Adultos - CPAD
A Igreja diante do Espírito da Babilônia
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 584 – 3º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 01 – 02 de julho de 2023
TEXTO ÁUREO
“E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (Ap 17.5)
VERDADE PRÁTICA
A igreja deve resistir ao “espírito da Babilônia” presente no cenário atual. Isso deve ser feito por meio do compromisso inegociável com a autoridade da Palavra de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Na 3.4
A idolatria como símbolo da prostituição espiritual
Terça-feira – II Ts 2.4,9,10
O Anticristo, por meio de Satanás, fará oposição a Cristo Jesus
Quarta-feira – II Tm 4.3
O relativismo cultural contra a doutrina e a autoridade bíblicas
Quinta-feira – Is 5.20
A busca pela desconstrução da ética e da moral cristãs
Sexta-feira – Mt 24.35
A Palavra de Deus é a verdade absoluta e imutável
Sábado – Mc 13.33 Aguardando a volta de Cristo em constante oração e vigilância
LEITURA BÍBLICA
Apocalipse 17
1 – E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas,
2 – com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.
3 – E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta decor escarlate, que estava cheia de nomes de
blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.
4 – E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.
5 – E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.
6 – E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a, maravilhei-me com grande admiração.
INTRODUÇÃO
O Apocalipse é a “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1.1a) cujo propósito é mostrar “as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1b). Por ser de natureza escatológica, o livro não é de fácil interpretação. Por isso, convém esclarecer que, nesta lição, não se pretende identificar a babilônia literal nem listar os eventos da Grande Tribulação. Nosso objetivo é alertar a Igreja acerca dos aspectos gerais do “espírito da Babilônia” presente no cenário global em que vivemos.
I – BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS
1- A Grande Prostituta. A personagem é apresentada como a grande meretriz com a qual os reis da terra se prostituíram (Ap 17.1,2). No texto bíblico destacam-se três termos gregos: pórne (prostituta); pornéuo (prostituir-se); e porneia (prostituição). Na mensagem dos profetas do Antigo Testamento, essas expressões apontam para a idolatria, isto é, a prostituição espiritual (Na 3.4; Is 23.15; Jr 2.20; Os 2.5). Em Apocalipse, as muitas águas onde a prostituta se assenta simboliza multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15). Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap 14.8; 17.5).
2- A Mulher e a besta Escarlata. A mulher montada sobre a Besta é a descrição da grande prostituta (Ap 17.3a). Ela se veste de púrpura e de escarlata (Ap 17.4a) o que significa reinado e luxo (Mt 27.28; Mc 15.17; Lc 16.19). Ela também se adorna com ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4b), o que sinaliza o materialismo e o poder econômico. O cálice em sua mão diz respeito às abominações e as imundícias da sua prostituição (Ap 17.4c), o que representa toda a forma obscena e impura de contaminação moral e espiritual da sociedade. A fera na qual a mulher está montada é a Besta que saiu do mar (Ap 13.1). Trata-se do Anticristo que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus (II Ts 2.4,9,10). Ele profere blasfêmias em consciente repulsa ao senhorio de Cristo (Ap 13.6; 17.3b). Suas sete cabeças e dez chifres simbolizam os poderes do mundo e a sua força política (Ap 17.3c,10,12). A união entre o cavaleiro (mulher) e a montaria (besta) simboliza a nefasta força dos sistemas religioso, econômico e político do “espírito da Babilônia”.
3- Mistério: a Grande Babilônia. Na sequência da revelação, o nome da prostituta é desvendado: “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). O termo “mistério” indica que o nome “babilônia” não é meramente geográfico, mas simbólico. Babilônia é descrita como grande porque é poderosa e de vasto alcance. Refere-se à “Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap 17.5b). Ela é a mentora de toda a rebelião contra Deus e a consequente depravação da sociedade. Babilônia é a responsável pelo assassinato dos santos e das testemunhas de Jesus (Ap 17.6a), simboliza o espírito de perseguição e a desconstrução da fé bíblica. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. Assim, o “espírito da Babilônia” é um sistema global deliberadamente anticristão.
II – O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1- No sistema religioso. O “espírito da Babilônia” faz com que as pessoas sejam seduzidas pela “prostituição espiritual” (Ap 17.2). Nesse sentido, o culto ao ego torna o ser humano amante de si mesmo, do dinheiro e dos deleites (II Tm 3.2-4). Além disso, o argumento de “liberdade” estimula a devassidão por meio do afrouxamento da moral (II Pe 2.19); o ecumenismo doutrinário provoca a erosão da fé bíblica (Gl 1.6,8); o relativismo rejeita a doutrina dos apóstolos e a autoridade bíblica (II Tm 4.3); o humanismo reinterpreta e ressignificar os mandamentos divinos (II Pe 3.16); o sincretismo mistura o sagrado e o profano (II Co 6.16,17). Assim, tudo passa a ser permitido e a verdade é desconstruída (II Tm 3.7). Em consequência disso, a Igreja verdadeira é brutalmente perseguida (Mt 24.9).
2- No sistema político e cultural. O “espírito da Babilônia” exerce forte influência na política e na cultura (Mt 13.38;1 Jo 5.19). Pautas progressistas de inversão de valores são impostas em afronta à cultura cristã, tais como: apologia ao aborto, ideologia de gênero, legalização das drogas e da prostituição (Is 5.20). Logo, o patrulhamento ideológico estigmatiza como “fundamentalista” quem ousa discordar dessas pautas (Lc 6.22; I Pe 4.4); há censura contra quem defende os valores bíblicos (Lc 12.11,12; I Tm 6.3-5); a grande mídia, as artes, a literatura e a educação promovem o doutrinamento contrário à fé cristã (Jo 15.19). Coagida pelo “politicamente correto”, a sociedade assimila e defende a “nova cultura” (I Jo 4.5,6). Nesse contexto, cristãos são perseguidos e julgados (Lc 21.16,17).
3- No sistema econômico. O Livro de Apocalipse registra o enriquecimento dos mercadores por meio da exploração da luxúria e da licenciosidade do “espírito da Babilônia” (Ap 18.3). Ele mostra como o comércio e o governo subornam os cidadãos por avareza, dinheiro e poder (Mq 2.1-3; Ap 18.12,13); as pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e imoral em prejuízo do próximo (Pv 16.29; Mq 3.11); a sociedade é extorquida em troca da satisfação dos prazeres pecaminosos e consumismo desenfreado (Is 55.2; Lc 12.15). Nesse sentido, o materialismo, os deleites e a autossuficiência conduzem o ser humano a confiar no dinheiro (I Tm 6.9,10, 17) e os que controlam a economia impõe embargos, tributos e multas em desfavor do cidadão impotente (Tg 2.6,7; Ap 13.16,17).
III – A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1- Não negociar a ortodoxia bíblica. A palavra ortodoxia vem do grego orthos que significa “correto” e da expressão dóxa, do verbo dokéo, com o sentido de “crer”. A junção dos termos traz a ideia de “crença correta”. Nesse aspecto, a ortodoxia cristã tem a Bíblia Sagrada como a suprema e inquestionável árbitra em matéria de fé e prática. Por conseguinte, a Igreja precisa reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável (Sl 100.5; Mt 24.35). Assim, por meio do estudo bíblico, sistemático e doutrinário, torna-se possível capacitar o crente para enfrentar o “espírito da Babilônia” e suas ideologias contrárias aos valores absolutos da fé cristã com mansidão, temor e boa consciência (I Pe 3.15,16).
2- Formar o caráter de Cristo. O caráter cristão refere-se à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo (Ef 4.22-30). Nesse aspecto, torna-se necessário enfatizar que é o Fruto do Espírito que desenvolve o caráter do salvo (Gl 5.22-25). Jesus ensinou que é pelo fruto que se conhece uma árvore (Mt 12.33). Não por acaso, o apóstolo Paulo observa que o melhor antídoto contra o veneno e o jugo do pecado é andar no Espírito (Gl 5.16,17). A falha na formação moral do caráter produz pseudocristãos escravizados pela carne (Jd 1.12,13). Portanto, a igreja que prima pelo estudo e aplicação da Palavra de Deus produz crentes espiritualmente maduros, capazes de resistir o “espírito da Babilônia” presente no cenário global (Rm 8.35,38,39).
3- Aguardar a volta de Cristo. A dispensação da graça termina com o Arrebatamento da Igreja, antes da Grande Tribulação (I Co 15.51,52; I Ts 1.10; 4.13-18; 5.9; II Ts 2.6-10). Acerca dos sinais que precedem a volta de Cristo, destacamos: a apostasia, a inversão de valores, perseguição, guerras, fomes, pestes e terremotos (Mt 24.5-12,24; I Tm 4.1; II Tm 4.3). Diante desses eventos, o cristão é exortado a não viver despercebido, mas a esperar o seu Senhor em oração e vigilância (Mc 13.33). Ainda, requer-se do salvo, enquanto aguarda a bendita esperança, a renúncia à impiedade, às paixões mundanas e a viver neste presente século uma vida de autodomínio, integridade e santidade (Tt 2.12,13).
CONCLUSÃO
Vivemos um período em que o “espírito da Babilônia” exerce forte influência na sociedade global. Suas ações buscam o completo domínio político, econômico, cultural e religioso em oposição aos valores da fé cristã. O avanço dessas ideologias aponta para a iminente volta de Cristo (Lc 21.28). Nesse interlúdio, é dever da Igreja oferecer resistência ao mal (II Ts 2.6,7), ensinar a doutrina bíblica (Mt 28.20), formar o caráter dos discípulos (Gl 4.19) e santificar-se para a vinda do Senhor (Hb 12.14).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD