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A Primeira Carta de João

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INTRODUÇÃO
Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador, nos torna­mos filhos de Deus e passamos a usufruir a vida eterna pela graça dEle (Jo 5.24). Todos os que têm essa confiança, reconhecem a Jesus como seu Se­nhor e Salvador, amam a Deus, obedecem aos seus mandamentos e não vivem a pecar de forma consciente e voluntária (GI 2.20). Estas são algu­mas das facetas da vida cristã, abordadas na primeira carta de João (l Jo 5.13). Todo cristão, ao ler esta carta, se sente amado por Deus e seguro pela obra da eterna redenção consumada por Jesus Cristo (2 Co 5.17).
I. ENTENDENDO A CARTA DE JOÃO, O APÓSTOLO
Diferente das epístolas escri­tas pelo apóstolo Paulo, a primeira carta de João não começa nem ter­mina com saudações. Ela também se distingue pelo conte­údo, enriquecido pelas experiências espirituais do autor (l Jo 1.1-4). Não poderia ser diferente, uma vez que foram três anos de ininterrupta convivência e aprendizagem ministerial com o Mestre. Isto a torna um dos livros da Biblia mais instrutivos e edificantes para o cristão.

II. CONHECENDO O AUTOR DA CARTA

João, filho de Zebedeu. E o mesmo que escreveu o Evangelho que leva o seu nome (Jo 20.20; comparar 1 Jo 1.1; 5.7 com Jo 1.1), a epístola que vamos estudar neste trimestre e o livro de Apocalipse. Dentre os discípulos de Jesus, foi o mais íntimo (Jo 20.2; 21.20). Algumas peculiaridades comprovam este fato: a)João compartilhou dos momentos mais difíceis de Jesus (Mc 14.33,34); b) Foi o único dos discípulos que permaneceu, até ao fim, ao pé da cruz (Jo 19.25,26); c) Três dias após o sepultamento do Mestre ele foi ao sepulcro em busca do corpo do seu amigo Jesus, que já não estava lá (20.2). Por tudo isso, mais tarde, entende-se por­que Paulo o considera como uma das colunas da igreja (GI 2.9).
Um autor com uma característica singular.
João consegue demonstrar em suas cartas que foi transformado pelo amor de Deus, o Pai (Jo 3.16), e de seu Filho, Jesus Cristo (Jo 15.13). O apóstolo reconhece no amor do Eterno pela humanidade a essência da vida cristã e do autêntico cristianismo. É isso que se espera ver no comportamento de todos os que foram alcançados pelo evangelho de Cristo Jesus (2 Jo 5,6).
A verdade de Deus deve ser dita sem rodeios, entretanto, é preciso fazê-lo com amor (Ef 4.15). Esta é outra característica singular de João, ele apresenta verdades incontestáveis e dou­trinárias, mas sempre dosadas com amor. Motivado por este atributo de Deus, João mostra o resultado dos que desobedecem às Santas Escrituras (1 Jo 1.10; 2.11,28; 3.14b; 4.8). Elas são como uma lâmpada através da qual o cristão enxerga e entende para onde está caminhando (SI 119.105). Contudo, não basta ler e entender a Bíblia Sagrada, é necessário ser membro do Corpo de Cristo, a sua Igreja (Mt 16.18), e submeter-se ao seu pastor local para cuidar do seu crescimento e aperfeiçoamento espirituais (Ef 4.11-13).

III. O PROPÓSITO DA CARTA DE JOÃO

Os escritos de João têm como propósito apresentar o Senhor Jesus Cristo como a manifestação do amor de Deus. Outro objetivo é fazer os irmãos saberem, com certeza, que os que crêem no nome do Filho de Deus, têm a vida eterna (1 Jo 5.13; Jo 1.12). Naqueles dias surgiram na gran­de cidade de Éfeso e região, área sobre a qual o apóstolo exercia seu ministério pastoral, muitos enganadores que, através de fal­sas doutrinas, intentavam induzir os crentes ao erro, razão pela qual João escreveu as três cartas (1 Jo 2.19,26; 3.2; 2 Jo v. 7). Surgiram “anticristos” (1 Jo 2.18), mentiro­sos (2.22), e falsos profetas (4.1), contudo, João expôs a hipocrisia de todos esses e confirmou a fé dos autênticos crentes.
Erro concernente a Cris­to. João acusa os hereges de afirmarem “ter” o Pai, mas negar o Filho (2.22-24). Eles ensinavam que Jesus era apenas um homem, filho natural de José e Maria. Em outras palavras, eles não criam em Cristo como o Deus encarna­do. Não reconhecer a encarnação de Cristo é negar as profecias do Antigo Testamento e a mensagem do seu cumprimento em o Novo (ls 7.14; 9.6; Jo 1.1,14). Ao dizer que Jesus é o Cristo prometido, João está afirmando “que Ele é o Deus encarnado cujo sacrifício resgatou-nos da maldição do pecado. Não considerar esse fato é negar a expiação por Cristo, o Filho de Deus, (ls 53.4-10; Jo 4.25,26; 6.69; Mc 15.39). Inclu­sive, o apóstolo afirmou que a negação deste fato era uma das formas de identificar os “falsos espíritos” (l Jo 4.3).
Auto-engano moral. Os princípios de comportamento e doutrina desses hereges eram totalmente enganosos, pois en­sinavam que o corpo é apenas o invólucro do espírito, de maneira que seu comportamento não compromete o aspecto espiritual, ou seja, nada do que a pessoa faz através do corpo pode prejudicar o espírito. O apóstolo previne os cristãos contra este erro e ensina que quem comete pecado é do Diabo, porque o Adversário peca desde o princípio. Entretanto, ele também ensina que o Filho de Deus se manifestou para desfazer as obras do Diabo (3.8,9).
Ainda hoje há pessoas que se enganam com a falsa premissa de que Deus quer apenas o coração. Não só o apóstolo João, mas Paulo também lutou contra uma falsa doutrina semelhante. Ele nos adverte: o corpo é o templo do Espírito (l Co 6.19; cf 1 Co 3.16), e seremos julgados por tudo o que fizermos por meio do corpo,bem ou mal (2 Co 5.10). A Bíblia adverte ainda que, para a vinda do Senhor, devemos manter irre­preensíveis espírito, alma e corpo.(l Ts 5.23).
Jesus com ênfase alertou uma mulher pecadora trazida à sua pre­sença e um paralítico curado sobre “não pecar mais” (Jo 8.11; 5.14), demonstrando-nos que espera um santo viver de quem o aceita como Salvador. O apóstolo João destaca muito bem no capítulo 1 , versícu­los 7 a 10 de sua primeira epístola, a correta atitude do crente e m relação ao pecado. O crente não é impecável, mas ele pode triunfar e vencer o pecado, por Nosso Senhor Jesus Cristo (1 Jo 1.7,9; Rm 8.2; 6.12-14). “Meus filhinhos estas coisas vos escrevo, para que não pequeis: e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai,Jesus Cristo, o justo” (1 Jo 2.1).
A auto-exaltação espi­ritual. Esses heréticos a que se refere João se apresentavam como os homens mais entendidos nos mistérios de Deus e tentavam desviar os irmãos efésios das verdades divinas, com falsas revelações extraordinárias e anti­bíblicas (4.1-3). Como ocorreu no passado, nos dias atuais o espírito maligno do engano con­tinua agindo através dos que se auto-intitulam concessionários de novas verdades doutrinárias, como se a Bíblia não contivesse tudo que o homem necessita para obter a sua salvação e viver uma vida plena em Cristo Jesus (Rm 5.20). Nestes seus últimos dias na terra, a Igreja deve estar atenta a esta investida satânica de falsas doutrinas (1 Tm 4.1,2; 2 Co 11.13-15; 2 Tm 3.1-5). Ela deve andar embasada somente na verdade que é a Palavra de Deus – as Sagradas Escrituras:

CONCLUSÃO
A visão panorâmica da pre­sente lição realça a importância desta carta do apóstolo João que, como toda a Bíblia, é sempre atual. Ela vem ao encontro das necessidades da Igreja de todas as épocas, principalmente a do presente momento, que vem sendo atacada pela oferta de coisas terrenas, cujos valores são ilusórios e passageiros se com­parados às riquezas espirituais e eternas que já temos recebido de Deus por meio de seu Filho. Cada cristão deve, além de estar em contato permanente com a Palavra de Deus – condição básica para manter-se fiel até a volta de Cristo -, permanecer na luz e cultivar o seu amor pelos irmãos.

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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