Adultos - Betel
A realidade da Grande Tribulação
EDIÇÃO: 120 – 2º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 05 – 01 de maio de 2022
TEXTO ÁUREO
“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” I Tessalonicenses 1.10
VERDADE APLICADA
Nosso Pai Celestial que enviou Seu Filho Jesus para nos salvar, também livrará o Seu povo da ira divina que virá.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Daniel 9
24- Setentas semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.
25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26- E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Ne 2.1-8
A ordem para a restauração de Jerusalém.
Terça-feira – Dn 9.24-27
A profecia das setenta semanas.
Quarta-feira – Lc 21.33
As palavras de Jesus não hão de passar.
Quinta-feira – I Ts 1.10
Jesus nos livra da ira futura.
Sexta-feira – I Ts 5.9
Deus não nos destinou para a ira.
Sábado – Ap 3.10
Jesus livrará a Sua Igreja da hora da tentação.
INTRODUÇÃO
Estudaremos, nesta lição, sobre as setenta semanas da profecia de Daniel e sua conexão com o plano divino para Israel, a Igreja e todo o mundo.
I – AS 70 SEMANAS DE DANIEL
O estudo acerca das setenta semanas de Daniel é fundamental para entendermos o livro do Apocalipse, principalmente a Grande Tribulação. Assim, o estudo comparativo acerca das profecias, ou seja, não limitado a somente um livro, contribui para o entendimento sobre os acontecimentos em relação a Israel e a Igreja.
- Daniel clama pela restauração de seu povo. Daniel, conhecido como um dos maiores intercessores da Bíblia, está em intensa oração e jejum a Deus, pois, baseado nas profecias de Jeremias, entende que a desolação de Jerusalém duraria setenta anos (Dn 9.2-3). Como resposta, Deus envia o anjo Gabriel e mostra a Daniel, na profecia das setenta semanas, a restauração de seu povo, Israel. Mas vai além e revela a Daniel o futuro da nação de Israel e do mundo (Dn 9.21-22, 24-27). Quando oramos e nos aproximamos de Deus com o coração quebrantado e contrito, Deus concede o que precisamos e nos dá muito além “do que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
- Setenta semanas proféticas. O livro do Apocalipse não é uma ilha de revelação. Ele está conectado a muitas outras passagens, ao longo de toda a Bíblia. Uma destas passagens é a profecia das setenta semanas (Dn 9.24-27). Deus revela a Daniel acontecimentos futuros, mencionando setenta semanas, que envolveriam Israel e o mundo. São semanas de anos e não de dias. Isto fica claro quando Jesus, mais de quinhentos anos depois de Daniel, atesta a autenticidade da profecia e mostra como evento futuro, ainda não cumprido (Mt 24.15). Além disso, todos os seis eventos profetizados no versículo 24 por Daniel ainda não se cumpriram. A expressão e ideia de “semana de anos” já tinha sido usada em outros momentos, como na lei do jubileu (Lv 25.8).
- A última semana e a Grande Tribulação. Ao debruçarmos sobre a última semana das setenta semanas de Daniel (Dn 9.27)], entendemos que ela corresponde ao livro do Apocalipse a partir do capítulo quatro. Deus revelou a Daniel, assim como a João, sobre a Grande Tribulação. Com a diferença que Daniel recebe uma revelação breve e sem pormenores. Enquanto que João recebe uma revelação detalhada dos acontecimentos. Isso mostra como Daniel e Apocalipse se completam e um confirma o outro. Mostra ainda que, no Apocalipse, Deus assinala que o tempo do cumprimento das profecias é chegado. As revelações feitas a Daniel e João apontam para a confortadora verdade sobre a soberania de Deus, o Seu plano perfeito e poder para levar adiante e fazer prevalecer Seus propósitos.
II – AS 70 SEMANAS DE ISRAEL
Como resposta ao clamor de Daniel, pelo fim do cativeiro do seu povo, Deus envia o anjo Gabriel e revela a Daniel a restauração de Israel e vai além e mostra o futuro da nação até que chegue o reino teocrático do Messias. Esta profecia se divide em três partes ou etapas. Os sábios deste mundo não entendem estas coisas, mas Deus revelou, aos Seus pequeninos, os Seus mistérios (Mt 11.25).
- 7 semanas: restauração. A chave para se entender esta primeira parte da profecia, que fala de sete semanas, está no texto: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas” (Dn 9.25). Acreditamos que esta profecia inicia seu curso em 445 a.C. na ordem de Artaxerxes para a restauração de Jerusalém (Ne 2.1-8). Notemos que, mesmo fazendo parte do plano de Deus e contando com Sua operação, a restauração e edificação de Jerusalém ocorreu em “tempos angustiosos”, como é possível verificar nos relatos de Neemias. Uma importante lição para nós, que fomos chamados para cumprir a missão, tendo a promessa do Senhor de estar conosco e do poder do Espírito Santo, num contexto de indiferença, perseguição e lutas diversas.
- 62 semanas: vinda e ascensão do Messias. A segunda parte da profecia mostra sessenta e duas semanas (434 anos): “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9.25). Vemos que esta segunda parte se cumpre da restauração de Jerusalém até o tempo de Cristo. Porém os “tempos angustiosos” continuaram, tendo em vista que, embora os judeus receberam autorização para retornar à Jerusalém e reedificá-la, permaneceram sob o jugo dos vários impérios, como o império romano, conhecido por sua crueldade e violência. A profecia mostra o Messias vindo e saindo do cenário profético e depois a cidade de Jerusalém sendo destruída (Dn 9.26). O que se cumpriu em 70 d.C., quando Roma destrói Jerusalém. Assim, vemos como vem se cumprindo várias profecias de Daniel ao longo da história. Para nós é um consolo saber que tudo que Deus nos prometeu também se cumprirá (Mc 13.31).
- A última semana. A terceira e última divisão da profecia mostra a última semana das setenta semanas (Dn 9.27). Nela vemos que Israel fará uma aliança com o Anticristo: “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Esta aliança será rompida depois de três anos e meio: “e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”, culminando com a batalha do Armagedon e a derrota do Anticristo, pelo Messias que virá, “e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”. Assim como no passado, muitas lutas e sofrimentos ainda acontecerão ao povo de Deus. Mas haverá o tempo de restauração e plenitude quando finalmente reconhecerem Jesus como seu Messias prometido. Precisamos continuar orando e evangelizando, não apenas o povo judeu, mas todas as nações, no poder do Espírito Santo, até que Cristo venha!
III – AS 70 SEMANAS E A IGREJA
Com o fim da segunda parte da profecia das setenta semanas, se inicia um intervalo profético entre a 69ª e a 70ª semana. Este intervalo já dura cerca de dois mil anos e é o tempo da Igreja de Cristo. A Daniel não foi revelado em detalhes acerca deste período, mas ao apóstolo Paulo foi manifestado pelo Espírito Santo (Rm 11.25; Ef 3.5). Devemos encarar com responsabilidade o tempo que temos e usá-lo com sabedoria (Sl 90.12), pois é uma dádiva e pertence a Deus (At 1.8).
- A Igreja não é alvo das setenta semanas. As setenta semanas de Daniel são um tratamento de Deus com Israel e com a cidade de Jerusalém e não com a Igreja de Cristo: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade.” (Dn 9.24). A Igreja sequer existia neste momento e surge na história com o fim da 69ª semana, marcada pela morte e consequente ressurreição do Messias: “Depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais” (Dn 9.26). A prioridade do cristão, neste tempo da Igreja, é ser cheio do Espírito Santo e ser testemunha de Jesus (At 1.6-8).
- A Igreja não é alvo da ira divina. Vejamos como a Bíblia trata o tempo da ira divina que virá sobre a Terra, revelada na forma da última semana, das setenta semanas de Daniel, com relação à Igreja: na mensagem à igreja de Filadélfia, Jesus nos diz que livrará a Sua Igreja da hora da tentação que virá sobre toda a Terra (Ap 3.10); para a igreja em Tessalônica Jesus promete vir nos céus e nos livrar da ira futura (I Ts 1.10); porque fomos destinados para a salvação em Cristo, não a ira de Deus (I Ts 5.9); devemos vigiar e orar, para que enquanto no mundo o tempo da ira divina se cumprir, possamos estar em pé diante de Cristo no céu (Lc 21.36).
- A Igreja e o seu tempo. Pouco antes de Jesus voltar ao céu, os discípulos lhe perguntaram: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (At 1.6). Para esta pergunta, Jesus não lhes revelou prazos ou datas do cumprimento das profecias. Mas lhes disse: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.” (At 1.7). Cristo, com isso, determinou o foco ou o alvo da Igreja, em seu tempo dispensacional aqui na terra: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (At 1.8). A razão de estarmos aqui é porque o alvo de Cristo é alcançar o mundo perdido e deu esta tarefa sublime e prioritária à Sua Igreja (Mc 16.15; Mt 28.19). Esta tarefa somente poderá ser cumprida se vivermos cheios do Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Ao realizarmos um estudo comparativo das profecias de Daniel com outros textos proféticos encontrados na Bíblia, precisamos perseverar em vigilância, oração, santificação e no serviço cristão, pois as Palavras do Senhor não hão de passar, mas se cumprirão, pois Deus é Fiel e Verdadeiro.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel