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Adultos - Betel

A suficiência de Cristo em meio às dificuldade

Publicado

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EDIÇÃO: 87– 3º Trimestre – Ano: 2021-Editora: BETEL

LIÇÃO – 09 – 29 de agosto de 2021

TEXTO ÁUREO

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” Fp 4.13

VERDADE APLICADA

Em Cristo somos fortalecidos e capacitados a vencer as adversidades do tempo presente.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Filipenses 4

10. Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.

11. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.

12. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

13. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Jó 1.8
O justo padece por ser justo.

Terça-feira – Ec 3.1-8
A vida é feita de diversos momentos.

Quarta -feira – IICo 4.17
As adversidades são passageiras.

Quinta-feira – Fp 2.18
Somos convocados a nos alegrar no Senhor.

Sexta-feira – Fp 4.11
Cristo é suficiente para nossa vida.

Sábado – Fp 4.19
Deus supre as nossas necessidades.

INTRODUÇÃO

É diante das adversidades que o verdadeiro cristão tem um entendimento mais amplo sobre o que é essencial e indispensável para sua vida, bem como uma excelente oportunidade de testemunho para edificar outros.

I – A REALIDADE DOS MOMENTOS DIFÍCEIS

Enquanto estivermos nesse mundo caído, as adversidades farão parte da vida do crente fiel, contudo, elas não servem para nos parar, e, sim, para que o plano de Deus seja manifesto.

1. Resultado da realidade do pecado. A Bíblia nos relata a entrada do pecado na história humana (Gn 3.16-19). As consequências do pecado na criação trouxeram um mal sem precedentes. Todo sofrimento que advém sobre a humanidade tem sua causa primordial no pecado de Adão. Sofremos diretamente os resultados do pecado na história desde os primórdios. Assim, não é possível negar a realidade do pecado, pois tanto o injusto quanto o justo sofrem pelas consequências do pecado em sua esfera mais existencial, a finitude do ser como salário do pecado (Rm 6.23). Milard Erickson afirma que “existe uma dificuldade hoje em falar sobre pecado, pois é um assunto desagradável”.

2. Há dias de calamidades e aflições. Desde os tempos antigos o ser humano se pergunta: por que o justo sofre? O livro de Jó é a resposta do Antigo Testamento para essa pergunta. No livro de Jó Deus apresenta os motivos para o sofrimento do patriarca: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.” (Jó 1.8). Ele padece porque é justo! O salmista também questiona a Deus acerca da causa da prosperidade do ímpio e do padecimento do justo (Sl 73). Por fim, vemos no ministério dos apóstolos e principalmente no ministério de Jesus, as adversidades como marca da aprovação de Deus em sua vida, pois Ele é o socorro bem presente na hora da angústia (Sl 46.1).

3. Momentos difíceis são leves e momentâneos. Apesar do tema da aflição e das provações ficar em aberto no âmbito do Antigo Testamento, o Novo Testamento nos revela o propósito e sentido das provações na vida do justo. O apóstolo Paulo afirma que as nossas provações são leves e passageiras (II Co 4.17). Enquanto que no Antigo Testamento ainda estava se construindo uma teologia do porvir, Jesus nos apresenta uma nova realidade, a realidade da vida eterna e da vitória sobre a morte em Sua ressurreição. Com isso, entendemos o ideal da vida veterotestamentária, como prosperidade material, longevidade e descendência multiplicada, no entanto, o ideal neotestamentário vai além dessa realidade, pois a nossa esperança não está nas coisas passageiras desta vida, mas sim, na esperança da ressurreição em Cristo (II Co 4.18).

II – PAULO E A IGREJA EM FILIPOS

A comunidade de Filipos foi uma das igrejas levantadas pelo apóstolo Paulo que mais lhe ajudou e se aproximou dele.

1. Um início com variedades e contrastes. Segundo Raymond Brown, a evangelização de Filipos é caracterizada por quatro cenas:

1) a conversão de Lídia (At 16.13-15);

2) a expulsão do demônio de adivinhação (At 16.16-18); a libertação milagrosa da prisão (At 16.19-34); e vindicação junto às autoridades (At 16-35-40). Em Eclesiastes 3.1-8, o pregador nos revela que em nossa vida haverá tempo para todas as coisas. Assim como as estações do ano, a vida do ser humano é caracterizada por momentos bons e momentos de dificuldades. Somos nós que qualificamos as experiências da vida, somos nós que transformamos momentos de dificuldade em aprendizado, ou em momentos de murmuração e desespero. No entanto, a Bíblia aponta para uma realidade além da visualizada pelos nossos olhos carnais, a realidade espiritual das coisas, por isso, devemos renovar a nossa mente diariamente (Ef 4.17-23).

2. Contexto da carta aos Filipenses. A carta aos Filipenses é considerada pelos estudiosos como uma das cartas da prisão. Robert H. Gundry afirma que “as seguintes epístolas de Paulo, Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, são denominadas de cartas do cativeiro, pois o apóstolo estava preso quando as escreveu. Há dois períodos conhecidos de aprisionamento de Paulo, um em Cesareia (At 23-26), e outro em Roma, quando esperava para ser julgado (At 28)”. Em Filipenses 1.7, 12-17, Paulo interpreta os eventos acontecidos a ele, como sua prisão, como algo positivo. Ele percebe um propósito maior na sua aflição: a propagação do Evangelho.

Muitas vezes não sabemos por que estamos passando por determinadas adversidades, tais como uma enfermidade, problemas financeiros ou o desemprego, mas, certamente, Deus tem um propósito para todas as coisas. Às vezes, somos acometidos por aflições em prol do Evangelho, para que a vontade de Deus se cumpra e mais pessoas venham ao conhecimento do Filho de Deus.

3. Regozijo no Senhor. É até estranho para a nossa realidade entender como o apóstolo conclama aquele povo para se alegrar, se ele mesmo estava preso e esperando seu julgamento (Fp 2.18). A dificuldade de entender a alegria de Paulo no sofrimento em nome de Cristo nos mostra como estamos distantes do ideal desejado da compreensão da mensagem do Evangelho. Certamente que ninguém deseja padecer e nem sofrer a custo de nada, mas o que chama a atenção é que o apóstolo conseguia entender que aquele sofrimento servia para um propósito muito maior que ele mesmo. Em uma sociedade onde só se pensa em si mesmo, em prosperidade financeira, triunfalista, a mensagem do Evangelho é um escândalo (I Co 1.23).

III – A SUFICIÊNCIA DE CRISTO

Cristo é suficiente para satisfazer o ser humano em sua essência, pois Ele nos revela aquilo que é indispensável.

1. Viver com contentamento. Muitos almejam como ideal de vida riquezas materiais, reconhecimento social, posições de destaque, entre outros, no entanto, esperam que tais benefícios sejam dados por Deus sem nenhum esforço ou trabalho. A vida do apóstolo Paulo aponta para uma vida de entrega plena à vontade do Senhor na pregação do Evangelho. Ele afirma que soube viver no muito e no pouco (Fp 4.11). Jesus, no Sermão do Monte, afirma que Deus vai prover nossa condição mínima de subsistência: “Não andeis cuidadosos quanto a vossa vida, pelo que haveis de comer (…), beber (…), ou de vestir (…). Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.25, 33).

2. Ser fortalecido. Em Cristo, podemos passar pela dificuldade, ou pela vitória (Fp 4.13). A palavra “fortalece” vem do grego, endynamoo – segundo o Dicionário de Strong, revestir-se de força, receber força, ser fortalecido, crescer em força. Aqui o apóstolo utiliza o verbo no tempo presente, na voz ativa no modo particípio. Lourenço Stelio Rega afirma que a palavra nessa forma verbal dá uma ideia de continuidade. Portanto, nós não somos somente fortalecidos, mas passamos por um processo de contínuo fortalecimento no Senhor. Devemos, com isso, permanecer em Cristo e ser revestido pelo Seu poder.

3. Comunhão e generosidade. A igreja de Filipos foi uma das comunidades que mais apoiaram financeiramente o ministério do apóstolo Paulo. Robert H. Gundry afirma que “a epístola aos filipenses é a mais pessoal, Paulo agradece ao respaldo financeiro enviado a ele por meio de Epafrodito (Fp 2.25)”. A igreja em Filipos era composta por irmãos que viviam o Evangelho em toda a sua essência. Não era uma igreja rica, como a comunidade em Corinto, mas participou economicamente da campanha do apóstolo. Era uma igreja que vivia a comunhão baseada na generosidade (Fp 4.18-19). Em tempos onde o consumismo desenfreado, o egoísmo e a vaidade são incentivados pela sociedade e as mídias sociais, o Evangelho de Cristo mostra seus valores na partilha, na comunhão e na generosidade.

CONCLUSÃO

Diante da realidade humana, as adversidades não passarão, os desejos e anseios não vão passar, mas todo aquele que estiver em Cristo Jesus será fortalecido e será saciado em seu interior, pois Ele é suficiente.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

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