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A imoralidade em Corinto
INTRODUÇÃO
Como alguém que pertence a uma igreja cristã seria capaz de viver na prática da imoralidade sexual pior do que os ímpios? É algo incrível, mas é o que ocorreu na igreja de Corinto. Quando a pecaminosa conduta social do mundo sem Deus é aceita pela Igreja em lugar da Bíblia, os pecados mais degradantes e abomináveis se aninham sem protesto entre os crentes. Esta lição trata da disciplina bíblica na igreja.
ESCÂNDALO NA IGREJA
O transgressor precisa ser confrontado (vv. 1-5). O pecado era abominável e grosseiro. Um dos crentes de Corinto vivia um relacionamento incestuoso com a mulher do pai. A igreja era cúmplice do pecado, porquanto o tolerava. “Um pouco de fermento faz levedar toda a massa” (v. 6). Até que Jesus volte, a igreja local é composta de salvos que ainda pecam (I Jo 1.6-10). Quando Jesus voltar não haverá mais mancha, nem ruga (Ef 5.27).
A igreja de Corinto, bem como toda igreja da atualidade deve, pelo Espírito Santo, ter consciência de que Deus é santíssimo (“Santo, Santo, Santo é o Senhor”, Is 6.3), e quem vive na prática do pecado, não pode ter comunhão com Ele. Paulo não estava fisicamente em Corinto (v.3), mas em pensamento e em palavra. Na autoridade do Senhor Jesus e no poder do Espírito Santo, ele juntamente com a igreja determinou a disciplina do transgressor: aquele homem deveria ser entregue a Satanás (vv. 3-5; ver Hebreus 12.5-8). No caso de Jó (1.12; 2.6), sua vida foi por Deus requerida, mas no caso em apreço, não (v.5). Ver I Co 11.30; I Tm 1.19,20; I Jo 5.16,17.
Nos vv. 5,13, a mulher pecadora não aparece na disciplina corretiva; certamente ela não era crente.
A espiritualidade do crente não está no fato de possuir um elevado conhecimento doutrinário, ou ser portador de dons espirituais, mas na resolução permanente de evitar o erro, o mal, o pecado. Isto é, primar pela santidade. O caso desse cristão de Corinto mostra-nos que um crente de consciência cauterizada procede pior quanto ao pecado do que o incrédulo (1 Tm 4.2; Ef 4.19). Ler também Rm 1.28; Lc 11.26; II Pe 2.22.
Lançar fora o fermento velho (vv. 6-8). O pecado de um, infectara toda a congregação. Certa vez em Israel, apenas um homem pecou (Acã), e todo o povo sofreu (Js 7.1,11). O fermento na Bíblia, isto é, sua fermentação, representa o pecado como corrupção moral e espiritual agindo, a princípio, secretamente, como faz a fermentação, na massa (v. 6; Mc 8.1 5). “Um pouco de fermento faz levedar toda a massa” (v. 6). Assim age o pecado inicialmente, se ele não for evitado. O Espírito Santo que habita no crente a partir da conversão, regendo soberanamente a nossa vida, livra-nos do poder e domínio do pecado (Rm 6.14,17).
A aplicação da disciplina pela igreja (vv. 9-11). O apóstolo conhecia Corinto e sabia quão decaída moralmente era a sua população (v.l0; 6.10,11). Já numa epístola anterior, não inclusa no cânon do Novo Testamento, ele os ensinara sobre a não identificação e comunhão da luz com as trevas (v. 9; Sl 1.1). Isso não significava que eles teriam de sair deste mundo (v.10; Jo 17.15,16). O apóstolo instruiu os crentes para que nem comessem com os incrédulos de Corinto. Isso pode parecer exagero e radicalismo para nós do Ocidente, mas naquele mundo de paganismo as refeições em grupo, quase sempre, incluíam atos idolátricos e demoníacos (cap. 10). A pureza da Igreja não pode ser comprometida (II Co 11.2). Tendo em vista essas práticas, comer com eles significava aprovar a idolatria e o demonismo. O crente, com o auxílio do Espírito Santo, precisa ver o pecado como Deus o vê (Tg 1.14,15; I Jo 3.4-9). Hebreus 12.5-11 nos fala da disciplina habitual, comum e necessária. Ler Mateus 18.15-17; II Ts 3.6-15; Tt 3.10.
A AÇÃO PASTORAL DISCIPLINAR NA IGREJA (VV. 9-11)
A ação pastoral e eclesiástica sobre o pecado. O caso disciplinar de Corinto era estarrecedor, de modo que mesmo à distância, Paulo delibera e aplica a disciplina juntamente com a igreja para por fim ao escândalo (vv. 4,13). A igreja local, tendo à frente seu líder tem o dever de preservar a disciplina preventiva e a corretiva entre os seus membros.
O fermento do erro (v. 6). O silêncio da igreja nesses casos, deixa claro a sua omissão, além de abrir o caminho para que o pecado se alastre. Atualmente é grande o número de igrejas que se gabam de serem “abertas” e “livres”. Por isso lhes é fácil reunir muita gente. Seus dirigentes não observam que não é somente a porta de entrada da salvação que é “estreita”; o caminho a ser percorrido, após a porta, é “apertado” (Mt 7.14). Isso tem a ver com renúncia em nosso seguir a Cristo (Lc 14.33).
A motivação para uma vida santa (v.8). “Pelo que façamos festa…”. Nos tempos da Lei, Deus estabeleceu festas sagradas, cívico-religiosas, para o seu povo observar anualmente. Elas prefiguravam a Cristo e sua A espiritualidade do crente não está no fato dele ser portador de dons espirituais, mas na obra redentora (CI 2.16,17). Hoje a festa é espiritual; é o banquete da salvação a partir do momento em que Cristo entra em nossa vida como Salvador e Rei.
RELACIONAMENTOS DO CRENTE
O relacionamento com os descrentes (v.10). o crente pertence a Cristo; ele é um santo de Deus que não precisa viver isolado, evitando o contato com os não-crentes, senão teria de “sair do mundo”, ou seja, morrer. a verdadeiro cristão, mediante a sabedoria e o poder do Espírito Santo, convive entre pessoas não-crentes, mas não se deixa influenciar por elas, por seu modo de viver, sua filosofia de vida, sua religião, seus pecados, etc.
O relacionamento com o crente vivendo em pecado. Como já explanado, um caso como o da igreja de Corinto, isto é, o crente que se tornou escravizado pelo pecado, o transgressor contumaz, o rebelde por opção, deve ser isolado e evitado. A privação da comunhão amorosa dos santos pode despertar o transgressor a valorizá-la.
A disciplina sofrida pelo infrator. Mesmo num caso extremo de disciplina cristã como o dos versículos 1-11, não se trata de punição, vingança, nem destruição do transgressor reincidente, mas obstinado. “Para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (v.5).
CONCLUSÃO
A nossa sociedade não é melhor do que àquela em meio a qual a igreja de Corinto vivia. Vigiemos para não nos acostumarmos aos baixos padrões de corrupção moral prevalecentes hoje no mundo: no campo, na cidade, nas diversões, nas viagens, na escola, etc. Que o Senhor guarde o seu povo “em Cristo”.
Postado por: Pb. Ademilson Braga