E.B.D
A doutrina de Moisés
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 158 – 1º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 02 – 14 de janeiro de 2024
TEXTO PRINCIPAL
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinares.” (Êx 24.12)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Êx 20.1
Deus entregou os Mandamentos a Moisés
Terça-feira – Mt 5.17
Jesus cumpriu toda a lei
Quarta-feira – Jr 31.31-34
O antigo concerto apontava para o novo
Quinta-feira – Gl 3.24
A lei nos conduziu a Cristo
Sexta-feira – Lv 1.1-7
As normas quanto aos holocaustos
Sábado – Êx 20.3-17
As leis morais
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 3
23 Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
24 De maneira que a lei nos serviu de aio. para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.
25 Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio.
26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos tratar a respeito do propósito e o valor da doutrina. Faremos uma reflexão a respeito da “Doutrina de Moisés”, uma referência à lei que Deus entregou ao seu servo, bem como as suas aplicações.
I – A ANTIGA ALIANÇA
1- Compreendendo o termo. A expressão “Antiga Aliança” se refere a uma parte importante do plano divino na história e não deve ser negligenciada e nem desvalorizada. Tanto na individualidade de pessoas quanto na coletividade de seu povo, Deus estabeleceu importantes e eternas alianças (Gn 9.8-19; 173-14; Êx 34.10). Um exemplo é a aliança que Deus fez com Israel e que é denominada de “os Dez Mandamentos”. Esse concerto foi entregue a Moisés no Monte Sinai (Êx 34.28), e como resumo da aliança de Deus com Israel, é possível afirmar que a expressão “Antiga Aliança” faz referência à forma pela qual o povo de Israel foi tratado por Deus no Antigo Testamento. Em síntese, assim como a Nova Aliança, a Antiga cumpriu o propósito de Deus em se conectar e falar com os homens.
2- Características e propósito da Antiga Aliança. A compreensão da Antiga Aliança depende de analisá-la à luz da Nova Aliança. Esse exercício passa por identificar o que o Novo Testamento tem a dizer a respeito de suas características e de seu propósito. A abordagem neotestamentária sobre a Antiga Aliança é feita por meio da comparação entre ambas, tomando assim os seus respectivos significados conhecidos e compreensíveis. A Carta aos Hebreus nos apresenta uma comparação entre a Antiga e a Nova Aliança. Na introdução, o autor nos apresenta como Deus tem se comunicado com o seu povo na história, tanto na Antiga quanto na Nova Aliança (Hb 1.1). Acerca da Antiga Aliança, esse mesmo texto apresenta as suas principais características: os homens foram os seus instrumentos; ela foi externa; ela dependeu de tomar uma forma por meio de cerimônias e foi representada por símbolos. Sendo assim, por meio da Antiga Aliança, Deus firmou um relacionamento com o seu povo, preservando-o de possíveis contaminações enquanto os israelitas aguardavam uma Nova Aliança a partir do que viam e experimentaram na Antiga.
3- A relação entre a Antiga Aliança e a Nova. A relação entre as duas alianças começa com a indicação de que, embora cada uma delas tenha suas peculiaridades e propósitos, é possível identificar a advertência para que haja dedicação em fazer o bem, em claro alinhamento com o ensinamento de Jesus (Êx 23.4,5; Mt 5.38-48). O escritor aos Hebreus informa que a Antiga Aliança serviu de sombra para a Nova e que esta é superior àquela, pois possui “melhores promessas” (Hb 8,5-7). Em ambos os casos, existe a presença da promessa, visto que, qualquer aliança depende da existência de uma promessa que, nesse caso, é confirmada por sinais exteriores, como o arco nas nuvens e a circuncisão, além da Ceia do Senhor. As promessas que Deus fez na Antiga Aliança foram cumpridas perfeitamente em Cristo (Hb 9.11-28). As que pertencem à Nova Aliança também cumprirão, pois quem prometeu não muda (Hb 13.8). Fica evidente, tanto pela essência como pela presença da promessa, que as duas alianças estão intimamente ligadas.
II – DOUTRINAS LITÚRGICAS
1- O que eram? As “doutrinas litúrgicas” também são identificadas como “leis cerimoniais”. Essas Leis regulamentaram o sistema de ritos, ordenanças e cerimônias, inclusive na oferta de animais em sacrifício a Deus, inicialmente no Tabernáculo e depois no Templo. Além dos sacrifícios de animais, as Leis cerimoniais consistiram em holocaustos e observâncias de festas religiosas. O ato de sacrificar animais está implícito na ação de Deus em vestir Adão e Eva logo que pecaram (Gn 3.21), e pode ser identificado explicitamente nos dias de Caim e Abel, além de outros casos (Gn 4.3-5; Hb 11.4). Portanto, elas se constituem tanto de ordenanças como de sacrifícios de animais, e com elas a intenção de Deus foi a de normatizá-las, o que ocorreu enquanto Israel peregrinava no deserto e momentos antes da constituição do Tabernáculo, com vistas à organização das ações que ali ocorreriam (Êx 25.8,9). Portanto, por meio dos ritos, das ordenanças e das cerimônias que juntos formaram as “doutrinas Litúrgicas”, Deus revelou o seu caráter santo e exigiu o mesmo de seu povo.
2- O seu propósito. A Liturgia cerimonial tinha o propósito fazer com que o povo concentrasse a sua atenção em Deus. Ela poderia ser dividida da seguinte maneira: em relação a Ele: diante da história; com respeito aos outros povos e quanto ao futuro. Os sacrifícios e as cerimônias que envolviam o combate à impureza tiveram o propósito de indicar o meio do resgate da posição do homem diante do Criador. Historicamente, as festas e os festivais cumpriam o desígnio de lembrar o povo sobre as grandes obras realizadas por Deus ao longo de sua trajetória. Na relação com outros povos, o objetivo foi o de distinguir o povo de Deus dos demais povos por meio de restrições alimentares e o uso de roupas diferentes. Finalmente, Leis como a guarda do sábado, a circuncisão, a Páscoa e a redenção do primogênito projetavam o futuro, indicando a vinda do Messias (Hb 9.9-11).
3- Tempo de operação. A proposta deste subtópico é refletir sobre o prazo de validade das “doutrinas litúrgicas”. Ao chamá-las de “sombras das coisas futuras” (Cl 2.17), a Bíblia sugere um tempo limite de atuação determinado pela chegada daquilo que ansiosamente se aguardava. Por isso, até quando essas doutrinas vigoraram, quando e por que deixaram de existir? Essas doutrinas litúrgicas trabalharam com símbolos e tipos que apontaram para aquilo que haveria de vir, com referência a um novo tempo inaugurado por Cristo, motivo pelo qual é possível afirmar que essas doutrinas foram válidas até a morte de Cristo (GL 5.1-12; Hb 10.8-10). Houve o que pode ser chamado de substituição, cuja estrutura é essa: Cristo é o verdadeiro sacrifício (Jo 1.29), e os crentes cumprem a função sacerdotal (1 Pe 2.5,9), à medida que oferecem sacrifícios aceitáveis diante de Deus (Rm 12.1).
III – DOUTRINAS MORAIS
1- Uma análise introdutória. As “doutrinas morais” são parte da aliança de Deus com o seu povo (Êx 6.1-8; 19.5-8). Embora sejam importantes, essas doutrinas não possuem propósitos de salvação, pois esta é obra da graça de Deus, e somente pela fé em Jesus pode ser alcançada (Ef 2.8,9). Essas doutrinas evidenciam a natureza e a vontade de Deus, que as entregou a Moisés (Êx 20.1). Sendo assim, elas são perfeitas, eternas e imutáveis, e por meio da obediência a elas que Israel foi mantido como povo de Deus (Êx 19-5), e pôde refletir a santidade divina. Essas doutrinas têm relação direta com os Dez Mandamentos e, juntos regulamentam o exercício da justiça, o respeito mútuo entre as pessoas. Em síntese, as doutrinas morais exprimem parte da lei de Deus, que nas palavras do apóstolo Paulo é “santa” (Rm 7.12) e como expressão da vontade divina, ela é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12,2).
2- O seu propósito. O principal propósito das doutrinas morais é advertir o povo de Deus a não pecar (Êx 20.20), princípio repetido pelo apóstolo João: “vos escrevo para que não pequeis” (1 Jo 2.1). No texto de Êxodo está a expressão “provar-vos”, que aparece também no episódio em que Deus provou Abraão (Gn 22.1-24). Enquanto as doutrinas cerimoniais apontavam para Cristo, as morais lembram o ser humano sobre a sua condição de pecador e convidam- -no a buscar a solução em Deus, As doutrinas morais visam também guiar o crente ao conhecimento da vontade de Deus e a viver em santidade.
CONCLUSÃO
Nesta lição reafirmamos o lugar da Bíblia como fonte genuína da doutrina cristã. Vimos que ela é a inspirada Palavra de Deus, cujo desenvolvimento histórico e estrutural comprova que, não obstante tenha sido escrita por homens falíveis, Deus é a sua fonte; o que faz dela o Livro dos livros, pois é o instrumento infalível e inerrante de comunicação da mensagem de Deus aos seres humanos.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD