E.B.D
A tentação de fugir do julgamento de Deus
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 72 – 2º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 08 – 22 de maio de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e a parte seu coração do SENHOR” (Jr 17.5).
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Jr 17.1
O pecado de Judá
Terça-feira – I Pe 4.17
Deus vai julgar o seu povo
Quarta-feira – Is 31.1
O povo busca ajuda no Egito
Quinta-feira – SL 118.9
É melhor confiar no Senhor
Sexta-feira – SL 121.2
O meu socorro vem do Senhor
Sábado – SL 118.14
O Senhor nos salva
TEXTO BÍBLICO
Jeremias 17
1- O PECADO de Judá está escrito com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nos ângulos dos seus altares.
2- Seus filhos se lembram dos seus altares, e dos seus bosques, e das árvores verdes, sobre os altos outeiros.
3- Ó minha montanha no campo! a tua riqueza e todos os teus tesouros darei por presa, como também os teus altos por causa do pecado, em todos os teus termos.
4- Assim por ti mesmo te privarás da tua herança que te dei, e far-te-ei servir os teus inimigos, na terra que não conheces; porque o fogo que acendeste na minha ira arderá para sempre.
5- Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!
6- Porque será como a tamargueira no deserto, e não sentirá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.
7- Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.
8- Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.
9- Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso: quem o conhecerá?
10- Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os rins: e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, veremos que Jeremias, um dos profetas de Israel, exorta o povo mostrando o perigo de se abandonar o Senhor e ceder a tentação de pedir ajuda aos homens. Veremos que o povo de Israel tentou fugir do julgamento de Deus por seus pecados, imaginando que o que estava por vir era somente uma nação tentando subjugá-los. Mesmo o Altíssimo tendo-os advertido, eles seguiram o seu caminho, pagando o preço determinado pelo Senhor.
I – O CENÁRIO EM JUDÁ
1- Jeremias e seu ministério. Jeremias é conhecido como “o profeta chorão” (Jr 9.1), e essa designação não se dá por acaso. Ele viveu e profetizou nos últimos dias de Judá. Mesmo sendo chamado para o ministério profético ainda jovem, teve a maturidade e a ousadia de proclamar a Palavra de Deus para o seu povo, ainda que fosse mal visto e injustiçado. Ele chegou a ser levado ao Egito forçadamente, mas manteve a sua postura de obediência a Deus. Sua profecia traz um tom moderado, atingido pelo pesar de quem viu o seu próprio povo em desobediência constante (Lm 1.8). Jeremias viu igualmente o Julgamento de Deus chegando (Lm 2.2). Seu lamento se dá não apenas porque o seu povo não creu no que Deus dissera, mas também porque ele viu o julgamento divino acontecendo diante de si.
2- Deus adverte ao seu povo sobre o juízo. Nem sempre o que o Senhor diz tem um caráter agradável aos ouvidos humanos. Antes que os hebreus entrassem na Terra Prometida, Deus os havia advertido para que não seguissem os mesmos caminhos dos povos que estavam sendo desalojados de Canaã. Deus prometeu benção e proteção se obedecessem, mas igualmente juízo se não andassem nos seus caminhos. Sempre é bom ouvir a respeito das bênçãos de Deus, e elas são para os que o temem e o obedecem. Mas, para os que andam em desobediência, coma esperar que Ele estenda a sua mão para abençoar não permitindo que as consequências dos atos do povo se materializaram nos julgamentos que Ele havia advertido séculos antes? Deus enviou os profetas para dizerem que o povo deveria se arrepender de seus pecados, mas eles não foram ouvidos. O próprio Senhor Jesus disse acerca da Cidade Santa em seus dias: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados” (Lc 13.34).
3- A busca pela ajuda dos egípcios. Quando o povo de Deus se viu na iminência do julgamento divino, por meio dos babilônios, tentaram buscar ajuda com outras nações. Isaías comenta: “Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro e se estribam em cavalos! Tem confiança em carros, porque são muitos, e nos cavaleiros, porque são poderosíssimos: e não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao SENHOR” (Is 31.1). Na ótica dos hebreus, o Egito era uma opção militar que certamente poderia fazer frente à Babilônia. Já que Deus se tornará um opositor, os hebreus buscariam ajuda nos homens. E por que os hebreus resistiram a Babilônia? Eles não viam a investida babilônica como um julgamento de Deus, mas sim como uma interferência na soberania que possuíam como nação. O Reino vizinho, Israel, por causa de seus pecados, já havia sido subjugado pelos assírios. Faltava a Israel o seu devido castigo. E como retardar o que Deus já havia dito que faria? Tentando buscar ajuda nos povos vizinhos.
II – MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM
1- Contando com a ajuda dos homens para fugir do que Deus determinou. Jeremias havia escrito uma carta para o povo, orientando-o a se sujeitar a Babilônia que já havia invadido Judá, obrigando-o a pagar impostos e oferecer reféns da casa real para serem levados cativos (entre esses reféns, encontram-se Daniel e seus amigos). Após três anos, o rei Jeoaquim decidiu se rebelar, mesmo tendo sido advertido pelas profecias de Jeremias. Então veio o segundo cativeiro de Judá, quando Nabucodonosor colocou Zedequias para governar. Zedequias, então, vai buscar apoio no Egito. A sujeição a Babilônia deveria ser vista como uma sujeição à disciplina de Deus. Mas para um povo que não ouvia ao Senhor, também não perceberia que o julgamento deveria ser aceito por ter sido enviado pelo Juiz de toda a Terra.
2- Maldito o homem que confia no homem. Deus usa Jeremias e diz: “Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR” (Jr 17.5). Esse versículo é bem claro: maldito aquele que precisa passar pela disciplina de Deus, mas busca ajuda em recursos e capacidade humanas para fugir do julgamento divino. O Todo-Poderoso Julgará Israel de forma ainda mais grave, e o Egito seria derrotado também. Eles não seriam malditos somente por desobedecerem a Deus, mas por buscar auxílio em pessoas de carne e osso, contando com exércitos e carros de combate que seriam em inócuos ao que Deus já havia determinado. A palavra “maldito” traz a ideia de uma pessoa que foi alcançada por uma maldição. Em dias nos quais as pessoas só querem ouvir palavras de benção e nenhuma reprimenda por seus pecados, “maldito” é uma palavra que fere os ouvidos, mas que espelha a realidade de coma Deus enxerga o pecado.
3- Para se afastar do Senhor. Não bastava desobedecer ao Senhor e depositar sua confiança nos homens. Os israelitas ainda se afastaram de Deus. É curioso como as pessoas vivem de abismo em abismo, ou de glória em glória. Os habitantes de Judá deveriam aceitar o cativeiro como um ato da misericórdia divina, mas se distanciaram do Senhor. Eles não somente rejeitaram os mandamentos de Deus, mas também os seus juízos. A ajuda humana sempre será bem-vinda quando há união entre os irmãos, e se essa união não estiver em desacordo com o que Deus determinou. Mas no caso dos hebreus, que já haviam perdido a proteção divina, aquela confiança não apenas ia contra o que o Todo-Poderoso havia determinado, mas acrescentava um juízo ainda maior. Os homens podem ser auxiliadores uns dos outros, mas jamais podem substituir o lugar de Deus para ser a força de outras pessoas.
III – É MELHOR CONFIAR NO SENHOR
1- O coração é enganoso. O interior do ser humano pode abrigar diversos pecados, entre eles, o da rebeldia e um dos principais. Deus sonda os nossos corações, e conhece o nosso interior (Jr 17.10). Jeremias nos alerta que nunca devemos confiar uns nos outros? Não. A advertência de Jeremias não é para que deixemos de confiar uns nos outros, mas sim quanto a confiar nos homens como nosso recurso, quando deveríamos confiar em Deus e não nos afastarmos dEle.
2- Aquele que confia no Senhor. Da mesma forma que Deus considera maldito o que se afasta dEle e busca auxílio nos homens, como Israel buscou ajuda no Egito. Ele considera bendito aquele que confia nEle (Jr 17.7,8), e cuja esperança é o Senhor. Deus o compara a uma árvore que foi planta da junta a ribeiros de águas. Diferente dos processos naturais, em que uma planta nasce e se desenvolve em um determinado terreno, a árvore a qual Deus se refere não nasceu ali, mas foi colocada, plantado, para crescer e se desenvolver até dar frutos. Sua existência não é um acidente de percurso, uma obra do acaso, mas a concretização do plano de Deus.
3- O Senhor é juiz. Deus não deixaria de julgar o seu povo por causa de seus pecados, e o julgamento se concretizou quando a Fortaleza de Jerusalém e o Templo do Senhor foram destruídos, e o povo levado cativo. O povo que antes usufruir do favor e da proteção
do Altíssimo agora estava cativo na Babilônia. Somente após 70 anos os israelitas começariam a retornar para restaurar a Cidade Santa. A disciplina de Deus fez o seu efeito. Após o exílio, o povo de Deus retornou mais consciente de suas obrigações para com Deus.
CONCLUSÃO
Deus sempre nos adverte, por meio de sua palavra, a respeito do que devemos e o que não devemos fazer, E mesmo quando permite que as consequências de nossos pecados nos atinjam, Ele espera que acatemos a sua disciplina e aprendamos com ela. Entretanto, quando rejeitamos a sua Palavra e os seus juízos, buscam apoio em homens mortais para nos afastarmos de Deus, caímos não apenas em tentação, mas também em um juízo ainda mais sério.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD