Adultos - Betel
A criação revelando a glória do criador
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 169 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 02 – 09 de abril de 2023
TEXTO ÁUREO
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” Gênesis 1.27
VERDADE APLICADA
O ser humano, por ser a coroa da criação de Deus, deve glorificá-Lo em todas as áreas da vida.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gênesis 1
26- E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
28- E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.
31- E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Sl 19.1-6
A natureza manifesta a glória de Deus.
Terça-feira – Sl 33.1-9
O júbilo na contemplação das obras de Deus.
Quarta-feira – Sl 136.1-9
Deus é louvado por Suas obras.
Quinta-feira – Jo 1.1-3
No princípio era o Verbo.
Sexta-feira – At 17.26-30
Deus de um só fez toda a geração dos homens.
Sábado – Rm 1.18-25
A ira de Deus sobre a impiedade e injustiça.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em oposição a Deus e sujeita ao Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito de Deus ao criar todas as coisas e a relevância do ser humano viver segundo este propósito.
I – ORIGEM E PROPÓSITO
O mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um Deus pessoal e o propósito é a glória dEle manifestada em Sua criação. Este propósito é o tema central das Escrituras e da vida (Is 43.21; Rm 11.36)
- Criados por um Deus glorioso. A Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de Deus e da glória dos Seus atributos: “No princípio criou Deus” (Gn 1.1). A Bíblia, portanto, mostra, antes de mais nada, que o Deus eterno, auto suficiente, auto existente é o Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela quer que, sem distrações, vejamos a Sua glória. A glória de Deus manifestada na criação e em Cristo revela os atributos, o caráter e a perfeição do Criador (Jo 1.14).
- Criados para um propósito glorioso. Se Deus sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem? Não encontramos esta resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos de Gênesis onde narra a criação. No entanto, é notório que Deus faz e fala. Ou faz por meio do falar. É assim que nós conhecemos alguém. Ouvindo o que ela diz e vendo o que ela faz. Na criação, Deus revela a si mesmo. É possível conhecermos parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando entendemos isso, nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência: tornar o Deus glorioso conhecido por todas as pessoas.
- Pecado: desviando-se do propósito. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Deus encheu o homem com atributos que anunciariam a glória de Deus (Gn 1.27). “Encher a terra” (Gn 1.28; 9.1) não significa que a procriação tinha um fim em si mesma. As marcas da glória de Deus impressas no homem seriam espalhadas pelo mundo. Roger Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal – Carisma Editora, 2020, p. 32) comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador para multiplicação e encher a terra (Gn 1.27): “Obedientes a essa ordem, os filhos de Adão e Eva e seus descendentes começam a se disseminar e povoar a terra. No entanto, por causa das consequências do pecado de Adão (Gn 3.12), à medida que a população aumenta, os pecados também crescem (…)”.
II – AS AMOSTRAS DA GLÓRIA DE DEUS NO HOMEM
A criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a criação por sermos feitos à imagem de Deus. Mas se Deus é Espírito, então o significado disso é que Deus nos fez portadores de atributos que apontam para Sua glória.
- Corregência com Deus.Quando Deus deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder criativo das suas palavras (Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24). A palavra de Deus criava a ação ordenada. Mas quando Deus foi determinar o papel do homem, Ele lhe deu uma ordem consciente (Gn 1.27-30). O homem, de posse dos atributos que Deus lhe conferiu, deveria usá-los consciente e intencionalmente para cumprir as ordens dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da terra que tem consciência de que está participando de uma corregência com Deus ao obedecê-lo. Que privilégio maravilhoso!
- A glória no homem nas ações e palavras. Assim como Deus se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele designou o homem em tornar Sua glória conhecida no mundo por suas ações e palavras. Depois de Deus criar todos os animais, poderia ele mesmo dar-lhes seus nomes. Preferiu, porém, designar ao homem esta tarefa. Animal a animal recebera o nome que Adão não só escolheu, mas proferiu (Gn 2.19-20). Desta forma, a sabedoria de Deus comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria ser vista por toda a humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os animais e administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu Criador (Gn 1.28-31).
- Um estágio no Éden. O Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a terra. No jardim havia todo tipo de árvores das quais o homem poderia comer (Gn 1.29). E uma árvore a qual ele deveria “guardar” (Gn 2.15-17). Além disso, Deus deu autoridade ao homem para subjugar os animais (Gn 1.26-28). O diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao invés de subjugar a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras (Gn 3.1-6). Ou seja, o homem comete seu primeiro erro como corregente de Deus na criação. Subsequentemente comete o segundo, quando come da árvore que deveria “guardar”. Ao falhar em seu “estágio” edênico, o homem passa a administrar mal tudo o que Deus lhe confiou, quando não busca honrar a glória do Senhor da criação.
III – A RESTITUIÇÃO DO PROPÓSITO ORIGINAL
Paulo diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). O plano divino de salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano por inteiro, incluindo sua honrosa posição original a qual Deus estabeleceu como corregentes de Sua criação.
- Deus não destituiu o homem do seu papel na criação. O trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida (Gn 3.17-19). Após a declaração “E Deus os abençoou” (Gn 1.28), com a entrada do pecado, foi acrescentada: “maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3.17). Porém, este honroso desígnio de Deus para o homem na criação continua de pé. A criação foi feita para o homem. Por isso Deus deixa para criar o homem no final, coroando Sua obra. Porém, como Deus fez o ser humano semelhante a Si mesmo, no encargo de dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve fazê-lo para mostrar Deus. Apresentar a imagem dEle. Devemos agir em nossos deveres de forma a espelhar Deus e seus atributos comunicáveis. Ao dar ao homem a missão e poder de governar, como diz Piper: “O objetivo de Deus, portanto, era que o ser humano agisse de modo que espelhasse Deus, que tem o domínio supremo”.
- Não limite seu potencial de glorificar a Deus.Cada ser humano tem um potencial dado por Deus. Quando desenvolvemos e expressamos este potencial, refletimos os atributos de Deus. Ou seja, as práticas religiosas não são as únicas nem as mais plenas formas de expressarmos nosso temor e amor a Deus. O desejo de Deus é que, como disse Paulo: “quer comamos, quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31). Não há no jardim menção de cultos, orações ou ofertas. A vida de obediência a Deus era o culto. O trabalho do homem lá, explorando todo potencial que Deus lhe conferiu, era o culto. Depois da queda, houve uma ruptura dicotômica. Os homens baniram Deus de suas vidas comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres religiosos pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de honrar a glória do Criador.
- O Servo perfeito de Deus. Analisar mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em sua relação com Deus antes da queda nos leva a pensar sobre o que Deus espera de nós hoje. Somos convidados a uma reaproximação ao propósito original da vida, quando lembramos que, embora Deus tenha expulso o homem do Éden para o mundo, Cristo invade o mundo para nos trazer de volta não ao Éden, mas à comunhão plena com Deus. Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo e se fez servo de todos (Fp 2.7). Ele foi o perfeito Servo do Senhor (Is 42.1-8; Mt 12.18-20). Serviu com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo. Honrou a Deus não apenas no templo, em práticas religiosas, mas em tudo. Cristo com Seu trabalho perfeito resgata o ser humano para o propósito original de Deus.
CONCLUSÃO
Que o presente estudo contribua para que cada discípulo de Cristo, por ter sido resgatado da vã maneira de viver (I Pe 1.18), esteja plenamente consciente e atento para viver no presente século conforme a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, para que em tudo seja Deus glorificado (I Pe 4.11).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel