Adultos - Betel
A solicitude da vida
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 138 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 10 – 04 de setembro de 2022
TEXTO ÁUREO
“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” Mateus 6.34
VERDADE APLICADA
Um viver com qualidade glorifica a Deus e inclui confiança em Nosso Pai Celestial e priorizar o Reino de Deus e a Sua justiça.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mateus 6
25- Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?
26- Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27- E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Sl 8.3-8
Deus é glorificado nas Suas obras.
Terça-feira – Pv 14.12
Há caminho cujo fim são caminhos da morte.
Quarta-feira – Mt 16.8
Homens de pouca fé.
Quinta-feira – Rm14.17
O Reino de Deus é justiça e paz.
Sexta-feira – Ef 3.20
Poderoso para fazer além do que pensamos.
Sábado – Fp 4.19
Deus supre as nossas necessidades.
INTRODUÇÃO
Mais uma vez o conselho divino nos instrui a confiarmos em Deus, pois Ele nos ama e é poderoso para provê tudo o que necessitamos. Nesta parte do Sermão da Montanha o Senhor trata da preocupação excessiva com as coisas materiais (Mt 6.25).
I – COMBATENDO A ANSIEDADE
O alvo principal dos princípios ensinados por Jesus Cristo é mostrar que a ansiedade é desnecessária e que não devemos permitir que o afã do dia de amanhã desequilibre a estrutura de nossas vidas.
- Não andeis ansiosos. Antes de falar de ansiedade, precisamos entender corretamente o que Jesus está proibindo ou não neste parágrafo. A ideia central dos princípios ensinados por Ele diz respeito a não vivermos distraídos, pois quando a mente humana vive em duplicidade, ela procura seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e certa dose de sofrimento. A mente começa a admitir o pensamento interior de que a vida consiste apenas em comer, beber e vestir-se. Esse é o tipo de atitude daquele que serve a Mamom e não de um discípulo de Cristo (Pv 14.12; Mt 6.24-25). Jesus não está proibindo a prudência que faz provisão para o futuro, está proibindo o afã, o angustiar-se pelo amanhã antes de saber o que ele produzirá. O termo usado aqui é o grego “merimnan”, que significa preocupar-se ansiosamente.
- A vida é mais que o mantimento. Champlin diz que a vida deve incluir desejos e interesses que não abranjam apenas as coisas físicas. Esta vida deve ser orientada pelos princípios espirituais do Reino de Deus e deve levar em conta o verdadeiro destino e utilização da vida humana (Rm 14.17). Ao afirmar que a vida é mais que o mantimento, Jesus não exige a absoluta abstenção de uma e a exclusiva busca da outra. Ele está desafiando Seus seguidores a decidir o que terá o lugar mais alto em seus corações: comida, bebida e vestimenta ou a justiça do governo do céu (Mt 5.6; 6.33). Mesmo animais, como as aves, não são vencidos pela ansiedade, cabe ao homem, como criatura feita à imagem do Criador, ter a obrigação de aprender a confiar e depender de Deus, que o criou, assim como as demais criaturas.
3. Olhai para as aves do céu. Jesus nos apresenta aqui mais um importantíssimo princípio: o Pai cuida de Suas criaturas. Ele se utiliza das aves do céu para nos falar acerca do cuidado que o Pai tem com a nossa alimentação. As aves não produzem, não cuidam da terra, nem guardam em celeiros como nós, mas recebem gratuitamente o alimento que necessitam. Jesus não está ordenando que fiquemos esperando cair do céu a nossa provisão, não está encorajando a preguiça, nem falando contra nos esforçarmos em trabalhar para suprir as necessidades da vida (II Ts 3.10). Ele ensina que não devemos viver ansiosos. As aves não ficam ansiosas pelo amanhã (Mt 6.26ª). A aves são criaturas, nós somos filhos. Aqui está toda a diferença (Mt 6.26b).
II – A ANSIEDADE PARA NADA É PROVEITOSA
O único efeito que a ansiedade pode produzir em nossas vidas é torná-la inoperante e negativa. Devemos confiar em Deus, pois se Ele provê para o que é passageiro, como não proverá para o que é eterno? O Deus que nos deu a vida, também promete sustentá-la enquanto vivermos.
- A vida não permite acréscimos. De maneira muito convincente, Jesus afirma que mesmo com todos os cuidados que venhamos ter com a vida, ela em nada pode ser acrescentada porque o plano de Deus é inalterável (Mt 6.27; Lc 12.26). A medida de um côvado equivale a cerca de meio metro, e é usualmente utilizada como unidade para distância, não para tempo. Em linguagem popular o exemplo teria a conotação de “esticar” a vida um pouco mais. Eis o motivo pelo qual Jesus diz que não devemos ficar ansiosos, porque a ansiedade não é fecunda, nada acrescenta, não produz resultados positivos (Lc 10.41).
- A ansiedade é cega. Pessoas ansiosas são incapazes de enxergar as lições que a própria natureza oferece. Ao falar acerca da preocupação com aquilo que devemos vestir, Jesus apresenta os lírios e a erva do campo, em comparação com o vestuário humano (Mt 6.27-28). O Senhor veste as flores com tão rara beleza que está além da capacidade humana imitar, como não cuidará de Seus filhos amados? O Senhor nosso Deus dispensa tanto cuidado, sabedoria e tempo a uma pequenina flor quanto às grandes coisas de Sua criação (Sl 55.22).
- A ansiedade é incrédula. Ao dizer que Seus discípulos são homens de “pequena fé” (Mt 6.30), Jesus aponta uma deficiência na fé, não sua ausência, e segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a Deus tal qual Ele é (Mt 6.32). A ansiedade por parte de um súdito do Reino é inadequada, pois desonra seu Pai Celestial. Tal desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus de Pai. Deve haver uma diferença entre os discípulos do reino e os pagãos.
III – VENCENDO A ANSIEDADE
Jesus falou acerca de importantes princípios com os quais podemos eliminar a preocupação de nossas vidas. O Senhor conhece as nossas necessidades, ordena que priorizemos Seu Reino e vivamos bem a cada dia.
- O Pai conhece as nossas necessidades. Esse é um princípio importantíssimo para nossas vidas, pois se Deus sabe de tudo o que necessitamos, não existem motivos para um viver ansioso de nossa parte (Mt 6.32b). É possível que um pai natural e terreno, mesmo tendo conhecimento das necessidades de seus filhos, não os sustente, mas Deus jamais faria isso. Em toda a Escritura somos ensinados acerca da bondade e fidelidade de nosso Pai Celestial (Sl 34.8; 113.5). Nele podemos esperar confiantes. O Deus Todo-Poderoso, Criador, age com justiça e retidão para com Suas criaturas; por ser sábio, conhece perfeitamente do que necessitamos; e, por ser totalmente bom e poderoso, provê essas coisas aos que nEle confiam e esperam (II Sm 22.31; Sl 125.1).
- Estabelecendo prioridades. Este deve ser o objetivo de cada cristão, buscar o Reino e não a glória pessoal ou objetivos egoístas (Mt 6.33). A questão referente a “sua justiça” deve ser compreendida em relação ao modo de vida justo proposto por todo o sermão. A aceitação da vontade divina e o propósito de pô-la em ação em nossas vidas é a primeira maneira de derrotar a preocupação. Sabemos muito bem, por nossa própria experiência, como um grande amor pode eliminar de nossa mente qualquer outro interesse e preocupação (Lc 16.13ª). Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas, toda ansiedade desaparece.
- Basta a cada dia o seu mal. Nesse último princípio, Jesus nos afirma como a preocupação pode ser derrotada, quando aprendemos a arte de viver um dia de cada vez (Mt 6.34). Jesus recomenda a cada filho seu que enfrente cada dia sem preocupar-se com um amanhã que poderá não acontecer (Pv 27.1). Esta é a razão de nossos dias terem apenas horas e não períodos maiores; seria doloroso demais para nós lidarmos com tanta pressão. A vida cristã é uma jornada diária, com suas lutas, derrotas e vitorias; não existem reservas para o futuro. Da mesma forma que Jesus nos ensina a orar pelo pão de cada dia e assim estar sempre na dependência do Pai, também nos pede que vivamos a cada dia em paz e confiança em Sua provisão (Sl 68.19).
CONCLUSÃO
A advertência contra a ansiedade não é uma condenação da prevenção. Trata-se de não sermos sobrecarregados com os problemas e as dificuldades que ainda nos são desconhecidos. Em todo o tempo devemos confiar no cuidado e na provisão de Deus necessários para cada dia.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel