamento” (I Tm 4.3). É uma forma de dizer que o Diabo se opõe à família. Sem dúvida a família é uma das mais importantes instituições sociais que existem, senão a mais. Nesses últimos anos temos visto Satanás e seus demônios atacando com muita fúria a família brasileira, especialmente a cristã. Estamos sob fogo cerrado! As mais variadas leis e decretos têm sido criados com o intuito de desconstruir a família. Precisamos acordar para essa realidade, pois atacando a família, Satanás atinge a Igreja: famílias fracas, igrejas fracas.
IV – A IGREJA PROTEGIDA
1- A exposição da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo põe duas importantes armas ou ferramentas capazes de neutralizar os ataques do Diabo: a Palavra de Deus e a oração (I Tm 4.5). O apóstolo mostra aqui que a Palavra de Deus possui poder santificador. Ela é um antídoto contra o ascetismo e toda forma de culto falso que o Diabo possa criar. Paulo escreveu aos efésios que a Palavra de Deus é a espada do Espírito. Sem essa Palavra estaríamos desarmados. Não há dúvida que o Maligno tem levado vantagem sobre muitos cristãos porque estes não demonstram perícia no manuseio da Palavra de Deus.
2- A prática da oração. Outra ferramenta apontada pelo apóstolo, a qual já nos referimos antes, é a oração (I Tm 4.5). As reuniões menos frequentadas na igreja são aquelas dedicadas à oração. Alguém já disse que o círculo de oração começou quando a igreja como um todo deixou de orar. Portanto, persevere na oração, uma arma espiritual importante contra as sutilezas de Satanás.
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que o Diabo tem atacado a Igreja de formas sutis. Essa é uma realidade que cada cristão precisa se conscientizar. Se não tivermos consciência de que estamos sob ataque, não veremos a necessidade de nos defendermos. É preciso, portanto, conhecer a natureza desse ataque, a esfera na qual ele ocorre e, o mais importante, munir-se das armas espirituais para ganhar essa guerra.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD