Adultos - Betel
A necessidade da reconexão entre o ser humano e Seu Criador
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 172 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 05 – 30 de abril de 2023
TEXTO ÁUREO
“E buscar-me-ei, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.” Jeremias 29.13
VERDADE APLICADA
Ao longo das Escrituras vemos Deus se revelando e chamando o ser humano ao arrependimento, visando a restauração da comunhão com Ele.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gênesis 4
1- E conheceu Adão a Eva, sua mulher, a ela concebeu, e teve a Cairn, e disse: Alcancei do Senhor um varão.
2- E teve mail a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
25- E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
26- E a Sete mesmo também nasceu um filho, e chamou o seu nome Enos. Então se começou a invocar o nome do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Lv 26.40-45
Promessas de Deus para o povo de Israel.
Terça-feira – Dt 4.29-31
O dever de buscar a Deus de todo coração.
Quarta-feira – II Cr 7.7-14
O caminho do arrependimento.
Quinta-feira – Is 55.6-13
Buscar o Senhor enquanto se pode achar.
Sexta-feira – At 17.24-27
Deus não habita em templo feitos por homens.
Sábado – Tg 4.6-10
Devemos nos humilhar perante o Senhor.
INTRODUÇÃO
Esta lição tem por objetivo mostrar que Deus não abandonou o homem, mesmo depois de pecar. Em toda a história do Antigo Testamento, vemos o desenvolvimento do plano divino para resgatar o ser humano a as diferentes respostas deste ao Criador.
I – O DESENVOLVIMENTO DA RELIGIÃO
A religião (latim: “religare”) traz a ideia de religar algo que se rompeu. Da necessidade de Deus depois da queda nasce então a tentativa do homem em reatar seu relacionamento com Deus.
- Acesso negado.De todas as consequências do primeiro pecado do homem, a pior delas com certeza foi a ruptura da comunhão com Deus. O relacionamento foi rompido e a intimidade de antes se perdeu (Gn 3.8-10). O Jardim, o qual Deus “passeava (…) pela viração do dia’; tem agora seu acesso negado à sua entrada vigiada por querubins guardiões (Gn 3.22-23). A mensagem é clara: o acesso a Deus não era mais livre. Mesmo assim, vemos ao longo da história da humanidade que o ser humano, criado para Deus, continuou procurando reconectar-se com o Criador.
- Sinais de misericórdia. O casal foi lançado fora do jardim, mas o Senhor Deus, com cuidado, misericórdia e graça, continuou se revelando e interagindo com a humanidade por diversos meios. Eva entendeu que Deus ter-lhe dado um filho depois do pecado era sinal do favor e interesse de Deus e esperança para a humanidade (Gn 4.1). Adão e Eva ensinam seus filhos sobre Deus e o dever de adorá-lo (Gn 4.3-4). Cada qual trouxe o que parece ser sua primeira oferta a Deus, dando assim sinais de reconexão do homem com Deus. Porém, a Escritura nos diz que “(…) atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gn 4.4-5).
- Um “amor” por Deus sem amor pelo próximo? A devoção de Caim por Deus se mostrou meramente religiosa no fato de que o ato de adoração se tornou um motivo para um ato de crueldade ao seu próximo (Gn 4.5-8). Como o coração de Caim mudou tão rapidamente? Na verdade, não mudou. O amor verdadeiro por Deus necessariamente estabelece em nós um amor pelo próximo (I Jo 4.19-21). Uma religiosidade que não ama o próximo é uma religiosidade de Satanás, por mais sacrificial que ela pareça (I Jo 3.12). Quando fazemos da nossa adoração uma forma de sermos aceitos por Deus, nos desligamos do evangelho de Cristo, que é o que nos torna aceitos por Deus (Gl 5.4). E isso nos desliga do próximo (Ef 2.14-16).
II – UM NASCIMENTO DA ESPERANÇA
O nascimento de Enos, neto de Adão, traz uma nova esperança para que a humanidade se volte para Deus. O homem criado à imagem de Deus não pode seguir bem a vida longe dEle.
- O início da adoração comunitária. Como Caim matou Abel e passou a viver a vida fugindo de Deus (Gn 4.16), Deus dá a Adão outro filho, chamado Sete. Interessante notarmos que, após o nascimento de Enos, as pessoas começaram a invocar o nome do Senhor (Gn 4.25-26). Gênesis 5.1 nos lembra que Adão e Eva foram criados à semelhança de Deus, sem pecado. Aos 130 anos Adão gerou “um filho à sua semelhança” (Gn 5.3). Isso pode significar que Sete herdou do seu pai Adão tanto a imagem de Deus quanto as máculas da queda do Éden. Sete substituiu Abel morto não apenas como filho de Adão, mas como herdeiro de uma fé genuína e amor a Deus. Há uma clara distinção de relação com Deus entre os descendentes de Caim e os de Sete.
- Andar com Deus.Descendendo de Sete se destaca uma figura: Enoque (Gn 5.8-18). Ser alguém piedoso não garante que toda sua descendência será. Porém, a narrativa de Gênesis mostra como Deus sempre levanta em gerações futuras alguém que siga o caminho de devoção dos seus antepassados. Enoque andou com Deus (Gn 5.22). Não diz que começou a andar, mas que sua vida foi um andar com Deus, mesmo vivendo neste mundo e tendo filhos. As coisas do mundo não o atraíam. Enoque se encaixa no anseio do salmista (Sl 73.25). Deus, portanto, tomou para si aquele que não via no mundo motivo de satisfação. Seu anseio por Deus foi tamanho que a maldição do “morrerás” lançada sobre Adão e seus descendentes pulou sua vida.
- Tempo de renovação. Enoque, antes de ser tomado pra Deus, gerou o avô daquele que seria usado por Deus para preservar a humanidade da completa extinção: Noé. Nos tempos de Noé o quadro da humanidade só piorava (Gn 6.5). Temos uma sociedade que poderia ser dividida entre filhos dos homens (linhagem ímpia de Caim) e filhos de Deus (linhagem piedosa de Sete) (Gn 6.1-3). Porém, esta última começa a se misturar com a primeira, multiplicando assim no mundo a impiedade (Gn 6.12). Lameque profetiza que o nascimento do seu filho Noé traria consolo à terra amaldiçoada em Adão (Gn 5.29). O consolo pode significar a destruição das cidades com o dilúvio trazendo consolo ao solo, como a própria limitação da maldade com o encurtamento da vida após o dilúvio.
III – UM NOVO COMEÇO COM DEUS
A tentativa do homem em se religar a Deus não pode ser bem-sucedida sem que antes aja uma iniciativa divina. Deus mesmo precisa prover os caminhos de volta para Ele.
- As marteladas da longanimidade divina. Enquanto toda a humanidade se desviava de Deus e se entregava à impiedade, Noé seguiu os caminhos do seu avô Enoque e andava com Deus (Gn 6.9). Ele não foi tomado para Deus como foi Enoque, mas foi preservado por Deus no dilúvio, junto com sua família (Gn 6.18). Noé foi a única voz sensata num mundo perdido e cego pelo pecado. Foi considerado o pregador da justiça de Deus não em uma civilização injusta, mas em um mundo de injustiça (II Pe 2.5). O longo tempo da construção da arca unido às marteladas de Noé nas madeiras da arca consistiam em uma pregação da longanimidade de Deus em dar aos homens a chance de se arrependerem (I Pe 3.20). Ainda assim não creram nEle.
- Adoração após o dilúvio. Após o dilúvio que limpou a terra, de Sem, um dos filhos de Noé, descendeu a linhagem abençoada e piedosa (Gn 10.1; 11.10). Após baixarem as águas do dilúvio, Noé levanta um altar ao Senhor e sacrifica animais limpos em holocausto (Gn 8.20). Vemos aqui não apenas uma manifestação de gratidão pelo livramento, mas também a necessidade do homem de reconexão com Deus. O perfume da gratidão de Noé agradou a Deus a ponto dEle fazer uma aliança com Noé e prometer não mais destruir a terra com águas (Gn 8.21-22; 9.1-19). Mas isso não parou o caudal do pecado (Gn 9.20-29). A intemperança de Noé é imprudência e indiscrição do seu filho Cam dividiu o destino das três civilizações pós-diluvianas.
- A fé como um novo caminho pra Deus.De Noé nasceu Sem e de Sem descendeu o grande patriarca Abrão (Gn 11.10, 26-27). O nascimento de Abrão marcaria um novo rumo para a relação do homem com Deus. As maiores bênçãos prometidas a humanidade seriam dadas a Abrão. A esperança se renova porque finalmente uma nação, e não apenas alguns indivíduos, seria reconectada à comunhão com Deus por meio de Suas promessas e caminhos. Abrão, séculos depois, seria identificado como “pai de todos os que crêem” (Rm 4.11). Deus se revelou a Abrão, o chamou, lhe deu ordens e promessas. Abrão creu e obedeceu (Hb 11.8). Um verdadeiro exemplo para nós hoje: “Mas o justo viverá da fé” (Hb 10.38). Fé não apenas no momento da conversão, mas fé em todo o tempo ao longo da jornada, assim como foi com Abraão (Hb 11.9, 11, 13, 17). Deus é fiel à Sua Palavra e cumprirá Seus propósitos.
CONCLUSÃO
A religião é a tentativa do homem de se aproximar de Deus. A redenção é a iniciativa de Deus em trazer o homem novamente para um relacionamento consigo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel