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Adultos - Betel

A rotina em excesso é a porta da solidão

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EDIÇÃO: 51 – 4º Trimestre – Ano: 2020 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 12 – 20 de dezembro de 2020
                      
TEXTO ÁUREO

“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”, Mateus 6.21

VERDADE APLICADA

A falta de fé no cuidado divino nos lança nos moldes deste mundo e perdemos a nós e aos nossos na correria desta vida.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

– Falar sobre a visão da rotina em Eclesiastes.
– Mostrar o resultado de uma vida de rotina excessiva.
– Ensinar que a rotina destrói relacionamentos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mateus 6


25. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos as razões e resultados causados pela rotina excessiva, demonstrando que a solidão e o individualismo decorrem desse excesso na vida diária. Combatem este excesso na fé, a convicção e a coragem. 

I. A VISÃO DA ROTINA EM ECLESIASTES

Há os que consideram a mensagem em Eclesiastes apresentada de forma áspera e, às vezes, contraditória, ao descrever a realidade de que as coisas são ilusórias, ou seja, são como vapor, que é inconsistente vazio e incompreensível. Tudo o que o autor de Eclesiastes vê é repetitivo, rotineiro; a natureza não faz mais do que repetir-se ciclicamente; a história, segundo sua leitura, não traz nada de novo porque cada geração apenas repete o que as anteriores fizeram. Essa rotina não traz repostas novas às demandas da vida humana. 

1. A rotina mina as forças da pessoa.

Logicamente, a observação do autor de Eclesiastes não era técnico-científica, mas vivencial, existencial e, com isso, carregada de todos os questionamentos que as pessoas evocam em sua busca de sentindo na vida. O dicionário Aurélio define rotina nos seguintes termos: “Caminho utilizado normalmente; itinerário habitual. Hábito de fazer uma coisa sempre do mesmo modo, mecanicamente; repetição monótona das mesmas coisas; apego ao uso geral, sem interesse pelo progresso”. Portanto, dependendo do sentido considerado, a rotina pode se tornar um processo que mina as forças da pessoa.

2. A rotina é cansativa e sem graça.

Se observarmos o relato do autor de Eclesiastes, perceberemos que, em todas as ações que formaram sua rotina por busca de sentido à vida, sua conclusão sempre foi a mesma: tudo o que ele fez gerou cansaço e era ilusão; era como correr atrás do vento [Ec 2.11]. As pessoas estão cansadas! A longa jornada de trabalho, o excesso de atividades tem cansado a população.

3. As pessoas estão estressadas.

Não é por acaso que os consultórios psiquiátricos e psicológicos estão abarrotados, principalmente nas grandes cidades. O corpo e a mente não têm suportado a rotina cansativa e desgastante. O trabalho não é um problema, assim como as atividades e compromissos que temos que assumir para sobreviver. Não vivemos numa bolha, nem numa sociedade alternativa. Precisamos trabalhar! O ponto principal é como estamos encarando a vida, como temos percebido nossas ações, se elas são refletidas e conscientes, e até que ponto a rotina tem nos dominado. Muitos não estão apercebidos a isto e estão sendo escravizados pela rotina.

II – A ROTINA EXCESSIVA ALIENA AS PESSOAS

A rotina excessiva é alienante, pois tira do indivíduo a possiblidade do ser, de agir por consciência de si mesmo, não percebendo sua importância e autonomia. A expressão “correr atrás do vento”, muito utilizada pelo autor de Eclesiastes, tem um sentido muito forte de se buscar algo que não existe, de correr atrás do que não é essencial à vida e que não podemos alcançar, muito menos segurar.

1. É melhor ter e desfrutar do que é essencial do que ser escravo da rotina.

Para Salomão, é melhor ter o que é essencial e aproveitar, desfrutar conscientemente disso, do que ter sobrando, mas não saber o que se carrega. Ele denuncia que o ativismo promove uma rotina maçante, burocrática, como um processo que não é aproveitado, que não traz paz e gozo à vida. Quantos de nós vivemos correndo sem saber para onde ir, lutando batalhas que não valem a pena, nos entregando às ansiedades desnecessárias, sendo controlados pela mídia consumista e muitas vezes sem perceber que isso não é o essencial para uma vida equilibrada.

2. Corremos o risco de colocar a nossa rotina acima da nossa vida.

Corremos tanto com tantas obrigações que não temos tempo para as coisas mais preciosas da vida. Aliás, o que estamos fazendo com a nossa vida? Pois a cada dia ela vai diminuindo e acabando, e estamos deixando de vivê-la como Deus quer. O ativismo – excesso de atividade – reina sobre muitos de nós. Vivemos numa época onde é preciso trabalhar muito para sobreviver e às vezes em até dois ou três empregos. Precisamos constantemente fazer horas extras, bicos e estudar para nos atualizarmos. Hoje não basta ter o ensino médio completo como antes – as empresas exigem nível universitário até para os cargos mais baixos. A Bíblia mostra que, antes de pecar, o homem já trabalhava cultivando a terra, porém ao pecar foi destinado a trabalhar em sofrimento [Gn 3.17], mas não em excesso.


3. Combata o excesso da rotina tomando uma decisão de fé.

São apresentadas, a seguir, três coisas que muito contribuirão nas atitudes a serem tomadas no combate à falta de tempo: fé, coragem e convicção.

a) Fé: é preciso acreditar naquilo que quero fazer para não procurar outra coisa e me desviar do foco, e assim perder tempo. Sem fé não temos foco, direção. Sem direção a seguir, me perco, então terei que voltar e refazer o caminho;

b) Coragem: é preciso ter coragem de dizer “não” para as propostas de trabalho excessivas, ou de horas extras que se tornaram mais vício do que necessidade;

c) Convicção: Moisés continuou no foco de libertar o povo, ele tinha essa fé. Faraó começou então a colocar propostas para que Moisés não cumprisse o seu objetivo.

III – A ROTINA ENFRAQUECE OS RELACIONAMENTOS

Há pessoas que se entregam tanto ao trabalho, aos seus afazeres diários, que se esquecem de investir tempo em relacionamentos e nunca estão satisfeitas com o que já conquistaram [Ec 4.7-10]. O autor de Eclesiastes percebia isso como um absurdo, como uma vida sem sentido!

1. A rotina fortalece o individualismo e promove a solidão.

A rotina excessiva vai limitando o indivíduo a si mesmo, ao ponto de ele se fechar em seu “mundinho” e se esquecer que existe vida “lá fora”. Ninguém faz nada sozinho, ninguém chega a lugar nenhum sozinho! O segredo de uma vida bem vivida está também com quem dividimos nosso tempo e nossa vida.

2. Somos seres gregários, não fomos criados para solidão.

Não somos ilha. Gente precisa de gente. O afastamento pode ser interno ou externo. Podemos viver no meio da multidão e, ao mesmo tempo, estarmos mergulhados no abismo sombrio da mais amarga solidão. Milhões de pessoas se escondem atrás das grossas cortinas da rotina excessiva para viverem reféns da solidão. Vivem como prisioneiros no meio da multidão. Vivemos o melhor dos tempos e o pior dos tempos. Atingimos o apogeu das conquistas científicas. Somos a geração da cibernética. Estamos interligados nessa pequena aldeia global. Estamos substituindo as relações humanas por relacionamentos virtuais, mas as máquinas não podem nos abraçar, nos tocar, nem enxugar nossas lágrimas.

3. Tome uma atitude, resgate a vida e os relacionamentos.

Encontramos o exemplo do apóstolo Paulo que no início de seu ministério teve um problema com Marcos: “E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.” [At 15.39-40]. Mas já no final de sua carreira, preso em Roma, reconheceu que era necessário resgatar seu relacionamento com Marcos, reconhecendo seu valor e sua importância para ele [II Tm 4.11]. Devemos caminhar nesta direção de reconciliação e perdão.

CONCLUSÃO

A rotina excessiva é cansativa, alienante e enfraquece os relacionamentos. Não defendemos uma vida sem regras, sem caminho a seguir sem trabalho e atividades. O que observamos que todo excesso é perigoso e pode tornar a rotina um círculo vicioso e amarrar a pessoa na solidão.

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista Betel

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