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A Glória do Ministério Cristão

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INTRODUÇÃO

Após render graças a Deus pela libertação divina que tivera na Ásia, Paulo agora segue, a partir do versículo, fazendo uma defesa de sua conduta aos irmãos de Corin­to. Ele precisou mudar seu roteiro de viagem, levando alguns, por isso, ao acusá-lo de não haver cumprido com a sua palavra. As acusações contra ele tinham por objetivo arruinar sua credibilidade perante a igreja coríntia. Porém, o apóstolo estava ciente de que havia pessoas sinceras e amorosas que o conheciam e estavam seguras de sua sinceridade no trato com a igreja.

O MINISTÉRIO APOSTÓLICO DE PAULO

Confiabilidade, a garantia do ministério. Paulo havia desistido da viagem a Corinto pela terceira vez, e os irmãos coríntios, influenciados por alguns opositores, começaram a alegar que, tal atraso, não passava de displicência do após­tolo. A conclusão é que ele não era confiável. Entretanto, nos versículos 3 a 11, o apóstolo é confortado com o fato de que os próprios coríntios po­diam testificar acerca de sua postura moral, espiritual e ministerial.

A força de sua consciência. Paulo era um homem tão ínte­gro e tinha um caráter tão firme que, diante de tais acusações, apela para a sua consciência como testemunho de sua sinceridade nas ações de seu ministério. Para ele, a consciência sig­nificava o seu senso de autoavaliação moral que, com certeza, o denunciaria se ele fosse culpado. Paulo declara, sem medo, que ministrava aos crentes coríntios com “simplicidade e sinceri­dade de Deus”. Dessa forma, as críticas contra seu ministério, ainda que infun­dadas, eram suportáveis em face da paz de consciência de que gozava.

A autenticidade ministerial. No versículo 18, Paulo diz: “Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não”. Em essência, ele argumenta que suas mensagens não eram vacilantes e que não oscilavam entre sim e não. O apóstolo então apela, de forma inci­siva, afirmando que ele e seus compa­nheiros de ministério eram fiéis. Para confirmar o seu testemunho perante a igreja coríntia, Paulo diz que o Jesus que eles pregavam não era “sim e não”, mas “sim”. Qual era a garantia da inte­gridade da mensagem? No versículo 21, ele declarou que a confirmação do seu ministério e o de seus companhei­ros era a unção que haviam recebido de Deus. Logo a seguir, no versículo 22, Paulo declara que eles foram selados e receberam “o penhor do Espírito Santo”. O “selo” é um elemento que denota posse e autenticidade num documento. Em nossos tempos, deno­minamos carimbos ou autenticações, os instrumentos investidos de poder que imprimem marcas de propriedade e garantia. Em Cristo, os crentes são selados com o Espírito Santo, tornando-­se propriedade exclusiva do Senhor (Ef 1.13,14).

A ATITUDE CONFIANTE DE PAULO EM RELAÇÃO À IGREJA

Razões da mudança de planos da ida de Paulo a Corinto. Nestes versículos, o apóstolo continua preocupado em justificar as razões que o levaram a desistir de visitar a igreja em Corinto naquela oportunidade. Ele declara que não se tratava de qualquer tipo de capricho, orgulho, covardia e muito menos con­veniência pessoal, mas sim o fato de evitar constrangimento maior em face da linguagem forte de disciplina contra alguém que havia pecado, maculando a santidade da igreja. Como essa pessoa era apoiada pelos opositores de Paulo, ele quis poupar a congregação do exer­cício desagradável de sua autoridade apostólica, que certamente provocaria ainda mais os humores negativos dos rebeldes no seio da igreja e entriste­ceria os demais. Paulo estava triste é não queria visitá-los em angústia e tristeza, mas queria que todos entendessem que era necessário que o tal pecador se arrependesse e fosse perdoado com todo o amor da igreja, a fim de que não fosse “devorado de demasiada tristeza”.

O perdão ao ofensor arre­pendido e a disciplina eclesiástica. Segundo o texto indica, Paulo deparou-se com um opositor, que o ofendeu e incitou os coríntios a rejei­tarem sua autoridade apostólica para o exercício da disciplina ao membro infrator. Essa atitude ganhou adeptos e Paulo ficou muito triste e ofendido. Os líderes da igreja não tiveram forças para disciplinar tal membro, apesar de ela ter, em sua maioria, per­cebido que era necessário obedecer a orientação de Paulo. A rigidez do apóstolo provocou contenda, e isto obrigou a abrandar sua atitude, preocupando-se com a recuperação do ofensor.
O apóstolo, embora severo, era agora capaz de orientar a igreja a que perdoasse o ofensor, caso este de­monstrasse arrependimento. A igreja não pode deixar de administrar a disciplina aos que cometem pecado, para que não haja contaminação dos demais. Isto é, a punição do pecado é inevitável, entretanto, o tratamento com o pecador deve ser feito com atitude corretiva, terapêutica e res­tauradora, visando proporcionar-lhe o arrependimento e o recomeço da vida cristã. Lamentavelmente, em nome do zelo espiritual, tem-se co­metido muitas injustiças, típicas dos fariseus, para criticar e censurar sem misericórdia os faltosos. O objetivo de Paulo, contudo, era levar estes a se arrependerem de seus pecados e a retornarem à plena comunhão com a Igreja de Cristo.

A confiança de Paulo no triunfo da Igreja. Nos versículos 12 e 13, Paulo está ansioso por ter notícias de Tito, seu fiel companheiro na batalha pelo Evangelho. Percebe-­se uma mistura de sentimentos em seu coração: o cuidado com os companheiros, dos quais não tinha notícias e as “portas” que se abriam para a pregação do Evangelho. O apóstolo dos gentios interrompe sua preocupação com a chegada de Tito e parte para um assunto que abrange não só a igreja em Corinto, mas as igrejas da Macedônia, de Filipos e Tessalônica, pelas quais ele tinha grande gozo e gratidão. Paulo expressa sua gratidão a Deus por es­sas comunidades de fé, uma vez que vislumbra o triunfo da Igreja como o cortejo de um exército vitorioso que entra na cidade de cabeça erguida (v.14). A linguagem de Paulo é agora de alegria e felicidade, porque, ao contrário da lembrança deprimente e triste anterior, agora o apóstolo transborda de gratidão a Deus.

PAULO SE PREOCUPA COM OS FALSIFICADORES DA PALAVRA DE DEUS

A visão do triunfo do Evan­gelho no mundo. Em algumas versões a palavra “triunfo” dá a ideia de um cortejo militar, onde um general vitorioso conduz seu exército numa marcha triunfal entrando na capital do império. O general traz seus prisio­neiros de guerra e exibe-os diante do povo, que assiste ao grande cortejo. Segundo os estudiosos, o povo quei­mava incensos e exalava fragrâncias variadas de flores, enchendo o ar da­quele agradável cheiro. Dessa mesma forma, Paulo contemplava a força da mensagem do Evangelho.

Somos o bom cheiro de Cristo. O texto diz literalmen­te: “Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo”. O que Paulo estava dizendo à igreja de Corinto era que ele e seus companheiros de ministério eram os agentes que espalhavam a perfumada fragrância de Cristo por onde andavam. Esse aroma emana de Cristo, e na linguagem do Novo Tes­tamento significa um sacrifício como oferenda a Deus. Os sofrimentos su­gerem, figurativamente, a queima de ramos que exalam bom cheiro, assim como o incenso e outras especiarias do altar de incenso no Tabernáculo. Ti­pologicamente, a fragrância, que ema­na do sacrifício de Cristo no Calvário, sobe às narinas divinas para honrar ao Senhor. O texto ainda diz que para alguns a pregação do Evangelho é cheiro de morte, para outros é cheiro de vida. Morte por rejeitarem a mensagem, e vida por aceitarem a Cristo e sua Palavra (I Co 1.18).

A ameaça dos falsificado­res da Palavra de Deus. A palavra “falsificadores” pode ser entendida como “mercadores” porque tais homens não tratam a Palavra de Deus como a revelação divina, mas como uma mercadoria, um produto de mercado que pode ser vendido e manipulado. Paulo usa a palavra grega kapeleuiein, que se refere ao negociante que procura lucrar injustamente. Pregadores mercadores são aqueles que oferecem um Evangelho de imitação, corrompido, o qual ilude aos interessados. No capítulo 11.13, Paulo condena os falsos apóstolos que torciam o Evangelho para tirar proveito próprio em detrimento dos demais. O apóstolo denuncia essas distorções do Evangelho que visavam apenas enganar o povo de Deus (II Co 4.2). Porém, declara com toda a sua alma que falava de Cristo com sinceridade na presença de Deus.

CONCLUSÃO

A glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o Evangelho. Motivos falsos produzem resultados falsos, por isso, todos os motivos do após­tolo Paulo e de seus companheiros eram o de expandir o Reino de Deus por toda a terra para a glória única do Senhor Jesus.

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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